Bad Luck escrita por Ponycat


Capítulo 5
Sonhando E Ponto de Vista De James I


Notas iniciais do capítulo

Desculpa ter sumido por tanto tempo. Eu viajei e fiquei com a minha família. Mal tive tempo de entrar na internet. :c Eu vou recompensar vocês. Se tiverem sugestões de como eu posso recompensar, agora é a hora de deixar um comentário (depois de ler, é claro). Beijos, e desculpas de novo.



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Capitulo 5.

Sonhando E Ponto de Vista De James I

O miserável despertador me acorda brutalmente me tirando dos meus pesadelos. Entre ir para a escola vestida de puta e ficar sonhando com berinjelas assassinas, eu prefiro as berinjelas sem sombra de dúvida. Me levantar é sempre a pior parte, sempre tem uma parte do corpo que não colabora. Ontem levantar não foi problema, eu já estava no chão.

Hoje eu não sonhei apenas com berinjelas, mas eu sonhei (É difícil de admitir) com James. Eu estava nervosa nesse sonho, usando um vestido preto longo horrível desesperada querendo fugir de dentro de uma catedral enorme cheia de teias, suja, escura e repleta de pessoas que eu não conheço. Mas então James aparece das sombras, quando eu penso que ele vai me ajudar, ele me pega pelo braço e me joga no meu pai, que forçadamente me leva até um altar. Eu percebo tarde demais que é um casamento, o casamento mais estranho do mundo. Até então tudo fica bem, tem um padre vestindo uma túnica preta e um símbolo ante cristo gravado nela. Ele fala que estamos nos casando diante do demônio e James sorri cada vez mais. Eu fico cada vez mais encolhida, com medo e sentindo um calafrio estranho. Eu penso em correr, mas era o dia do meu casamento, e esses caras são tão assustadores.  O Padre fala a mais temida frase: “James, aceita se casar com Larissa?”. E James reponde um sonoro sim, um “sim” que ecoa pela catedral e me caça até eu abrir meus olhos na minha cama. Eu observei o relógio de cabeceira que marcava exatas duas da manhã, e eu me sentia muito acordada pelo ato de eu ter dormido cedo, mas foi só eu deitar por um tempo que eu cai no sono.

Agora já são seis horas e eu acordei um tanto atrasada, mas não era mais que dez minutos. Me levanto da cama bocejando me sentindo inútil. É, eu estou inútil. E pensar que duas da manhã eu estava bem mais ativa me deprime.

Mal levanto e um apito familiar toca. Mensagem para mim no celular, logo cedo? Deve ser a operadora dizendo que minha internet passou do limite de uso e que vou pagar mais cinco dólares. Pego meu celular me desapontando. A mensagem era bem pior que ficar sem internet no celular:

Sonhou comigo? LOL

Sete da manhã, porta da sua casa...

Morou? Com “amor”,

Jam

Poxa, como ele sabe que eu sonhei com ele? Ele é um emo alienígena que veio de saturno me observar, ou ele passou a noite no meu quarto acordado do meu lado na cama olhando para mim esperando eu falar enquanto durmo.

Bem, coincidência ou não, não é digno de preocupação. Afinal, eu não sou minha mãe, que sofre por antecipação do sofrimento por antecipação. 

Deixo meu telefone na cômoda e abro o closet maldito onde se encontrava o vestido maldito que a maldita eu teria de usar.

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Ponto de vista: James I

Eu coloco o meu celular/Iphone chato e horroroso dentro do bolso com um sorriso sarcástico. Mas é claro que é impossível que ela sonhe comigo.

Penso em sonhos e o rosto da minha mãe volta a me assombrar como todas as magoas do passado, todas as noites o mesmo sonho. Ao menos eu tenho certeza de que ela não vai voltar, afinal. Eu duvido que ela pense em reaparecer na cidade. E pelo meu pai, se ela continuar mandando toda essa quantia de dinheiro abundante (que de fato ninguém sabe de onde vem), está tudo bem conosco.

Larissa provavelmente vai estar pronta em minutos e eu não quero atrasar desta vez. Eu tenho que me recordar de todas as coisas que me esforcei a fazer com Claire quando ela ainda estava ao meu lado. Isso inclui: abrir portas, sempre pagar tudo, tentar reparar em cada detalhe... E pensar que eu sabia fazer essas coisas. Mas agora pelo menos é puro teatro e eu não vou ficar enrascado se eu esquecer de fazer alguma coisa irrelevante, por exemplo reparar o quanto ela é linda e não sabe disso.

Desço até nossa velha garagem que precisa urgentemente de uma venda de garagem. É muita coisa inútil, desde caixas de papelão repletas de bugigangas, até ventiladores quebrados e maquinas de raspadinhas inúteis do tempo do meu pai.

Pego a minha moto, que de fato foi um “presente” da minha mãe. Eu espero que ela sofra sentindo culpa longe da gente e que ela pare de tentar me comprar. Acho que se um dia ela voltar aqui achando que tudo vai ser como antes foi, ela vai estar muito enganada. Mas como eu já disse, ela não volta.

Piso no pedal e ela ativa, com seu motor perfeito parecendo o ronronar de um felino. Coloco o capacete com os pés ainda apoiados no chão e dou partida segurando no guidão da moto. Agora é a hora de buscar a garota mais chata, porém que me entende.

E em menos de dez minutos eu me encontro em sua porta, pontualmente as sete. Mas Larissa não se encontra na porta. Eu deveria imaginar que ela furaria comigo, mas decido esperar um pouco. Garotas se atrasam.

Um minuto se passa e cada segundo fica mais maçante. E se ela está brincando comigo? Mas também existe o medo de ter ocorrido algo sério demais. Respiro fundo. Foi só um minuto, mas parece a eternidade. O pior é pensar que eu me preocupo com ela o suficiente para esperar o pior.

Nossa relação sempre foi uma coisa complicada. Eu não preciso dela, ela não precisa de mim. Fim de papo. Mas ela tem esse jeito azarado de ser, o que me faz me preocupar com cada passo que ela dá automaticamente. É como se ela fosse uma criança de três anos em uma zona minada. Ela é bonita, eu não preciso dizer mais nada. Garotos como eu se preocupam com as garotas bonitas. Como se não bastasse os meus amigos, Mark e Bob, dois garotos extremamente inteligentes que estudam na escola particular que a filha do benfeitor da escola estuda, dizerem que eu estou em algo chamado friendzone. Mas friendzone é quando você é amigo de uma garota por quem você sente atração amorosa e ela te trata como um namorado, mas você só serve de capacho e não tem nenhum “beneficio”, se é que me entende.

Cinco minutos maçantes inteiros atrasada, Larissa desce as escadas do terraço mais escaldante que o sol.

-Cinco minutos atrasada.  –Eu digo imediatamente. – O que andou fazendo?

-Não é da sua conta. E você deve saber que para parecer uma puta, eu preciso de muita porcaria. – Ela responde com a sua “doçura” de sempre. Eu deveria estar acostumado. Ela parece meio assustada, ou nervosa por alguma razão.

-Então tá. Sobe ai. A gente vai chegar em estilo hoje. –digo

-Você é um iludido se acha que vou montar nessa coisa. –Ela diz apontando a moto. Ela é quase o oposto da personalidade da Claire, ela se jogava na moto sem pensar duas vezes e eu podia sentir seus braços apertados me segurando com força e as coisas que ela sussurrava no meu ouvido enquanto eu pilotava. Parecia que a estrada era feita de manteiga. Bons tempos.

-Vamos, por favor... –Eu peço balançando a cabeça deixando meus devaneios.

-Mas eu não confio em você. A quanto tempo você dirige esse treco? –Pergunta. As palavras: “Eu não confio em você” são como um soco na cara, mas eu resisto firmemente.

-Eu sempre dirigi isso, desde os meus 14 anos, numa estrada fechada de propriedade dos pais da... Uma via fechada.  –Eu digo nervosamente quase citando Claire. Eu nunca citara o nome de Claire, e acho que nunca vou citar para ninguém. Ela deixou marcas tão profundas que mal consigo pronunciar seu nome.

-Mas... –Ela insiste em não subir. –Eu estou usando um vestido... Para subir em uma moto é complicado.

-Relaxa, o que é bonito é para ser mostrado. –Eu digo sorridente. Eu acho que ela não captou bem a brincadeira, afinal, ela virou de costas e seguiu até o ponto de ônibus sem olhar para trás por um segundo. Desligo o motor da moto e a sigo.

-O que você quer? –Ela pergunta sentada na parada com os braços cruzados.

-Quero que você venha comigo. –Respondo. – A não ser que você queira estragar tudo agora.

Ela se levanta e anda em direção a moto um pouco desajeitada por causa da sua falta de costume com o salto alto.

-O que estamos esperando? –Ela pergunta em um tom desanimado.

Eu ainda não a entendo. Ela finge ser minha namorada, porém não parece que ela quer isso. Parece que tem algo a obrigando a fazer isso. Mas eu ainda prefiro pensar que ela está fazendo isso para consertar a besteira que fez, e talvez, por amizade. Somos amigos. Não somos? Acho que se você senta perto de uma pessoa todos os dias e conversa quase unicamente com ela dentro da escola, ela é sua amiga.

 Monto na moto e piloto até a escola, que não fica tão longe de onde estou. Seus braços me deixaram arrepiado o trajeto inteiro, e sinto raiva de ter sentido isso, afinal, durante aqueles poucos minutos, era como se Claire e minha mãe nunca houvessem existido. Como se todos os meus problemas fossem embora com o vento. Me senti seguro. Mas também era uma espécie de traição a Claire, por mais que não tenhamos nos falado fazem quase dois meses inteiros, era um nojo saber que uma garota qualquer consegue causar esse efeito em mim. A ajudo a descer da moto delicadamente. Ela parece perfeitamente bem. Seu vestido está no lugar, mas então ela desaba.  O salto alto a fez se desequilibrar. Todos que até então a observavam com desejo ou inveja caem na gargalhada, mas eu viro de costas e solto um olhar que cala a todos. Ajudo-a a se levantar. Ela parece embaraçada, mas eu disse a ela que ela não deveria mostrar nenhum tipo de inferioridade. Eu estendo a ela meu braço afim de que ela segure ele para se apoiar no salto e também, porque é bonito um casal enroscar os braços desse jeito. É como se fossemos namorados a moda antiga.

Entramos na escola juntos com todos os olhares em nos. Eu cochicho no ouvido de Larissa:

“Não olhe para nenhum deles. Mantenha seu nariz no ar como se todos a sua volta, menos eu, fedessem a esterco de vaca.”

Ela levanta a cabeça e facilmente perde a expressão embaraçada que havia segundos atrás. Ela parece a garota arrogante e bonita que qualquer garoto gostaria de ter nas mãos. É Perfeito. Eu viro e decido sussurrar algo que realmente pode acontecer para avisa-la:

“E se eu te beijar, não corra e aceite o beijo como se você realmente gostasse de mim.”

Andamos pelos corredores. O som dos seus passos ecoava nos corredores e todos que a viam se calavam momentaneamente, e depois, cochichos começam por todos os lados. Estou conseguindo o que eu quero. Decido dar ao público o veredito que eles precisam. Preciso beija-la novamente aqui no meio da escola, para que acreditem em tudo e aceitem. E claro, para que espalhem tudo mais rapidamente.

Eu a pego pela cintura e a arrasto até o armário que me pertence a encostando nele. Foi um movimento meio bruto da minha parte, mas sinto ela se arrepiar. Provavelmente ela gosta da minha pegada e não quer admitir. Solto um sorriso malicioso e a beijo para todos possam ver. É, agora todos sabem que é oficial. Ela não retribui o beijo e tenta me empurrar para trás. Ela estava resistindo? Aperto mais forte sua cintura e sinto que ela se arrepia de novo. Logo ela está passando os dedos pela minha nuca com uma mão, e com a outra por dentro na minha camiseta alisando minhas costas. Agora eu me assusto e me arrepio cada vez mais. É bom e confuso, eu não entendo nada. O que deu nela? Antes ela não queria e agora quer demais. Paro ofegante a procura de ar junto com ela.

-Nossa... O que deu em você? –Falo baixo o suficiente para que apenas nos dois escutemos.

-Eu não sei. Eu só... Ai, vou admitir logo... Er, você me apertou e ai... Eu não sei. É isso.  –Ela responde gaguejando.

Eu sorrio. É, eu não perdi o jeito, até um beijo técnico meu causa essas coisas.

Abro meu armário e tiro meus livro. Hoje eu não quero parar na detenção então não vou zoar muito com o professor salaminho nessa aula. Eu vou para o céu, viu Jesus? As pessoa não enxergam esses dias que eu decido ser do bem por nenhuma razão aparente.

Larissa me espera encostada no armário ao lado. Vejo que um pobre inocente nerd está a observando. Provavelmente era o armário dele e ele não tem coragem de ir lá pedir licença a uma garota como ela.

A vice diretora passa encarando Larissa. Eu rapidamente fecho o armário e levo ela até o dela pela cintura do outro lado do corredor antes que ela explique o código de vestimentas. Se ela vir que Lari está comigo, ela não vai mais incomodar ela pelo resto do ano letivo.

-Porque você me pegou pela cintura de novo!? –Ela pergunta indignada.

-Era a vice diretora. Relaxe, ela não é mais um problema. -Respondo.

Ela provavelmente tem um fraco na cintura. É ali o ponto onde se deve atacar. Todo mundo diz que toda garota tem um maldito ponto fraco. O de Lari é na cintura. E eu me sinto com raiva por saber disso.

Larissa pega seus livros apressada, afinal, eram quase um minuto para que o sinal toque.

-Não se apresse. Ninguém vai ligar se chegarmos atrasados. –Eu digo relaxado.

O sinal toca e eu sorrio. Mais atraso para o meu histórico manchado, brevemente limpo e um atraso para o histórico quase limpo da Lari.

Lari segura os livros e se apoia em mim até chegarmos a sala do professor salaminho.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem o que acharam e espalhem paras as amigas, ta? HueHueHue
Falem como eu posso recompensar voces.
Beijos.
Ps: DESCULPA POR SUMIR.