Bad Luck escrita por Ponycat


Capítulo 13
Jeanine, Clarisse E Mais Outros Problemas


Notas iniciais do capítulo

Nossa, desculpa por passar esse tempo sem postar. Eu estava em semana de prova, nao passei em uma materia... É dose! Enfim, eu voltei e quero terminar a historia, que ja se encontra numa reta final. Beijos! Até o proximo capitulo.



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Cap. 13

Pov. James

Larissa sai com Annie da casa. Eu não entendo como fiz isso. Mal pensei antes de falar algo assim, de pensar algo assim. Respiro fundo. Não posso fazer nada além de pensar no que fazer em seguida, mas agora sem Larissa, com certeza as coisas vão ficar melhores entre eu e Claire e entre eu e Jeanine.

Entro no meu quarto em busca do meu celular. As coisas vão caindo sobre mim, e um peso enorme tenta me engolir. Como eu fui fazer chorar alguém que só me fez sorrir? Olho para a cama bagunçada. Eu lembro de basicamente tudo ontem à noite e não estava tão bêbado quando aparentava... Ninguém fica bêbado assim em pouco tempo. Sinto vergonha. Eu usei ela? Ela me usou? Usamos um ao outro? Talvez eu precisava de um descanso, precisava colocar tudo que eu queria fazer em pratica por alguns minutos. Enfim, eu estava meio que sóbrio ontem à noite. Meio que! Não tinha exatamente controle sobre minhas ações. Eu só consigo me lembrar de depois que acordei no carro.

–James? –Pergunta Katherine, a calada. Eu mal a vi entrando no quarto. Sacudo a cabeça e viro, parando de fingir que procuro meu celular.

–Sim? –Respondo nervosamente.

–Eu vi Larissa chorando. Você a machucou? –Pergunta minha pequena irmã perdida. É dramático, não? Saber que você tinha irmãs!

–Eu tive que fazer isso, Kat. Um dia você vai entender. –Respondo –Eu não bati nela, mas disse umas coisas que ela não gostou muito.

–Você não gosta dela? –Pergunta

–Eu a amo. Mas não posso fazer isso com as pessoas... É complicado, Katherine. Ela é muito egoísta e vai levar um tempo para entender. –Digo me esquecendo que ela tinha por volta de cinco anos.

–O que é egoísta?

–Uma pessoa que só pensa em si. Que não se importa com o que os outros vão sentir dependendo de suas ações.

–Jeanine.

–Sua mãe?

–Nossa mãe. –Corrige a loirinha –Eu acho que ela é egoísta.

–Não fala para ela, mas sim, eu também acho ela muito egoísta. –digo lembrando do fato de ela ter me abandonado. Até que a pequenina é muito inteligente. Puxou ao mesmo lado que o irmão.

–Ela veio aqui porque papai está quebrando. –Diz a pequena

–Quebrando?

–É, eu ouvi eles conversando. Papai disse que não tem mais dinheiro e que a gente não pode mais morar em Londres.

–Nossa. –Digo pensativo. Quer dizer que eles vieram por puro interesse? Minha mãe me deixou, e quando penso que ela voltou por mim, ela voltou por falta de verba? Eu me sinto iludido, enganado e principalmente com raiva de mim mesmo por ter achado que ela voltou por minha causa.

–A Hanna disse que a Larissa é bonita. –Diz Katherine mudando de assunto. Acho que ela não quer falar sobre isso tanto quanto eu

–É, ela é. –Concordo

–Porquê você não namora com ela?

–Porque eu já tenho namorada.

–Ah, o.k. –A menina diz olhando para mim com aqueles olhos enormes

–Você quer conhecer minha namorada? –Pergunto

–Quero! –Ela diz abrindo um sorriso. Coisa fofa!

–Espera um segundo –volto a busca do meu Iphone, Joaquim.

Encontro Joaquim na gaveta número dois, na mesa de cabeceira. Ele “cochilava”, mas assim que o “acordei”, escutei o barulho de mil notificações de mensagens. Clarisse.

A ultima foi:

“Estou saindo mais cedo da escola, seu pai pediu que eu fosse te ver. Chego em meia hora. Você melhorou? Responde”

Clarisse, dez minutos atrás.

Minha cara ficou roxa. Ela chega em vinte minutos com toda essa bagunça aqui em casa? Não me refiro a sujeira, mas é muita notícia para se engolir de uma vez. Eu deveria ter ligado para meu pai no segundo que Jeanine pisou no nosso piso de madeira de carvalho.

Corro até o quarto de Jeanine deixando a pequena que esperava que eu falasse com ela perplexa. Ela deve achar que sou louco.

–Jeanine, abre essa porta. –Grito atrás da grossa porta de madeira. Bato com pressa milhões de vezes jorrando impaciência.

Ela abre lentamente e me joga um olhar de desdém.

–Terminou com a Larissa? Ou vocês vão continuar se encontrando? –Ela diz enquanto cruza os finos braços que tem.

–Sim. –Respondo firmemente. Até perceber que respondi uma besteira. Nunca existiu eu e Larissa em primeiro lugar. - Quero dizer... –começo a dizer.

Decido não perder tempo e vou direto ao ponto sem completar minha frase:

–Clarisse está chegando aqui. Pode fazer o favor de não comentar nada com ela sobre Larissa?

–Pode ser. Você já quebrou o coração dela mesmo. Não tem pra quê dizer algo. –Ela diz soando um pouco indignada, como se não quisesse dizer isso. Ela fecha a porta na minha cara, com certeza foi se arrumar para conhecer Claire.

Vou até a sala de estar esperar pela loira, que certamente vai chegar cinco minutos mais cedo. É típico dela. Eu estou sempre nos lugares na hora, ela chega com antecedência.

A campainha toca. Corro até a porta e tento fazer uma cara de doente.

–Oi querida. –Digo. Ela tenta me beijar mas a afasto. –Estou doente, não quero que pegue.

–Oi, Jam. –Ela diz entrando direto na casa como se eu estivesse escondendo algo.

–Olha, não se assuste. Jeanine voltou depois de seis anos e... Ela tem uma família completa.

–Que maravilha! –Ela diz sorrindo. Olho para ela assustado.

–Você está pensando na mesma pessoa que eu?

–Sim! Sua mãe. Você tem um padrasto e irmãos? –Ela pergunta aparentemente muito contente com tudo isso.

– Sim, irmãs gêmeas. Duas baixinhas e loirinhas como você. –Aponto.

–Ai, que fofas! Cadê elas? –Pergunta olhando em volta. Ela certamente não reagiu como esperado. Mas eu quero ver quando eu contar que eles apareceram aqui por necessidade.

–Devem estar pela casa. Uma é Katherine, a tímida. A outra é Hanna, a agitada.

O jeito que ela reagiu ainda rebate no fundo da minha mente. Foi muito diferente de Larissa, que queria que eu tratasse ela direito por ser minha mãe, mas visivelmente, ela estava em guarda perto dela, como se tivesse medo que... Que ela me machucasse de novo. Larissa realmente se importava comigo, e eu a troquei por Clarisse. É melhor que essa loira valha a pena.

–Hanna? Katherine? –Ela grita.

A pequena Hanna chega na sala correndo como se não houvesse amanhã.

–Clarisse!? –Ela pergunta com um sorriso sapeca –Pensei que ela fosse mais bonita que aquela outra...

–Que outra? –Pergunta Clarisse me encarando irritada

–Que eu saiba, só tem você. –Respondo dando de ombros.

Katherine chega na sala em passos lentos e discretos, como se não quisesse chamar atenção para si, mas então, ela levanta a voz:

–Larissa. –Ela diz abaixando a cabeça. Ela parece se sentir culpada.

–Larissa. –Clarisse repete com ódio. Eu olho para a Katherine assustado. Ela pode muito bem ter pensado como a irmã e ter dito o que deu na cabeça, mas isso não parece obra dela, sobretudo, porque ela chegou depois de Hanna. Jeanine provavelmente mandou que ela dissesse isso.

–Querida, não é o que você pensa. Eu mandei Larissa ir passear, adios, bye Forever... A gente nunca mais vai se falar. –Eu disse.

–Certeza? Porque eu sei contar, e elas chegaram por aqui essa manhã. Como elas sabem soube Larissa?

Gaguejo e não consigo chegar em uma resposta concreta. Eu tenho que parar de mentir, eu não consigo mais mentir. Cheguei no meu limite.

–Eu te amo, Clarisse. Mas você é obcecada, garota. Você pode ser gostosa, loira e tudo de bom. Mas Larissa é linda e me entende. Ficar com você é como uma prisão 24h com peitos. Larissa e eu fomos a uma festa ontem, e um doido não sei das quantas amarrou a gente junto com algemas. Por fim, eu estava bêbado –omito que estava sóbrio o suficiente para saber o que estava acontecendo- e tivemos que dormir na mesma cama. Eu tenho certeza que não aconteceu nada. De manhã, ela estava escondida debaixo dos lençóis. Chamamos um ferreiro... –Continuo a explicar as coisas e o rosto de Clarisse fica cada vez mais confuso.

Termino de falar e respiro fundo. Clarisse se aproxima de mim lentamente e me dá um tapa na cara, coisa de novela mexicana. Sorrio bobamente. É o fim, finalmente. Não sei se estou feliz ou triste, mas ao ver ela sair pela porta de um sensação de culpa, de vazio e principalmente de alivio.

As gêmeas já haviam abandonado a sala, mas só agora me dei conta.

Me dei conta de mais coisas nesses últimos cinco minutos do que na semana passada. Esse tapa me acordou para a vida. Se eu sinto melhor sendo amigo de Larissa e Clarisse estraga tudo, eu não sei porque não botar fim em algo que já deveria ter acabado a muito tempo. Sem mencionar que Clarisse é de verdade, enlouquecidamente ciumenta. Eu imagino se tivesse ficado com ela, talvez eu fosse um cara feliz, mas então eu imagino Larissa. Larissa, a única pessoa que conseguiria me fazer sorrir agora.

Corro até a porta, ainda esbarrando com Clarisse em seu carro esportivo. Ignoro seu rosto triste e abro a porta da garagem. Subo na minha moto fantástica e corro o mais rápido possível para a casa da minha amiga, a minha melhor amiga.

Vou até a janela do quarto dela, que por um acaso, eu decorei onde era da última vez que vim.

–Larissa, me desculpa! –Grito.

Ela abre a janela.

–Você deveria ir embora, garoto. –Annie diz –Larissa já está mal o suficiente. E minha cabeça está latejando, assim como a sua cara vai ficar se você não parar de gritar na droga da janela!

–Eu quero desfazer o que eu fiz. Pelamor, Annie! –Digo irritado. Annie protege a Larissa nas horas erradas. Quando é para ir numa festa beber, ela vai e bebe também. Agora para me deixar fazer as pazes? Não!

–Calado. –Ela diz fechando a janela. Pude ver de relance uma Larissa com a cara enfiada em meio de almofadas. Eu quebrei dois corações em um dia? Isso deveria ser um Record.

–Larissa eu te amo, muito. Tudo que eu fiz foi um erro, me perdoa? Eu me livrei de Clarisse. Sem Clarisse na minha vida. Tudo por você, você é minha melhor amiga. –Eu grito na janela como um louco.

A janela se abre de novo.

–Isso é muito fofo, menino. –Diz Annie sorrindo. –Sério que você se livrou da vadia de Seattle?

–Sim, só falta mudar o status no face. Eu acabei de terminar com ela porque não aguento mais, Annie.

–Okay, agora você para de gritar? Eu juro que saio por essa janela e te dou um soco no meio da fuça de você não vazar. –Ela diz furiosa.

–Não saio até eu conseguir aquela baixinha de cabelos coloridos na minha frente.

–Okay! Eu chamo a Hayley Williams. –Ela diz. Ela termina de falar e fecha a janela na minha cara.

–Ei! –Grito. Penso que ela vai sair e me ignorar.

A janela se abre e Larissa está ali, olhando para mim com os olhos inchados. Não penso duas vezes e pulo pela janela para chegar mais perto. Não sei se é instinto, mas envolvo ela com meus braços. Não é como se ela me abraçasse de volta, mas é confortável ficar ali.

–Eu te amo. –Sussurro. A solto lentamente.

–Eu sei. –Ela diz sorrido. É claro que é uma piada.

–Sério!? Essa eu não deixava! –Diz Annie sorrido.

–Eu também te amo. –Larissa diz. –Mas não posso mais, James. Você pode ser lindo, sexy, legal, badass, descolado... Mas eu nunca vou conseguir fazer isso, nunca vou conseguir para de pensar... Como eu sou idiota de pensar nisso. Eu...

–Eu sou sexy? –Pergunto.

–É.

–Quer dizer que eu sou sexy? –Pergunto de novo.

–Você que eu desenhe?

–Você se importaria se eu dissesse que você é sexy também?

–Sim. É estranho.

–Você é muito sexy.

–Viu? Estamos fazendo de novo! –Fala Larissa. Ela começa a andar de um lado para o outro pensativa. –A gente não deveria ser assim. Eu não deveria falar isso, nem me comportar assim... Porque raios eu estou aqui? Para ser legal com você? Eu choro, e depois de dois segundos falando com você, eu não consigo ficar com raiva.

–Deixa eu adivinhar? –Pergunto à Annie. –Primeira crise existencial de Larissa?

–Pelo jeito, acho que é. –Ela responde encostando na parede com ar de entediada. Eu me junto a ela enquanto Larissa perambula pelo quarto pensando na vida e gritando sozinha coisas estranhas.

Ela faz isso por um tempo, até que eu decido tomar uma atitude. Minhas mãos tremem um pouco, mas eu paro Larissa e a puxo pela cintura delicadamente, ela para de falar e cora violentamente. É divertido ver ela assim. Me aproximo um pouco, e quando vejo, estamos nos beijando com toda a química que eu e Clarisse não tínhamos. Larissa começa a tirar meu moletom, por sorte eu tenho uma camiseta por baixo. Nós nos jogamos na cama, mas antes que eu começasse a operação tirar sutiã...

–Hemp... –Pigarreia Annie. Nos desenroscamos um do outro, Larissa parece atordoada.

–Desculpa. –Larissa diz a Annie. Ela pula para fora da cama, para fora do meu abraço.

–Eu estou mais confusa do que acho que deveria estar. –Annie diz. O silencio reina e deixa as coisas mais estranhas. Não me atrevo a me mover, assim como Larissa, que estava olhando para o teto.

–Okay... –Annie quebra o gelo.

–Eu acho que deveríamos sair. –Larissa diz. –Eu estou desesperada, ainda com as roupas de ontem, mas eu preciso sair. Minha mãe decidiu que tudo é culpa de Annie e eu preciso ficar o mais longe dela possível.

–É verdade, Lari. –Annie confirma. –Mas não acho que Matilda vá deixar você sair.

–Eu tenho 15 anos e uma grande janela. –Ela diz cruzando os braços –Não acho que Matilda nenhuma pode me parar de respirar um pouco.

–Mas eu não posso te deixar ir. –Annie diz –Sua mãe está certa, eu sou a mais velha. Não posso te dar todos esses maus exemplos. Depois de 24 anos, eu acho que é a hora de eu crescer, e se eu cresci, não vou poder deixar você fazer isso.

–Mas Annie! Ela está de marca serrada comigo. –Larissa grita. Annie revira os olhos.

–Você tem só 15 anos, ainda tem tempo para fazer muita besteira. Eu tenho que crescer. –Annie diz sorrindo –Estou dizendo tanta coisa idiota, mas tudo faz sentido.

–Ok, chega do seu momento de descobertas, Annie. Eu preciso sair dessa casa. –Ela diz abrindo a janela com violência. Ela me puxa para fora da cama, quer que vá com ela para fora deixando Annie, que parece fazer o seu melhor para não protestar.

–Ei, qual é o problema? –Pergunto a seguindo enquanto ela dava passos rápidos até pantera, que estava estacionada na frente da sua casa.

–Eu posso passar uns dias na sua casa? –Pergunta sem olhar para mim. Ela apoia os braços no banco da moto.

–Claro, se conseguir suportar Jeanine. –Eu respondo imediatamente. Eu sei que meu pai não se importaria.

–Eu vou fazer uma bolsa, pode ser? Não pretendo ficar muito tempo, prometo. –Ela diz com uma voz de choro. Ela funga e finalmente se vira para mim.

A primeira coisa que faço e a abraçar forte, como se eu tentasse bloquear toda a tristeza dela, mas eu sei que não sou o porto seguro dela, e sei que não sou a solução, e sim, a razão de todos os problemas. Ela me abraça de volta e me dá um beijo estalado na bochecha, depois se solta e sai correndo de volta para a janela do seu quarto.

A espero no lado de fora por cinco minutos, ela sai ainda chorando com uma bolsa nas costas.

–Vamos. –Ela diz

Subo na moto e ela se prende nas minhas costas, ainda com lagrimas nos olhos, suponho.


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Notas finais do capítulo

Desculpa por demorar tanto! Beijos.



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