Chapter 31:

Os dias foram se passando e cada vez mais Mary Margaret estava mais estressada. Mas não contava para Emma o motivo, afinal, não queria preocupar a filha. Ela estava no loft quando David e ela começaram a discutir.

- David! A Emma! A gente não vai conseguir cuidar dela morando aqui! Entende? – perguntou a mulher chorando.

- A gente já procurou casa Mary! O que mais você quer? Que eu ache um terreno do nada e pingue um líquido no solo e fale “Casa” e venha uma casa linda e diva, toda pronta? – rebateu o homem.

- Eu quero uma casa. Só isso. – respondeu a esposa.

- Só?? – questionou sarcasticamente.

- Ó David falo nada, viu? Nada! Faz nada o dia todo e...

- Faço nada? Se não reparou que tem mantido essa casa sou eu! Você largou emprego, esqueceu do marido, não faz nada!

- Nada?! Eu só cuido da Emma, não é? – perguntou ironicamente – Se vira pra achar uma casa. Use sua poçãozinha mágica. Se vire! – disse a mulher pegando a bolsa e saindo do loft.

Ao chegar no hospital viu Regina conversando animadamente com Emma. Ela suspirou e entrou no quarto.

- Boa tarde – disse as duas outras mulheres que pararam de conversar e a cumprimentaram.

- Hey Mary, posso falar contigo? – perguntou Regina se aproximando da mulher e a arrastando para fora do quarto.

- O que houve Regina? – perguntou Mary.

- Emma tem reclamado do seu péssimo humor. Isso a deixa muito angustiada.

- Eu sei. Estou sendo uma péssima mãe! – disse Mary colocando a mão na testa.

- O que está acontecendo?

- David e eu temos discutido muito por esses dias. A gente viu que não tem como entrar uma cadeira de rodas no loft, e que a gente não tem como cuidar de Emma lá, e não estamos achando casa para mudar... – contou já chorando novamente.

- Vocês querem ir morar lá em casa? – perguntou Regina de supetão.

- O que? Ah... Obrigada Regina, mas não, vamos só te atrapalhar e...

- Por favor, eu insisto!

- Tem certeza?

- Tenho! Claro!

- Ta bom... Obrigada Regina. Muito obrigada. Nem sei como agradecer.

- Não precisa agradecer...

- Vou ligar para o David!

XXX

Três dias depois Emma tinha tido alta, e agora estava indo para casa. Mas a única coisa que não sabia era que o loft não era mais sua casa. Quando percebeu que não estava indo para o loft perguntou para seus pais onde estava indo e eles responderam:

- Surpresa.

Emma assentiu e ficou observando o caminho até que o carro parou na mansão de Regina. Emma arregalou os olhos e perguntou:

- Por que estamos aqui?

- Acho que está na hora da gente conversar Emma. – disse Mary Margaret a filha que os olhava com cara de interrogação.

- Em, antes que fale qualquer coisa, a gente te ama, e nós estamos tentando dar o melhor para você – disse David.

- Eu e seu pai estávamos pensando uns dias atrás e vimos que não temos condição de cuidar de você no loft. Lá é muito pequeno e não tem in estrutura pra cuidar de você agora. Tem a cadeira de rodas, a normal e a de banho, não tem onde ficar, a cadeira não passa pelas portas, não tem elevador, somente escadas para subir e descer, e você vai precisar ir a fisioterapia todo dia, então, por enquanto, não tem como você ficar lá. – falou Mary Margaret delicadamente.

- Eu e sua mãe procuramos casas pra morar, sabe? Mas não achamos uma casa. E Regina ficou sabendo que a gente estava com dificuldades com isso, então ofereceu a casa dela. E nós aceitamos, pelo menos até acharmos uma casa para nós. – completou David.

Emma assentiu, não gostou da ideia, porém não ia discutir. Sabia que seus pais estavam fazendo pelo seu bem. Ela também não ia discutir com os pais, pelo simples de fato de achar que os pais estavam fazendo muito por ela, ainda mais por ela ter feito tudo o que fez.

Os pais desceram do carro e ajudaram Emma a descer também. Quando entraram na casa, mil imagens vieram a cabeça de Emma. Mil lembranças. Ela olhou para o hall de entrada e lembrou do dia em que elas ficaram conversando ali na frente. O quanto tinha feito Regina rir.

Ao entrarem mais um pouco Emma viu o sofá da sala e lembrou de todos os filmes que assistira juntas, e todos os carinhos que trocaram lá. Todas as vezes que fizeram amor. Sim, aquele sofá sabia de muitas coisas.

Ao olhar para o outro lado viu a porta da cozinha e um pedaço da mesa. Lembrou de quanto tentou fazer um café da manhã para Regina, mas não deu certo e a morena ficou super brava com ela por ela ter feito tanta sujeira. Ao olhar para a mesa, percebeu que aquela mesa também podia contar muitas e muitas histórias.

- Emma! – exclamou David chamando a atenção da filha, que os olhou – Ouviu o que disse?

- Você pode falar novamente? – perguntou Emma.

- Eu disse que a Regina está trabalhando agora, e que ela só vai chegar a noite.

- Ah sim, claro. – respondeu Emma sorrindo de leve.

- Querida, Regina tinha um pequeno quarto aqui embaixo, e ele estava vazio, então o adaptamos para você. – disse Mary Margaret passando a mão pelo cabelo da filha.

Emma sabia desse quartinho. Era onde elas colocavam tudo o que não sabiam que destino teria. E que futuramente “arrumariam”.

- Vou fazer um lanche da tarde para nós, okay? – disse Mary indo para a cozinha.

- Onde quer ficar Em? – perguntou o pai.

- No meu quarto. – respondeu Emma.

David a levou até o quarto e ela pediu para ficar sozinha. Ele a deixou e foi ajudar Mary Margaret. Emma ficou em seu novo quarto observando as coisas. Ela empurrou as rodas da cadeira e chegou na janela. Ela a abriu e viu que dava no quintal.

- Talvez essa seja minha chance – sussurrou Emma.

XXX

Quando eram sete da noite Regina chegou em casa. Ela abriu a porta e ouviu barulho de conversa na cozinha. Ela foi até lá e viu David e Mary Margaret conversando sobre qualquer coisa engraçada.

- Olá. Boa noite! – disse Regina sorrindo.

- Oi Regina! – exclamou Mary abraçando a mulher.

- Boa noite – disse David sorrindo também.

- Cadê a Emma? – perguntou Regina sorrindo.

- Está no quarto dela... – respondeu David fechando o sorriso.

- Como ela está? – perguntou Regina ansiosa pela resposta.

- Daquele jeito lá. Acho que melhor hoje. Hoje na fisioterapia ela conseguiu dar um passo e meio. – respondeu Mary sorrindo.

- Vou lá vê-la – disse Regina – Com licença – pediu saindo dali.

Ela caminhou lentamente até o quarto da loira e bateu na porta. Até que ouviu um “Entre”. Ela abriu a porta e viu Emma sentada enfrente a janela segurando um livro.

- Oi – cumprimentou Emma fechando o livro.

- Olá Em. – Emma adorava quando ela a chamava assim – Como está?

- Bem. E você?

- Ótima! Gostou do quarto? Da casa?

- O quarto é aconchegante. Sem aquelas tranqueiras é ótimo. E a casa é normal. Não mudou muito depois que eu fui... Embora – terminou a frase num sussurro.

- É. – concordou Regina balançando a cabeça. – Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, pode me chamar, ok? E se eu estiver trabalhando pode me ligar.

- Claro, pode deixar – respondeu Emma sorrindo.

- O jantar hoje é por minha conta o que quer comer?

- Lasanha. Sorvete de sobremesa! – respondeu Emma sorrindo que nem criança quando ganha um doce.

- Ótimo! – exclamou Regina se levantando e saindo do quarto.

Antes de fechar a porta ouviu Emma chamá-la. Ela voltou e observou a loira até que ela disse:

- Obrigada. Por tudo.

Regina assentiu e saiu do quarto.