Bad Luck escrita por Ponycat


Capítulo 12
Jeanine e Quem cala consente


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo é cheio de emoçoes diferentes. Aproveitem! Beijos :D



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Cap. 12

Jeanine e Quem cala consente

-Vim te visitar, querido. –Ela diz. Ela direciona os olhos às algemas. –Oh... Me desculpa. Vocês estavam... Meu Deus! Como eu fui te deixar? Agora você está atoa realizando fetiches sexuais.

A mulher reclama. Está claro que é a mãe sumida de James, só pelas conclusões precipitadas. Minhas bochechas coram.

-Não é isso. –Levanto minha voz. –É uma longa história. –Digo envergonhada.

-Calma, Lari. Não devemos explicações aqui. –James diz fechando a porta. Ele grita estridentemente e me arrasta até o meio da sala, depois ele chuta a mesa de centro, que eu aposto que é de mogno (Effie disapproves).

-Se acalme. É sua mãe ali fora. –Eu digo sem me importar com a dor no braço na hora que ele me arrastou

-Como você sabe? –Pergunta parando calmamente

-Ela tem o mesmo jeito de questionar as coisas precipitadamente, além do seu rosto parecer com o dela. –Digo –E aquelas são suas irmãs. Você tem que conhece-las.

-Eu não sei. Ela some por seis anos e aparece aqui na minha porta com um velho e gêmeas! –Ele grita

-Não faça isso por ela, James. Eu até concordaria se apenas fosse ela, mas aquelas meninas devem estar loucas para conhecer o irmão. James, você vai tentar por elas. Não vai? –O silencio paira – Eu não sei você, mas se eu tivesse um irmão, eu gostaria de conhece-lo.

-Tudo bem. O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando? –Pergunta.

- Bem... –Digo abrindo um sorriso. –Lambe o carpete?

-Não foi nesse sentido. –Ele tenta me cortar

-Mas tem que fazer chorando! –Digo infantilmente

-Calada. –Ele diz se direcionando à porta. A mulher estava ali, impaciente batendo seu pé com salto agulha 15.

-Terminaram o fetiche de vocês? –Pergunta.

-Sem piadas desnecessárias, Jeanine. –James diz abrindo a porta para que eles possam entrar.

Todos se instalam no sofá da sala, menos eu e James, que ficamos de pé por causa de James, que está de modo guarda. Ela parece desconfortável demais para sentar.

-Como eu já disse, é uma longa história. –Digo querendo enfiar minha cabeça em um buraco

-Esse é o James? –Pergunta uma das meninas loirinhas

-Sim, querida. –Afirma Jeanine

A menina corre em direção a James e, por ser pequena, abraça suas pernas. Eu não posso evitar de soltar uma gargalhada. A outra menina se mantém quieta ao lado do homem timidamente.

-Aquela é a namorada do James? –Pergunta a pequena agarrada na perna de James.

-Não! –James grita no mesmo segundo. –Quer dizer, é só uma amiga. Não vai dizer isso perto da Clarisse, pelo amor de jeová!

-Então você quer que a gente fique? Você vai nos apresentar a sua real namorada. –Pergunta a loira sorrindo

-Pelas meninas.

-Certo. –Ela concorda desapontada, é visivelmente visível que ela se decepcionou. O engraçado é que ela tem bastante expressões faciais para alguém que eu tenho certeza que se matou de agulhas de botox.

-Qual é o seu nome? –Pergunto a menina ao lado, as duas se parecem como duas gotas d’agua, mas vale a tentativa.

-Hanna. Mas eu gosto quando me chamam de Hanna Banana! –Ela diz sorrindo.

-E você? –Pergunto me direcionando à a outra menina.

-Katherine. –Ela diz muito baixo, mas eu consigo entender.

As duas usam o mesmo vestido azul florido com as mesmas sapatilhas. É como se elas fossem idênticas em tudo. Não tem nenhuma diferença aparente, fora na personalidade. Uma avança para abraçar o irmão que ela mal conhece, a outra se encolhe perto do pai.

Escuto a campainha de novo. Dessa vez é possível que seja o ferreiro.

James não me avisa de novo que vai andar e me arrasta com ele até a porta. A Hanna gruda na sua perna, o que faz mais difícil de se caminhar.

-Hanna! –Jeanine reclama com a pequena.

A menina fica com um ar assustado e rapidamente solta a perna de James.

-Desculpa, mãe. –Ela diz de cabeça baixa

-Aceito as suas desculpas. –Ela diz com uma voz que eu chamaria de automática. –Agora sente-se com a sua irmã.

James abre a porta sem protestar com a atitude de Jeanine. O ferreiro estava ali com uma maleta gigante, acho que é isso que importa.

-Mais um par de algemas? Temos que pegar o cara que fica prendendo as pessoas. –Diz o ferreiro, que usava um macacão estranho.

-E apenas por aqui, em Chicago, a gente encontra um ferreiro que vem te salvar em casa. –Comenta o homem calado, suposto marido de Jeanine, que até então não disse uma palavra sequer.

-Bem, o mais cedo que você me soltar dessa menina, o mais rápido eu posso fugir. -Brinca James.

O ferreiro pega um canivete do tamanho do meu braço e vagarosamente corta as algemas dos nossos pulsos.

-Isso é um metal forte! Mas Dolores –ele aponta o canivete – é mais forte que tudo!

-É isso? Estamos soltos? –Pergunta James contente. –Agora você pode admitir que gostou de dormir do meu lado Larissa!

-Agora você pode admitir que é um bêbado do tipo que fala a verdade! Você me ama muito, né? –Digo contente. Eu podia falar o que for. Nos abraçamos como duas pessoas normais, sinto o calor dele em mim.

James me solta e paga o homem, basicamente expulsa ele de casa para fora em frações de segundos. Ok, talvez tenha exagerado. Ele se livra do cara o mais rápido que pode.

-Agora eu posso admitir que suas roupas já estão amassadas e esta é a hora de você se trocar. Você tem cheiro de cerveja, sabe? Isso me anima muito nessa segunda feira de ressaca.

-Espera... –Jeanine nos interrompe. –Vocês foram numa festa?

-Não conta para o meu pai. –James pede.

-Tudo bem, eu guardo seu segredo, filho. -Ela diz parecendo mais satisfeita.

-É sério, se minha mãe souber... –Eu digo fazendo um suspense.

-Ei, esquecemos da Annie. –James diz preocupado

-Não se preocupe, ela já deve estar acostumada a não saber onde foi parar e acordar em lugares estranhos. –Digo despreocupadamente –Se ela quiser descer, ela vem logo.

-Mas não vamos para a escola? –Pergunta James

-Sabe o que é... –Começo. –Eu não estou afim, sabe?

-Obrigado a Zeus por você dizer isso! Eu também não quero ir.

Jeanine e o marido nos encaram perplexos. Foi algo que a gente disse?

-O que é, Jeanine? –Pergunta James percebendo que eu percebi que Jeanine nos observava.

-Nada. –Ela diz imediatamente sorrindo –Quando vou conhecer Clarisse?

-Espera. Primeiro eu vou querer saber se ela quer te conhecer. –Ele diz – E outro segredo, ela é extremamente ciumenta e não pode saber que Larissa passou a noite comigo. E nem da festa, das algemas... DE NADA! Entende?

-Claro que sim. –Ela diz mais perplexa que antes –Mas não acho certo que você traia ela.

-Não estou traindo ela.

-Não mesmo. –Confirmo –Nunca houve nada aqui. Somos amigos.

-Mas então porque Larissa não pode andar por ai com você?

-Ela odeia Larissa, e morre de ciúmes. Mas olha a carinha dela, Jeanine. Eu não sei ficar longe. –Ele diz fofamente –Quem vai estragar a minha vida se ela não estiver aqui?

-Nossa, isso foi quase fofo. –Digo sorrindo –Progresso.

-Vocês não são amigos de infância. –Ela adivinha –Eu saberia dela. Mas e Maggie? Bob? Mark?

-Maggie virou amiga da Alexia e virou uma vadia, Bob e Mark continuam dois nerds. Larissa só apareceu na St. Pierre. –Ele diz.

-Querida, você deveria dar um tempo para os meninos. James e Larissa já devem estar cansados de responder seu interrogatório. Eu acho mais certo deixar eles tirarem um cochilo. –O homem diz. Que sábio!

-Eu concordo. –Digo. -Eu estou cansada, fomos todos dormir muito tarde por causa das algemas.

-Sério? –Jeanine diz. –Certo, mas vocês se importam de ficar em quartos separados?

-Como assim? E onde vocês vão ficar? –Pergunta James.

-Eu sei que essa casa tem seis suítes, um escritório, uma cozinha e dois banheiros. Além da garagem e o jardim. Você tem essa tal menina, Annie, você e seu pai. Sobram três quartos, um fica com Larissa. Sobra um quarto para mim e o Rick e outro para as meninas. Justo?

-Me pegou. –James diz com um ar desapontado. Ele não poderia ficar no quarto comigo, sua mãe já suspeita de traição. Imagina se ela inventa coisa na cabeça e fala tudo para Clarisse?

Todos seguem para os determinados aposentos. Não vou para casa porquê minha mãe esta lá e pensa que estou na escola.

Eu não gosto da Jeanine. Ela some por seis anos e chega se metendo em tudo. Acho que ela pensa que James vai dar corda para ela. James é muito difícil, duvido que ela recompense ter sumido. Eu me pergunto o que tinha na suposta carta que ela enviou. Será que ela falou que conheceu Rick e se apaixonou pelo ricaço? Ou ela engravidou das meninas e deu o golpe da barriga? Ou ela simplesmente escreveu que não queria ser encontrada e apareceu aqui? É difícil supor quando não sei a idade exata das gêmeas.

Entro no quarto no fim do corredor, o quarto de James é no outro fim do corredor, na outra extremidade. O quarto que entro é bonito. Lençóis de materiais que nunca vi, cortinas que reconheço como seda, um guarda roupa no canto branco de madeira que combina com a armação da cama, abajures, uma mesa de cabeceira, além da cama ser de casal. A luz entra de leve pela janela. É um belo quarto.

Me instalo na cama e fecho os olhos. Passo minutos, que se sentem como horas, sem conseguir pregar o olho. Escuto uma batida leve na porta.

Me levanto para abrir a porta. E ali James estava, do mesmo jeito que eu. Olhos acordados.

-Não conseguiu dormir também? –Pergunta sussurrando.

-Parece que não. –Respondo sussurrando dando espaço para ele passar. –Jeanine não gostou de mim.

Ele passa com passos leves. Acho que alguém não quer que Jeanine suspeite.

-Ela não gosta de ninguém. Você viu como...

-Ela chegou se achando a rainha? Sim, eu vi. –Completo.

-Não! Como ela é em si. –Ele diz em uma voz baixa, mas consigo notar o ódio na sua voz.

-Você veio dormir aqui? –Pergunto mudando de assunto, mexendo no meu cabelo.

-Já que insiste. –Ele diz se jogando na cama.

Sorrio.

Deito ao lado dele e rapidamente caio no sono. Jeanine NUNCA vai separar a gente se Clarisse não conseguiu.

- - -

-O que é isso? –Pergunta Jeanine gritando tão alto que eu e James acordamos apavorados.

-Não estava conseguindo dormir. –James diz. Acho errado ele se explicar tanto, mas estamos os dois atordoados demais para pensar em explicar ou não –Então vim para cá, e então Larissa também não conseguia dormir. Então decidi dormir com ela.

Ela não diz nada, mas descobre a gente. Nem eu sei como estamos debaixo do lençol, até ela nos descobrir e revelar uma bela posição conchinha.

-Eu sabia. –Ela diz saindo do quarto.

James olha para a porta furioso enquanto ela sai. Saímos da posição e sentamos os dois na cama de frente um para o outro.

-Ela não entende nada. –Eu digo tentando confortar James- Não é como se sermos amigos seja errado.

-Eu sei. É que realmente, eu andei pensando. Certas coisas estão erradas. –Ele diz abaixando a cabeça.

-Como assim? –Pergunto preocupada. Pego o queixo de James e o levanto delicadamente. –O que quer você vá dizer, diga olhando nos meus olhos. –Peço

-Acho que o que a gente faz é errado. A gente eventualmente acaba se beijando. –James diz.

-Vai direto ao ponto! Você também quer que eu suma porque você acha que os problemas com Claire são minha culpa.

Ele não diz nada. Uma lagrima escorre no canto do meu olho.

-Quem cala, consente. –Digo enquanto me levanto da cama.

Saio do quarto. Fecho a porta. Entro correndo no quarto de James, pegos meus sapatos e os coloco. Lembro no último segundo de Annie e me apresso até o outro quarto de hospedes. Ela estava ali, jazendo. Gritei em cima dela e ela acordou. Ela deve ter visto meus olhos vermelhos porque ela se levantou e me deu um abraço.

-O que ele fez? –Pergunta me soltando levemente.

-Ele acha que eu sou a culpada pelos problemas dele com Claire. Ele acha que não deve mais me ver. É uma longa história. A mãe dele sumida voltou... –Digo. Começo a soluçar. -Se nem ele quer me ver, o que adianta?

-Calma, vamos para casa. Chorar não vai adiantar em nada. –Annie diz.

James sai do quarto quando já estamos na porta.

-Eu levo vocês. –Ele grita.

A última coisa que eu quero é ir para casa com ele. Abro a porta e arrasto Annie comigo.

Pelo sol, são quatro horas. Muito cedo para ir para casa, mas devo tentar. Ando até em casa de cabeça baixa. Annie não ousa dizer uma palavra até chegarmos em casa.

Bato na porta. Eu estou com cheiro de álcool, minha roupa esta amassada, minha mãe vai notar.

-Larissa. –Diz minha mãe com um ar desapontado. Entramos em casa juntas.

-É melhor deixar ela sozinha por uns minutos, Matilda. –Annie aconselha.

-É culpa sua. Você levou a minha doce Larissa para uma festa, não foi? –Pergunta minha mãe. Não vou deixar a culpa cair em Annie.

-Eu levei Annie para uma festa, fui eu. Desculpa, eu fui lá, então... –Eu tento dizer mas minha voz falha.

-Admiro sua atitude, Larissa. Mas Annie é maior de idade e não deveria ter te levado para essa festa. Olhe para você! Você passou a noite Deus-sabe-onde com Deus-sabe-quem. E Annie, a mais velha? Te deixou ir, de fato, foi com você. –Minha mãe diz brigando. Ela fala as coisas tão perfeitamente que se percebe logo que foi ensaiado. Ela ensaiou uma bronca!

-Não, mãe. Isso não é verdade. Annie simplesmente foi na festa comigo. Eu queria ir. Eu nunca fui numa maldita de uma festa, mãe. É difícil entender que eu quero ser uma adolescente como todas as outras. Mesmo que você tente me fazer perfeita, eu nunca vou ser o suficiente. Por mais que você finja que aprova tudo, eu sei que não aprova.

A encaro por alguns segundo e depois corro para o meu quarto, o único lugar seguro da casa. Minhas lagrimas descem como fogo dos meus olhos. Se eu soubesse que é tão difícil, talvez eu não teria me deixado mudar.


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Notas finais do capítulo

:D gostaram? Deixem reviews :D Beijos!



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