Entre Lobos E Vampiros escrita por mrs montgomery


Capítulo 24
Tortura


Notas iniciais do capítulo

Oiiee leitoras e leitoras do meu coração :3

Bem, ai está mais um capítulo para vocês =D

Leiam as notas finais ;*

Boa leitura :]



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Aquilo não podia estar acontecendo. Aquela não era sua prima Grace, a mesma que brincava de boneca com ela e corriam juntas pela praça. Agora ela era uma criada, vampiros em status de admissão para os Sanguinários. Seus olhos não eram mais os mesmos, eram extremamente vermelhos, sugando Kathleen para sua imensidão macabra.

Kathleen foi dando alguns passos para trás, ainda assustada com a prima, mas Jack se manteve de pé no mesmo lugar, encarando a Grace. Então, em uma fração de segundo, Henry e Elliot seguraram Kathleen pelos braços, impedindo-a de se aproximar de Jack e Grace, e Grace fez com Jack o que fazia de melhor.

Tortura.

Os gritos de pavor de Kathleen ecoavam pelo castelo, mas nada acontecia. Ela se debatia, tentando se soltar para ir salvar o garoto, gritava, mas nada era feito. Seu rosto já estava banhado em lágrimas e sua garganta doía muito pelos berros. Jack se contorcia de dor e tentava gritar, mas nada saia de sua garganta. Apenas o medo estava estampado em seus olhos escuros e profundos. Que agora estavam banhados em dor. Quando Grace se cansou, o garoto não resistiu e caiu com tudo no chão duro e frio de mármore dourado. Seus olhos se fecharam e nenhum som saiu de seus lábios.

Henry e Elliot soltaram Kathleen, e a garota caiu de joelhos no chão. Os dedos compridos e finos seguraram o rosto molhado e ela não aguentava mais gritar. As mãos gélidas passaram pelos cachos negros quando ela viu com nitidez o garoto. Aquilo não podia estar acontecendo. Não podia ser real. Agora, mais do que nunca, Kathleen só queria acordar desse pesadelo. Sentir o calor do sol em sua pele. Sentir os abraços apertados de Jack e ouvir suas promessas de proteção.

Pena que aquilo era real.

E nada seria capaz de retirá-la daquele pesadelo.

O trio de crápulas a levantou a força, e ela não ofereceu nenhuma resistência, suas forças estavam totalmente esgotadas para tudo.

– Joguem-na na floresta. Os lobisomens a esperam.

Seus olhos se arregalaram e ela gritou em alto e bom som Não. Mas mesmo assim eles a arrastaram para fora do castelo. Sua garganta já estava melhor, então ela começou a gritar sem parar. Mas se ela se soltasse o que aconteceria? Para onde iria? Não tinha nada planejado, seu plano não tinha como dar errado.

Mas deu.

E da pior das maneiras.


–♥-



Kathleen vagava pela floresta com lágrimas pingando, as pernas e braços trêmulos. Estava um pouco tonta e caminhava com dificuldade, então se apoiava em algumas árvores para manter o equilíbrio. Mas mesmo assim, ela não se importava mais. Iria morrer de qualquer jeito. Os lobisomens estavam chegando e logo ela seria apenas um corpo. Ela perdeu o chão quando viu Jack a beira da morte. Grace não podia matar ninguém, mas os Sanguinários cuidariam do resto.


Só de pensar que nunca mais o veria, seu coração pareceu se quebrar em mil pedacinhos e sentiu como se uma ferida enorme houvesse sido aberta em seu peito. Sem forças, caiu de joelhos no chão e depois jogou seu corpo para trás, com os olhos fechados. Ficou assim por um bom tempo, deixando que as lágrimas rolassem por seu rosto, até que alguns raios de sol passaram por entre as folhas quebradiças das árvores e tocaram Kathleen, fazendo a abrir os olhos para a realidade.

Por mais cruel que a realidade fosse.

Levantou-se com um pouco de dificuldade, ficando de pé e encarando a escuridão da floresta, por mais que fosse de dia. Secou as lágrimas e continuou a andar para o nada, o único som que emanava da floresta era o das folhas sendo quebradas à medida que Kathleen caminhava. Parou de caminhar quando ouviu sons desconhecidos, provavelmente de lobisomens. Ela não ia lutar, porque sabia que iria morrer de um modo ou de outro. Então para que tentar?

Pelo visto, Kathleen nasceu para morrer, por mais que fosse uma imortal.

Como já sabia que eram lobisomens ou híbridos, apoiou-se em uma árvore e esperou. Então, dois lobisomens surgem da floresta. Totalmente esperado, mas mesmo assim Kathleen se assustou. Eram lobisomens bem maiores e mais fortes do que ela estava acostumada. Um deles estava com as patas e boca sujas de sangue, o outro olhava perplexo para Kathleen. Esse foi chegando mais perto de Kathleen e ela foi recuando, até bater em uma árvore. Aquela criatura estava perto demais e as garras eram afiadas demais. Tinham que matá-la logo assim? Desfigurando-a?

Mas o lobo não atacou. Deu alguns passos para trás e disse em alto e bom som:

Donna?

Kathleen arregalou os olhos. Aquele lobo a estava confundindo com sua mãe! Elas eram realmente muito parecidas, ainda mais quando Donna era adolescente, mas aquilo era mesmo verdade? Ela olhou dentro dos olhos castanhos do lobo e sentiu uma sensação estranha percorrer seu corpo. Ele era familiar para ela. Ela sentia que já havia o visto em algum lugar. Ela conhecia aqueles olhos. Os mesmos do dia em que ela achou o livro na mansão abandonada dos Wolff. Embora sentisse que não fosse só isso.

Aqueles olhos... Sua profundidade era perigosa. Seu brilho, fatal. Seu poder, inigualável. Ela estava se afogando naquela imensidão castanha.

E isso não era bom.

Era mortífero.

E ela sabia que morreria a qualquer segundo.


–♥-



– Como assim elas estão sumidas há duas semanas? – Susan gritou, levantando-se da poltrona velha e apertando ainda mais os dedos no telefone.


– Elas saíram para passear e não voltaram. – Elisabeth tentou acalmá-la do outro lado da linha. Ela havia ligado para Susan quando viu que a situação havia se tornado extremamente perigosa. Fazia duas semanas que as garotas foram passear na floresta e não haviam voltado. Ela sabia que elas estariam com Kathleen, e ela tinha mais força do que sabia, mas mesmo assim era perigoso.

– Minha filha... – A mãe de Amy choramingou, jogando-se novamente na poltrona. – Elisabeth, você sabe que eles podem ter feito algo a ela.

– Não podemos pensar o pior. Ligarei para Ambrose para ver se ela sabe de algo.

– Ok, depois retorne.

– Certo. – E desligou o telefone.


–♥-



Carrie puxou a cortina e deixou que o sol fizesse seu trabalho. E fez. Os raios foram passando de espelho a espelho, percorrendo todo o castelo e fazendo com que parte do plano de Kathleen desse certo. As meninas sorriram ao ver que tudo estava se resolvendo, então ouviram os gritos apavorados dos vampiros do castelo e o som de areia fez com que elas soltassem gargalhadas. Elas eram vampiras como Kathleen, filhas de vampiros e mortais, então o sol não tinha efeito sobre elas.


Sabendo que tudo já havia dado certo, foram correndo até o andar principal ao encontro de Kathleen e Jack, que deveriam estar as esperando na sala principal.

Mas o que elas encontraram não foi isso.

Foi Jack ajoelhado, com as mãos amarradas e a boca dizendo socorro sem som. Octavio estava parado atrás dele, com um sorriso macabro no rosto e uma faca na mão, pronto para matá-lo.

Definitivamente, aquele dia não poderia se tornar pior.

Ella pegou uma faca que estava consigo e jogou em direção ao peito de Octavio, o que deu certo e ele caiu morto no chão. Desesperada, correu ao encontro do irmão, se ajoelhando ao lado dele e soltando suas mãos da corda.

– Você está bem? – Perguntou Ella, enquanto tentava desatar um último nó.

– Sim – Respondeu Jack com a voz cheia de dor.

– Cadê Kate? – Amy perguntou quando e as meninas os alcançaram.

Jack abaixou a cabeça por alguns segundos e depois a levantou, com os olhos marejados.

– Eles a jogaram na floresta para ser morta por lobisomens.


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Notas finais do capítulo

Veredito?

Bem, recentemente, eu virei co-autora da fic Conflito Entre Patricinhas, da autora Ludmilla, e gostaria de pedir a vocês que dessem uma passadinha lá, se for do interesse de vocês :3 Eu entrei no capítulo 9, os outros foram escritos somente pela Ludmilla.

E, para meus queridos leitores que estão ansiosos por Sangue Rebelde, ai vai mais um trechinho!

"Empurrou as duas partes da porta e caminhou até o fim da varanda, respirando fundo e deixando o ar frio da noite invadir seus pulmões. Os dedos finos, compridos e gélidos passaram pelo muro de pedra que havia ali, sentindo cada detalhe do castelo. Frio e áspero. Com uma das mãos, soltou o coque malfeito em que se encontravam seus cabelos, deixando que seus cachos negros e longos, que batiam pouco abaixo da cintura, ficassem soltos e balançassem com a brisa refrescante. Fechou os olhos e se permitiu sonhar acordada. Sonhou com um mundo onde ela fosse livre para ser amiga de quem quisesse e fazer o que bem entendesse. Sonhou em se sentir viva ao menos uma vez na vida.

Pena que sonhos eram apenas sonhos."

Espero vocês nos reviews ;*