Bad Luck escrita por Ponycat


Capítulo 3
Mal humor e uma viatura na porta de casa


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que ia postar mais cedo que o esperado. Boa sorte lendo, ficou curto para mim. xD



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Capitulo.3 Mal Humor e Viaturas Everywhere.


Sentados na praça de alimentação, eu e James estávamos em uma situação esquisita. Abri minha bolsa com dinheiro e fui pegar meu almoço-jantar –pode chamar de almojanta -Mas James me para, paga a conta e ainda fica me olhando enquanto como feito uma selvagem.

–Se você quiser, eu posso te levar de volta de carro. Eu pago o taxi... –James oferece.

–Mas não estamos tão longe assim. Umas 25 quadras da minha casa. Um ônibus resolve isso. –Eu digo irritada recusando a sua oferta. Eu queria comer, mas ele fica falando.

James continua observando a minha pessoa enquanto eu como feito um homoerectus. Eu diria que o mundo está regredindo se me visse comendo. Mas essa coisa de comer hambúrguer rápido, é de fato, problemática para meu estomago depois.

Terminei de comer em menos de dez minutos. Peguei as minhas sacolas e declarei:

–Estou farta.

–Okay, agora eu tenho uma surpresa para você. –James diz fazendo suspense. Ele pega uma sacola e joga na mesa sem muita delicadeza.

Eu abro a sacola e vejo caixinhas com maquiagem que comigo durariam até o fim do milênio. Eu não uso maquiagem e nem gosto disso, mas essa semana eu vou ter que usar todos os dias pelo jeito. Eu não sei nem passar lápis de olho como a mulher fez em mim agora. Eu vou morrer.

–Podemos ir para casa agora? –Peço esgotada. E o pior é que eu não havia feito minha lição de casa, que não existia porque não assisti metade das aulas. O negócio ia ser ligar para a escola, ou pra algum aluno –não conheço quase ninguém- para perguntar. Eu sei que não posso me atrasar no começo do ano.

–Vamos. –Diz James. Ele pega a minha mão e dá um beijo nela. Eca! O que ele tinha na cabeça? Eu faço ele largar minha mão balançando ela como se tivesse Parkinson e me controlo para não estapeá-lo.

Ele dá de ombros e se levanta da cadeira. Eu me levanto depois dele e ando calmamente. Eu odeio andar, principalmente com esse all star de cano longo que era novo e precisava se amaciar nos meus pés.

Chegamos na parada do ônibus perto do shopping. Desta vez iriamos pegar o ônibus certo, eu espero. James senta do meu lado no banquinho.

–Ei, essa coisa de namoro de mentira... –James diz puxando assunto. – Eu acho que não devemos contar nem para os nossos pais que é falso.

–Porque? –Pergunto confusa. Não tinha razão para mentir para nossos pais nesse fator.

–Porque eles podem contar para alguém e eu quero que seja épico quando você terminar comigo na frente de todo mundo. –Ele responde.

–Mas era você que ia terminar tudo. –Eu digo mais confusa ainda. Se eu não estivesse tão atordoada com esse dia louco, eu diria que James está chapado.

–Mas... Tudo bem. Eu termino tudo. –James afirma. – Mas não pensamos em uma coisa. Como é que eu vou andar com você depois que a gente terminar?

–É só você falar que o namoro não deu certo. E que prefere minha amizade. –Eu respondo. Nossa, que coisa besta. Eu sei que ele é burro, mas não a esse ponto.

Eu vou chegar em casa tarde, com o cabelo assim e essas roupas, e ainda vou ter que mentir que tenho um namorado. Vai ser complicado. Mas acho que eles vão gostar de saber que arrumei um trabalho essa sexta. Mas duvido que compense todo o resto.

O ônibus chega atrapalhando meus devaneios. James não me puxa como fez o dia inteiro. Ele pega a minha mão e me deixa entrar primeiro. Me sinto uma senhora de idade. O que ele tem na cabeça? Eu o encaro com a testa franzida, mas ele age como se tivesse feito isso o tempo inteiro.

Sentamos no fundo, mas eu lembrei de checar o número do ônibus no caso de James me sequestrar de novo. Estico o pescoço e olho a placa mais à frente. Era o 702. Dou um suspiro de alivio, afinal, não iria chegar mais atrasada em casa. Se bem que eu estou com medo de voltar para casa...

–O que foi? –Pergunta James atordoado com o silencio. – Você não disse nada...

–Você sabe que eu vou para casa e provavelmente vou me ferrar, né? –Eu digo em um tom mal humorado. Eu reviro os olhos de fico olhando para o teto do ônibus. Eu estou tão cansada que poderia dormir agora.

James fica calado provavelmente por falta de argumentos. Eu fecho os meus olhos, mas não pego no sono. Eu apenas fico pensando comigo mesma.

Eu não tenho pena de mim mesma. Eu não tenho ódio de ninguém. Mas esse tipo de coisa acontece comigo sempre. Talvez alguém ai em cima está se divertindo muito me colocando nessas situações (N/A: E Como!). Isso me lembra de uma vez em um acampamento. Eu tinha esquecido meus tênis na beira do lago, e eu só tinha levado um par e tinha esquecido minhas sandálias. Eu lembro que minha mãe avisou para eu levar outro par de reserva. Foi um desastre quando eu voltei para casa descalça.

Olhando para trás, até que minha sorte melhorou. Antigamente tudo que tinha para dar errado, dava errado. Tipo eu estragando todos os anos na festa do natal contando para os meus primos distantes do interior que Papai Noel não existe, derrubando a mesa da ceia, sujando minha avo de tinta verde – tudo em uma noite.

Mas se eu decidir pensar sobre tudo que deu errado, eu nunca mais paro de pensar. Por isso que eu não espero muito das coisas, ou pelo menos tento não esperar. É como se eu acordasse com a certeza de que algo ia dar errado. Mas se minha vida fosse perfeita, eu estaria condenada a ter uma vida muito chata.

–Ei, você sabe que você não pode ser você esta semana. Né? –Pergunta James. Eu abro os olhos com a minha linda cara de tédio.

–Eu vou tentar agir como uma idiota, pode deixar. –Eu respondo voltando a fechar os olhos.

–Não é isso. Você não pode se diminuir como você faz todo dia. Você tem que manter o nariz em cima, a cabeça erguida e nunca olhar para baixo. – Explica James. Ele estava sendo profundo, mas eu nunca parara para pensar no jeito que ele anda. Ele mantém a postura com a mesma cara de mau e normalmente nunca olha para o chão. – Você tem que... Como posso dizer? Você tem que fazer os outros se sentirem menores.

–Minha prima Anne diria que eu tenho que “sambar na cara das invejosas”. –Eu alego sorrindo. A Anne é um doce de pessoa.

–Exato! Você tem que humilhar e não pode sentir remorso ou culpa. –James explica. –Essa é a parte chata de ser popular. Não conte para ninguém, certo?

–Você acha que eu posso fazer isso? –Eu digo em um tom irônico. Quem sabe ele se toca e para de me usar.

–Eu acho que todas as meninas da escola já se sentem menores perto de você e que não vai ser preciso tanto esforço para aparecer amanhã. – James diz. Ele parecia estar falando sério.

–Como assim? –Pergunto confusa.

–Nada. Esquece. –James desconversa. – É só aparecer com as roupas e com a maquiagem na porta da sua casa as 7:30 da manhã.

–Huh? –Pergunto mais confusa ainda. Eu vou de ônibus. Se eu aparecesse as 7:30 ali eu já teria perdido o ônibus a 20 minutos.

–Você vai saber na hora. Apenas confia em mim. –James diz com um sorriso maléfico.

–Tá ruim, hein? Eu, Larissa Middleton, vou confiar em você? –Eu digo irritada. – Nem no dia 30 de fevereiro.

–É sério. Por favor? –James pede fazendo cara de cachorrinho. Mas ele não tem nada de fofo com esses piercings na cara e esse cabelo espetado cheio de gel.

–Não. Eu fiz tudo que tu queria. Agora ao menos me deixa em paz fora da escola. –Eu digo negando. Confiar nele depois que ele me sequestrou e me jogou em um ônibus? Nunca.

–Se você sair antes do seu ônibus chegar você faz o que eu te pedi? –Ele implora.

–Certo. As 7:00 em ponto eu vou estar lá. Mas o que você quer fazer? –Eu pergunto desconfiada. Eu estou imaginando mil coisas como: Jogar meleca em mim, ou jogar uma colmeia na minha cara...

–É surpresa. Mas eu garanto que vai gostar. Vai lá, por favor? –James pede de novo. Não sei o que ele está cozinhado nessa cabecinha emo, mas não parece ser coisa ruim.

–Okay, só não perca meu tempo. –Eu digo voltando a olhar para o teto.

–Ei, estamos chegando. –James avisa.

Eu fico de pé e espero o ônibus parar na parada a duas quadras da minha casa. Desço com a delicadeza de um pato manco –quase caindo de cara no asfalto – e me seguro nos ombros de James, que estava com uma expressão preocupada.

–Tudo bem com você? –Pergunta James quando estamos são e salvos em terra novamente.

–Sim. –Eu respondo curta e grossa com a voz de um urso branco polar.

–Nossa, o mal humor bateu na sua porta agora... –James diz irônico.

–Na verdade, quem bateu na minha porta foi você. E meu erro foi não fecha-la na sua cara. –Eu digo bufando. Eu não estava mal humorada por nada. É que hoje o dia foi estressante, meu cabelo esta colorido, minha cara maquiada e eu pareço um cosplay vindo da comic-on.

Eu continuo andando para a direção da minha casa e James me segue como um cachorro de madame, como se nada estivesse acontecendo. Andamos um pouco e chegamos na porta, onde se encontrava uma viatura de polícia. Oh não...

–Senhorita, você mora nessa casa? –Pergunta um policial.

–Sim, junto com meus pais e o cachorro. –Eu digo meio assustada. Será que meus pais estavam mortos? Será que sequestraram meu cachorro?

–Não me falaram que a menina desaparecida tinha uma irmã... –Diz o policial conversando com o outro ao lado.

–Filha! –Grita minha mãe. Ela chega de repente e me abraça. Depois eu sinto um tapa na minha cabeça. –Por onde você andou?

–É uma longa história... eu... –Eu tento falar, mas sou interrompida pelo meu pai que chega logo atrás.

–Que droga de cabelo é esse? –Ele diz assustado. Ele estava um tanto desesperado. Eu nasci no meio de superproteções e ainda sou filha única.

Mas vejamos uma coisa engraçada. Minha mãe chega preocupada comigo e por onde eu andei e meu pai chega preocupado com a cor assustadora do meu cabelo.

–É uma longa história. –Eu afirmo.

–Essa é a menina que sumiu? –Pergunta um dos policiais.

–É sim. Desculpa pôr a gente ter os chamado com menos de 24h de sumiço. Mas é a nossa garotinha e ficamos desesperados. –Diz minha mãe.

–Quem é esse garoto? –Pergunta meu pai se referindo a James, que ainda estava plantado do meu lado com uma expressão tranquila.

–Ele é... –Tento explicar, mas meu coração grita de tão forte que ele bate. Se eu falasse a mentira, eu ficava de castigo, se eu falasse a verdade as coisas com ele iam de agua a baixo.

–Eu sou o namorado dela. –Diz James. Minha cara vai no chão. Eu procuro desesperadamente um buraco para me enfiar.


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Notas finais do capítulo

Se ferrou, Larissa!
Beijos, e até outro dia.