Entre Dois Mundos escrita por Quel


Capítulo 16
Sacrificio


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Rabadash não poderia estar mais feliz. Seu plano finalmente estava dando certo e logo, mais cedo do que poderia imaginar teria Susana em seus braços.

É claro que ele teria que pagar certos sacrifícios à Tash, já que o deus não fazia favores de graça.

Não seria algo difícil. Apenas 100 corações virgens. Moleza!

Tudo valeria a pena para ter sua querida rainha perto. Tudo!

Até mesmo trazer o espirito de uma bruxa para assassinar telmarinos. O melhor é ela estar no corpo do rei Edmundo, o justo.

Rabadash sempre dava risada quando pensava nesse rei, que de rei não tem nada. Uma criança, um traidor intitulado de O Justo, não existe nada mais contraditório.

Estava chegando o momento!

Não conseguia conter a ansiedade. Naquela noite Susana seria sua.

 

 

Era madrugada quando Pedro e todos os narnianos estavam reunidos para escalar quem iria nos grupos de busca liderados pelo rei Magnifico e por Caspian.

— Eu vou procurar meu irmão! — Dizia Susana para Caspian.

— Não, precisa ficar aqui para cuidar do seu povo. — Disse ele.

— Lucia pode ficar. Eu não vou ficar parada enquanto meu irmão mais novo está nessa floresta perdido e talvez em mãos inimigas.

— Vamos acha-lo!

— Com a minha ajuda! E nem tente me impedir.

Dito isso Susana se aproximou dos soldados, começando a prestar atenção na fala do irmão mais velho. Caspian logo se pôs ao seu lado, sua expressão não era uma das melhores.

— Arrume essa cara, logo virão lhe perguntar porque está mal-humorado. — Sussurrou Susana para o namorado.

— Quero que fique em segurança.

— Eu vou, assim que meu irmão estiver também.

Caspian iria liderar um grupo, juntamente com Susana e Pedro iria liderar outro, ele havia preferido ir sem a irmã.

— Quero ter minha cabeça focada no Ed e sabe como eu preocupo com você, confio em Caspian para ficar de olho em ti. — Disse ele.

— Não preciso que ninguém fique de olho em mim.

— Ah precisa sim.

Susana olhou indignada para o irmão.

— Desde quando preciso de tanto proteção?

— Desde quando o Ed pode estar possuído por uma bruxa vingativa. E não é só você, Lucia também está sob observação.

— Lucia é a menor de nós, eu sou a segunda mais velha.

— Sinto muito Su, é a minha decisão.

Dito isso Pedro saiu da caverna junto com seu grupo. Caspian se aproximou da namorada, abraçando-a de lado.

— Quando encontrarmos Edmundo tudo vai voltar ao normal.

— Duvido, vocês estavam loucos para que eu ficasse sendo vigiada o tempo todo.

— Isso não é verdade. Só queremos sua proteção. Pode parar de ser teimosa só um pouco e aceitar? — Pediu dando um selinho em Susana.

— Huum, não. — Respondeu ela beijando o namorado. — Vou ver Lucia antes de irmos.

Caspian observou a mulher que amava correr para o quarto da irmã.

Susana logo chegou ao quarto improvisado de Lucia. Era um pequeno cômodo, com uma cama e uma cadeira.

— Estamos indo. — Anunciou. — Volto ao anoitecer.

Beijou a testa da irmã.

— Tomem cuidado. — Disse Lucia.

Susana saiu do quarto e logo ela e Caspian mais um grupo com 10 soldados entraram na floresta à procura do jovem Edmundo.

 

 

Edmundo corria desesperado pelas arvores, sabia que tinha alguém o seguindo. Não! Mais uma pessoa o estava seguindo.

Ele tinha tentando se afastar do corpo, mas algo o puxava naquela direção e ele acabou velando o cadáver a noite toda e quando sentiu alguém próximo desatou a correr.

E parecia que não estava correndo rápido o bastante.

— Não adiante correr reizinho, nós o alcançaremos.

O rei justo estava perdendo as esperanças de sair vivo daquela floresta. No último momento, em uma pausa para recuperar o folego, Edmundo viu sua saída.

Era um buraco, no meio de duas arvores enormes. O buraco era grande o suficiente para escondê-lo. Ele logo entrou ali, não se importando com as aranhas, nem outros bichos que ali estavam.

Poucos segundos depois que entrou ele viu dois homens. Telmarinos. Ambos de armadura e armados. Com certeza iam levar seu corpo para aquele rei asqueroso.

Os soldados olhavam em todas direções, menos para o buraco onde Edmundo se encontrava. Logo, eles seguiram correndo para o leste.

Edmundo respirou fundo e decidiu ficar mais um tempo no buraco antes de sair, só para ter certeza que ninguém voltaria. Quando viu que estava sozinho por um longo tempo saiu do buraco.

Limpou as roupas que haviam sujado de terra.

Mas parou assim que percebeu que havia alguém próximo. Muito próximo.

Ele pensou em correr, mas só iria piorar tudo.

Optou por ficar e lutar. Afinal era um rei, bem treinado. Só faltava achar alguma coisa para usar como arma.

Uns 100 metros em sua frente havia um pedaço de galho. Se andasse rápido o pegaria e iria atacar.

— Nem pense em fazer isso, Edmundo. — Aquela voz causou algo dentro do jovem rei, algo ruim.

Edmundo virou-se para trás e viu um homem vestido como um nobre, mas não com as roupas que os telmarinos usavam. Eram vestes mais pesadas, sombrias.

— Quem é você? — Perguntou.

— Vou fingir que não ouvi essa pergunta estupida. — Disse o homem. — Peço que me acompanhe. E caso não atenda meu pedido, vou ter que obriga-lo.

Rabadash olhou diretamente nos olhos Edmundo, e as orbes escuras assumiram um tom vermelho.

— Estava pensando quando ia libertar-me de novo, meu senhor. — disse a bruxa no corpo de Edmundo.

— Os soldados estavam atrás dele, não poderia arriscar.

— Matei um ontem à noite com muita facilidade. Aqueles dois estavam nas minhas mãos.

— Não queria arriscar. E não precisa se preocupar, terá sua vingança. Caso me ajude, é claro.

— Fiz uma promessa e eu cumpro minhas promessas.

— Ótimo. — Disse Rabadash. — Agora vamos, temos que encontrar minha futura esposa.

 

 

Pedro estava ficando impaciente. Havia separado o grupo em dois para achar Edmundo mais rápido, mas não havia uma única pista do paradeiro de seu irmão.

O segundo grupo havia o encontrado e estavam claramente sem boas notícias.

— Vamos para o oeste, meu senhor. Talvez tenhamos mais sorte.

Pedro somente concordou com a sugestão do centauro. Logo, os dez narnianos seguiram rumo ao norte.

Andaram, por uma hora mais ou menos quando encontraram o grupo de Caspian.

— Nada? — Perguntou o telmarinos.

— Nada. — Respondeu Pedro.

Susana estava longe dos dois. Olhando ao redor. Procurando em sua mente formas, um jeito de encontrar Edmundo, mas nada lhe vinha à mente.

— Que maravilha!

Ela levou um susto ao ouvir aquela voz. Aquela voz!

— Rabadash. — Disse ao ver o homem desprezível ao qual escrevera.

— Meu amor, devo dizer que está mais linda que a última vez que nos vimos.

— Você deveria estar morto!

— Posso dizer que Tash gosta muito de mim. — Disse sorrindo e se aproximando da rainha, esta deu vários passos para trás e acabou chamando a atenção do irmão e do namorado.

— Se afaste dela! — Gritou Caspian com a espada em mãos. Pedro estava com a sua na mão e os 20 soldados com suas espadas e flechas apontadas para o Tirosc.

— Ora, que recepção mais calorosa. — Riu Rabadash. — Eu esperava mais do meu futuro cunhado.

— Cala a boca!

— Cunhado? — Perguntou Susana. — Vejo que a loucura lhe subiu à cabeça.

— Oh não, meu amor. Pedro será meu cunhado... assim como você será minha esposa.

— Por cima do meu cadáver. — Disse Caspian pondo-se na frente da namorada.

— Isso não será um problema.

— Não aceitei casar com você da última vez, porque aceitaria dessa vez? — Perguntou Susana.

— Edmundo! — Chamou o Tirosc.

Logo o jovem rei, o quão o corpo estava possuído por uma antiga bruxa surgiu por entre as arvores. Seus olhos, vermelhos como sangue assustou a cada um dos narnianos, além dos irmãos e de Caspian.

— Ed. — disse Susana horrorizada ao ver que a lenda era verdade.

— Saia dele. — Disse Pedro com a espada apontada para a garganta da bruxa.

— Se ferir o corpo de Edmundo, estará ferindo o próprio Edmundo. — Disse Rabadash com um grande sorriso no rosto.

— Maldito! Isso tudo é ideia sua! — Acusou Pedro.

— Culpado.

— O que você quer? — Perguntou Susana.

— Não está claro? Quero você, você é minha esposa por direito. — Rabadash disse, olhando para Susana, se divertindo com seu desespero pouco aparente. — Mas se não quiser juntar-se a mim, seu irmão será uma grande oferta à Tash. A decisão é sua. A liberdade, a vida do seu irmão está em suas mãos.

Os olhos claros da rainha gentil começaram a ficar molhados e logo as grossas lagrimas estava escorrendo por seu rosto.

Já havia tomado sua decisão!

Nunca deixaria que seu irmão mais novo fosse entregue como uma oferenda ao deus Tash. Seu coração pesava por deixar Caspian, este havia baixado a espada e a olhava desesperado, os olhos marejados.

— Su, não!

— Eu preciso.

— Não precisa não. Podemos salvar Edmundo sem que precise se sacrificar. — Disse Pedro.

Os soldados sentiam-se inúteis. Nada poderiam fazer. Se ameaçassem atacar o rei Edmundo, o jovem que juraram proteger morreria em poucos segundos.

— Não vou deixar Edmundo ser entregue como uma oferenda. Essa é a unida opção. — Disse Susana dando um passo em direção a Rabadash, que tinha um sorriso de vitória nos lábios.

— Não! Não, não vou deixar que faça isso. — Disse Caspian agarrando o braço da namorada. — Vamos salvar Edmundo, mas por favor, não faça isso. Não me abandone.

Susana não o olhou. Se olhasse desistia na hora.

— Se eu não aceitar ele morre. Não iria sobreviver sabendo que tinha a chance de salvar meu irmão. — Ela soltou seu braço do de Caspian e caminhou até o Tirosc. — Tire esse espirito de dentro do meu irmão. — Disse a voz carregada de ódio.

Caspian era segurado por dois centauros, lagrimas corriam por seus olhos. Sua expressão em desespero.

Pedro não conseguia dizer nada, não conseguia se mexer.

Iria perder Susana!

Rabadash disse poucas palavras em uma língua antiga e os olhos de Edmundo voltaram a ser da cor habitual.

Ele olhou assustado para todos, principalmente para Pedro que estava em estado de choque.

— O que está acontecendo? — Perguntou e virou para Susana, há tempo de ouvi-la dizer suas últimas palavras.

— Ed, eu te amo. Amo todos vocês.

E ela sumiu em uma nuvem de areia. Junto com Rabadash.

Caspian caiu de joelhos e gritou. Gritou o mais alto que pode.

Os narnianos abaixaram as cabeças, tristes com o sacrifício da grande rainha.

E Pedro...

Bom.

Pedro estava em choque.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que deveria ter explorado mais essa despedida da Su e talz, mas o que eu consegui escrever foi isso e eu acho que se tivesse escrito mais poderia ficar chato e sem sentido.
Foi com dor que escrevi a maneira como ficou Caspian e o Pedro, no próximo capítulo irá mostrar como eles irão ficar.
Peço que me digam o que acharam desse capítulo, ele foi um pouco difícil de escrever e queria saber se ficou bom ou horrível.
Então, por favor, comentem nem que seja um joinha.
Desde já obrigada por ter lido ♥



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