Entre Dois Mundos escrita por Quel


Capítulo 17
Sofrimento


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, tudo bem com vocês?

Devo dizer que foi uma tristeza escrever esse capítulo, logo vocês saberão porque.

Boa Leitura!!!

Obs. As partes em italico são partes de uma lenda.



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É claro que há muitas versões sobre o nascimento, vida e morte de Abigail. A bruxa dos olhos vermelhos.

Ela adorava aquele apelido.

Havia um tempo que andar pelas aldeias telmarinas causava medo em qualquer ser que cruzasse seu caminho. Ela não precisava nem olhar e sua vítima pegava fogo em poucos segundos. Tempos de gloria!

Ela não sabe dizer quando tudo mudou, só que um dia os homens pararam de sentir medo e começaram a caçá-la. Eram humanos, humanos fracos e seria fácil livrar-se deles. Engano seu. Foram muitos atrás dela, a caçando em todos os lugares até que foi encontrada em uma caverna em uma das florestas mais antigas.

Em seus últimos suspiros lançou sua maldição sobre o povo que passou a odiar.

— E essa é história da nossa querida bruxa. — Disse Rabadash sorrindo.

— Não me importo. — Disse Susana.

— Deveria, ainda não ouviu a melhor parte.

“Aos que me matam nada acontecera, contudo, sobre as gerações futuras cairá o peso de minha vingança”

— Pelo que eu saiba, Caspian X é um telmarinos. — Rabadash não escondeu o sorriso ao ver os olhos de Susana marejarem. — Seu príncipe não terá tanto tempo para sofrer sua perda.

Dizendo isso deixou a rainha gentil em seus aposentos, trancada.

Susana deixou as lagrimas caírem por seu rosto. Não queria acreditar nas palavras de Rabadash e na lenda, porém, era difícil, tinha visto com seus próprios olhos a bruxa e o desejo de vingança que carregava em seus olhos vermelhos.

.......

Ao voltarem para a caverna, Caspian e Edmundo se reuniram a mesa de Aslan, empenhados em montar um plano para salvar Susana.

Lucia, é claro, ficara arrasada ao saber que sua irmã estava presa nos domínios de Rabadash. Pedro se refugiara em algum lugar da floresta. Não queria falar com ninguém.

Caspian não deixava o sofrimento tomar conta de seu coração, sabia que traria Susana de volta, não importa o que aconteça, sabia que Aslan nunca deixaria os dois ficarem separados por tanto tempo. Era nisso que estava crendo.

Edmundo ficou ao lado de Caspian, sentia a culpa em cada parte de seu corpo e não poderia deixar de ficar triste e sofrer por saber que a imã havia se entregado para salvá-lo, agora cabia a ele salvá-la.

— Eles devem estar no castelo de Miraz. — Disse Caspian.

— Como tem certeza disso?

— Intuição.

Ficaram discutindo tudo.

......

Pedro não estava muito longe da caverna, apenas uns metros. Não queria ninguém por perto. Não queria que ninguém o visse como o fracassado que era.

Como pôde deixar que levassem sua irmã mais nova? Não era ele que deveria protege-la a qualquer custo? Proteger a cada um de seus irmãos? Então como pode ficar parado enquanto sua irmãzinha sumia com o homem mais asqueroso que já pisou em Nárnia?

Essas eram as perguntas que ele queria responder, além de querer se livrar de todo aquela dor que consumia seu coração.

Não havia chorado. Não conseguia. Chorar significa aceitar o que acontecera e Pedro nunca aceitaria isso. Jamais!

Há poucos dias haviam feito uma celebração para ele, por ser um bom rei, um bom líder.

Poderia até ser isso tudo.

Mas havia algo que ele não era.

Um bom irmão!

Ele não era. Como poderia ser? Sua irmã estava sofrendo sabe Aslan o que, e ele não pode fazer nada.

Essas palavras não saiam de sua cabeça.

Nada.

Ele não fez nada.

Parado.

Enquanto sua irmã sumia.

Nada.

Seu corpo tremia toda vez que relembrava os olhos assustados da irmã enquanto sumia em uma nuvem de fumaça.

Tinha sido difícil tirar Caspian dali e trazê-lo de volta a caverna, Edmundo a mesma coisa.

Pedro não. Ele apenas saiu andando. Sabia que os soldados o seguiam. Estava ouvindo o choro de Caspian e os sussurros de Edmundo, ele falava sozinho quando ficava nervoso. Ouviu os soldados o chamarem, ouviu o capitão falando para o deixarem em paz. Deveria ter agradecido.

Quando chegaram a caverna, viu todos os soldados que ficarem o aguardado e rapidamente as perguntas começaram.

A ausência de Susana era notável.

Ele era um irmão tão ruim que não conseguiu dar a notícia a Lucia. Deixou que Edmundo fizesse isso. Ele apenas viu os olhos claros da caçula se encherem de lagrimas, ela o olhou, implorou por consolo, implorou por um abraço do irmão mais velho. É claro que ela não disse nada. Ele viu em seus olhos.

E mais uma vez ele falhou com a família.

O que seu pai lhe diria?

O que sua mãe lhe diria?

Deixou seus irmãos sozinhos no pior momento.

Com certeza o pai lhe olharia com desprezo e decepção.

Pedro não aguentaria.

Só de imaginar o olhar de decepção do pai caindo sobre si fez seu corpo tremer ainda mais.

A mãe tentaria amenizar o humor do pai, mas olharia com decepção para o filho mais velho. Aquele irmão mais velho que dizia que sempre protegeria os irmãos.

Inevitável foram as lembranças não invadirem sua mente. Lembrou-se de quando ficava no quarto de Susana, a ajudando com algumas partes dos livros ou apenas quando ficavam até tarde da noite conversando sobre qualquer coisa.

— Eu sou um inútil. — Pedro deixou escapar de seus lábios e finalmente deixou que as primeiras lagrimas caíssem por seu rosto.

Chorou, chorou até soluçar.

Gritou.

Um grito de desespero que veio do fundo da sua alma.

— Me perdoa, Su, me perdoa, por favor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
eu quis colocar esse lado do Pedro, sempre o vemos como o irmão resposável, o que consola todos e eu quis colocar esse lado humano dele, colocar pra fora o que ele sente quando falha com os irmãos.
Espero que tenham gostado e se gostaram comentem bastante, sabe como eu gosto de receber comentários e se não gostaram comentem também e deixem suas criticas construtivas.

Beijos



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