Caspian e Susana ficaram a noite inteira acordados, trocando beijos e juras de amor. Mas o dia amanhece e, os irmãos Pevensie acordaram junto com os raios de sol.

Pedro foi o primeiro que viu Susana e Caspian juntos e sua reação não foi uma das mais agradáveis.

– O que significa isso Susana? – perguntou, chamando a atenção do casal e de Edmundo e Lucia.

– Pedro... – disse Susana, pensando em algo que poderia dizer ao irmão mais velho que faltava soltar fumaça pelo nariz. – Não é bem o que você pensa. – disse, tentando manter a calma.

– Eu vou dizer o que penso. Um homem que mal conhecemos que estava se beijando com minha irmã. – ele disse, dando um passo em direção ao casal.

– Pedro, eu posso explicar tudo. – disse Caspian, ficando frente a frente com Pedro. – Susana e eu, bem... – ele olhou para Susana, tendo como resposta um sorriso o encorajando a prosseguir. – Susana e eu sentimos algo um pelo outro que não sabemos bem o que é. E o beijo, foi como um impulso.

– Vocês se conheceram ontem, como podem estar sentindo algo um pelo outro? – perguntou Pedro.

Uma rápida troca de olhares fez Susana responder a pergunta.

– Não sabemos, mas Pedro, é algo natural, você não pode fazer nada contra isso. – disse sorrindo para o irmão.

Pedro respirou bem fundo e olhou para Caspian novamente.

– Tudo bem, mas, não peguem pesado. – disse, deixando um pequeno sorriso em sua face.

Susana sorria radiante. Lucia foi logo abraçando a irmã e dando os parabéns ao mais novo casal, Edmundo ficou um pouco receoso sobre Caspian, mas o aceitou bem.

– Temos que ir. – disse Pedro.

Eles guardaram as coisas e puseram a caminhar. A floresta estava ficando cada vez mais densa e mais funda, mas nada disso tirava a coragem e a vontade dos irmãos e de Caspian.

– Caspian, você conhece esses lugares? – perguntou Lucia, exausta de tanto caminhar.

– Não, meu tio nunca deixou que eu viesse para essas florestas. – respondeu ele.

– Temos que ir andando. – disse Edmundo.

– Mas para onde vamos? – perguntou Susana.

Susana Pevensie

Pedro fez um sinal com a mão para que ficássemos quietos. O olhei confusa,mas logo entendi o que ele queria dizer.

Alguém estava atrás de um arbusto que estava próximo de todos nós. Todos ficamos em alerta. Caspian pegou uma espada e uma adaga, esta ele deu para Pedro que pegou prontamente, mesmo nunca tendo usado uma daquela.

A coisa que estava se movendo pelo arbusto parou e sua sombra começou a aumentar, como se estivesse se levantando.

– Esta levantando. – sussurrou Lucia, se escondendo atrás de Edmundo que estava ao meu lado, todos nós estávamos atrás de Pedro e Caspian.

A coisa foi se levantando devagar e sua sombra foi tomando forma. Era um bicho, um esquilo ou qualquer outro animal. A sombra foi tomando mais forma e diminuindo, logo a sombra desapareceu e um rato com pelos claros saiu do arbusto, apontando uma mini espada em nossa direção e nos olhava ameaçadoramente.

– Quem são vocês? – perguntou, sua voz era um pouco baixa, mas suficiente para ouvirmos.

– Meu nome é Pedro. – disse meu irmão.

O rato analisou bem meu irmão, depois olhou para cada um de nós. Analisando-nos. Por fim, ele disse.

– Perdoem-me majestades. – falou, nos reverenciando. – Mas não os reconheci de primeira. Meu nome é Ripchip, um humilde soldado de seu exercito.

– Que? – a pergunta saiu da minha boca antes que eu pensasse.

Olhei para meus irmãos e vi a compreensão nos olhos deles. Ai eu lembrei que era rainha de Nárnia. Provavelmente teria um exercito.

– Mas como chegaram aqui? – perguntou o rato, aproximando de nós.

– Boa pergunta. – respondeu Edmundo com humor. – Parece que Aslan que nos trouxe.

– Aslan esta desaparecido. – disse o rato, chocando todos nós com suas palavras.

– Mas o que? – perguntei.

– Ele nunca mais apareceu, mesmo até quando os telmarinos invadiram Nárnia. – respondeu.

– Quem são os telmarinos? – perguntou Pedro.

Ripchip olhou para Caspian, como se notando sua presença agora. Logo ele sacou sua espada e ameaçou andar até ele.

– Ele é um telmarino. – respondeu, olhando para Caspian com raiva e ódio.

Virei-me lentamente para Caspian, lancei a ele um olhar intrigado, eu queria respostas.

Ele respirou fundo e olhou para cada um de nós, parando seu olhar em mim.

Caspian X

Eu sabia que uma hora ou outra eu teria que contar que era um telmarino, que eu era do povo que destruiu o mundo deles. Todos me olhavam intrigados, menos o rato, ele me olhava com ódio nos olhos.

– Caspian, você é um telmarino? – perguntou Susana.

– Sim. – respondi com pesar. Nunca gostei do meu passado, dos meus antecessores que destruíram o lar de todas as criaturas. – Sou príncipe Caspian X.

Ripchip já queria avançar em minha direção, mas Edmundo o parou.

– Caspian, pode nos explicar o que aconteceu? – perguntou Pedro.

Respirei e inspirei varias vezes, por fim, sentei-me na grama relva, todos me imitaram. Susana ficou do meu lado, segurando minha mão com um sorriso no rosto.

– Sou o príncipe do trono de Telmar, meu pai, Caspian IX morreu dormindo. O meu tutor me ensinou tudo sobre Nárnia, desde os reis e rainhas do passado até o próprio Aslan. Ontem, ele me acordou, dizendo-me que meu tio, finalmente tinha seu herdeiro. Eu sabia que meu tio queria o trono de Telmar, mas não desconfiava que ele fosse capaz de mandar, no dia do nascimento de seu filho, soldados para me matar enquanto eu dormia. Fugi do castelo, conseguindo chegar nessa floresta. Mas cai de meu cavalo e fiquei perdido, até encontrar Pedro. – contei tudo e ninguém falou nada. Eu apertava a mão de Susana com leveza, estava tão nervoso e ela conseguia me acalmar.

– Você não é igual os outros telmarinos. – disse Edmundo.

– Não, mas cresci acreditando que centauros, minoutaros ou qualquer animal falante não existia. – respondi.

– Caspian, você é um de nós. – disse Pedro, colocando a mão no meu ombro. – Sabe de Nárnia melhor do que nós. Precisamos de você.