Born To Die escrita por Suzanna Stark


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, como vão vocês?
Eu estou querendo manter minha meta de postar mais e mais capítulos então... espero que não tenha demorado dessa vez.
Estou usando minha antiga e primeira conta do nyah, haha.
Aliais, mudei o nome da fanfic. Esse era o nome original do projeto, então decidi deixar ele por fazer muito mais sentido.
Então, espero que gostem:



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"Pés, não me falhem agora, levem-me até a linha de chegada." Born To Die, Lana Del Rey.

Eu estava com um pouco de raiva da carta de Sirius, como assim eu era “a controladora que nunca arrisca demais na vida”? Claro que eu arriscava... Não arriscava? De repente, não conseguia pensar em riscos que eu havia ocorrido para conseguir me defender na minha próxima carta.

Graças a Merlin, não precisei fazer isso, já que meus pais chegaram poucos minutos depois, eles estavam estranhos. Apesar de minha mãe ainda estar com sua roupa usual, um conjunto de boa costura de saia e blusa que a fazia parecer alguns anos mais jovem, eu ainda podia perceber em como ela passava as mãos nervosamente pelo cabelo belamente penteado, da mesma forma que ela fez quando foi me levar na estação de trem para Hogwarts.

Meu pai segurou os ombros dela com força, tentando faze-la relaxar, assim que os dois me viram. Ainda mastigava um biscoito quando lancei meu olhar de duvida para os dois. Odiava quando me olhavam assim, como se soubessem algo que eu não sabia.

- Querida, vamos conversar na sala, sim? – Meu pai finalmente falou em um suspiro, enquanto ele e minha mãe caminhavam para a sala, segui os dois, ainda segurando o biscoito inacabado, não ligando para a água do chá que já apitava anunciando que havia fervido. Sentei no sofá de frente para os dois. Minha mãe se sentou na poltrona, parecendo mais abalada do que quando chegou e meu pai ficou de pé, me encarando com seus olhos verdes.

- Como iremos começar isso? – perguntou mamãe, ignorando-me por completo.

- Ora essas, querida, pelo começo é claro.

- Não acho muito...

- Deixei que eu comece, sim?

Por que eles sempre faziam isso? Odiava quando começavam uma conversa paralela me deixando fora do assunto. Mas esperei, batendo meus pés irritada enquanto os dois trocavam olhares com frases que sempre seriam um enigma para mim.

- Querida, - meu pai finalmente começou – lembra quando você era pequena, e estudava em casa mesmo sem nenhum motivo aparente, ou nos perguntava por que não morávamos em um bairro bruxo para você ter amigos bruxos ou ao menos ter amigos? Nós sentimos muito por termos lhe dado uma infância tão solitária e ter decidido só aos seus onze anos que você tivesse amigos em Hogwarts e tivesse toda a experiência, mas é que... Bem, você tem uma situação de saúde muito frágil, e já esta na hora de você saber.

Parece que fiquei alguns minutos olhando debilmente para os olhos dos meus pais, de um ao outro. Aqueles olhos que sempre me transmitiriam segurança e amor, que sempre viriam com um abraço e palavras de consolo. Até que eu comecei a assimilar as ultimas palavras, como se tivesse algum tipo de problema, franzindo a testa e tentando juntar as palavras em uma frase, tentando fazer a frase ter um contexto e esse contexto um sentindo dentro da minha cabeça.

-An... Saúde muito frágil? Acho que o fato de eu nunca ter subido em uma arvore não me classifica como uma saúde muito frágil, papai.

Não sei se foi o uso da palavra papai, ou se for minha expressão confusa, mas algo ali fez minha mãe dar um soluço engasgado, como se ela estivesse evitando cair em lagrimas. E Elizabeth Prince não era de chorar por qualquer coisa. Meu pai apertou seus ombros com mais força. Não sei se era para ajuda-la ou ele mesmo se recompor, já que o mesmo aparentava que em momentos poderia cair em lagrimas como minha mãe. Nada poderia ser mais assustador do que isso. Eu entendi então.

Como uma adaga sendo cravejada em meu peito.

Que eu provavelmente estava morrendo.

- Não foi descoberto ainda, meu amor. – Continuou meu pai, Nicholas Prince parecia engasgado ao falar, como se fosse pior do que ser ameaçado de morte me dizer aquelas palavras. O tempo estava meio estagnado, meio rápido demais, como se eu estivesse em duas dimensões diferentes e não conseguisse me agarrar em uma ancora para meus pensamentos voltarem a fazer sentido na dimensão da realidade. – Não sabemos direito, mas você nasceu com uma espécie de... Contagem. É uma rara doença que acontece com alguns bruxos. E... Só queríamos aumentar seus números lhe protegendo, mas não conseguimos impedir, então... Você tem que decidir o que vai fazer, quando vai fazer e... Só queremos que saiba... Que foi a melhor coisa que nos aconteceu...

E foi então. As dimensões explodiram na minha cara. E meu folego foi tomado. E o mundo girou mais rápido. E minha mãe libertou seu choro agoniado. E meu pai a acompanhou dobrando os joelhos em impotência. E eu tive a confirmação. Estava morrendo então.

Acordei então com a cabeça doendo e com o verde me olhando. Sempre gostei de verde, era gostoso, quente e seguro. Era como ser envolvida por uma manta e ninada por um bebe. Mas o verde também era selvagem e cheio de armadilhas. O verde era bom.

Então, quando minha cabeça parou de rodar, percebi que o verde do qual falava era olhos. Rem me encarava preocupado, enquanto me ajudava a levantar do chão do jardim de Hogwarts, onde eu não fazia a mínima ideia de como havia ido parar ali. A ultima coisa que me lembrava era a aula de poções, minha viagem mental de volta ao dia das cartas, o dia também em que descobri estar morrendo.

- Emily? Você esta bem? – Sua voz me fez voltar a olhar para ele, e não para o chão, onde tentava inutilmente trazer informações para minha mente. Mas não havia nada no verde do gramado de Hogwarts. – Quantos dedos têm aqui? – Falou, me mostrando quatro dedos de sua mão, revirei os olhos, já me levantando totalmente.

- Tem quarenta e dois dedos e um tentáculo com um anel de ouro.

- Quase isso, quem sabe na próxima.

- Me diz: como cheguei aqui?

- Achei que isso fosse você que ia me dizer. – Ele me olhou engraçado, como se duvida-se de verdade da minha capacidade mental agora. Sua mão que havia repousado na minha cintura para me ajudar a levantar continuava firme mesmo comigo de pé, mas não reclamei. – Você saiu da aula de poções mais cedo, falando que estava passando mal e o professor a dispensou para a Ala Hospitalar. Fiquei preocupado e pedi para verificar se você tinha chegado à Ala, mas quando cheguei lá você não estava e a enfermeira falou que não tinha lhe visto. Então, tentei pensar onde você poderia ter ido, quando estava indo para o seu dormitório, vi pela janela você aqui no chão. Primeiro, achei que estava deitada, mas quando cheguei perto e você não me respondia, percebi que estava desmaiada.

Suspirou, sentando-se debaixo e uma arvore que estava ao nosso lado, e me puxando junto com ele para sentar ao seu lado. Eu franzia o cenho, tentado imaginar a cena de uma Emily tonta caminhar até os jardins e acabar desmaiando a sombra de uma árvore. Algo ali não fazia sentido, parecia que havia apagado desde a aula de poções e meu corpo me levou para um lugar afastado até finalmente se desconectar também.

Mas não queria pensar nisso agora, não queria pensar em como aquilo se ajustava na minha vida. Então me concentrei no cheiro de Remus, me lembrava de florestas e noite e chocolate e balas. Então apoiei minha cabeça em seus ombros.

- Não sei o que aconteceu. – Não sabia se ele esperava uma resposta, mas falei mesmo assim, quebrando o silencio que tinha se instalado. – Não me lembro de te saído da aula, mas estou aliviada que sim. – Ele riu, enquanto eu fechava os olhos e inspirava e expirava o seu cheiro.

- Acho que podemos ver isso depois. Mas agora quero aproveitar que não estamos na aula e nem precisamos voltar.

- Você não querendo voltar para a aula? Acho que estou te levando para o mau caminho, Rem.

- Você esta me levando para um caminho, mas duvido que ele seja mau, anjo.

- O que vocês tão fazendo ai?! – Alguém gritou, dando um susto em Rem e eu, me fazendo abrir os olhos assustada e perceber que passamos alguns minutos cochilando ao ver um grupo da grifinória correndo em nossa direção. Quem havia gritado era Sirius. Alice, James, Lilian e ele chegaram e pararam na nossa frente.

- Emy, você já esta bem? – Falou Alice, olhando para mim com preocupação, fazendo eu da um pequeno sorriso para ela. – Posso falar com você?

- Claro. – Me virei para os outros, que nos encaravam curiosos. Menos Remus, ele sorria para mim enquanto ajudava a me levantar. – Nos vemos depois no salão.

E então eu e Alice andamos em silencio até a base do lago negro. Encontrávamos-nos ali para conversar quando precisávamos de privacidade. Eu sentia falta de Alice, mesmo que tenha feito apenas um dia desde que a nossa amizade ficou estranha por causa de Black e suas cartas, não gostava de pensar que estávamos brigadas ou algo do tipo. Ela era como Remus para mim, e até mesmo Black agora, indispensável para que me sentisse bem.

- Emy, olha, eu não quero que você pense que eu estou brava com você. – Começou, se virando para mim sem me encarar nos olhos. – Tudo bem, eu estou um pouco brava, mas sei que não é sua culpa. Afinal, quem não quer namorar o Sirius? Eu quero namorar o Sirius, você quer namorar o Sirius, até o Sirius quer namorar o Sirius!

- Eu não quero namorar o Sirius! – Falei, talvez com menos firmeza do que deveria, porque ela me olhou com um deboche que até me magoou um pouco.

- Ah, claro, continua dizendo isso até o casamento de vocês.

- Me diga, querida Alice, você andou usando algo ilícito? Sabe, no meu bairro não era muito difícil de...

- Eu estou perfeitamente bem, Emily! É você que tem que decidir seus sentimentos.

- Estou ótima com os meus sentimentos!

- Então por que ainda não pediu para ele parar de ter chamar para sair? – Perguntou como se fosse óbvio.

- Eu já disse não!

- Mas não disse para ele parar. – Deu de ombros, como se ali fosse o final da minha argumentação. Mas eu tinha meus motivos, não tinha? Sirius, apesar de ser bem irritante, tinha a capacidade de me divertir e me sentir leve. E eu gostava disso. Mas não queria transformar aquilo em algo romântico como ele queria. E não podia dizer a ele que não se sentia daquela forma porque não queria passar seus últimos dias com alguém magoado com ela. E isso não podia contar para Alice, muito menos para Sirius, então decidi ficar calada. – Não quero que seja infeliz de alguma forma pensando que perdera minha amizade se namorar ele, ou sair com ele, o que for. Só não quero que fique mentindo ou omitindo coisas para nós três. Sabe, Sirius, Remus e eu.

E então ela se virou, e andou de volta para o castelo antes que pudesse impedi-la. Me deixando com os meus dilemas sobre o que fazer. As horas não estavam em meu favor, por isso corri até alcança-la. Me jogando a sua frente e encarando os seus um pouco lacrimejantes olhos musgo.

- Vou fazer algo a respeito, Alice, você é a melhor, sabia disso? – E a abracei. Tentando fazer com que ela sentisse a minha gratidão, para então a soltar e andar mais a sua frente até o castelo.

Encontrei Sirius com os outros no salão, Alice vinha atrás de mim e se juntou a eles enquanto eu fiquei parada um pouco longe do sofá onde estavam sentados. Quando Sirius olhou para mim, fiz um movimento com a cabeça o chamando para perto da janela, onde era longe o suficiente para que eles não nos ouvissem. Respirei fundo, olhando para as orlas das arvores onde havia estado em poucos minutos, ou talvez nem tão poucos assim, já que minha percepção de tempo não se pode ser chamada de confiável.

- E então? – perguntou quando fiquei segundos sem falar nada, arqueando a sobrancelha no que seria um movimento muito charmoso se eu me deixasse pensar daquela forma.

- Hoje, me encontre na torre de astronomia as dez horas. Mas... - Olhei em seus olhos, procurando a confiança que precisava.- Não conte para ninguém. Tenho algo para lhe contar.

Só espero não me arrepender.


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Notas finais do capítulo

Então, como sempre, se gostaram, comentem, se não gostaram, comentem de qualquer forma. Opiniões são sempre bem vindas.
Beijos, Mô.



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