Os Quatro Símbolos escrita por Avery Chevalier


Capítulo 22
Capítulo Vinte


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu tive que dividir esse capítulo porque ele tinha ficado muito grande, então esse ficou meio pequeno, mas foi onde eu consegui dividi-lo. Espero que gostem :D



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CAPÍTULO VINTE

O guincho já tinha levado o carro e ele estava no conserto. Nós estávamos iguais a uns perdidos na cidade andado e sem saber para onde ir até porque não fazíamos a mínima ideia de onde encontrar essa pessoa do quarto símbolo. Aquela tal de Mariáh tinha nos dito que saberíamos onde encontrar a pessoa que procurávamos, só que isso ainda não tinha acontecido e eu esperava que não demorasse até porque domingo já tinha que estar em casa, pois na segunda teria que ir no meu primeiro dia num colégio completamente diferente e nem sabia se estava preparada para isso.

A cidade era muito diferente daquela outra em que fomos, na verdade não tinha nem comparação, Denvallu era um lugar praiano e movimentado e nem estávamos em época de férias ou feridos prolongados, então aquelas pessoa ali provavelmente eram moradores. Não tinha nenhuma cara de cidade fantasma e as pessoas pareciam bem saudáveis e não com caras de mortas como na rua Guimel.

Estávamos andando pelo calçadão enquanto tentávamos por os pensamentos em ordem e saber em que lugar ficaríamos até porque eu tinha certeza de que não resolveríamos as coisas no mesmo dia e eu não queria dormir na areia da praia correndo o risco de ser assaltada e levarem meu dinheiro e eu ter que ficar em Denvallu mendigando.

– Aqui o que mais tem é pousadas, então é só alugarmos um quarto e acharmos uma mais em conta - o Daniel disse.

– Eu não vou dormir na mesma cama que a Adélia de novo! - protestei.

Dormir na mesma cama que a Adélia era a mesma coisa que colocar um urso do seu lado, ela ocupava a cama toda não sei como e ainda ficava roncando igual uma porca.

– Eu também não quero dormir com você, é só acharmos um lugar que tenha camas separadas.

– Eu prefiro ficar sozinha no meu quarto, você se quiserem aluguem algum para ficarem juntos - falei.

– Melhor assim, pois eu e o Dan ficamos juntos, né? - a Adélia perguntou se virando para o Daniel e agarrando o pescoço dele.

– Desculpe, Lia, mas eu prefiro ficar sozinho também - o Daniel respondeu tirando a mão da Adélia em volta do pescoço dele.

Vi uma sombra de decepção no rosto da Adélia que logo depois sumiu, ela deveria estar acostumada com todos os garotos sempre dizendo "sim" para ela então quando algum dizia "não" deveria ser estranho.

– Quer saber peoples, eu estou morta de calor e enquanto não sabemos onde vamos ficar, eu quero mais é aproveitar. Então o que me dizem de irmos dar um mergulho no mar?! - ela perguntou empolgada.

Olhei para o oceano e ele estava realmente convidativo, mas eu não estava ali para me divertir e nem tinha levado nenhuma roupa de banho.

– Eu não gosto muito de praia - o Daniel disse.

– E eu não trouxe roupa de banho - falei.

– E quem disse que precisa de roupa de banho para entrar no mar? Comigo não tem esse problema.

A Adélia disse isso e depois saiu correndo pela areia em direção ao mar jogando sua roupa pelo caminho e ficando só de roupa de íntima enquanto entrava no mar. As poucas pessoas que estavam na praia até olharam para a cena e acharam estranho, mas depois voltaram a fazer o que estavam fazendo até porque a Adélia não estava completamente sem roupa, mas mesmo assim aquilo era loucura.

– Meu Deus, essa garota é louca - eu disse ainda sem acreditar que ela realmente tinha feito aquilo.

– Nossa... - foi só o que o Daniel disse e ele bem que deveria ter gostado da cena, uma garota louca só de calcinha e sutiã na praia.

Revirei os olhos saí do calçadão indo para a areia.

– Onde está indo? Por acaso vai dar uma louca e você também vai tirar a roupa e se jogar no mar? - o Daniel perguntou e mesmo eu de costas para ele pude sentir que estava rindo.

– Claro que não! Eu só vou pegar as coisas da louca da Adélia antes que ela seja roubada e eu não quero uma garota só de roupa íntima atrás de mim - respondi.

Fazia um bom tempo desde a última vez que eu vim a praia, deve ter sido há uns três anos atrás, nunca fui muito fã de praias, mas tinha me esquecido de como era boa a sensação de pisar numa areia fofinha de novo e aquela era tão branca e limpa assim como o mar, o que era até de se estranhar já que muitas praias de hoje em dia andam poluídas.

– Posso falar com você? - o Daniel perguntou aparecendo do meu lado.

– O que quer falar? Que eu sou um enorme problema e que se fosse por você já teria me afogado no mar?

– Não é isso. Me dá essa mochila da Adélia que eu carrego e vamos nos sentar ali.

O Daniel pegou a mochila da Adélia que eu tinha pego na areia e depois me guiou até umas pedras que tinha. Tive um pouco de dificuldade para subir nas pedras, mas ele me ajudou. Lá de cima daquelas rochas dava para ver o mar enormemente grande e as ondas batiam nas pedras fazendo alguns respingos da água salgada e gelada baterem nas minhas pernas.

– Então, o que quer dizer? E por qual motivo viemos aqui para cima?

– Viemos para cá porque a vista é bonita e o que eu quero te dizer é que... Quero me desculpar por dizer que você é o problema... Bom, você realmente é um problema, só que só meu.

Com o Daniel assim olhando bem no fundo dos meus olhos fazia eu ficar nervosa e não conseguia pensar em coisas coerentes, e não estava entendendo nada.

– Como...como assim? Por que eu sou o seu problema?

Ele não respondeu de imediato, pude perceber que ficou vermelho e tenho que admitir que ele ficava fofo com vergonha, eu só não sabia o motivo dele estar assim.

– Fala logo, Daniel!

– Quer saber? É que você se torna um problema meu desde o momento em que eu passei a me importar demais com você, quero saber se vai ficar bem ou se não vai, se vai gostar disso ou não, se está triste ou alegre, se precisa de ajuda ou se vai se virar bem sozinha e por aí vai. Isso se torna um problema meu porque você sempre ocupa a minha mente e eu não consigo pensar direito nas outras coisas! Quer saber, Eloísa? Eu gosto de você e não sei como você ainda não tinha se dado conta disso e fora que de alguma forma acho que eu já a conheço e com você eu me sinto diferente de uma forma que nunca me senti na vida, então foi bom desabafar isso.

Eu estava paralisada ainda, onde é que fica mesmo aquele botãozinho em que apertamos para falar? Naquele momento eu não sabia de nada e nem tive tempo para pensar nisso porque no momento seguinte o Daniel estava me beijado e eu fiquei completamente sem reação e a única coisa estúpida que fiz foi empurra-lo para trás fazendo-o escorregar da pedra e cair lá embaixo.

Eu me senti entrar em desespero e não era por causa dele ter me beijado e nada disso e sim por causa que eu tinha empurrado o Daniel de uma certa altura e ele tinha caído no mar que eu nem sabia se era fundo ou não.

– Ai meu Deus - murmurei e tomei coragem de ir para a borda da pedra - Daniel!

Eu olhei para o mar revolto embaixo das rochas e não o vi em lugar nenhum, senti que meu sangue parou de circular pelas veias...E se.. e se eu tivesse matado o Daniel? Eu não queria pensar naquilo.

– Daniel! Aparece, não faz isso comigo, por favor! - comecei a gritar.

Fiquei parada em busca de algum som ou algum movimento na água, mas nada, o mar tinha ficado completamente silencioso misteriosamente, as ondas tinham parado, a atmosfera tinha adquirido um ar estranho, podia ver as pessoas lá na areia olhando estranhamente para o oceano.

Estava tentando entender o que estava acontecendo até que eu reparei... O mar, ele estava ficando extremamente raso, como se a água estivesse evaporando ou indo para sei lá onde.

Meus olhos estavam arregalados e eu estava com medo e ao mesmo tempo assustada, tentei ver se tinha algum sinal do Daniel, mas não vi nada, já estava pronta para gritar quando senti uma mão segurar meu ombro fazendo-me levar um susto e quando vi quem era eu fiquei foi aliviada.

Era o Daniel, ele estava todo molhado atrás de mim e perguntou enquanto olhava para o mar:

– Como você fez isso?

– E...eu não fiz nada. Mas quer saber, você me deu um susto eu achei que você tinha se afogado e como você fez para aparecer aqui...

– Cuidado - ouvi o Daniel dizer e no outro segundo senti uma forte pressão de uma onda batendo em mim.

Tentei enxergar e me levantar em meio a água, mas não conseguia, alguma coisa estava me arrastando para fora da pedra em direção ao mar rápido demais. Pude ver o Daniel se levantando e tentando segurar minha mão, mas já era tarde demais, já tinha caído nas profundezas do mar.

Eu nunca fui muito ruim em nadar, mas naquele momento por mais que eu tentasse fazer algo, não estava funcionando, estava afundando cada vez mais no oceano como se alguém tivesse amarrado chumbo nos meus pés e depois me tacado ali.

Aquela água salgada estava entrando no meu nariz e estava sendo impossível de respirar, meu fim deveria estar chegando, já escapei tantas vezes, mas daquela eu não sabia como escapar, deveria mesmo estar morrendo, pois comecei a enxergar um enorme claridade ofuscante na minha frente que se aproximava mais e mais de mim.

Tentei me mexer para os lados, mas era como se eu estivesse presa por cordas, nada meu se movia.

A claridade foi se aproximando, se aproximando e se aproximando, até que o cenário ao redor de mim mudou...


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Notas finais do capítulo

R.R.F? Digam o que acharam :)