Give Me Love – Novatos escrita por Giulia Bap


Capítulo 26
Capítulo 25 – New York II


Notas iniciais do capítulo

YAAAAAAAAAAY *-*.
Primeiro, quero dar as boas vindas ao Diego e agradecer a ele por tudo o que disse. Fiquei extremamente motivada, vocês são anjos. ♥
Segundo, espero que gostem da minha fase sentimental -q.



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Quando estamos de volta ao apartamento, sou uma pilha de nervos. “Laura ‘morreu’, eu vim ocupar o lugar dela. Eu me apaixonei. Eu fiz um monte de besteiras que me levaram até você. Eu abandonei minha missão por Henry como uma idiota egocêntrica e continuei fazendo besteiras. Achei um pertence da minha irmã nas coisas de Abigail e, bem, somos parecidas demais para que isso seja só uma coincidência. Tenho uma chave que abre portas para o fim. Acontece que eu não sei que diabos isso quer dizer, então estou usando essa droga indiscriminadamente e até agora deu certo. Caroline também devia estar morta. Porque cara, eu vi o corpo delas!” Disparo, fazendo poucas pausas para respirar e tentando controlar meu nervosismo. “Abigail é sua irmã?” Igor me encara por baixo, meio boquiaberto, tentando juntar as palavras-chave do que falei. “Ela não é Abigail. É Laura.” Corrijo. “E como essa garota viveu uma vida dupla? Porque eu acho, pelo menos, que se inscrever numa academia de dança e ir morar com um imbecil exige tempo.”

A palavra imbecil soou rude demais, tive vontade de defender Henry da mágoa de Igor, mas eu também estou magoada. Com tudo. São tantos pensamentos misturados. Gostaria de saber de quanto Gaia tinha conhecimento. Tudo desmorona, todos os planos, e só quem resta é o loiro, de pé bem na minha frente, com a expressão preocupada, o rosto angustiado, tomando para si problemas que pertencem a mim. “Eu… Eu não sei. Não sei até que ponto minha vida está construída em mentiras.” Sussurro. “Leve tudo ao chão e construa novamente.” Refuta minha afirmação, lacônico. Sorrindo. Ele é tão incrivelmente doce e imprevisível…

“Talvez tenhamos que construir NY novamente se deixarmos os humanos acabarem com tudo.” Engulo a raiva, que desce arranhando minha garganta, e tateio a aljava encima da cama. Preciso começar a consertar as coisas e, com sorte, distrair-me na companhia da única pessoa em quem confio cegamente agora.

“Destruir alguns corações e, quem sabe…” Interrompe a frase e toma a aljava de minhas mãos enquanto pego o arco. Ele precisará de um novo, todos os seus ficaram para trás. “Quem sabe, podemos consertar o seu.”

Estamos caminhando pela calçada, já anoiteceu. Não vejo aquela multidão de pessoas apressadas na rua, o comércio fechara mais cedo por conta de algum feriado. Às vezes, quando vê qualquer movimento inesperado, Igor segura minha mão. Isso teria ajudado alguns dias atrás, quando fomos praticamente transferidos. Acho que ambos estamos com medo de enfrentar tudo sozinhos, então não me surpreendo ao perceber que da última vez não deixei que me soltasse. Há um beco escuro, com cheiro de lenha queimando, drogas e lixo. Estamos escondidos na penumbra, mas os postes de iluminação nos dão uma visão privilegiada de cada um que passa por ali. Estou encostada na parede quando de repente ela se abre. Literalmente. Há uma porta pouco visível no meio do breu. Puxo o loiro para minha escolta, já que não posso ver nem minhas mãos na frente do rosto. Desço escadas. É esquisito, estamos indo para o subterrâneo.

Tateio as paredes que se fecham ao meu lado, buscando um interruptor. Há uma caixinha presa à parede. Tento abrí-la da forma convencional, mas na verdade ela só abre como uma caixinha de fósforos. Fósforos! Tiro um e tento friccionar em todos os lados da caixa até encontrar o certo. A chama é pequena e o vento tenta apagá-la, mas é o suficiente para iluminar ao menos um pouco o caminho. Terminamos de descer as escadas, há um enorme salão vazio por aqui. Jogo o fósforo aceso num monte de lenha abandonado – que só pude encontrar por tropeçar nele – e o fogo começa a abraçar a madeira num carinho alaranjado. O chão parece moldado em pequenos tijolos de argila da mesma cor que todo o resto da sala. Onde solo e parede se encontram? É impossível dizer sem tato.

Completamente vazio se não fosse pela fogueira e alguma madeira caída no canto direito. Espaçoso. Longe de quaisquer olhares intrusos. Viro-me para trás a tempo de pegar um quase sorriso brincando pelos lábios de Igor. “Isso aqui é perfeito.” Admito. Vejo que o loiro está com a caixinha de fósforos na mão, atiça mais o fogo que, agora, emana um calor abrasador. “Então seremos forasteiros. Eu farei os arcos, revezaremos entre turnos, nós vamos caçar.” Ele esbarra seu ombro no meu, quase me permito rir. “Acho que essa é a primeira coisa boa que me acontece em meses.”

Puxo o garoto para um abraço. Algum lugar dentro de mim compromete-se a evitar Henry por quanto tempo for possível. Os pensamentos postos lado a lado, sinto-me responsável pelo ruivo ao mesmo tempo que me culpo pelo que algum dia acontecerá a Igor. Quero afastar-me dos dois, mas há magnetismo, eletricidade, somos velcro. Este que foi separado a força quando me despedi de Henry. Enquanto estou abraçada ao loiro, meus dedos arranham suas costas com força, consequência de minhas mãos, que insistem em agarrarem-se à blusa que está usando. Medo de que ele suma quando eu voltar a olhar para seu rosto, quando meus braços não estiverem mais repousados em seus ombros.

“Você não é como Taylor. Não vou te deixar ir, Harry.”


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Notas finais do capítulo

LEGO HOUSE - ED SHEERAN
http://www.youtube.com/watch?v=ZlGPTwNRYtU