Entre Lobos E Vampiros escrita por mrs montgomery


Capítulo 20
Preciosa


Notas iniciais do capítulo

Heeey cupcakes ;*Nem demorei, né?No final deste capítulo haverá uma revelação que irá explicar muita coisa, então se não entenderem algo é só falar =] Boa leitura =)



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Kathleen seguia os garotos em silêncio, sem dizer nada e tentando fazer o mínimo de barulho possível. Ela ainda estava preocupada com Jack, e a possibilidade de terem atacado ele insistia em não deixar sua mente quieta. Os Sanguinários eram monstros, e, por mais que tenham falado que iriam deixar Jack em paz, ela sabia que eles não iriam deixar. Afinal, da outra vez foi à mesma coisa. Eles atacaram os dois na floresta e nem sequer lembraram-se da promessa que eles fizeram a Jack anos atrás. Só ao pensar nisso, sentiu os olhos se encherem de lágrimas, mas não as derramou. Ela tinha que ser forte.

Também não conseguia deixar de pensar no que foi revelado minutos atrás. Damon e Rachel eram Sanguinários. Então porque a acolheram? Rachel mentiu, eles iriam matá-la de qualquer jeito. E Damon? Ele havia sido tão galanteador e gentil que ela nem percebeu sua pele esbranquiçada e seus olhos meio roxos, pela mistura de azul e vermelho. As pessoas não são o que parecem ser, e isso já é um fato. Ao pensar nisso, as lágrimas secaram e a vontade de se vingar de todos foi crescendo.

A floresta estava quieta, o único barulho era o crocitar dos corvos e as folhas mortas que quebravam com os mais suaves passos. Algumas árvores balançavam com o vento, a noite estava nublada e fria, tudo indicava que iria chover. Não havia lua nem estrelas naquela noite, tudo parecia estar morto. Kathleen se cobriu ainda mais com a capa, aproveitando a escuridão para se camuflar.

Sem pensar duas vezes, deu meia volta e começou a correr.

Ela era como um vulto, uma sombra se movimentando entre as árvores podres da floresta. Os Sanguinários não foram idiotas e logo perceberam a ausência de Kathleen, então foram atrás dela. Ela corria na floresta como uma criança amedrontada, sem rumo, sem direção. Então lhe passou pela cabeça que não poderia simplesmente chegar lá e matar todos os Sanguinários. Precisava de um plano, algo elaborado e vingativo.

Mas como iria conseguir?

–♥-

Do outro lado da floresta, em uma área ainda mais fantasmagórica, um vulto vermelho se movimentava pela floresta, pisando nas folhas e transformando-as em farelos. Uma leve ventania veio e o capuz da garota foi para trás, mas seu rosto não conseguia ser visto pela escuridão profunda. Uma espécie brecha foi aberta no céu e um fio de brilho da lua revelou a identidade da sombra avermelhada. Uma garota morena, com cabelo castanho escuro ondulado, e olhos vermelhos com cílios gigantescos andava pela floresta com uma cesta na mão.

Seria uma espécie de chapeuzinho vermelho dos tempos modernos?

A garota colhia as flores vivas que cresciam enroscadas nos galhos podres das árvores mortas e colocava na cesta. Aparentemente, ela não tinha medo algum da floresta, porque estava sorridente e nem um pouco assustada com a escuridão.

Será que a rapariga ao menos sabia o perigo que corria?

–♥-



Kathleen estava escorada em uma árvore, às pernas trêmulas e fracas, as mãos sujas de sangue, devido ao pequeno corte em seu braço. Ela havia tropeçado em um galho duro em sua correria e caiu com tudo no chão. Com a queda, fez um pequeno corte no braço, que, apesar de ser minúsculo, sangrava muito. Felizmente a capa estancava um pouco do sangue.

Com muito esforço, voltou a caminhar. Ela não podia desistir. As pernas fraquejavam e por pouco ela não desabava então se apoiava nas árvores e praticamente rastejava. Quando conseguiu recuperar as forças, começou a andar em um ritmo mais rápido, mas ainda sem rumo. Parou depois de alguns minutos, pegou a outra faca que estava consigo, cortou o vestido de modo que ele pegasse um pouco acima do joelho. Jogou o instrumento em um canto qualquer da floresta e voltou a andar. Quando a ferida no braço parou de doer e suas pernas ficaram fortes novamente, ela começou a correr.

Mas Kathleen ainda não tinha uma direção certa para seguir.

Ela continuou correndo para longe daquela floresta, estava tudo bem, até que ela trombou com um indivíduo de capa vermelha. Levantou a cabeça e abaixou o capuz, a outra pessoa fez o mesmo, revelando os fios castanhos brilhantes e olhos vermelhos incrivelmente profundos. Não era uma garota qualquer e, ao reconhecer a rapariga, Kathleen arregalou os olhos e sorriu de orelha a orelha.

– Grace?

– Kathleen?

As duas se abraçaram forte.

– Você e sua mãe sumiram na floresta há anos, o que houve? – As duas se soltaram do abraço.

– Bem, nós tínhamos que sair do alvo dos Sanguinários e dos lobos, então nós fingimos estarmos mortas para que parassem de nos procurar. Só que não pudemos avisar ninguém na família. – Sorriu fraco, sem separar os lábios. – E você? Porque estava correndo pela floresta e porque todas essas feridas?

– Eles acham que sou a última Van Gould que existe, então passaram a me perseguir. Estou fugindo deles.

– Minha casa é por aqui, venha comigo. Mamãe vai te ajudar com essas feridas!

– Claro!

Kathleen e Grace seguiram pela floresta até a casa de Grace, para que Kathleen ficasse por lá e sua mãe cuidasse dela. Grace ainda estava com sua cesta e colhia algumas flores. Kathleen não dizia nada, o silêncio estava matando as duas. Mas como ela conseguiria ficar empolgada quando Jack poderia estar morto ou sendo torturado pelos Sanguinários?

– Kathleen – A rapariga se virou para Grace. – Está quieta, aconteceu algo?

Kathleen deu um longo suspiro e começou a contar tudo a Grace, sobre seus pais, a viagem a Rosewood, os ataques, as ameaças dos Sanguinários, o baile, Damon e Rachel, o enforcamento e sobre Jack. Deu um longo suspiro quando foi falar de Jack e deixou que algumas lágrimas escorressem por suas bochechas. Ela estava morrendo de saudades de Jack e a única coisa que desejava naquele momento era ele ao seu lado.

– Kate... Ele vai ficar bem, não se preocupe. – Sorriu fraco.

Depois de alguns minutos, chegaram a um casebre rústico de dois andares escondida entre as árvores mortas da floresta. Algumas rosas se enroscavam nas colunas da pequena varanda da frontal e o teto estava totalmente coberto por flores. Por uma das janelas Kathleen viu uma mulher de cabelos negros rebeldes lendo um livro de capa preta. Sorriu ao reconhecer sua tia, Emma. Grace tomou frente abrindo a porta da casa e adentrando a mesma, Kathleen ia logo atrás da prima.

A casa não era muito além do esperado. Os móveis todos de madeira, quadros velhos com fotos dos Van Gould, lustres simples com velas amareladas, uma lareira. Uma típica casa rústica. Kathleen fitou os quadros com atenção, mas um deles ela não conseguia parar de olhar. Nele estavam sua mãe, seu pai e ela. Sua mãe estava com um magnífico vestido azul que batia nos joelhos, que, no final da noite, estava rasgado e manchado de sangue. Com seu pai a mesma coisa, a diferença é que ele não usava vestido. E Kathleen estava com um vestidinho armado vermelho e os cabelos presos em duas tranças. Ela sentiu os olhos se encherem de lágrimas ao lembrar-se dos pais, mas não as derramou.

– Seja bem vinda a minha casa. – Disse Grace sorrindo. Ela tirou a capa, jogou no sofá e logo depois começou a subir as escadas, mas parou quando viu que Kathleen estava parada no meio da sala. – Kate, por favor! Tire essa capa suja de terra e venha comigo, mamãe vai cuidar dos seus machucados.

Kathleen fez o que a prima pediu. Jogou a capa no sofá, junto à de Grace, e subiu as escadas. Grace a guiou até a última porta do corredor, onde parou e ficou encarando a porta.

– Desde que sumimos na floresta não vimos nem falamos com ninguém. A única pessoa que mantém contato com a gente é um amigo meu, mas ele só vem aqui uma vez por mês. Então tome cuidado, porque mamãe é capaz de te esmagar quando te abraçar. – Elas riram.

Vagarosamente, Grace abriu a porta e ela e Kathleen adentraram o cômodo. Emma estava sentada em um banquinho pintando uma tela, que retratava a floresta de Hillwood e uma garota de capa vermelha.

– Mãe – Grace chamou e Emma se virou no mesmo instante, arregalando os olhos. Kathleen sorriu e Emma também sorriu, porém timidamente. – Se lembra da Kate?

Hesitante, Emma levantou-se e foi caminhando em passos lentos e curós até Kathleen, ainda surpresa com o fato de a sobrinha estar viva. Suas esperanças aumentaram bastante quando viu Kathleen. Se ela estava viva, quer dizer que sua irmã, Donna, também estava viva. Afinal, Kathleen não conseguiria viver sem a mãe. Ela era tão medrosa e insegura, o que seria da pequena Kate sem os pais?

– Kathleen? – Questionou Emma em um tom baixo, engasgando com as próprias palavras. – Meu Deus, você está viva! – Sorriu de orelha a orelha.

– Sou eu, tia. – Sorriu novamente e as duas se abraçaram.

– Kathleen, eu ainda não estou crendo que está viva! – Emma se soltou do abraço de Kathleen. – Como estão seus pais?

Kathleen entristeceu e o sorriso vivo que estava em seus lábios se desfez. Porque em um reencontro tão bom Emma tinha que se lembrar de seus pais? Mas a vampira se manteve forte e não derramou as lágrimas que insistiram brotar em seus olhos.

– Mortos. – Disse, sem prolongar. A tristeza venceu e as lágrimas caíram sobre suas bochechas maquiadas com blush rosa. Emma arregalou os olhos, colocou as mãos na boca e deixou que as lágrimas caíssem sobre seu rosto. Foi dando pequenos passos para trás e parou quando bateu na parede. – Foi depois que vocês desapareceram, estávamos na praça e um lobisomem os atacou. Eu fugi a tempo e me refugiei na casa de Amy, depois fui vê-los e tudo que restava era roupas rasgadas e poças de sangue.

– Lobisomens? – Emma perguntou quando parou de chorar.

– Sanguinários. Foi um garoto humano que fez um serviço para eles. O menino tomou uma poção de transformação temporária.

– Kate... – As duas se abraçaram novamente. – Está fugindo dos Sanguinários? – A rapariga assentiu que sim. – Bem, fique conosco. Aqui é seguro.

– Claro.

– Você pode dormir junto comigo. – Grace anunciou, sorrindo fraco, e Kathleen assentiu.

– Tia, eu quero me vingar deles. Não sei como, mas sei que vou acabar com eles.

– E você vai. – Emma virou-se para Grace. - Grace! Chame aquele seu amigo para cá. Talvez ele possa ajudar Kathleen com um plano. – A moça assentiu. - Não se preocupe Kate.

Depois desse momento meio triste, meio vingativo, Grace e Kathleen foram dormir e Emma continuou a pintar. Estava muito abalada para dormir, ela e Donna eram muito amigas. Desde os tempos de Wonder Hill as duas eram muito unidas, sempre se metendo em encrenca juntas e sempre saindo delas de maneira brilhante. Tudo era belo. Mas ai veio o regime dos Sanguinários. Os Van Gould sendo assassinados a cada segundo, vampiros sendo escravizados pelos crápulas sugadores de sangue. O que era colorido ficou cinza com manchas de sangue vivo. Não podia ser pior.

Emma continuou pintando e nem percebeu que Kathleen estava parada na porta de seu quarto, porque estava sem sono e precisava conversar com a tia. Talvez Emma soubesse mais sobre a guerra e tudo mais.

– Está sem sono? – Emma perguntou, quando notou a presença de Kathleen. Largou o pincel e sentou-se a borda da cama.

– Sim... – Kathleen disse, enquanto se juntava a tia. – Tia, porque começou a guerra?

Emma deu um longo suspiro e fitou o chão por alguns segundos, depois voltou o olhar para a garota curiosa que se encontrava ao seu lado.

– Donna, sua mãe, era muito rebelde. Sempre desafiando aos limites impostos pelos pais e o resto da família, mas um dia ela desafiou a mais perigosa, e o que eu acho que é a mais besta, regra, que consistia em só se casar com vampiros. Donna era apaixonada por Evan, um mero humano, mas rebelde que nem ela. Seus pais e o resto da família proibiram o namoro dos dois, então Donna disse que Evan se transformou em vampiro e os pais permitiram o namoro. Mas Evan nunca foi um vampiro. Quando a família descobriu isso, alguns respeitaram o amor dos dois e resto quis a morte do casal. Esse resto formou o grupo dos Sanguinários e passaram a eliminar todos que aceitavam o amor dos dois. – Ao ouvir isso, Kathleen arregalou os olhos, mas continuou ouvindo com atenção. – Donna e Evan fugiram para Rosewood e ficaram por lá, se escondendo dos Sanguinários. Quando você nasceu, os Sanguinários ficaram sabendo e ficaram mais revoltados do que nunca. Você não é totalmente vampira, Kathleen. Nunca foi. Você é meio humana, meio vampira. E isso desafia todas as regras impostas pelos Van Gould. Por isso mataram seus pais e o resto dos Van Gould.

– Tia... Isso quer dizer que... E a tal jóia?

– Kathleen, nunca houve uma jóia roubada. Você é a “jóia”. Você já nasceu desafiando o mundo vampiresco dos Van Gould. Se você se entregar, talvez tudo acabe. Mas você não pode fazer isso porque só você pode acabar com o regime sanguinário.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mereço reviews?
Mudando um pouco de assunto, estava pensando em escrever uma fic contando sobre a época de Wonder Hill, a rebeldia de Donna e o amor proibido de ela e Evan, o que acham?
Enfim, até os reviews ;*