Capítulo 11 – Será mesmo possível?

Ponto de Vista de Aley.

As coisas finalmente podiam fazer algum sentido. Eu e Kristyn, estávamos nos acertando e eu já havia me acostumado com o negócio de lobos e tal.

 Era minha vez de fazer a ronda... e estava indo tudo bem... até que eu senti um cheiro diferente... e conhecido ao mesmo tempo.

 A chuva não ajudava á reconhecer o aroma... apenas á deixá-lo mais homogêneo.

Corri mais um pouco, e meu nariz de lobo, estava me ajudando. Logo vi um corpo em meio á floresta, cheio de sangue e alguns ferimentos. Me aproximei um pouco mais, e levei um choque...

Era Leah. Soltei um uivo para chamar os outros, e carreguei Leah, em minhas costas e corri para a casa do médico.

 - O que está havendo? – pensou Jacob.

 - Leah está... – eu não consegui terminar.

 - O que tem minha irmã? – logo apareceu Seth.

 - Ela está quase morta... – respondi apavorado.

 - O que? – pediram os dois juntos.

 - Ela está toda ensangüentada... e eu estou a levando para o doutor Cullen. – respondi.

 - Mais não era hoje que Jhonny chegaria? – pensou Jake.

 - Sim...e era para ela estar com ele. – exasperou Seth.

 - Vocês acham que ele... – insinuei.

 - Onde estão os machucados dela? – pediu Jake.

 - Não pude ver... eu entrei em pane... – admiti.

 - Vamos para a casa de Carlisle... vamos resolver lá. – ordenou nosso alfa.

 - Positivo. – respondemos em uníssono.

Corremos o mais rápido que pudemos. E carregar Leah em minhas costas, não estava sendo uma tarefa fácil...

 Logo já se podia ver a casa dos Cullen. Soltei Leah no chão, e voltei á forma humana. Vesti o meu calção e minha camisa.

 Novamente peguei Leah, e fui para a casa.

 - Deixe... eu a levo. – disse Seth, já humano. Dei-a em seus braços.

Ele correu para dentro da casa.

 - Carlisle! – gritava desesperado. O experiente vampiro, desceu as escadas preocupado, olhando para o corpo desmaiado nos braços de Leah.

 - O que houve com ela? – perguntou o doutor, encaminhando Seth, para o consultório da casa.

 - Aley a encontrou em meio á floresta assim. – contou Seth, entre lágrimas.

 - Chame Kameron. – mandou Carlisle á mim.

 - Onde ele está? – perguntei apavorado.

 - No quarto dele... – mal acabando de dizer. Kam e Kris, apareceram na porta do quarto.

 - Para que precisam de mim? – perguntou Kam sério.

Eu subi as escadas atrás de Carlisle e Seth. Kam e Kris, acompanharam-nos até o consultório.

 - Precisamos de você...pra curar Leah. – afirmou Seth.

 - O que houve com ela? – perguntaram os gêmeos.

 - Eu não sei... eu a encontrei assim... – respondi apavorada;

 - Kam... pode curá-la? – perguntou Seth aflito.

 - Tenho que ver a gravidade dos ferimentos... – pediu, indo para a maca onde Seth, tinha deixado Leah.

 Ele a olhava, e examinava os machucados.

 - Sinto muito. – disse fechando os olhos.

 - O que? Não pode fazer nada? – pedi sacudindo Kam.

 - Não. Eu não posso fazer nada. Ela está muito ferida... só posso dizer que os bebês correm perigo. – terminou.

 - Peça para Edward vir aqui. Liguem para os pais dela...procurem Jhon. – ordenou Carlisle, se aproximando de Leah, e examinando a gravidade dos machucados. Seth foi fazer o que Carlisle mandou.

 - O que foi pai? – perguntou Edward entrando na sala de cirurgia.

 - Veja se consegue ouvir os bebês. – mandou o doutor, limpando o sangue dela.

 - Sim... eles estão todos bem. – respondeu Edward.

 - O sangue dela... – comecei a perguntar.

 - Não. Ele não é atrativo para nós. O sangue dos lobos não tem um bom cheiro para conosco. – finalizou Edward, lendo meus pensamentos.

 - O coração dela ainda está batendo... – comentou o doutor.

 - Aley... – chamou Kris.

 - O que? – olhei para ele.

 - Quer ficar aqui, mesmo? – perguntou vindo em minha direção.

 - Eu não estou me sentindo muito bem... – o pavor dentro de mim era tão grande, que eu não me sentia bem, perto dos médicos.

 - Acho melhor sentar aqui... – disse ela batendo ao lado dela no banco.

Sentei ao lado dela, e coloquei as mãos em meu rosto.

 - Ela vai ficar bem... – acalmou-me ela.

 - Como você pode ter tanta certeza? – perguntei irônico.

Ela afagou minhas costas, e se encostou em meu ombro.

Ponto de Vista de Leah.

 Levemente, eu me sentia desgrudar de meu corpo... e cada vez mais, meu corpo se tornava leve. Eu flutuava acima de meu corpo.

 Eu não sentia mais os bebês dentro de mim. Eu comecei a ver onde eu estava.

Eu estava cercada por Edward e Carlisle.

 Aley e Kris se sentavam em um sofá branco. Kam ajudava Edward e Carlisle;

Olhando para baixo, eu vi meu corpo... a respiração difícil, o corpo ensangüentado e molhado. A barriga com um médio côncavo.

 Eu...eu...eu estava MORENDO...

Eu tentava voltar á meu corpo. Ele estava imobilizado. Sem animação. Eu podia caminhar pelo quarto branco... os “médicos” trabalhavam em minha reanimação, enquanto eu fitava o rosto dolorido de Kris e Aley.

 Me coloquei ao lado da mesa...ninguém podia realmente me ver...

 - Onde está ela? – uma criatura perfeita, entrara na sala, com a expressão apavorada e com medo.

 - O que fez com ela? – gritou Aley, puxando Jhon, pelo colarinho.

 - Ei! O que você acha que eu faria com ela? – exasperou Jhonny, fazendo o mesmo que Aley.

 - Parem seus imbecís! – gritou Seth, adentrando a sala – eu quero arrebentar a cara desse assassino! – Seth estava desvairado. Nunca o vi com um olhar mortal daqueles.

 Eu tentei tirar a voz de minha garganta.

 - Vocês acham que eu podia machucá-la? – respondeu Jhonny, gritando. Jogou Aley longe.

 - Ela estava com você! – disse Seth, dando um soco no rosto de Jhon.

 - Parem! – exclamou Edward. – Jhonny não fez nada... foi ela mesma. – Edward mostrou o punhal.

 Seth, colocou as mãos nos cabelos.

 - Porque ela faria isso?! – exaltou-se Jhon, vindo na direção da maca.

 - Para parar de te magoar... – terminou Kris.

 - Ela vai viver? – pediu Jhon, afagando meu rosto sem vida.

 - Eu não sei... – disse Kam.

 - Talvez de um jeito... – sugeriu Carlisle.

 - Como?! – a curiosidade de Jhon, era espantosa.

 - Mordendo-a. - contou Kameron.

O silêncio se tornou espantoso na sala.

  - Eu a matarei! – exasperou Jhon.

  - Temos que tentar....pelos  bebês... – escapou Kam.

  - Bebês? – perguntou Jhon, em choque.

  - Opa... – disse Kris, erguendo as sobrancelhas.

  -  Que bebês Kameron? – Jhon esta ficando irritado.

  - Seus bebês, Jhonny. – Disse Kameron sério.

  - Leah está...GRÁVIDA? – ele arregalou os olhos e todos assentiram;

Jhon, arregalou os olhos.

  - Eu vou ser PAI?!? – os olhos dele brilhavam. Eu me aproximei dele, toquei seu rosto – mais minhas mãos, não sentiam sua pele, era como se eu fizesse parte da atmosfera do ambiente.

 - Os bebês e ela vão se salvar se eu mordê-la? – os olhos dele estavam em um dilema.

Eu sabia que eu morreria de qualquer um dos jeitos – isso se eu já não estava partindo.

 - Não sabemos... mais se ela continuar assim...ela irá morrer da mesma forma. – Disse Carlisle.

 - O corpo dela é diferente de qualquer um, Jhonny. – explicou Edward. – Podemos ter esperança. – ele pausou – e a leucemia...pode ajudar com tudo. – terminou.

 - É minha única saída? – pediu ele com a expressão dura.

 - Tia Leah! – entrou Renesmee na sala de cirurgia. – O que houve com você... – ela chorava e berrava, enquanto afagava meus rosto sem vida.

 - Néss... não podemos ficar aqui... – apareceu atrás dela Jake.

 - Me largue, Jacob! Me deixe com ela! – Nessie estava desesperada. Aquilo cortava o coração.

 - Renesmee. – Bella apareceu com a expressão dura na porta. – Vamos.

Ela segurou Nessie pelo braço carinhosamente, e a pois em seu colo – isso que ela era uma adolescente – e a levou para baixo. Jake a seguiu.

 - Tomou sua decisão? – pediu Kris.

 - Acho que sim... – disse Jhon, se debruçando em cima de meu corpo morto.

 - Ele vai mesmo fazer isso? – perguntou Seth para Kam num murmúrio.

 - É a única saída dela... – Kameron consolou.

Jhon, repartiu seus lábios e se aproximou de meu pescoço. O par de olhos cobres, estavam doloridos. Seus dentes ficaram á mostra, e eles penetraram em meu pescoço...

 Todas as forças reais e mitológicas que nos cercavam, puxaram-me para meu corpo verdadeiro.

 Eu não acreditava naquilo. Meus pés não se moviam. Minha alma era arrastada para onde realmente era seu lugar.

Quando meu corpo estava novamente estabelecido, uma dor – não tão terrível quanto á que eu senti antes me dominou. Ela não era mortal, apenas irritante.

 - Leah? – chamou a voz esperançosa de Jhon.

Abri meus olhos com dificuldade.

 - Ela está...viva. – disse Jhon emocionado.

 - E-esto-estou. – eu disse forçando minha garganta a não gritar pela dor incômoda que me tomava.

 Eu tranquei meus olhos e ouvidos. Não queria perder meu controle com nada e ninguém;

Comemorações por risos de alívio tomaram a sala, e assim senti os meus pequeninos se movimentando em meu ventre.

 E assim passavam as horas. Sentindo a presença de meus bebês, e o aperto de minha mão por Jhon. E se passavam os minutos; as horas; os segundos. E eu podia sentir a loba sendo afogada pelo veneno em meu peito.

 Lembrei o vento que me embrulhara no último dia de minha consciência... era de meu pai. Ele sabia o que era melhor para mim... ele sabia de tudo.

 E pelo que eu esperava, já se passavam os três – malditos – dias.

A dor irritante, passava. E eu já conseguia ouvir mais os comentário que me rodeavam;

 - Ela abrirá os olhos em...5-4-3-2-1... – narrou Alice. E assim meus olhos se abriram.

 - Bom dia... – sussurrou ELE.

 - Eu te amo, mais que tudo. – eu disse me sentando na maca, e mais que repentinamente, agarrando-o.

 - Bem vinda aos Cullen... – Anunciou Esme próxima á mim.

 - Hã. Obrigada... – disse um pouco hesitante.

 - Carlisle, Edward, Jasper, Emmett e Giorge foram caçar... eles passaram muito tempo á sua vigia... – explicou ela.

 - Eu não queria causar incômodos... – disse envergonhada olhando para ela...

Eu podia ver como meus olhos haviam meus olhos...eu era tão...cega. Meus olhos de agora, eram perfeitos, eu podia ver uma cor nova... um arco-íris em encontro ao sol.

 Era fantástica a verdadeira beleza de Jhonny. Eu nunca pude ver como ele era ASSIM. Tudo nele... se tornava mais especial.

 - Gostando das novas mudanças...? – perguntou Jhonny, sorrindo lustrosamente.

 - São ótimas... – elogiei.

 - Seus pais estão te esperando... – contou Esme.

 - Eu não acho que seja seguro... – protegeu Jhon.

 - Ela pode, filho... ela jamais os atacaria... – aconselhou a bela vampira.

 - Vamos decidir isso depois... – disse Renesmee entrando na sala.

 - Néss! – gritei vendo a jovem meia vampira.

 - Tia Lê! – ela exaltou-se.

 - Vem aqui nanica! – eu abri meus braços em cima da maca, e ela pulou neles. Esme se retirou sorrindo.

 - Você está maravilhosa... – ela comentou.

 - Néss... ela sempre foi. – disse Jhon beijando minha orelha.

 - Oh...que galante... – eu disse

 - Vou deixar vocês á sós... precisam de um tempinho... – ela desceu de meu colo, e foi para a porta.

 - Você tem que tomar um banho, amor... – ele disse meio rígido.

 - Está me chamando de fedida? – perguntei rindo.

 - É que... seus atos anteriores...ainda estão bem marcados em suas roupas... – disse triste.

 - Me desculpe... – meu rosto se retorceu.

 - Não foi nada... – ele pausou – e sobre aquela coisa...de você me prender, e eu ser um pássaro... está um pouco errada... você seria minhas asas, pois sem você...eu não posso voar.

 - Concordo com sua teoria... – eu sorri e o beijei.

 - Agora vamos fedorentinha... vou te dar um banho. – eu senti uma súbita e ultima batida de meu coração, e assim que se silencio para sempre.