Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 7
Capítulo Seis


Notas iniciais do capítulo

Sem ideia do que dizer aqui...Então, leiam e se divirtam, eu gostei desse capítulo, apesar de estar bem simples *-*



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CAPÍTULO SEIS



Olhei novamente para ter certeza, e realmente era quem eu estava pensando ver. O garoto punk, aquele mesmo que me deu carona naquele dia na estrada, ele estava ali, na minha frente com a mão estendida, não pensei duas vezes e segurei na mão dele, que me puxou com força e começou a correr, não conseguia acompanhar direito os seus passos, o salto do meu sapato já estava quebrado - a Giselle vai me matar com isso - e estava cansada e ofegante, o garoto corria muito rápido.

- Ei, para onde estamos indo? Nem sei se posso confiar em você - falei com a voz cansada.

- Não pode confiar Neles - foi só o que ele disse e continuou me arrastando.

Até que tudo mudou novamente, não tinha mais ventos, nem árvores caindo e nem a sensação de se estar sendo perseguida. Tudo parou do nada, como num passe de mágica.

Soltei a mão do garoto e parei curvada segurando os joelhos e tentando respirar, ainda não dava para acreditar no que tinha acontecido.

- Quem é você e o que fazia na floresta? - perguntei quando consegui encontrar as palavras.

Ele me olhou, deu um suspiro e respondeu:

- Bom, eu estava procurando um cara que parecia me seguir na festa, então entrei na floresta em busca dele e essas coisas estranhas começaram a acontecer. E você, o que fazia aqui?

Ainda estava meio que em choque com que ele disse, será que era a mesma pessoa que me seguia? Só pode, senão é muito coincidência.

- A mesma coisa que você. Você não acha tudo isso muito estranho? - olhei para trás como se alguém pudesse estar ali a espreita.

- Tudo na minha vida anda estranho... - ele parecia querer dizer mais coisas, mas se interrompeu dizendo: - Vem, vamos logo sair dessa floresta.

Nem perguntei se ele sabia o caminho, só o segui.

A floresta de noite é muito escura e mal dá para enxergar as coisas ao redor, a única fonte de luz vinha da lua que ilumina algumas partes da mata, mas o garoto punk parecia tão confiante andando na frente e desviando das coisas facilmente, que eu estava estranhando, aliás, tudo nele é de se estranhar.

Depois de alguns minutos andando, chegamos na parte em que tinha a festa, o lugar estava todo escuro e deserto, não tinha ninguém no local. Pelo visto as pessoas se assustaram mesmo, só quero saber em que estado está a Giselle, em nível de ataque cardíaco creio eu.

Tirei os sapatos e os segurei nas mãos. Sério, por que não os tinha tirado antes? Mas enfim, tive que andar com mais cuidado naquela escuridão descalça, mas como sou tipo, muito desastrada e sem sorte, o que houve? Pisei bem em cima de uma garrafa quebrada no chão.

Comecei a sentir meu pé direito arder e quando colocava ele no chão ficava fisgando. O garoto punk andava muito rápido e eu com o pé machucado não dava para acompanhar os passos dele.

- Peraí, eu machuquei o pé, dá para andar mais devagar? - me segurei numa árvore para tentar ver o estado do corte, mas não dava para ver direito, só sentia algo quente escorrendo do meu pé e aquilo estava ardendo muito.

O garoto pareceu se ligar que não estava sozinho e voltou para onde eu estava.

- Pra que tirou o sapato? Não sabe que em uma floresta ou um lugar que teve festas não se deve andar descalça? - ele disse bem grosso.

- Ok, se você sabe andar rápido com um salto de sapato quebrado, poderia me dizer como se faz?

Ele revirou os olhos e puxou meu pé colocando-o sobre sua perna. Dava para ver que ele não era nem um pouco delicado para mexer com machucados.

- Aiiii, para, solta meu pé! Está ardendo... - tentei puxar meu pé, mas acabei me desequilibrando e caindo sentada no chão.

- Deixa de ser fresca. Vamos logo, eu te carrego - ele facilmente me pegou no chão e me colocou no colo como se eu fosse um bebê.

- Ei, eu não preciso ser carregada, consigo andar! - protestei.

Mas ele não respondeu nada, só continuou me carregando. E aquele balançar dava tanto sono...


#####


Despertei assustada e olhando para todos os lados. Como assim estava no meu quarto e na minha cama?! Não me lembro de como vim parar em casa, só sei que estava no colo do garoto punk que não sei o nome até agora e estava morrendo de sono, depois...Puf, acordei aqui na minha cama.

Ainda estava com a roupa da festa e um curativo branco estava enrolado em volta do meu pé, quando mexi senti ainda arder um pouco. Será que foi quem que fez? Não sei.

Levantei com um pouco de dificuldade por causa do machucado e acabei tropeçando nos meus sapatos com o salto quebrado que estavam jogados no chão ao lado da cama. Será que a Giselle já sabe que estou em casa, aliás, será que alguém viu a hora que cheguei?

Olhei para o relógio e me sobressaltei, eram uma hora da tarde, perdi completamente o horário do colégio e como não se pode contar com a Sophie para me acordar e a Sara desde ontem de noite não está aqui em casa, pois foi visitar um parente doente, eu não tinha como acordar.

Quer saber, nem me importei, teria preguiça de ir para o colégio hoje mesmo e de qualquer forma acabaria faltando.

Peguei meu celular dentro da bolsa e ele estava descarregado, é claro né, se não já teria ouvido ele tocar umas mil vezes com a Giselle me perturbando. Uma coisa me veio na cabeça quando peguei minha bolsa...Pelo menos sei que aquele garoto não é um ladrão, senão com certeza teria levado minha bolsa embora com tudo que tem dentro, apesar que não tinha muito dinheiro ali.

Fui para o banheiro tomar um banho e quando molhei o corte do meu pé, quase morri, estava ardendo muito, nem sei se tinha ficado algum caco de vidro ali dentro, mas creio que não, senão sentiria.

Coloquei um vestido floral e deixei meu cabelo molhado solto mesmo para secar. Não teria como colocar sapato nenhum com aquele machucado, mas pretendia ficar em casa mesmo, quero ver amanhã quando tiver que colocar um sapato para ir à escola.

Desci as escadas numa perna só para não forçar o outro pé, mas te digo, é muito perigoso descer escadas pulando em uma perna e como sou desastrada e caio atoa, o melhor era descer na ponta do pé.

Como esse lugar é libertador quando fico aqui sozinha, um silêncio tão bom e a casa só para mim é perfeito.

Vou para cozinha comer alguma coisa que estou morta de fome. Coloco um hambúrguer daqueles congelados no microondas - não sou muito saudável - e enquanto espero ficar pronto, vou atender o telefone que toca desesperadamente. Grito um "já vou" como se quem estivesse no outro lado da linha pudesse me ouvir.

- Giselle, não precisa insistir tanto e...- parei de falar quando notei que não era minha amiga do outro lado da linha, o telefone estava silencioso do outro lado, mas podia notar a respiração de alguém.

- Alôoooooo - falei já irritada.

A linha continuou silenciosa, até que uma voz rouca em sussurros disse:

- Não está sozinha.

Quando disse isso desligou e foi no momento exato em que o microondas apito, fazendo-me levar um susto e deixar o telefone cair no chão.

Retire o que disse sobre ser bom ficar nessa casa sozinha, na verdade é, mas não quando se está sendo perseguida por alguém estranho.

Cada passo que eu dava eu olhava para todos os lados, não me sentia nem um pouco segura. Peguei meu hambúrguer e corri para meu quarto me trancando lá, mas quando já estava no local, achei que seria melhor ficar na sala, que é mais perto da porta e já que a casa é quase toda de vidro, seria mais fácil as pessoas me verem pedindo ajuda. De qualquer jeito já estava no meu quarto e estava com medo de sair de novo, a qualquer momento a Sophie vai chegar do colégio e não vou mais ficar sozinha. Nunca pensei que algum dia iria querer que minha "irmã" chegasse logo em casa.

Estava muito bem - nem tão assim - comendo meu sanduíche, quando notei algo vindo do meu lado, uma luz fraquinha, quase que imperceptível vinha de um papel, que por incrível que pareça, era o segundo símbolo e que estava trancado dentro da minha caixinha dentro do guarda-roupa. Não sei como foi para ali. Peguei e quando virei, no papel estava escrito "Solus", tradução, "Sozinha".

Tinha algo estranho ali, atrás do papel do primeiro símbolo estava escrito "Encontre-me" e agora atrás desse estava escrito "Sozinha", isso quer dizer que vou ter que esperar alguma pista do terceiro símbolo para saber o que isso quer dizer.

Ainda estava tentando entender aquelas palavras, quando ouço batidas bem fortes na porta do meu quarto, olho assustada naquela direção, parecia que a qualquer momento a porta iria desabar...


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Notas finais do capítulo

Reviews? Se existe algum leitor fantasma entre nós, por favor, nos dê um sinal de vida... rsrs