Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 6
Capítulo Cinco


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelo capítulo enorme, mas não fiquem com preguiça de ler e desistam, estava empolgada para escrever então saiu longo, eu pelo menos gostei desse capítulo rsrs



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CAPÍTULO CINCO

    Fiquei com medo de continuar segurando aquele papel e joguei ele lá para dentro da caixinha trancando-o lá dentro. Olhava para os lados como de alguma forma alguém pudesse ter feito aquela brincadeira comigo, mas só de pensar que alguém pudesse ter entrado no meu quarto sem eu saber, já me deixava com medo.

    Está tudo muito, muito, mas muito estranho, o que aqueles papéis com símbolos tem haver comigo? E agora aquela palavras...será que já estava escrito antes e eu que não percebi? Não, eu me recordo de ter olhado dos dois lados, realmente não sei o que há com a minha vida, será que é algum tipo de loucura e eu precise ir para um hospício? Vai que tudo seja coisa da minha cabeça... 

    A Giselle foi bem pontual, chegou aqui em casa quatro horas com uma bolsa enorme que no mínimo eram as roupas que iríamos usar, tinha medo de abrir e ver o que tinha ali dentro. 

    Para minha sorte, a Sophie e a Morgana não estavam em casa, tinham ido para algum lugar que não me interessava, mas é legal não te-las por perto, assim eu e minha amiga podemos ficar mais livres pela residência sem ninguém reclamando que estamos sendo ridículas ou barulhentas demais. 

    - Cara, sua casa é tão boa sem aquelas cadelas psicóticas - a Giselle disse se jogando no sofá branco da sala, se a Morgana soubesse disso teria tido um surto, ia dizer que o sofá é muito chique para qualquer um sentar. 

    - Sempre sinto um alívio quando elas não estão - respondi. 

    Peguei a bolsa que a Giselle trouxe e a abri, lá dentro tinha algumas opções de roupas, mas nenhuma me agradava muito, era tudo muito curto, decotado e colado e os sapatos cada um com um salto maior que o outro e tinha uns que nem salto tinha, nem me atrevo a colocar aqueles, no primeiro passo já teria caído  antes mesmo de sair de casa. 

    - Não quer mesmo que eu coloque isso, né? - perguntei com os olhos arregalados. 

    - Claro que sim, e você vai vestir. Vamos para uma festa, Eloísa, temos que chegar arrasando! 

    Olhei mais uma vez para as roupas, ainda não conseguia me imaginar vestindo aquilo, ia me sentir ridícula e quase nua. 

    - Não vou vestir, vou ficar muito exposta com isso. 

    - Deixa de ser palhaça, a festa é ótima, as pessoas se vestem assim para ir para lá e não vamos chegar no lugar parecendo que estamos indo para o Alasca, completamente tampadas e agasalhadas. 

    - Mas o tempo está fresco, podemos ficar doente, sabia? Não quero isso. 

    A Giselle revirou os olhos e ligou a TV, aquilo queria dizer que a conversa estava acabada e que eu vestiria aquelas roupas, querendo ou não. 

#####

    - Posso ver agora? - perguntei. 

    Eu estava sentada na poltrona cor de rosa enquanto a Giselle me maquiava, já estava curiosa em saber como ficaria o resultado, mas ela estava demorando. 

    - Calma...só mais um pouco. 

    Bufei e continue ali sentada e já com o pescoço doendo de ficar com a cabeça virada para cima. 

    - Pronto! Pode abrir os olhos e ver. 

    Fui para frente do espelho receosa e quando me vi quase levei um susto, aquela garota que me encarava de volta não parecia ser eu. Estava HORRÍVEL, meus olhos estavam com uma maquiagem super escura e o batom vermelho vivo não ajudava muito a produção. 

    - O que achou? - a Giselle perguntou ansiosa. 

    - O que você acha? Me sinto ridícula com essa roupa e com essa maquiagem escura demais. Acho que vou tirar. 

    - Nada disso, demorei muito tempo nessa produção e fora que vai ficar tudo borrado quando tirar e não temos tempo para montar outra maquiagem. 

    Nem deu tempo de dizer nada, a Giselle me puxou pelo braço quase me derrubando pela escada. Assim chegamos na sala a Sara nos olhou e quando pousou os olhos em mim tentou conter o riso, tenho certeza disso. 

    O carro que íamos era o da tia da Giselle, então tínhamos que ter o máximo de cuidado com ele, pois aquela mulher tinha um tremendo cuidado com aquele automóvel, acho que se chegássemos com ele com um arranhãozinho ela teria um infarto. 

    - Estou com medo de onde você vai me enfiar - disse enquanto colocava o cinto bem preso, minha amiga dirigi rápido demais que a pessoa que anda com ela tem que se agarrar no banco e não mexer a cabeça, pois senão vai dar jeito no pescoço, parece até aqueles brinquedos de parque de diversão, só que no carro corremos mais riscos. 

    - Confie em mim - ela disse com um risinho no rosto e ligou o carro. 

    Me preparei, respire fundo e fiquei na posição que teria que ficar o caminho todo. 

#####

    Cerca de quarenta minutos depois e eu já com câimbras de ficar na mesma posição, enfim chegamos, aliás, chegamos numa floresta. Tinha um monte de carros parados por ali, a Giselle disse que era um esconderijo, para caso a polícia passasse, não iria ver os carros e assim não chegariam até onde era a festa, ou seja, tudo completamente perigoso, espero que não tenham animais ferozes aqui. 

    Tinha um caminho no meio de um bando de árvores e os galhos mais baixos atrapalhavam a passagem e perdi as contas de quantas vezes me arranhei, era muita pele exposta naquele vestido curto e o salto enorme para andar numa floresta não é a melhor opção. Me agarrei no braço da minha amiga e ela estava praticamente me carregando. 

    No lugar onde estávamos passando já dava para ouvir a música alta tocando, o lugar era um pouquinho longe para chegar, tínhamos que seguir um trilha com umas setas indicando para onde ir, tinha um monte de outras pessoas andando junto com a gente e todos já na empolgação, falando sobre bebidas, agarração, e coisas do tipo. 

    - Onde que é isso? Vamos ter que entrar por debaixo da terra agora? - perguntei já irritada, o sapato já estava me cansando e nem cheguei na festa. 

    - Já estamos chegando, é só virar ali e voalá, chegamos - a Giselle respondeu empolgada, pelo menos uma de nós estava feliz com aquilo ali. 

    E como minha amiga disse, demos uma última curva e lá estava, uma enorme casa abandonada no meio de uma floresta, o lugar só parecia vivo por causa da enorme quantidade de gente que se aglomerava ao redor da casa e das músicas e luzes que vinham de lá de dentro. 

    Sabe aquele momento em que você olha para um lugar e sente completamente excluída dali? Então, era assim que eu me senti naquele momento que vi aquelas pessoas. Para todo lado que olhava era pessoas se agarrando, mulheres com roupas super curtas e vulgares e homens querendo pagar de machão. 

    A Giselle me arrastou até a entrada e falou lá algumas coisas com um homem com cara de mau e depois ele abriu uma corda que cercava o local e nos deixou entrar. 

    - Vamos amiga, tira essa cara de séria e entediada e vamos entrar logo na casa, lá é bem melhor que aqui fora. 

    -  Você sabe que não gosto desse tipo de festa, né? Então, me deixe assim - disse ainda estranhando aquele lugar. 

    - Você vai se divertir, vamos. 

    Entramos na casa, ou melhor, estávamos tentando entrar, estava muito cheio e tivemos que empurrar um monte de pessoas para passar para a parte de dentro. O som estava muito alto e tocava uma música eletrônica e as luzes piscavam de acordo com a batida. 

    Me agarrei bem forte no braço da Giselle para não me perder ali, tenho certeza de que nunca mais acharia a saída daquele local, nem sei me achar naquela trilha que nunca andei na minha vida. 

    Entramos em um dos aposentos da casa - e que casa grande por sinal - que tinha um palco com com um monte de pessoas dançando em cima, e todos lá enlouquecidos, alguns querendo subir no palco, mas tinha uma fila para dançar lá, tipo, isso é ridículo, imagine só se eu subo naquele palco e tem uma pessoa do meu colégio lá? Iam me zoar pelo resto da vida e fora que não sei dançar nem um pouco, só a dança do robô. 

    - Giselle, para onde está me levando? - perguntei gritando e mesmo assim não dava para ouvir direito. 

    - Vou falar com meu colega, um dos donos dessa festa, quero te apresentar para ele - minha amiga respondeu gritando. 

    Como se eu quisesse muito conhecer esse cara que dá festas no meio do nada, será que foi uma boa ideia mesmo vir aqui? Não sei, só sei que estava cada vez mais agoniada com aquele lugar, cada passo que dávamos parecia que estava mais cheio e eu me sinto muito mal em lugares como esse e como aquela loja. 

    Um desespero começou a se apoderar em mim. E se eu cair ali? Será que nesse lugar tem paramédicos? Vou ser pisoteada por essas pessoas loucas, isso sim. 

    Depois de passar por um monte de gente me empurrando e eu quase sendo assediada, enfim chegamos em um corredor que estava bem mais tranquilo, ele era comprido e com algumas portas, duas eram os banheiros, uma estava escrito "privê", duas portas estavam sem nada escrito e a última foi a que paramos em frente. Aquele corredor era um pouquinho assustador, tinha aquelas luzes fluorescentes azul clarinho que ficava piscando toda hora e tinha uns cara estranhos parados em frente a porta do banheiro que ficaram olhando para minha cara e da Giselle e levantando um cigarro como se fôssemos aceitar. Que droga de lugar é esse? 

    - Que sala é essa? Não sei se quero conhecer esse seu amigo - falei ainda receosa. 

    - Ele é legal - a Giselle disse e bateu na porta. 

    Demorou alguns segundos antes de abrirem, quem abriu a porta foi um cara com roupa de segurança, quem quer que seja esse amigo da Giselle deve ser bem importante, mesmo eu achando que não. 

    - Quero falar com o Liam, diga a ele que é a Giselle - minha amiga disse. 

    O cara fechou a porta e por um segundo achei que ele não quisesse falar com a gente e assim iríamos sair dali, mas não foi isso que aconteceu, o cara abriu a porta e fez um movimento com a cabeça para entramos na sala. 

    O ambiente por dentro não era muito grande, era um quarto junto com sala, tinha uma cama lá no canto com uma cortina meio transparente em volta, uma televisão enorme e uns sofás no outro lado, onde o tal do Liam estava sentado com mais quatro garotas em volta. Então aquela sala deve ser onde ele escolhe as garotas e leva para lá. 

    Assim que vi a cara do Liam, só pensei uma coisa esse cara não presta , eu até sei daquela frase "não julgue as pessoas pela aparência", mas ele não tinha cara de confiável. Tinha o cabelo todo raspado, e tinha tatuagem em todos os lugares que dava para ver, até na cabeça. Usava uma calça rasgada e uma blusa com o desenho de uma mão com o dedo do meio levantado e uma corrente enorme de ouro parecia que pesava no pescoço.  

    - Gigi! - ele falou e se levantou deixando as garotas que estavam ao redor dele nem um pouco felizes.  

    - Sou eu - ela disse rindo - Bom, vim te apresentar minha amiga que disse que ia trazer. Essa é a Eloísa. 

    Ele me olhou me observando de baixo em cima me deixando completamente vermelha, o que deu na Giselle de querer me apresentar a esse cara? Eu não queria isso. 

    - Prazer, querida, sou o Liam - ele pegou minha mão e a beijou como aquele cumprimento antigo. 

    Só consegui dar um risinho nem um pouco simpático, não me sentia bem naquele lugar. 

    - Querem área vip? - ele perguntou olhando de mim para a Giselle. 

    - Não precisa, nos divertimos lá na pista mesmo...Bom, nós já vamos indo, só vim aqui para te apresentar minha amiga, já que disse que queria conhece-la. 

    - Ok e se quiserem ficar por aqui... - o Liam falou com um sorrisinho malicioso nos lábios. 

    - Não, nós já vamos, tchau - falei e puxei a Giselle porta a fora. 

    Ainda bem que quando saímos da sala aqueles caras do cigarro já não estavam mais ali, mas isso não me deixava melhor, tínhamos acabado de chegar na festa e a Giselle não iria querer ir embora naquele momento. 

    - Que foi aquilo? Não gostou do Liam? - a Giselle perguntou rindo. 

    - Claro que não! Ele não tem cara de confiável.

    - Sei disso, prefiro o irmão dele do que ele, mas na hora das festas é bom ser amiga do Liam - minha amiga disse dando de ombros. 

#####

    Não aguentava mais aquela festa, deveria estar ali há uma hora e meia e nesse tempo todo só tentei dançar uns dez minutos e depois sentei numa das cadeiras do bar e fiquei ali tomando um suco de laranja - eu sei, ninguém vai para uma festa e bebe suco de laranja, mas eu sou assim - enquanto a Giselle se jogava na pista de dança dançando com umas pessoas que ela nem conhecia. 

    - Me dá mais um suco, por favor - falei girando minha cadeira para a bancada do bar. 

    - Nossa, você vai ficar bêbada de tanto suco - o cara do bar disse rindo. 

    - Talvez - eu ri também 

    Fiquei lá mais alguns minutos, até que algo no meio da multidão me chama atenção. 

    Uma pessoa está sentada no último banco do bar e usa um casaco preto com um capuz, não sei que é que vem para uma festa com um casaco grande como aquele e ainda colocar o capuz. Mas não era só isso de estranho, a pessoa olhava diretamente para onde eu estava, tentei olhar em volta para ver se era outra pessoa próxima de mim, mas dava para perceber que não era. Me senti incomodada com aquilo, pensei em levantar e ver o que aquele ser queria, mas estava sem coragem. 

    - Eeeeiiii, amigaaaa - a Giselle gritou no meu ouvido - Vem dançar...e o que olha tanto para lá? Está de olho em alguém,hem? 

    - Não, é que tem um cara estranho me observando, ali - quando apontei para onde a pessoa estava, não tinha mais ninguém ali. 

    - Elo, está pirando? Vem dançar, vamos - ela falou puxando meu braço. 

    Olhei para o banco e realmente não tinha mais ninguém ali, fiquei com um pouco de medo. Me levantei e comecei a olhar para a multidão em volta e sim, lá estava aquela pessoa de capuz andando pela aglomeração de gente dançando. 

    - Já volto, te encontro aqui no bar depois - falei para a Giselle e saí andando pela as pessoas sem dar tempo da minha amiga dizer algo ou me seguir. 

    Não podia perder de vista quem quer que fosse, tinha que saber o porque andava me perseguindo e se tem haver com aqueles símbolos que ando achando pelo caminho, mas a pessoa andava rápido demais e tinha muita gente naquele local, quando cheguei no lado de fora da casa, não vi mais ninguém, só pessoas normais e com roupas curtas se agarrando e dançando. 

    Quando já tinha perdido as esperanças de encontrar o ser de capuz, vejo algumas folhas se mexendo no lado oposto a trilha da floresta. 

    Pensei, pensei, pensei e acabei seguindo até onde vi o movimento, não iria longe demais então não daria para me perder, sei que poderia encontrar um casal se agarrando no meio do mato, mas ia correr esse risco, espero que não seja isso. 

    O lugar só tinha claridade até um certo ponto porque vinha da festa, depois era tudo escuro. Olhei ao redor e não achei nada. 

    Dei mais alguns passos vacilantes para frente e der repente o tempo mudou, tudo mudou ao redor. Começou a ventar, um vento muito forte mesmo daqueles de ter que se segurar em uma árvore para não ser levada, meu cabelo batia todo na cara e enormes trovões soavam no céu. A floresta ficou toda escura assim como onde a festa estava acontecendo, acabou a luz do local, conseguia ouvir as pessoas todas gritando e som de correria, deveriam achar que a polícia estava chegando ou algo assim e...Ai meu Deus, a Giselle... como vou achar ela? Como vou embora? Não sei o caminho daquela trilha e está tudo escuro. 

    Não tinha muito tempo de pensar naquele momento, tinha que arranjar um jeito de sair daquele lugar, mas não dava para andar direito, o vento me arrastava para trás e as árvores começaram a cair, isso mesmo, estavam caindo uma por uma, estava me sentindo com medo e insegura num lugar que não conhecia e acontecendo fenômenos estranhos. Tive que correr, sentia que estava sendo seguida por alguém que eu não consegui ver e nem dava para ouvir passos, mas sentia que estava atrás de mim. 

    Não sabia mais o que fazer, sentia um frio pela minha perna como se mãos invisíveis tentassem me puxar para trás. Olhei para trás para ver se via alguém, mas nada. Quando olhei para a frente de novo, levei um susto... 


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Notas finais do capítulo

Ainda não esqueci do negócio de colocar a imagem dos símbolos, só tenho que ter tempo de desenha-los. Até em breve e deixam reviews :)