World's Asleep escrita por Gilbert


Capítulo 2
Capítulo 1 - Colegas de classe?


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu decidi postar um capitulo, depois de meses, e eu espero que vocês comentem o que acham da historia.
POR FAVORZINHO!
É muito importante pra mim..
(ps: Paradise On Hell só vou postar sexta feira, porque esqueci meu pen drive na casa do meu avô.)

Espero que gostem!



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"Eu tenho 18 anos e geralmente, garotos com dezoito anos nas costas só tem a preocupação em beber, pegar garotas ou foder qualquer prostituta de beira de estrada. Comigo é diferente, e eu não sei se é bem culpa minha, ou de qualquer filho da puta por aí. Não, é minha sim... É minha porquê eu fui me apaixonar pela garota mais complicada da face da terra. Uma coisa bem clichê.. Mas era tudo muito pior do que levar um fora de vez em quando. E depois de um tempo eu fiquei completamente dependente dela, como um alcóolatra é dependente da bebida, como um fumante é dependente da nicotina. Eu era dependente dela. O meu mundo girava em torno dela, em torno daquele sorriso cheio de segredos. Os quais eu nunca descobri por completo. Ela era, ou pelo menos eu achava que era, tudo o que eu queria. Até que ela se foi, pra sempre. E não aquele pra sempre que ainda tem chance de voltar atrás.. Ela se foi, e deixou um buraco negro dentro de mim, que puxou todas as coisas boas que eu tinha. Todos os sonhos e esperanças. Tudo. E agora eu sou esse filho da puta que vos fala. E a culpa de eu ser assim não é dela, nem de qualquer outra pessoa, é minha. Mas eu só não queria ser um caso perdido."

Damon usava o mesmo óculos escuro de sempre, o que escondia bem as olheiras profundas que lhe atormentavam. O cabelo despenteado e a calça surrada, junto com um tênis velho. A aparência de cansado era a mesma de sempre. A aparência que julgavam ser por festas, bebidas e ressaca. Mas a ressaca dele é a mesma desde que ela se foi. Ele tentava não pensar na mesma merda todo santo dia, mas não conseguia. Ele havia esquecido a sua existência, as suas necessidades, se torturava sempre quando pensava demais, mas não podia evitar. Era mais forte que ele.

Todo mundo ficava dizendo "supere, hora de seguir em frente", mas ninguém entendia. E com "todo mundo" quero dizer apenas alguns amigos próximos. Muita gente o julgava, sobre a suposta morte. Gente que não o conhecia, que não a conhecia.. Era simplesmente muita mentira no meio, e no fundo, ele também se culpava. As vezes ele chegava a pensar que se ele não tivesse brigado com ela naquela noite, se ele não tivesse se envolvido com pessoas erradas, muito provavelmente nada teria acontecido. Eles estariam juntos, ela não teria sido morta. Ou

O corpo de Katherine nunca foi encontrado, mas na cena do crime tudo indica que realmente foi homicídio, e o assassino tomou todos os cuidados possíveis para sumir com o corpo da vítima e não deixar nenhuma digital além da dela. Aliás, isso era o que a polícia dizia... Mas ele já havia visto programas policiais o bastante pra saber que a verdade só aparece quando querem. Mas ele não deixava de se culpar. E...

E se eles não tivessem discutido um dia antes disso tudo, talvez ele não fosse um dos suspeitos.

Enquanto Damon caminhava até um dos bancos da escola, seu celular deu um "bip" de nova mensagem, de Stefan, seu irmão. Eles não tinham a melhor relação do mundo, mas ele sabia que não importaria o que acontecesse, sempre estariam juntos.

A mensagem dizia: "Papai viajou novamente, você tem 3 meses livres!"

– Ótimo.. - Suspirou.

Desde que sua mãe saiu de casa, à três anos atrás, seu pai nunca foi presente. Vivia em viagens de trabalho e mal dava atenção para ele ou para Stefan. Sem contar nas brigas e sermões que, do seu ponto de vista, ele não tinha o direito de dar. Até que mês passado decidiu comprar um apartamento, com dinheiro de seu trabalho e com ajuda de algumas pessoas do trabalho comunitário, que a polícia o obrigou a fazer.

Damon se sentou, olhando pro nada, pensando no tudo. Pegou um cigarro, mas quando o colocou na boca, alguém chegou e o tirou, antes que pudesse acende-lo.

– Você pode até querer se matar, mas eu ainda não quero que morra. - Klaus falou, sentando-se ao seu lado.

– Ainda.. Sei. - falou.

– Tira esse óculos cara, parece o drácula. Não gosta de sol ou o que?

Klaus era seu melhor amigo. Era o unico da escola, talvez de sua vida, que ainda conseguia fazer ele sorrir.

– Não dormi direito.

– Que novidade... Sério cara, mudando de assunto, volta pro grupo?

Antes de tudo acontecer, Damon fazia parte de um grupo de musica. Eles tocavam por diversão na garagem da casa do Klaus. Não pensavam em ser descobertos e nem em fazer sucesso, era só algo deles. Damon, Klaus, Tyler e Stefan. Mas depois ele desanimou até disso, apesar de saber que a musica tinha um efeito milagroso sobre seu corpo.

– Desculpa cara, mas não rola! Eu não consigo..

– Você não vai conseguir sem tentar. - ele não respondeu não respondeu, então Klaus continuou. - Tudo bem, leva a quantidade de tempo que precisar. Mas um dia você vai ter que sair dessa foça!

– Um dia...


__


"A maioria das meninas esperam pelo príncipe encantado. Daqueles estilos de conto de fadas, os quais eu nunca entendi muito bem. Pra mim, nenhum dos contos da Disney mostravam amor verdadeiro, mas sim um lado infantil e sem visão. Eu tenho dezessete anos e a coisa mais emocionante que eu já fiz foi mudar pra cidade do meu pai. Eu lembro da minha infância, quando eu sonhava que iria viver várias aventuras, quando todas as meninas queriam ser princesas e eu queria ser pirata. Quando tudo passava rapido demais. A minha visão sobre o futuro era tão errada, mas tão feliz. Eu via desenhos de monstros e me sentia como se tivesse dentro da televisão, depois arrumava mil e uma brincadeiras. Hoje acabou toda essa magia. Mas no fundo, tudo o que eu quero é dividir esses segredos, da infância e um pouco de agora, com alguém. Eu não quero um romance de conto de fadas, como eu já disse. Eu quero algo imperfeito, mas que se encaixe perfeitamente na confusão que é a minha vida."


Elena desceu as escadas depressa, vendo que já estava atrasada para o seu primeiro dia de aula. Suas emoções estavam à flor da pele, e ela tentava ao máximo ter pensamentos positivos pois, leu em um livro, que esse tipo de pensamentos atraíam coisas boas.

– Bom dia. - Falou, com um sorriso no rosto, olhando para as duas pessoas na cozinha.

Seu irmão, Jeremy, o qual havia acabado de conhecer de verdade, e John, seu pai.

– Bom dia querida, dormiu bem? - John perguntou, com um sorriso largo no rosto.

– Dormi sim.

Elena ainda tinha lembranças tristes da época em que seu pai havia abandonado sua casa. Na época que ela havia decidido se esquecer do mundo, quando havia esquecido de sorrir. Não fazia tanto tempo, mas parecia uma eternidade. Hoje em dia ela não entendia o motivo de toda aquela revolta, afinal, o casamento de seus pais estava passando por uma fase delicada, e no fundo ela sabia que não duraria muito.

Mas nesses ultimos meses, tinha deicido dar outra chance pra vida. Mas sem largar o bom e velho rock'n'roll que foi uma ótima companhia nas noites sem dormir.

– Temos ovos e bacon.. Algum pedido especial? - John perguntou.

– Na verdade, eu sou vegetariana. - Elena falou, com um olhar meio de "desculpas".

Jeremy deu uma risadinha.

– Não imagino minha vida sem carne!

O irmão havia olhado pra ela de maneira estranha desde que tinha chegado, ela só não entendia o porque. Ele parecia estar se esforçando bastante pra sorrir e parecer simpático, e mal falava. Talvez ele fosse tímido.. Mas preferiu entender essa frase em tom de brincadeira como se fosse um bom sinal. Lembrando novamente do que seu livro dizia.

– Uma hora eu acostumei.. Não gosto da ideia de animais morrendo pra me satisfazer. - a garota fez uma careta, imaginando animais sendo abatidos. Ela sempre ficava triste pensando nisso.

– Quanta frescura! - seu pai brincou, fazendo com que ela risse. - Bom, temos algumas frutas na geladeira e salada de frutas. Come o que quiser.. - Ele desligou o fogão, tirando a frigideira com ovos fritos. - E aqui está o seu café. - Jogou os ovos no prato do Jeremy, que ja tinha comido todo o bacon.

– Pai, eu acho que vou ter que usar seu carro hoje. - o irmão falou, com a boca cheia.

– E posso saber por quê? - John perguntou, enquanto se sentava na mesa junto com os filhos.

– O meu carro ta na revisão, e só chega de tarde! Não acho que Elena gostará de pegar o ônibus pra ir pra escola logo no seu primeiro dia.

– Ônibus ta bom pra.. - Antes que terminasse de falar, o irmão soltou um "shhhh", fazendo com que ela se calasse e reformulasse a frase. - É, eu prefiro ir de carro.

Jeremy sorriu e lançou um olhar pidão para o pai, que pensou um pouco mas acabou cedendo, levando em conta que não usaria o carro, já que estava de folga.

John era chefe de policia, e era tão respeitado que podia planejar suas férias, quando um substituto que ele mesmo escolhia, ficava no seu lugar. Elena planejava seguir quase a mesma carreira que o pai, porem queria ser uma especie de detetive. Ela sempre foi apaixonada por mistérios, desde livros, filmes e até na vida real.

Ela e o irmão se arrumaram rapidamente, com a mochila cheia de livros e uma animação que era desconhecida para Elena, ela decidiu, por si só, que esse seria um dia como nenhum outro. País diferente, família diferente.. E quem sabe outras surpresas que vão surgir por ai?


Depois de um rápido passeio de carro, já estavam em frente a enorme escola. Todos os alunos uniformizados, do jeito que ela via em filmes. Uma pontinha de animação começou a se formar, transformando-se em um sorriso super largo.

– Acho que você é a primeira pessoa que fica animada com a escola. - Jeremy falou, apertando o botão para fechar o carro. - Tenta não mostrar muito isso, se não vai ficar na turma dos nerds maninha. - ele sorriu.

– É só animação e nervosismo do primeiro dia, depois passa. - falou.

Os dois caminharam até o portão da escola e assim que entraram (acredite, não foi apenas impressão) todas as cabeças se viraram para Elena. "Talvez seja só porque é nova" pensou. Mas as pessoas pareciam confusas e um tanto quanto curiosas. Olhavam, falavam algo umas pras outras e olhavam de novo.

– Tem algo errado comigo? - ela perguntou, arrumando o cabelo com a mão e se certificando de que estava devidamente vestida, e que esse não era um daqueles sonhos em que ela ia pra escola só de roupas intimas.

– N-não tem não. É só curiosidade sobre a menina nova. - Jeremy falou, tentando acalmar a irmã.

Ela pode sentir a duvida em sua voz, mas preferiu acreditar que o que ele falou era verdade.

Se concentrou em prestar atenção nos detalhes da escola.. Era tudo tão grande e tão claro. Tão bonito. A escola era antiga, tinha um campo de futebol gigante, tinham mesas do lado de fora, provavelmente para almoço em dias de sol. Apesar dos olhares estranhos, todos os alunos foram simpáticos, sorrindo pra ela quando passava. Ela definitivamente poderia se acostumar a viver alí.

Jeremy a levou até o corredor B, onde era o seu armario, e apontou até a sala em que estudaria.

– Vai sobreviver sem mim? - perguntou, dando um sorriso largo.

– Vou tentar.

Ele piscou e lhe deu um beijo na testa antes de se afastar. Isso fez com que ela apagasse todos os pensamentos que diziam que seu irmão não gostava muito dela. Ela acabou ligando essa paranoia com o irmão, com a paranoia sobre os olhares até que..

– Katherine? - Uma garota loira, com os olhos incrivelmente azuis, cutucou seu ombro, com a outra mão na boca e uma cara de espanto.

– Desculpa..?

– Ai meu Deus... Não! Você não pode... O cabelo é diferente, mas... - a garota loira começou a falar coisas que ela não entendeu, parecia mais que ela estava falando sozinha.

– Você está bem? - resolveu perguntar.

– Me desculpa, eu acho que te confundi com outra pessoa. - a garota falou, dessa vez mais calma e um pouco envergonhada. - Qual é o seu nome mesmo?

– Elena, eu sou nova aqui. - falou. - E você é a...?

– Caroline. Me desculpa mais uma vez, é só que... Você parece tanto com uma ex amiga minha. - ela falou, com o olhar triste.

Se era "ex" amiga, não seria muito apropriado entrar no assunto, muito menos perguntar o por que. Então resolveu apenas dizer "não foi nada" e sorrir de maneira simpática.

Nesse momento, um garoto, de cabelos bagunçados e calça surrada vinha em sua direção. Bem, não "exatamente" na direção, mas ia passar ao seu lado, ele estava distraido, com fones de ouvidos super altos, do tipo que dava pra ouvir a batida da musica de onde ela estava. Não tinha como não reparar, ele era bonito e tinha o corpo atlético. Ela nunca ligou pra aparências, mas não deixava de admirar.

O garoto deu uma olhada rápida na sua direção mas, quando achou que ficaria só por isso mesmo, ele voltou a encara-la. Seu rosto se formou em uma expressão quase de dor, e ela não sabia se era a culpada, se deveria ir até ele e pedir desculpas. Ele tirou os óculos escuros, para olha-la melhor e, ela podia jurar, que uma lágrima se formou nos seus olhos.

Caroline que estava do seu lado à alguns segundos, agora estava segurando o braço do garoto e o levando para outro canto, mas não sem antes sussurrar um "a gente se vê depois".

Será que ele também a confundiu com a tal da Katherine?


__


"Damon passou a aula toda pensando nela. Naquele dia ele sabia que a veria depois da aula de história. Não conseguiu prestar atenção em nada do que falavam sobre o Nazismo nem sobre a 2ª Guerra Mundial. Ao contrario: ele ficou o tempo todo desenhando suas formas no cantinho do caderno e sonhando acordado com seus corpos grudados.

Era a primeira vez que ele havia se apaixonado, de verdade, por uma menina da escola. Era novo e emocionante pra ele se sentir assim, quando geralmente ele só ficava com garotas por ficar e, também, pelo prazer de dispensá-las depois. Mas com Katherine era diferente, ele nunca terminaria com ela.

Depois de minutos, que mais pareceram horas, o sinal finalmente tocou e, como o esperado, ele passou todo o horário de almoço com ela. Abraçado nela. Apesar dela sempre parecer distante e nunca prestar muita atenção no que ele falava. Mas, quando ia se irritar com ela por causa disso, Katherine sorria pra ele e lhe dava um selinho, então ele esquecia de tudo.

Até que o sinal de fim do almoço tocou, e ambos teriam que voltar para a aula.

– Katherine, a gente vai se ver mais tarde? - Damon perguntou, segundos antes de soltar a mão da garota e ainda com o cheiro de morango de seu cabelo, agarrado no seu nariz.

– Claro, eu não vou fazer nada de importante hoje mesmo! - ela falou, com o olhar brincalhão e sedutor.

Ele não conseguia não acompanhar o movimento que seus lábios faziam quando falavam.

– Então é assim? - disse. - A gente só se vê quando você não tem nada melhor pra fazer? - fingiu estar ofendido e fez um biquinho.

– Mais ou menos isso mesmo. - ela mordeu o lábio ao falar e depois agarrou a gola de sua camisa. - Mas por enquanto você ainda é minha prioridade.

E então ela o beijou. Seu beijo era doce e seus lábios eram quentes. O beijo era um paraíso e ele tinha certeza que, poderiam se passar mil anos e ele não esqueceria do gosto daqueles lábios.

– Eu te amo. - ele falou, quando se separaram.

Como sempre, ela não respondeu nenhum "eu também te amo", mas o mesmo "eu também" de sempre. Mas aquilo nunca o encomodou. Ele sabia que ela gostava dele. Ele sabia que o destino dos dois era ficarem juntos. Ele sabia que a amaria pra sempre, e isso bastava."'


Não teve como evitar, foi só olhar para aquele rosto tão conhecido, e todas as lembranças voltarem como uma bomba. Esmagando o seu cérebro e fazendo com que ele tivesse vontade de chorar até que toda a lagrima que existia em si, secasse.

– Não é possível. Não, não é. - ele repetia, andando em círculos e com a mão puxando o próprio cabelo.

– Acredite Dam, ela não é a Kath. A voz é diferente, o cabelo é diferente e a cor dos olhos também. Apesar de todo o resto ser igual. - Caroline falou, tentando acalmar Damon, porém não funcionava. - Damon, OLHA PRA MIM. Não surta. Vai ficar tudo bem.

– Ela são iguais. IGUAIS Caroline. Isso é o meu pesadelo se tornando verdade...

– Não, não é o seu pesadelo se tornando realidade. É apenas um reflexo de que você precisa de seguir em frente.

– COmo isso pode ser o reflexo de que eu preciso seguir em frente? - perguntou, pela primeira vez, olhando em seus olhos. Ele realmente queria uma resposta.

– Eu não sei, mas precisa!

Damon suspirou. Claro... Ninguém tinha a resposta. Ele deveria ter.

__


Caroline, pouco antes da aula começar, foi até Bonnie, sua melhor amiga, com esperanças de que ela soubesse algo a mais sobre a novata.

– Você já sabe? - perguntou, com a voz um pouco mais abalada do que o normal.

– Da imagem e semelhança de Katherine? Sei. Como isso é possível? - a garota morena perguntou.

– Não sei.. Eu até pensei em gêmeas. Mas para tal semelhança elas teriam que ser gêmeas identicas, o que não seria possível, já que tem a cor dos olhos e do cabelo diferente.

– Parentes distantes?

– Não sei.. Talvez!

Apesar de já ter superado a falta da amiga, ela não deixava de se sentir abalada com tudo isso. E sabia que esse seria um longo ano. Caroline, Katherine e Bonnie eram super coladas, e tiveram sua "época de ouro" no segundo ano, quando ficaram populares e tinham praticamente todos os garotos da escola aos seus pés. Katherine principalmente, tanto que conseguiu fisgar o garoto mais bonito da escola e seu irmão.

Ela não conseguia deixar de sentir pena de Damon. De todos ali ele era o que mais sofria com toda essa história. E ela também sabia que, se fosse ao contrário, provavelmete Katherine fingiria um sofrimento, e depois ficaria bem. Ela era sua amiga, mas sabia muito bem que Katherine, muitas vezes, não valia nada. Principalmente quando se tratava de homens. Tudo bem que alguns mereciam, mas Damon não.

Carol gostava de Damon, ele era boa pessoa. E ela sabia que todos os boatos que rolavam por aí sobre ele eram mentiras. E de muito mau gosto.

– Você tinha que ver a cara do Damon! - falou pra Bonnie.

– Eu imagino. Eu sinto pena dele, sabia?

– Eu também... - Suspirou.

– Hmmm... Olha quem acaba de passar pela porta. - Bonnie falou.

Caroline olhou, e seu olhar foi direto com o de Klaus. Aqueles olhos esverdeados que um dia já havia lhe deixado sonhando acordada por tanto tempo, passou a lhe dar pesadelos. O garoto sorriu de canto e Caroline virou a cara.

A cicatriz ainda doia, e ela não queria abrir a ferida novamente. Apesar de uma vozinha insistente querer gritar "eu ainda te amo" em um alto falante.

__


Damon se acalmou um pouco e finalmente criou forças para entrar na sala de aula. Mas, pro seu azar e pra sua perturbação interna, sua sala era a mesma que a dela. Mas dessa vez ele não surtou, apenas sentiu uma raiva imensa do destino por pregar essa peça nele.

Tentou não olhar pra ela nem por um segundo e fez como sempre fazia: sentou-se no fundo da sala. Ninguém ao seu lado, nem na sua frente.

Ali era o canto onde ele fingia prestar atenção nas aulas chatas, enquanto escrevia musicas e poemas no seu caderno, ainda riscado com as formas de Katherine nos cantinhos da folha.

"Eu ainda estou aqui.. Você não me responde, mas será que me ouve?

Me sinto um completo tolo, na maior parte do dia

Será que eles realmente estão certos?

Eu não consigo seguir em frente

Seu sorriso, seus olhos, suas curvas

Nunca saem da minha mente

Eu ainda vou todo dia naquele nosso cantinho

Onde nem o frio, nem a chuva, muito menos as pessoas nos alcançavam

Lá eu sinto a sua falta

Assim como faço a maior parte do meu dia

As pessoas diziam que nada era pra sempre

Eu vivo com a ilusão de que isso também não vai ser

Você bem que poderia voltar correndo pros meus braços

Como costumava fazer

Falam sobre mim como fraco

Como culpado

As pessoas me julgam

Por ainda estar apaixonado

Eu ainda tento normalmente viver

Mas como eu posso seguir em frente

Se ainda estou apaixonado por você?"

Foi tudo o que ele conseguiu escrever durante os intermináveis minutos da aula de quimica, até que bateu o sinal e a professora de Filosofia e Artes entrou na sala.

– Eu quero que vocês formem duplas. E essa dupla irá te acompanhar até o final do mês.

Como sempre as duplas foram se formando, e Damon ficou sozinho. Ninguém mais queria sentar-se ao seu lado, muito menos trabalhar com ele. Mas ele não ligava, achava até melhor. Era ele e Deus. Era ele. A dupla de um homem só. A Srta Histon, que por acaso era sua professora preferida, costuma lhe dizer que "sua alma é linda demais pra ser compartilhada, por isso está sozinho". E, dessa forma simples, ela arrancava sorrisos sinceros dele. Ela era como uma mãe pra ele.

Mas dessa vez, ele não foi o unico a sobrar na sala. A garota nova, também estava sozinha na classe.

– Vejo que finalmente você achou alguém pra dividir sua linda alma, Damon. - a Srta Histon falou, com o rosto enrugado se formando num sorriso.

Mas, ao contrario, Damon não conseguiu sorrir.

A garota, timidamente puxou uma cadeira até seu lado e se sentou.

– É.. Meu nome é Elena. - ela falou.

– Damon. - disse simples e friamente.

– Bom, acho que seremos uma dupla até o final do mês... - comentou.

Ele pode ouvir alguém mais à frente falar "e a história se repete", mas preferiu ignorar isso, e todos os outros olhares. Ela provavelmente ainda não sabia de nada.

– Um longo mês. - falou baixinho.

(Continua...)


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Notas finais do capítulo

O que acharam?