Chapter 26:

No dia seguinte, Emma acordou eram quase meio dia. Ela ficou deitada na cama pensando sobre sua conversa com a morena “Por que ela não que filhos? Eu cuido! Eu quero deixar um herdeiro. Uma pessoa pra continuar com a história da minha família. Alguém que possa contar os netos sobre sua avó. E sobre seus bisavós. Alguém que tenha uma vida feliz, com um emprego legal, e que tenha uma boa família. Alguém que eu e ela possamos amar incondicionalmente e ter razões para as coisas...”  pensava Emma enquanto deixava algumas lágrimas caírem.

Depois de alguns minutos escutou alguém bater na porta de seu quarto, ela limpou as lágrimas e disse que a pessoa podia entrar. Era Mary Margaret.

- Querida, o almoço está pronto – disse a mulher sorrindo. – Que seu dia seja maravilhoso

- Obrigada mãe, que o seu seja maravilhoso também. Eu já vou indo.

- Podemos conversar? – perguntou a mulher depois de uns instantes.

- Claro! Sobre?

Mary entrou no quarto, encostou a porta e se sentou na cama da filha, colocando a cabeça de Emma em suas pernas.

- Olha, você já é uma mulher crescida, tem seu emprego, é independente e tudo mais, e eu sei que não é da minha conta, entretanto, por que você está tão chateada?

- Eu e a Regina brigamos – falou Emma – Digo, ela não sabe que a gente brigou.

- Em? – perguntou Mary sem entender nada.

- Eu disse para a Regina que queria ter filhos. Ela disse que não quer. Disse que é muita responsabilidade, e que dá muito trabalho. Mas eu quero. Quero alguém pra cuidar, alguém pra amar eternamente, e guiar nessa vida. Ela não quer.

- Em... Não vou mentir, ter um filho é difícil. É sofrido. Dá um trabalho... É uma responsabilidade que você nem imagina. Mas vale a pena. Eu me orgulho de cada noite mal dormida, de cada aperto financeiro, de cada coisa que eu deixei de fazer pra cuidar de você, porém querida, se ela não quer, e vocês tiverem uma criança, ela pode não cuidar, pode jogar tudo nas suas costas, pode falar “o filho é teu, cuida você”. Ela te ama Em, mas ela já avisou que não quer. Ela pode ser a melhor pessoa do mundo, mas se ela não quiser cuidar da criança, ela não vai. Consequentemente, não vai dar amor, carinho, atenção, vai ser grossa de vez em quando...

Emma já chorava novamente.

- Por que mãe?

- Em, conversem sobre isso novamente, e então você toma uma decisão!

- Eu a amo. Não quero que terminar com ela, nem nada do tipo. Mas eu também não quero que ela deixe de dar amo, carinho ao meu futuro filho.

- Por isso vocês precisam conversar Emma...

Emma ficou quieta observando a mãe por alguns instantes até que a mais velha falou:

- O almoço vai esfriar. Vamos?

- Vamos.

Emma secou o rosto do lençol e elas foram até a cozinha almoçar junto de David. Depois do almoço Mary e David ficaram arrumando a cozinha e Emma ficou deitada em sua cama. Ela estava quase cochilando quando ouviu seu celular tocar. Ela olhou no visor e viu o número da namorada. Ela suspirou e atendeu:

Ligação on:

- Oi – disse Emma.

- Oi meu amor... Está tudo bem? Você não voltou ontem, e não deu sinal de vida hoje cedo.

- Está sim... Só dormi em casa. Acordei agora a pouco.

- Hum... Você vai vir aqui hoje?

- Acho que mais tarde.

- Ta bom, a tardezinha?

- É... Lá pelas seis e meia, pode ser?

- Tudo bem. Ta tudo bem mesmo?

- Claro... Só estou cansada. Vou dormir mais um pouquinho. Amanhã é segunda, e segunda é um longo dia, preciso estar descansada.

- É – concordou Regina. – Até mais. Te amo.

- Até mais, tchau.

Ligação off.

Emma finalizou a chamada, se deitou na cama e dormiu.

XXX

Eram cinco e meia quando Emma acordou. Ela olhou no relógio e foi tomar um banho. No banho ela não parava de pensar sobre sua situação com Regina, até chorou um pouco, mas logo parou. Ela terminou o banho, se trocou, e quando eram seis e vinte e cinco ela saiu de casa, entrou em seu fusca e foi até a casa da namorada. Ela tocou a campainha e esperou uns minutos até Regina abrir a porta.

- Oi, meu amor! – falou Regina dando um beijo na loira que correspondeu e logo se separou.

- Oi...

- Entra! Fiz lasanha para a gente jantar! Ela está no forno!

- Ta bom...

- O que quer fazer enquanto espera? – perguntou a morena puxando Emma para se sentar no sofá.

- Conversar.

- Está tudo bem? – perguntou Regina ao notar o olhar tristonho da namorada.

- Eu conversei com a minha mãe sobre a nossa conversa de ontem. E ela disse que eu deveria conversar com você e depois tomar alguma atitude.

- Ta legal.

- Por que você não quer ter filhos? – perguntou Emma sem rodeios.

- Já falei Em...

- Alguma coisa aceitável, por favor.

- Aquilo é aceitável.

- Não. Não é.

- Me diga você, por que quer ter filhos?

- Porque eu quero ter alguém pra cuidar, dar atenção, amar incondicionalmente, ajudar, ensinar a viver nesse mundo, eu quero ter filhos pra minha história não terminar aqui. Quero pra dar uns puxões de orelha, pra dar uns beijo e abraços. Não que eu não possa fazer isso em você, mas alguém que eu possa cuidar.

- Você pode cuidar de mim.

- Você sabe do que eu falo!

- Eu não quero ter filhos porque eu não quero ter essa responsabilidade. Por que como posso cuidar de alguém, se nem sei cuidar de mim?

- Ta legal Regina. – disse Emma por fim. Ela colocou as mãos na cabeça – Eu vou embora.

- Você volta?

- Não.

- Está terminando?

- Estou.

- Está terminando por que eu não quero ter filhos?

- Exatamente por isso. – retrucou Emma se levantando.

- Mas eu te amo.

- Eu também.

- Entre uma pessoa que você não conhece e eu, você prefere essa outra pessoa? – perguntou Regina se levantando

- Está me chantageando psicologicamente? – perguntou Emma inconformada.

- Só não quero você longe de mim!

- Regina Mills. Eu quero ter uma criança, e você não. Não é justo com você e nem comigo eu ter uma criança e somente eu assumir essa responsabilidade sendo que tenho uma namorada. Então, eu “sozinha”, vou me virar muito melhor.

- Então eu estou te atrapalhando? – perguntou Regina já alterando sua voz.

- Não Regina! Só me deixa em paz!

- A gente trabalha juntas bocó, vai continuar a me ver.

- Tudo bem, até você assumir a prefeitura, eu trabalho de manhã e você a tarde. Eu faço das sete às uma e você das uma às cinco.

Emma se aproximava da porta quando ouviu a morena falar:

- Não vai não. Eu preciso de você.

Emma olhou para trás e viu a morena limpar os olhos rapidamente.

- Eu não sei mais viver sem você. Eu preciso de você, do seu abraço, do seu beijo, das suas palavras e das suas histórias, eu preciso de você.

Emma não queria terminar. Ela estava confusa, precisava pensar, mas ver a sua mulher ali, chorando, ainda mais por sua causa... Ela voltou em direção a morena e a abraçou, a mulher a segurou na cintura e não largou mais dela.