Chapter 33:

Emma ficava todo dia ensaiando enfrente ao espelho um discurso para falar para Regina. Mas cada dia isso ficava mais difícil. Nunca sabia como começar, ou não sabia o que falar ao certo e quando percebia já estava falando de outro assunto. Era complicado.

- Argh – rangeu os dentes e apoiou a cabeça nas mãos. Ela respirou fundo e quando ia começar um novo monólogo Regina entrou no quarto sem pedir licença.

- Emma!

- Olha, eu sei que essa é sua casa e tudo mais, mas bater é bom, sabe? – perguntou ironicamente.

- Desculpa! – pediu Regina envergonhada pelo ato – É que eu... É... – Regina ficou olhando aqueles olhos verdes que se perdeu.

- O que Regina? – perguntou Emma mordendo o lábio inferior.

- Ouvi boatos de que seus pais conseguiram uma casa. – disse por fim.

Ela fechou os olhos, e apertou os lábios.

- São só boatos Regina – respondeu Emma tentando tranquilizá-la. – Acha mesmo que...

- Em! Deixe-me terminar de falar! – ela suspirou, abriu os olhos e disse – Os boatos foram confirmados.

- O QUE? – perguntou Emma sem acreditar.

Elas ficaram se encarando, até que Regina fechou os olhos, os apertou e sussurrou:

- Eu não quero que você vá.

- Eu não quero ir. – respondeu Emma no mesmo tom.

Regina tentava não deixar as lágrimas caírem, mas estava difícil. Ela amava Emma, e queria ficar com ela. Queria pra sempre. Não queria que Emma fosse embora. Ela precisava da loira.

Sem pensar, Regina foi até a loira e de supetão a abraçou fortemente. Emma ficou imóvel, pois tinha sido pega de surpresa. Depois de uns instantes ela relaxou e retribuiu ao gesto. Elas ficaram abraçadas por longos minutos até que Regina levantou o olhar e ficou observando aqueles lindos olhos de Emma. Emma quando percebeu que estava sendo observada também ficou encarando os olhos negros de Regina.

Quando deram por si estavam se beijando. Um beijo calmo, cheio de amor e carinho. Um beijo que fez um turbilhão de sentimentos que estavam escondidos voltarem. Quando se separaram elas abaixaram o olhar por uns instantes até que Emma olhou para Regina de rabo de olho e atreveu-se a colocar sua mão em cima da de Regina, que estava sobre as pernas dela. Elas entrelaçaram os dedos e ficaram assim por um longo tempo.

Depois de alguns minutos escutaram David e Mary Margaret chegarem em casa. Elas se separaram e então Regina se levantou e saiu do quarto sem dizer uma palavra. Mary e David entraram no quarto da filha super felizes e deram a notícia.

- Querida, nós conseguimos uma casa! – anunciou David.

- Ah... Será mesmo que é preciso de uma casa? Quero dizer, eu já estou conseguindo andar bem, nem preciso tanto da cadeira de rodas, acho que logo logo, eu fico sem o andador também... Aí a gente volta para o loft! – disse Emma tentando tirar a ideia de se mudarem da cabeça dos pais. – Acho que nem compensa pegar uma casa agora por que...

- Emma! Pare de nos enrolar. – cortou Mary Margaret – Sabemos que quer ficar junto de Regina, ok? E é por isso que ela vai poder ir a nossa casa sempre que quiser.

- Mas...

- Filha, a gente está fazendo isso pelo seu bem, e outra, Regina não vai nos hospedar aqui pra sempre, não é? É chato isso. – falou David.

Emma queria brigar com os pais. Falar que já era maior de idade e que não deveria obedecê-los, mas sabia que isso era em vão. Ela poderia ser maior de idade, porém ela não é independente nem financeiramente e nem na pessoalmente. Não conseguia nem tomar banho sozinha!

Emma ficou quieta por vários minutos, até que seus pais deixaram o quarto. Emma se deitou na cama, e deixou várias lágrimas caírem. Depois de chorar um pouco ela pegou o celular e ligou para Ruby. Ficou conversando com a amiga por uns quarenta minutos sobre a ideia de seus pais. Ruby aconselhou-a a pedir um tempo para os pais, para ela se acostumar com a ideia e tudo mais.

Na hora do jantar os quatro estavam na mesa da cozinha jantando, normalmente eles estariam conversando, entretanto hoje a única coisa que se ouvia era o som dos talheres batendo no prato. David e Mary Margaret comiam, Regina comia mais ou menos, e Emma só fingia que comia.

Regina queria que Emma jantasse direito, sabia que a loira só estava fingindo comer. Mas não ia falar nada ali na mesa, pois todas as vezes que os pais da loira viam que ela não estava jantando a noite acabava em discussão.

Quando todos terminaram de jantar, Mary levou Emma até o seu quarto, e então ela e David foram para o outro quarto e Regina ficou na cozinha lavando a louça e guardando a comida. Quando terminou de fazer essas coisas ela pegou o prato de Emma, que ainda tinha o jantar dela, pegou os talheres e entrou no quarto da loira que estava deitada na cama olhando para o teto.

- Vem jantar. – ordenou Regina se sentando na cama.

- Obrigada Regina, eu não estou com fome.

- Não perguntei se você está com fome. – disse cortando uma possível manha de Emma.

Emma se sentou na cama e quando foi pegar o prato da mão da morena escutou ela falar:

- Quero me certificar de que vá comer.

- Não sou um bebê, sei comer. – retrucou Emma fazendo beicinho.

Regina ignorou o comentário da loira e começou a dar o jantar na boca dela. Depois de quinze minutos Emma já havia jantando tudo o que estava no prato. Quando ela ia sair do quarto ouviu Emma pedir:

- Fica aqui, por favor.

Regina voltou, colocou o prato em cima da cômoda, e se sentou ao lado da loira novamente, na pequena cama. Elas ficaram encostadas na cabeceira da cama, conversando sobre coisas banais até que Regina apoiou a cabeça no ombro de Emma, e a loira apoiou a cabeça na cabeça da morena. E assim dormiram. Juntinhas.

XXX

No dia seguinte Regina acordou antes de Emma, mas não podia sair daquela posição. Pois iria acordar a loira. Então ela ficou ali. Ela abraçou Emma pela cintura e suspirou. Era tão bom fiar ali, no colo da loira, sentindo aquele calor no corpo novamente... Depois de um tempo a loira acordou e deu um beijo na testa da morena, que fingia dormir.

- Bom dia princesa – sussurrou Emma.

Ela não queria que Regina ouvisse, mas era tarde. Regina abriu os olhos e olhou para cima. Estava envergonhada por conta do apelido, mas tinha adorado.

- Vo-o-c-cê esta-a-a-v-a acordada? – perguntou Emma arregalando os olhos. – Ai meu Deus! Deve me achar uma idiota! – disse escondendo o rosto com as mãos – Me desculpe, eu... Eu não sabia que você estava acordada e...

- Em... Shiiii... – pediu Regina tirando as mãos do rosto da loira.

- Eu não queria deixar você sem graça, me desculpe. – pediu Emma.

Regina não sabia o que responder, queria falar que tudo bem, mas sabia que a cabeçuda da Emma não ia parar de pedir desculpas tão cedo. Então ela “apelou”. Ela abraçou Emma pela cintura com força e apoiou a cabeça no colo da loira.

- Eu te... – quando Regina ia terminar de falar Mary Margaret entrou no quarto, fazendo com que as duas se soltassem rapidamente. Regina saiu do quarto deixando as duas a sós.

- Eu atrapalhei, né? – perguntou Mary fazendo careta. – Me desculpe.