Entre Lobos E Vampiros escrita por mrs montgomery


Capítulo 19
Capturada


Notas iniciais do capítulo

Ooiiieee meus pequenos vampirinhos, tudo bem?
Ai vai mais um capítulo ;* Espero que gostem e boa leitura ^.^



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Eram dez, cinco lobisomens e cinco híbridos. As feras pareciam procurar algo, ou, quem sabe, alguém. Um híbrido andava pelo salão e os convidados abriam espaço, até que chegou a Jack e Kathleen. Parou e se aproximou do casal, que estava mais junto do que nunca. Kathleen estava do lado de Jack, sua mão enroscada na dele, apertando sem dó. Ele tentava passar calma para ela, que tremia como vara verde e continuava com os olhos arregalados. Todos ali podiam ver o medo extremo em seus olhos profundos e vermelhos.

Muito bem, mocinha. – Disse a fera. – Chegou ao fim da linha.

Kathleen não disse nada, ficou calada. Apenas encarando aqueles olhos vermelhos amarelados cheios de fúria.

Retirou a máscara com cuidado e jogou no chão. Um coro de “Oh” foi ouvido por todo o salão. Agora todos sabiam que os Sanguinários, conhecidos por matarem sem dó, serem cruéis e nunca falharem, falharam. E com a Van Gould, ainda por cima. Todo o respeito que demorou anos para ser conquistado foi perdido por culpa de uma vampira qualquer. Uma Van Gould. Parte da família de ricos, porém esnobes e metidos, vampiros que mandavam em tudo quando Wonder Hill ainda existia.

– Kathleen, não se entregue. – Sussurrou Jack em seu ouvido. – Você é forte, consegue acabar com esse cara!

Kathleen continuou encarando o híbrido e nem sequer olhou para Jack. Tirou uma faca que estava escondida debaixo de seu vestido e colocou atrás das costas, para que o híbrido não visse. O que funcionou, porque ele nem sonhava que ela tinha uma faca. Ela deu um sorriso torto sem separar os lábios e disse com delicadeza:

– Só se for para você. – Então arremessou a faca no peito do híbrido. Jack a pegou pela mão e os dois saíram correndo dali. Mas para onde correr? Estavam tão desesperados que não sabiam nem para que direção estavam seguindo, e com lobisomens e híbridos sedentos por sangue correndo atrás deles, ficava um pouco difícil se concentrar na direção. Depois de muito tempo, eles conseguiram despistar os lobisomens

Então Kathleen lembrou-se de suas amigas e parou.

As amigas não tinham a seguido e ela não as viu no salão antes de tudo acontecer.

– Kathleen, o que houve? – Disse Jack se aproximando da garota e colocando as mãos em seus ombros. – Precisamos ir!

– Jack... As meninas...

Ai ele se tocou do que havia acontecido e abraçou Kathleen com toda a força que pode.

– Kathleen, antes das luzes se apagarem eu não vi elas. Com certeza foram para o hotel. Não se preocupe. Elas estão bem. – Sussurrou em seu ouvido enquanto afagava seus cabelos.

– E se não estiverem? – Ela se separou do abraço de Jack, mas mesmo assim não se afastou dele. Ela estava com medo, e, mesmo que os lobisomens e híbridos e estivessem longe, era perigoso andar sozinha por aquelas partes das florestas. As partes mortas. Onde ataques aconteciam diariamente, tanto de lobos como de Sanguinários. Ela se afastou do garoto, dando pequenos passos para trás e virando-se em direção oposta a que eles seguiam. - Preciso ir atrás delas. – Disse, com confiança, por mais que estivesse com medo. Ela iria atrás das amigas, mesmo que corresse perigo. Ela daria a vida pelas amigas. Mas, além de tudo, ela queria acabar com aqueles que acabaram com sua família.

Toda sua família morreu nas mãos de lobisomens. Poucos foram os que morreram com vampiros. E agora ela sabia que foram os Sanguinários. Lembrou-se de sua amada tia Emma, que lhe contava histórias de contos de fadas sempre que passava as férias lá, e sua querida prima Grace, com quem ela adorava brincar de bonecas. As duas desapareceram na floresta de Rosewood. Seis meses depois foi à vez de seu tio Jose ser encontrado morto. Um ano depois foram seus pais, por mais que não fossem pelos Sanguinários ou lobos, ainda sim foi culpa deles.

E agora, quase dez anos depois da última morte, seria sua vez. Ela podia sentir isso. Podia ver seu corpo vestido com um lindo vestido negro e deitado em um caixão, com rosas vermelhas em volta. Seus amigos chorando, suas amigas correndo o perigo de serem mortas ou torturadas.

Mas isso só aconteceria se ela permitisse.

E ela não ia permitir que isso acontecesse.

Afinal, ir para aquela cidade tinha de servir para alguma coisa, não?

– Enlouqueceu? – Disse Jack, um tanto alterado. Então a impediu de ir, pegando-a pelo braço. - Mas nem morto que eu deixo você sair perambulando pela floresta à noite, correndo o risco de morrer!

– Eu vou. Elas são minhas amigas e eu não vou deixar que elas corram perigo. – Soltou-se do garoto.

– E para isso vai se colocar em perigo?

– Não seja egoísta. Porque não quer que eu vá?

– Eu me importo com você. Preocupo-me com você. – Disse mais calmo. Aproximou-se Kathleen, ficando a centímetros dela. – Não quero que nada de ruim te aconteça.

– Eles não vão parar Jack! – Exclamou, olhando dentro daqueles olhos escuros. Sua respiração começou a se acelerar quando se lembrou das maldades que eles poderiam fazer com todos que ela amava. – Eles nunca vão parar! Eles podem ter pegado elas... Eles podem ter torturado elas... Ou até... – Fez uma pausa e sentiu seu coração apertar e lágrimas brotarem em seus olhos. – Matado elas. Eu preciso ir até elas.

– Eu não vou te convencer né? – Ele deu um sorriso torto. Convencer aquela garota a ficar era como convencer a um cientista de que a Terra é quadrada. Aproximou-se da garota e a envolveu em seus braços.

Um grito apavorado ecoou pela floresta e Jack apertou Kathleen ainda mais em seus braços.

– O que... O que foi isso?! – Disse assustada. As chances de ser uma de suas amigas eram altíssimas e dava para ver sua preocupação de longe.

– Não foi nada, não fique assim. Estou aqui. – Disse enquanto afagava seus cachos.

Por mais que não quisesse admitir, Jack não sabia o que foi aquilo e estava com um pouco de medo, mas não podia em circunstância alguma deixar Kathleen com medo. A garota já se aninhava nele com qualquer coisa que causasse medo a uma criança de seis anos, então se soubesse que ele não sabia o que havia sido aquilo, ela ia pirar. E ele não podia – e nem queria – ver sua vampira com medo.

No fundo, Kathleen era a mesma garotinha de seis anos, medrosa e insegura, que assistiu os pais serem mortos de forma violenta por um lobisomem e só queria fugir e se proteger. Ela tinha medo de tudo que lhe ameaçasse, que lhe machucasse. Até uma simples borboleta lhe deixava arrepiada, um grupo de vampiros sedentos por vingança então... Por mais que Jack havia feito o que fez, ele era a única pessoa no mundo com quem ela se sentia protegida.

Irônico, não?

Sentir-se protegida por alguém que lhe fez sentir-se com medo, insegurança, falta de carinho e proteção. Sentir-se bem com alguém que matou seus pais e tinha um passado sombrio, obscuro.

Mas por amor vale tudo. Até perdoar uma coisa dessas. Kathleen já havia superado. Agora ela só queria ser protegida.

– Kathleen... – Ele começou a falar encarando os olhos profundos da garota a sua frente. – É melhor saímos daqui. Posso sentir que eles estão por perto.

– Para onde iremos?

No mesmo instante o trio composto por Henry, Joseph e Elliot surge da escuridão da floresta morta, se aproximando cada vez mais do casal. Kathleen ficou com medo, mas não recuou. Uma hora ela teria que fazer isso e não tinha mais como adiar. Encarou os olhos frios dos rapazes e cerrou os punhos, pronta para o que viesse. Sempre foi muito forte, mas nunca foi de usar essa força. Agora era a hora certa para usar.

– Prevejo que não se entregará facilmente, Van Gould. – Disse Joseph, com um sorriso maléfico no rosto e um olhar frio. – Mas como não quero fazer nenhuma ladainha, venha ou quem você ama vai sofrer.

– A quem está se referindo? – Respondeu, com uma coragem que acabara de brotar em si.

Jack não dizia nada, apenas mantinha o silêncio enquanto Joseph e Kathleen se fuzilavam através dos olhares.

– Comecemos pelo seu namorado, o lobinho. Depois sua amiga traidora e as outras.

– Traidora? – Arqueou uma sobrancelha. - Quem?

Joseph deu uma risada sarcástica. Aquela garota não sabia mesmo quem eram suas amigas.

– Pelo visto suas amigas guardam muitos segredos, certo?

– Claro que não! Eu sei tudo delas e elas tudo sobre mim, por isso somos melhores amigas.

– Não seja tonta. Agora, venha conosco antes que resolvermos matar seu namoradinho. – Rosnou entre os dentes cerrados em um sorriso cínico.

– Kathleen... – Jack se aproximou da garota e segurou sua mão com força. Começou a sussurrar em seu ouvido. – Vá com eles, não se preocupe, eu dou um jeito. Ainda vou nos safar dessa, confie em mim.

Por um momento, Kathleen pensou em fugir. Fugir para algum lugar seguro, longe das garras pontudas dos Sanguinários e dos lobisomens. Mas antes, ela precisava salvar as amigas.

– Eu vou com vocês. – Disse, dando um passo a frente e soltando a mão de Jack. – Mas o deixem em paz. É só o que eu peço.

– Claro. É um acordo. Então venha conosco, vamos deixá-lo em paz.

– Como somos bonzinhos, deixaremos você se despedir dele. Vocês têm cinco minutos. – Disse Elliot.

Os três se afastaram e Kathleen correu para os braços de Jack, que a envolveu em um abraço apertado. Ela derramava lágrimas na blusa arrumada dele e até soluçava um pouco, ele fazia carinho em seus cabelos e tentava fazer de tudo para acalmá-la. Não queria que ela visse que ele estava com medo. Não dos Sanguinários, e sim de perdê-la. Demorou certo tempo para que os dois se acertassem, então vem isso. Mas ele não ia desistir. Estava decido a se vingar dos Sanguinários e de tudo que eles causaram a Kathleen, a ele e a sua família. Além de todos os vampiros e humanos mortos nas mãos desses monstros.

– Desculpa – Ela disse entre soluço e lágrimas. – Eu não queria que isso estivesse acontecido.

– Não é culpa sua, nunca foi. – Ele a deixou mais calma, então parou de soluçar. – Olha, pode ter certeza de que vou atrás de você e nunca mais irei permitir que você sofra na mão deles. – Ela se afastou um pouco, mas não saiu dos braços de Jack. Os olhos já estavam secos e ela estava mais calma. – Não vou te perder novamente, acredite em mim.

Ele levou seus lábios aos dela, de forma suave e intensa ao mesmo tempo.

Nisso os Sanguinários voltam e eles são obrigados a se separarem. Antes de deixar Jack sozinho novamente, Kathleen se vira e diz um “desculpa” sem voz. Já bem distantes do garoto, Elliot entregou uma suntuosa capa a Kathleen. Ou melhor, sua capa preta. A mesma que foi deixada por sua mãe e passou por tudo com ela. Onde eles haviam conseguido isso? Ela havia deixado na casa de Damon e Rachel, eles invadiram então? Curiosa, Kathleen perguntou:

– Onde conseguiram minha capa? – Ela disse, colocando a capa e se cobrindo de modo que ninguém visse seu rosto ou suas vestes.

– Rachel nos entregou.

– Rachel?

– Irmã de Damon, ora essa.

– Como os conhece?

– Como não poderia conhecer? Eles são parte de nós.



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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero vocês nos reviews XD



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