Someone Like You - Alguém como Você escrita por AliceCriis


Capítulo 24
Capítulo 10 - parte 10 - ultima




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 Continuei a ler as pequenas e criativas histórias culturais que meu pai escrevia para mim. Desenterrei algumas fotos dele.


 E pude vê-lo fisicamente mais uma vez. Meu peito cheio de amargura doeu. E a dor se intensificava á cada lembrança.


 Eu não sentia pena de mim. Eu merecia aquilo. Aquilo era parte de mim, uma parte que não iria fugir de mim nunca mais. Um lado que se colaria á minha alma.


 O tempo ia passando... a hora ia chegando.


Agora eu não sabia. Eu estava com pressa para revê-lo e o outro lado, insistia que eu não fosse... pois se eu estivesse lá... eu me despediria dele, e o magoaria pela última vez. Acabando com o resto infeliz de minha alma. Talvez, pelos meus três pequeninos, eu não tivesse mais coragem... mais eu faria de tudo para que eu fizesse o planejado.


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Eu teria que ir. Eu teria mesmo que ir.


Coloquei o punhal no criado mudo, e fui me trocar.


 Alice comprou um vestido normal. Verde abacate com algumas tranças rústicas.


O coloquei com pressa. Vesti umas sapatilhas que combinavam com o vestido... Alice devia ter previsto qual eu usaria.


Amarei um fio de couro em minha coxa esquerda, e encaixei ali o punhal. Arrumei ao cabelos, agitando-os, e deixando-os bagunçados.


 Peguei a caixa e desci as escadas. A casa estava vazia. E a mesa da sala tinha um bilhete.


 


 ESTAMOS NA CASA DE EMILY E DEPOIS VAMOS VISITAR BILLY.


 


SUE, CHARLIE E SETH.


 


Saí de casa, e caminhei mata adentro. Eu não iria de carro. Eu queria um bom tempo em silêncio para pensar.


 Os chuviscos e o vento passavam por mim, e molhavam-me.


Aquilo com certeza não me incomodava. Caminhei mata a dentro. Eu sabia que por um certo caminho, LaPush, ficava somente á 2 km daqui.


 


 O crepúsculo chegava... e cada vez mais eu me aproximava de LaPush. O som das ondas...


 Eu estava prestes á sair da mata  pisar na areia branca. Respirei fundo. Caminhei mais de vagar possível.


  O sol já não era mais visível. Caminhei para fora da floresta, e as gotículas de chuva encontraram meu rosto...


 Uma sensação prazerosa, percorreu meu corpo ao vê-lo. Ele estava sentado próximo ao mar – que exaltava-se em ondas.


 Sua camisa branca e desabotoada, voava em suas costas... seus cabelos encharcados eram embalados pelo vento.


 Ele vestia um calção amarelo creme largo. Ele observava a chegada da lua com uma atenção exagerada. Suspirei e caminhei para perto dele. Meu estômago estava cheia de borboletas. E a emoção me dominava, por ver Jhonny mais uma vez.


 Me aproximava dele á passos ritmados.


A chuva continuava e o frio em minha barriga aumentava. Sentei-me ao lado dele, com um super auto-controle para não beijá-lo.


 - Olá... – eu disse quebrando o gelo.


 Ele não disse nada. Apenas me olhou e me agarrou em um beijo; percebi o desespero que ele sentia, apenas retribuí.


 Beijei o como se fosse a última vez – que de fato era mesmo.


Seus lábios de mármore acariciavam os meus ferventes de forma carinhosa.


 Nos largamos por alguns minutos, e fitamos os rostos uns dos outros. Acabando com a falta de que eu sentia de ver seu rosto mais uma vez.


 - Eu quase morri... – exasperou.


 - Você nem faz idéia... – encostei um dedo em sua testa.


 - Eu quero lhe pedir uma coisa...


Era agora. Eu teria que contar á ele.


 - Antes de qualquer coisa, Jhon... – eu iniciei.


 - Tudo bem... pode esperar... – disse se contendo.


 - Eu não posso continuar. – fechei os olhos e as lágrimas derrubaram de meus olhos.


 - Não pode continuar com o que? – sua expressão endureceu e seus olhos brilharam confusos.


 - Acabou, Jhonny. – iniciei engolindo seco – não podemos mais ficar juntos.


 - Do que está falando? – as palavras saíam desesperadas de sua boca – Alguém tem algo com isso? Sam? Nesh? Alguém está te forçando para isso? – ele segurava meus braços.


 - Não, Jhon. – eu fiz uma pausa. Eu não podia olhá-lo nos olhos. – Eu entendi finalmente... você é um pássaro... e precisa de liberdade. Eu sou uma velha gaiola, que não pode mais prendê-lo.


 - Leah, pare com isso.. – ele dizia desesperadamente.


 - Eu não posso continuar Jhon. Eu não posso prendê-lo mais. Minha eternidade não é como a sua...eu vou morrer logo Jhon. – eu soluçava alto.


 - Não diga besteiras... eu vou ir com você. – disse ele na tentativa de me acalmar.


 - É por isso Jhon. Eu não posso matá-lo. Eu não posso acabar com a sua imortalidade... – eu disse entre lágrimas.


 - Eu  vou estar com você... – ele me acalmava.


 - Não Jhon. Você precisa voar. E um dia vai encontrar alguém como eu... e muito melhor. Alguém que seja perfeita o bastante para merecer você... – eu pausei – o pássaro tem de voar e ter a liberdade...


 - E se não for isso que ele quiser? – ele segurou meu rosto nas mãos.


 - Ele vai ter que se acostumar com ela... – eu disse me levantando.


Uma dor insuportável rasgava minha alma, quebrava meu coração e me provava que eu era um monstro – novamente.


 - Leah... – ele chamou e de costas para ele, não me virei apenas parei de andar.. – eu te amo.


 - Eu também. – falei, ouvindo ele se levantar.


 - Se cuide... – ele pediu. Ouvi uma pequena caixa cair no chão.


 - Relaxe. Ser um monstro é minha natureza... a escuridão é minha casa... – eu disse secando minhas lágrimas.


 - Leah... – eu ouvi em um murmúrio, enquanto adentrava a floresta.


Ele não me seguia. E pude sentir a pior dor de minha vida. Tudo doía. Meu corpo, minha cabeça....TUDO .As lágrimas rolavam de meu rosto. E eu corria mata adentro sem destino. Eu queria fugir dali. Eu realmente sabia que agora eu era um monstro. A loba grunhia dentro de mim, e eu a deixava. Eu sabia que doía. Eu sentia a dor.


 Com a corrida, eu acabei por cair. Minha pernas doíam de mais para conseguir levantar.


Eu me encolhi em meio á floresta chuvosa – que chuviscava com mais força.


 Os soluços machucavam meus pulmões. Me encolhi para unir meus pedaços. A dor era terrível. Era insuportável. Eu me torturei...


 Meus bebes se moveram em mim... eu não pensei mais neles... eu não os teria. Eles não mereciam ter uma mãe como eu... eu não mereceria ter filhos.


 Pelo amor de tudo que é mas sagrado... essa dor tinha que parar... a única coisa que importava para mim realmente, eu tinha abandonado... Meu universo se sentido, exercia uma pressão insuportável sobre meu corpo, que era como se... NADA SE COMPARAVA COM AQUILO! Meu peito rasgava-se. Minha alma era devastada pelo monstro que renascia em mim.


 O punhal em minha perna, queimava. E eu tive um impulso. Aquele punhal era o que meu pai e ancestrais usavam para aniquilar os monstros... e agora eu era mais uma vez um mostro.


 Eu queria que a dor acabasse. E eu não poderia continuar com ela.


Tirei o punhal da tira de couro e em um surto de sofrimento, o finquei em meu pescoço, e retirando dele, fiz o mesmo em meu peito.


 A dor corporal, se unia á mental e depois meu corpo ficou leve e eu não pude mais ver nada...


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