Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 8
Capítulo Sete


Notas iniciais do capítulo

Estava um pouco desanimada para escrever, mas não queria deixa-los esperando muito tempo, então resolvi fazer o capítulo... E aí está :)



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CAPÍTULO SETE 

    As batidas persistiam, olhei para a porta assustada, perguntei quem era mais nenhuma resposta se seguiu e depois um silencio predominou, sem nenhum sinal de que alguma pessoa esteve ali. Coloquei o prato com o hambúrguer em cima da cama e fui dando passos vacilantes em direção a porta, tentei me concentrar para ver se ouvia algo, mas nada mesmo, um silencio que dava medo. 

    Tomei coragem e abri a porta. 

    Do outro lado, não tinha ninguém - como já esperava - , mas tinha marcas na porta, como se garras tivesse arranhado a madeira, pareciam de algum animal ou coisa parecida, a Sophie tem a unha enorme, mas tenho certeza de que não foi ela, senão já a teria ouvido gritando e estourando os ouvidos de todo mundo. 

    Passei a mão pelos arranhados e estavam realmente fundos, aquela madeira da porta é muito dura para estar naquele estado, mais um pouco teria perfurado, agora não sei nem o que vou falar quando a Morgana chegar em casa e ver isso, vai achar que eu tive um surto e comecei a arranhar a porta com a faca e vai querer me jogar num manicômio. 

    Estava pronta para entrar de volta no quarto e pensar numa resposta coerente para dar para a Morgana, quando sinto algo quente na minha nuca, mais especificadamente uma respiração e profunda. 

    Gelei naquele momento, virar ou não virar? virar ou não virar? virar ou não virar? Eu realmente não sabia o que fazer, já estava suando frio naquele momento, pensei em correr rápido para o quarto e trancar a porta, mas ela já estava fraca e caíria com qualquer chute. 

    Virei devagar para trás, mas não vi ninguém, só senti um vento forte passar e depois vi as cortinas da janela do corredor voarem fortemente. 

    Quando ouvi a porta da sala abrir, dei um pulo de susto, faltava bem pouco para mim começar a gritar para os vizinhos me ajudarem, mas quando ouvi a voz da Sophie e da sua amiga Alicía rindo, descobri que um mal estava chegando, mas com esse já estava acostumada e podia lidar. 

    Desci com o prato, já que a vontade de comer aquele hambúrguer já tinha passado, e quando passei na sala em direção a cozinha, notei que a Sophie e a amiga dela pararam de falar, é óbvio que para eu não escutar o que falavam, apesar de que não estava nem afim de saber do que se tratava, já que minha cabeça está muito ocupada em descobrir o que são essas coisas assombrosas que estão rondando a minha vida. 

    - Não conseguiu acordar, foi? Nossa, sua festa deve ter sido boa mesmo. O que rolou lá? - a Sophie perguntou quando passei na sala de novo. 

    - Não é da sua conta. 

    - Essa sua irmã é muito mal-educada - ouvi a Alícia dizer quando já estava nas escadas. 

    Tinha algo de importante para fazer, tinha que ligar para a Giselle e saber se ela estava bem, não tive notícias dela e nem ela teve minha, nem ia adiantar perguntar para a Sophie se a Giselle foi para a escola, pois sei que ela não me responderia. 

    Peguei o telefone e disquei o número do celular da minha amiga. Chamou, chamou, chamou e ninguém atendeu. Comecei a ficar um pouco nervosa, a Giselle ficar longe do celular é porque o problema está sério mesmo. 

    Confesso que ainda estava com medo de ficar ali no meu quarto sozinha, então toda hora olhava para trás e para os lados e torcia para minha amiga atender logo o telefone, mas não atendeu. Tentei ligar para casa dela, mas também chamava e ninguém atendia. 

    Não tinha outra coisa a fazer, teria que ir lá, odeio ficar na curiosidade e nervosa. Coloquei um sapato mesmo com o pé ardendo demais e fui andando mancado. 

    - Nossa, a cadela machucou uma pata - a Sophie disse rindo quando cheguei na sala de novo. 

    - O que aconteceu naquele festa ontem deve ter sido bom demais, né? Veio até com o pé machucado - a Alícia disse entrando na onda da Sophie e rindo. 

    Revirei os olhos e saí de casa, se eu ao menos tivesse um carro não precisaria ir andando mancando até a casa da Giselle, é perto, mas de carro seria bem mais rápido. 

    Não conseguia parar de pensar em várias coisas que poderiam ter acontecido com a minha amiga, mas nenhum dos meus pensamentos eram bons e isso me incomodava, não gosto disso, quando ligo e a pessoa não atende, ainda mais se tratando da Giselle, ela adora falar no telefone e não larga o celular nenhum momento e fora que na casa dela, quase sempre o pai atende, já que ele trabalha em casa com negócios de computadores, é bem difícil quando não atende.     

    Em alguns minutos cheguei na casa da Giselle, passei pelo portãozinho que estava sempre aberto e subi os degraus em direção à porta. Toquei, mas ninguém atendeu. Olhei em volta e vi o Kelby, o cachorro da minha amiga, andando pelo quintal, o que é estranho, já que ela nunca o deixa solto por aí, cuida daquele animal como se fosse um filho. 

    Fiquei mais perocupada ainda e comecei a tocar a campainha igual a uma louca e sem pausas, mas ninguém atendeu novamente, até que ouço alguém me chamando e quando viro para o lado, vejo a sra. Cheadle na porta da casa dela fazendo sinal para eu ir até lá. 

    Saí do território da casa da minha amiga e fui para onde a vizinha estava me chamando. 

    - Está procurando a Giselle, filha? - ela perguntou, estava segurando um dos seus quinze gatos no colo e sua trança branca em forma de coque estava se desfazendo dando um ar de maluca para aquela mulher, mas digamos que ela não é muito certa mesmo. 

    - Isso, liguei para ela, mas ninguém atendeu - respondi. 

    - Nem ela nem o pai estão aí - a sra. Cheadle olhou para os lados para ver se tinha alguém ouvindo e depois continuou: - Não quero que digam que sou fofoqueira, mas sei que é amiga dela então vou contar. A Giselle chegou ontem em casa muito mal, saiu de um carro estranho e ia andando em direção a casa meio cambaleante. Hoje de manhã soube que o pai dela foi leva-la a um hospital que parece que a menina desmaiou. 

    - Como assim...? - eu realmente estava chocada. 

    - Bom, eu não sei de mais nada, agora tenho que entrar que meus gatos estão pedindo atenção - ela disse isso e começou a alisar o pelo do animal em seu colo. 

    - Obrigada, sra. Cheadle. 

    Eu não sabia o que fazer, não imaginava que minha amiga pudesse estar tão mal, o que será que andou bebendo naquela festa e foi embora com quem? Sabia que não podia deixa-la sozinha, é muito lerda para essas coisas, apesar que eu também sou, mas a Giselle é muito cabeça fraca. 

    Precisava visita-la no hospital, sei que ninguém vai se importar com minha falta em casa mesmo, o único problema é andar com esse pé machucado. 

#####

    Peguei um táxi que me deixou em frente ao Hospital Santé, não fazia a mínima ideia de qual quarto minha amiga estava, mas isso é só descobri, só espero que a Giselle esteja nesse lugar mesmo, ela sempre vem aqui, seria muita falta de sorte se ela fosse levada para outro lugar. 

    Nem precisei ir lá na recepção e perguntar o quarto e horários de visita, pois assim que cheguei já vi o pai da Giselle sentado num banquinho branco ao lado do bebedouro, a Jurema, avó da minha amiga, também estava lá. 

    - Parece que ficou sabendo - o Flávio disse. 

    - Pois é. E então, como que ela está? Que horas são as visitas? 

    Em geral, não gosto de hospitais, as paredes brancas, aquele cheiro de éter, as pessoa parecendo sempre estar apreensivas, aqueles médicos passando para lá e para cá...isso me deixa muito nervosa, tenho certo pânico de hospitais e médicos, tento sempre me precaver para não ir parar nesses lugares. 

    - Daqui a alguns minutos, mas a Giselle não está bem, ainda está desacordada, não responde, não sei o que houve. Me fala a verdade, vocês não ficaram em casa ontem não é? 

    Sabia que a mentira tem perna curta e sobrou para mim contar a verdade, que droga. 

    Contei para o Flávio e para a Jurema sobre a festa e sobre o apagão que teve e que nos perdemos, eles ficaram muito bravos, é claro, mas quando avisaram que estava nos horários de visita, se levantaram rápido e estavam nervosos, dava para ver. 

    O quarto tinha as paredes pintadas de verde claro com branco, a cama no centro estava ocupada pela minha amiga deitada inconsciente e cheia de aparelhos ligados a ela, dava para ver que sua respiração estava lenta. 

    Nunca imaginei que veria minha amiga aqui deitada numa cama de hospital, ela sempre foi mais esperta, quase nunca se machucava, apostaria tudo que eu iria parar naquela cama antes que ela, já que sou mais desastrada, mas parecia que foi ao contrário e ainda não sei o que houve com a Giselle. 

    Me aproximei da minha amiga e assim que peguei sua mão a primeira coisa que vi foi seu pulso, estava com um desenho como se fosse uma tatuagem, era o desenho de um fogo, dava para ver as cores laranjas se destacando.

    - O que é isso no pulso dela? - perguntei para as pessoas ali no quarto. 

    A Jurema se aproximou e olhou os dois pulsos da neta e logo depois olhou para minha cara com uma expressão de confusão. 

    - Como assim? Não vi nada - ela falou. 

    Olhei novamente e lá estava o desenho, bem visível, não é possível que ela não esteja vendo. 

    - Também não vejo nada - o Flávio disse aparecendo do meu lado. 

    - Deve ter sido coisa da minha cabeça - falei dando um risinho sem graça.

    Só disse aquilo, pois não queria passar por maluca, mas aquela "tatuagem" realmente estava lá e só eu estava vendo, parece que aí tem coisa das quais tenho que descobrir. 

    Não pude parar muito tempo para pensar, comecei a sentir algo no bolso do meu vestido que estava queimando. 

    Me virei para o outro lado e enfiei a mão no bolso, quando vejo o que tinha ali, me assusto. O terceiro símbolo, estava ali, mesmo eu não tendo colocado ele no bolso, tenho certeza disso e atrás do papel estava escrito "Bosque Lagoon, 6:30" , só tinha isso, era um lugar e um horário. 

    Juntando as peças, "Encontre-me", "Sozinha" e "Bosque Lagoon, 6:30". Parece que já tenho as três pistas completas, só me resta a coragem de comparecer... 


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Notas finais do capítulo

Até que enfim já tem as pistas completas! kkkkk O próximo capítulo pretendo colocar algumas revelações...
R.R.F (reviews, recomendações e favoritamento)? Espero que sim *-*
Até a próxima gente, bye-bye :)