Entre Dois Mundos escrita por Quel


Capítulo 19
Noite de Terror


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amores, tudo bem?

Não me matem, é apenas isso o que eu peço.

Boa Leitura!!!



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Caspian continuava em seu quarto, depois de 7 dias ainda sofria com a perda de Susana. Não conseguia tocar sua vida para frente, arquitetar um plano para livrá-la das mãos do tirano. Não conseguia nem comer.

Lucia sempre trazia comida e agua e o tentava fazer comer, as vezes ela conseguia. Edmundo sempre ia no quarto do jovem príncipe apenas para conversar, nunca citava o nome de Susana e quando citava era para dizer uma frase da rainha gentil. Pedro nunca apareceu.

— Onde está Pedro? — Perguntou Caspian naquele dia para Lucia.

— Na floresta. Ele só fica lá, não come, não bebe, não conversa, não dorme, não faz nada. — Respondeu a rainha com olhos cheios de lagrimas.

Caspian tentou imaginar o grande rei Pedro daquela maneira, o grande rei que sempre lhe inspirara, o que sempre tinha as melhoras palavras de ânimo.

— Não consigo fazer ele nem entrar para cá. Nem mesmo quando teve aquela tempestade. — Disse Lucia.

Caspian lembrou da tempestade, uma das piores que já viu.

Sem perceber estava levantando da cama e colocando o colete marrom sobre a blusa branca.

— Para onde vai? — Perguntou Lucia.

— Vou falar com Pedro.

Era impossível não perceber a surpresa de todos ao ver Caspian, com toda aquela determinação. Edmundo ficou boquiaberto ao ver o cunhado e sorriu quando viu para onde ele ia.

O jovem príncipe de telmar saiu da caverna e caminhou até a orla da floresta, não sabia para onde estava indo, seguia apenas seu coração. Nem sabia como poderia estar de pé já que não havia comido quase nada nos últimos dias, apenas sabia que algo em seu coração quebrou ainda mais ao tentar imaginar o grande rei Pedro, seu cunhado, sua inspiração daquela maneira, triste, sofrendo.

Caspian deixou toda sua dor de lado.

Achou o Pevensie encostado em uma arvore, tremendo.

Caspian aproximou-se devagar e constatou que o rei estava dormindo. Pedro não parecia o mesmo. Estava mais magro, suas roupas estavam folgadas, mais pálido, mesmo dormindo dava para perceber as grandes olheiras embaixo de seus olhos. Caspian, com todo o cuidado, levantou Pedro, colocando um de seus braços por cima do seu ombro.

— O que?

Ouvir a voz do grande rei foi um alivio para Caspian.

— Vou te ajudar, meu amigo. — Disse baixinho.

Pedro não disse mais nada, nem tentou se soltar de Caspian e este com um pouco de força conseguiu chegar à frente da caverna.

Edmundo não conseguiu acreditar no que estava vendo e demorou uns 5 segundos para ir ajudar Caspian juntamente com muitos dos soldados.

— Pedro! — Gritou ao pegar o outro braço do irmão, dividindo o peso com Caspian.

Mais dois faunos pegaram as pernas de Pedro e juntos levaram o grande rei ao seu quarto e devagar o colocaram na cama. Lucia logo entrou acompanhada de uma jovem fauna, ambas carregavam toalhas limpas e um cantil com agua fresca. Os faunos saíram do quarto e apenas permaneceu Caspian, Edmundo, Lucia e Pedro.

Caspian ajudando Lucia a limpar o rosto de Pedro.

Edmundo observava o irmão mais velho, o estado em que ele estava e não conseguiu segurar as lagrimas. Lagrimas de gratidão. Edmundo agradecia a Aslan em pensamentos por ter guardado Pedro, era para o mais velho dos Pevensie estar na beira da morte depois da tempestade que havia pego e dos vários dias que ficou sem comer ou beber. E não. Pedro apenas havia emagrecido demais, somente isso e seu rosto e corpo estavam sujos de lama. Fora disso, estava tudo bem.

Lucia compartilhava dos pensamentos do irmão, agradecia a Aslan demais. 7 dias, 7 dias tentando fazer Pedro entrar e nada, no dia da tempestade ficou agoniada o imaginando naquele diluvio sozinho e no meio de todo o seu sofrimento pediu a Aslan que o protegesse e o grande leão atendeu suas preces. Pelo que dava para ver Pedro havia apenas emagrecido e mais nada de serio havia acontecido.

Caspian nada pensava além da recuperação de Pedro.

No dia seguinte, logo no amanhecer Caspian e Edmundo brigavam para entrar no quarto de Pedro, Lucia os havia proibido de entrar até segunda ordem.

— Não sei para que tudo isso. Ele só está comendo. — Disse Edmundo andando de um lado para o outro.

— Ela passou a noite toda com ele, a noite toda, nós queremos ver como ele está. — Disse Caspian. — OUVIU LUCIA?

Saulo, o fauno que estava como guarda do quarto de Pedro lutava para não rir do desespero dos jovens a sua frente. Estavam ali brigando para entrar fazia mais de 30 minutos e reclamando desde esse momento. Havia visto o grande rei Pedro de manhã e vira como foi bom a jovem rainha Lucia ficar com ele toda a noite, ela o fez comer e beber e o ajudou nos pequenos machucados que ele havia adquirido por ficar tanto tempo na floresta e vendo que o rei estava melhor não tinha nada demais se divertir às custas do desespero de Caspian e Edmundo.

— Saulo, por favor, eu sou irmão dele e seu rei. — Disse Edmundo.

— Sinto muito, meu senhor, a rainha Lucia deixou claro que não queria que ninguém entrasse. — Respondeu Saulo.

— Lucia é mais nova do que eu. — Protestou o jovem.

— Continua sendo, minha rainha.

— Mas...

— Eu já disse não, meu rei.

Lá se foram mais 20 minutos até que Lucia saiu do quarto.

— Podemos entrar agora? — Perguntou Edmundo emburrado.

— Claro que podem, mas não gritem ou façam muito barulho, Pedro amanheceu com uma grande dor de cabeça.

— Não somos idiotas, Lucia.

Os dois entraram e viram como Pedro estava diferente da noite anterior. Sua pele estava um pouco mais corada e as olheiras diminuíram bastante.

— Como está, Pedro? — Perguntou Caspian.

— Bem melhor. — Respondeu Pedro com um sussurro.

Caspian o avaliou bem e viu a dor bem visível nos olhos claros de Pedro, como alguém poderia estar sofrendo tanto?

Naquele momento sua dor pareceu coisa pequena diante da dor que Pedro estava sofrendo.

— Me perdoem, eu não deveria ter me escondido daquela maneira. — Disse Pedro olhando para os dois e antes que pudessem atrapalha-lo continuo. — Eu deixei a dor tomar conta da minha cabeça, do meu coração e do meu corpo. Eu nem tentei lutar contra ela.

— Pedro, todos ficamos assim. — Disse Edmundo.

— Você tomou as rédeas da situação, consolou Lucia e eu não fiz nada.

— Fiz isso tudo porque foi o que aprendi com você, sempre, sempre nos momentos em que eu havia cometido uma burrada e levava uma bronca do pai você estava do meu lado, me protegia diante dele, a mesma coisa com Lucia e Susana. Você sempre esteve do nosso lado. Sempre. Sempre deu um jeito de tirar nossa dor, até quando meu cachorro morreu e você trouxe um no dia seguinte. Você sempre nos ajudou, então, nos deixe te ajudar também.

No fim de todo discurso, Edmundo, com lagrimas nos olhos, abraçou o irmão mais velho que já estava com as lagrimas descendo livremente pelo rosto.

Caspian se achou um intruso naquele momento de irmãos e sem fazer qualquer barulho saiu do quarto e deixou os dois a sós.

Aquele seria o momento em que o jovem príncipe voltaria para o quarto e continuar no seu sofrimento, mas não, Caspian foi até Orieus o capitão dos centauros.

— Orieus.

— Meu príncipe. — Disse o centauro fazendo uma breve reverencia.

— Temos algum plano sobre a libertação da rainha Susana?

— Estamos estudando as opções de um ataque, meu senhor. Só temos um único problema.

— Não sabem como é a estrutura do castelo de Miraz.

O centauro assentiu.

— Pois bem, vamos até a câmara de reuniões e vamos bolar um plano nesse momento. Aquele castelo não é impenetrável.

..........

Flash Back

Susana acordou em um quarto simples e por um momento pensou que havia sonhado com tudo, mas seu pior pesadelo entrou no quarto, com um sorriso que deixava seu rosto mais assustador.

— Que bom que acordou, minha querida esposa. — Disse Rabadash.

— Esposa? Eu ainda não me casei com você.

— Não é isso que prova a aliança em seu dedo.

Susana olhou aterrorizada para seu dedo e viu a aliança de ouro ali.

— Casou comigo enquanto eu estava desmaiada? Nem o pior dos trastes é capaz de fazer algo do tipo.

— Minha querida, aconselho a escolher bem suas palavras a partir de hoje, como seu marido posso castiga-la do jeito que eu achar necessário. — Rabadash sentou ao lado de Susana, esta se afastou o máximo que pode dele. — Logo após seu desmaio, nossos convidados foram para o salão de festas enquanto que eu a trazia para cá. Miraz, como um ótimo rei, realizou nosso casamento aqui mesmo. Não precise ficar chateada por não ter declarado seus votos, teremos muito tempo para isso.

A maneira como o Tirosc falava aquilo, o jeito que deixava claro que Susana o amava deixava a jovem rainha abismada sobre até onde iria sua loucura.

— Rabadash, eu não ia fazer voto nenhum. — Disse Susana revoltada.

Ela não ia dizer mais nada até que algo surgiu em sua mente. Quanto tempo ficou inconsciente? Rabadash era louco o suficiente para casar-se com ela inconsciente, seria louco o bastante para...?

Seu coração começou a bater ais rápido do que o normal somente com a cogitação de Rabadash ter se deitado com ela sem seu consentimento.

— Não precisa ficar nervosa com a minha presença, minha amada. — Disse Rabadash vendo Susana respirar com dificuldade. — Sei que é triste o fato de ter perdido nosso casamento, mas há a consumação dele.

— Quer... dizer... que nós... ainda não...? — Perguntou Susana respirando com dificuldade.

— Ainda não nos deitamos, meu amor. Não fique ansiosa, sei que esse é um momento delicado para as mulheres, por isso a deixarei sozinha para que possa se preparar.

Dito isso Rabadash saiu do quarto, não antes de dar um beijo na testa de Susana que a limpou assim ele saiu.

A possibilidade de deitar-se com aquele ser a deixava com náuseas.

O medo apenas crescia em seu peito com a chegada desse momento.

Por 2 dias Susana conseguiu despistá-lo, teve a ajuda de 2 criadas em suas escapadas noturnas antes do retorno de Rabadash.

Até que chegou o 3 dia.

Estava tudo preparado, assim como nos outros 2 dias. Susana Iria para o quarto após o jantar e Rabadash iria conversar com Miraz por mais ou menos 1 hora, nesse meio tempo, enquanto os dois bebiam uma das criadas colocaria um pouco de um liquido que o deixaria com muito sono, no quarto, Susana arrumou uns travesseiros embaixo da coberta para que quando Rabadash chegasse grogue de sono pensasse que fosse ela.

Não foi isso que aconteceu naquela noite.

Susana foi para o quarto o mais rápido que pode e no caminho encontrou Prunaprismia que começou a falar sobre o filho, como ele estava crescendo e como estava gostando de mais uma presença feminina no castelo. Susana, educada como fora, foi o mais amável possível com a rainha e finalmente conseguiu encerrar o assunto e foi correndo para o quarto e chegando a este teve uma terrível surpresa.

Rabadash já a esperava, trajando suas roupas de dormir e não estava grogue, pelo contrário, estava muito são.

— Minha rainha, estava a sua espera.

— Pensei que estaria com Miraz. — Disse Susana tentando disfarçar o medo em sua voz.

— Não, tratamos de muitas coisas nesses últimos 2 dias e eu queria ficar essa noite com você.

A cortina estava fechada apenas com uma fresta dando para ver como a noite estava escura. Susana tinha se afastado da porta, tentando se afastar ainda mais de Rabadash e este esperto como dizia ser trancou a porta.

Susana estava encurralada.

— Por favor. — Implorou com os olhos lacrimejando e as primeiras lagrimas caindo. — Não faça isso comigo. — Pediu, o desespero a consumindo.

— Não chore de emoção, meu amor, sei que tem esperado muito tempo por esse momento.

Depois daquela frase Rabadash correu a jovem rainha que não teve tempo de escapar, ela só deixava as lagrimas rolar e pedindo para que ele parasse.

— Não fique ansiosa. — Era o que ele falava, como se ela estivesse pedindo por aquilo.

Depois dele ter arrancado seu vestido a mente de Susana se desligou. Seu corpo ficou sem movimento. Ela sabia que Rabadash beijava todo o seu corpo, sabia que ele estava apertando seus seios e quando ele a pegou e a jogou na cama.

Sentia as lagrimas caindo de seus olhos. Sentiu quando ele a penetrou com força. Ela não emitiu nenhum som. Não conseguia se mexer.

Os únicos sons que podiam ser ouvidos dali eram os urros de Rabadash, o choro silencioso de Susana e o som dos raios e trovoes da grande tempestade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Foi muito pesado o que eu fiz?
Por favor, falpem tudo o que vocês nos comentários ta bom.

Beijos



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