Entre Lobos E Vampiros escrita por mrs montgomery


Capítulo 13
Doce Morte


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ^^



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Aquela lâmina estava apenas a torturando. Passou em seu pescoço, em sua nuca, em sua cintura e depois voltou para o pescoço. Ela não sabia quem era, mas tinha certeza de que eram Sanguinários. Se fossem lobisomens, já teriam atacado de forma brutal. A lâmina passeou novamente pelo seu pescoço e parou.

– Irei poupar sua vida por mais algum tempo. – A garota disse e retirou a faca de seu pescoço. - Temos uma morte mais elaborada planejada para você.

– Quem é você e porque quer me matar? – Ela se virou, ficando de frente para a garota. A menina aparentava ser uma vampira, tinha cabelos loiros e olhos vermelhos e estava usando uma grande capa roxa em um tom desbotado.

– Sou Sarah. – Ela respondeu. – Como pode perceber, eu sou parte dos Sanguinários e nós mandamos em todo mundo sobrenatural. Você é uma ameaça para nosso poder supremo, por isso deve ser eliminada.

Certo, agora era oficial que sua vida estava uma montanha russa. Em um momento tudo estava perfeito, ela estava com Jack e suas amigas e tudo estava bem. E, agora, tudo estava ruim, ela estava à beira da morte e sem ninguém.

De certa forma, a morte lhe parecia uma boa opção. Ela sempre foi uma boa menina e estava livre das trevas em sua morte. Seria uma doce e solitária morte.

Sarah a guiou até a sala onde o “chefe” estaria e Kathleen não contrariou, iria morrer de qualquer jeito mesmo. Aqueles eram os últimos minutos de Kathleen e ela tentava ficar calma e serena. Seu coração batia normalmente e sua respiração estava normal, mas por dentro ela queria chorar mares e matar todos os Sanguinários que lhe causaram mal. Ela já havia perdido as esperanças de alguém salvá-la. Suas amigas não sabiam de sua localização e Jack com certeza não iria procurá-la, não depois de ela ter se refugiado na floresta e deixá-lo sozinho.

Kathleen andava com um pouco de dificuldade e em um ritmo lento, devido aos sapatos de salto alto. Ela não estava nem um pouco confortável com aquela roupa fofa e muito menos com aqueles sapatos duros. Pelo menos aquela roupa deixava sua morte mais doce.

As duas andaram mais um pouco e pararam em frente a uma grande porta de madeira seca e desgastada. Sarah cobriu o rosto com o capuz da capa e Kathleen sentiu falta de sua capa preta, a única lembrança que tinha de seus pais. Todas suas fotos de família, os seus desenhos antigos e os livros de seu pai haviam sido queimados junto a sua casa em Rosewood. Todas suas lembranças estavam mortas.

Sarah abriu com cuidado a porta e revelou uma grande sala medieval. O que mais chamou sua atenção foi o formato da sala, que era um hexágono e o fato de não ter janelas no local, mas se lembrou que Sanguinários morrem com o mínimo contato ao sol.

Na sala havia um grande lustre dourado de velas no teto, quadros retratando vampiros antigos que ela nunca viu na vida e um trono coberto de ouro com almofadas na cor vermelho sangue, que ficava em uma parte mais elevada da sala. Um homem de cabelos grisalhos e vestimentas dignas de um rei estava sentado no trono apenas observando as duas vampiras. Provavelmente, aquele era o chefe dos Sanguinários.

– Kathleen Van Gould. – O homem disse. – É um prazer conhecê-la pessoalmente, pena que terei que matá-la.

Ela apenas continuou com a expressão serena no rosto e caminhou até o homem. Aquela poderia ser uma doce morte.


– ♥ -




Jack estava sentado em uma rocha que ficava perto do lago com a cabeça entre as mãos e derramava algumas lágrimas. Amy, Ella, Carrie e Sam tentavam consolar o rapaz, mas ele estava deprimido demais para ouvir o que elas falavam. Damon tinha saído para buscar lenha para uma fogueira e ainda não tinha voltado.




– Calma, Jack! A Kate vai voltar! – Ella abraçava o irmão de lado.


– Como? – Ele levantou a cabeça. – Ela se meteu na floresta! Sabia que ela pode morrer?

– Vamos procurar a Kate. Ela não pode ter ido muito longe! – Sam aconselhou. Os cinco foram pela floresta a procura de Kathleen. Chegaram ao penhasco, o mesmo em que Kathleen tirou a capa e se jogou, e ao verem a capa, perderam as esperanças.

– Será que a Kate... – Carrie começou, mas não teve coragem de terminar.

– Ela se jogou. – Amy afirmou com certeza. Ela conhecia a amiga que tinha e deduziu que a garota havia se jogado. Se tivesse sido atacada, seu corpo estaria ali, então deduziu que tivesse se jogado e tirou a capa para não molhar, porque ela amava demais aquela capa. – Mas sei que ela não morreu.

– Então para onde acha que ela foi? – Sam perguntou.

– Hillwood.


– ♥ -




Uma corda enrolada em seu pescoço a torturava, esperando apenas a hora certa. Kathleen estava ajoelhada na praça esperando para ser enforcada na frente de todos da cidade. Ela nunca imaginou que seu fim seria assim, cruel e público. Custava matá-la de uma forma mais rápida e menos chamativa? Parecia que sim. Ela preferia ter morrido nas mãos de Octavio, o líder dos sanguinários.




Kathleen estava cara a cara com Octavio, esperando ele matá-la. Mas ele apenas fez um sinal com a mão e Elliot, Joseph e Henry entraram na sala, algemaram-na e a trancaram em uma torre. No dia seguinte, levaram-na para a praça para ser enforcada.


Agora ela estava ajoelhada, os joelhos expostos devido ao vestido, em uma madeira áspera e dura com uma corda cortante em volta de seu pescoço. Podia sentir a luz do sol incomodando sua pele, torturando-a. Aquele definitivamente era seu fim. Um fim muito cruel.

Ela só conseguia pensar em Jack e em como ele fazia falta. Se ela tivesse conversado com ele na noite passada ao invés de sair correndo e se enfiar na floresta, isso tudo seria evitado. Sua morte, seu processo de tortura, sua mágoa.

Olhou no relógio e viu que já era meio-dia. Um homem velho e barrigudo veio e colocou as mãos na corda, para enforcá-la. A multidão que estava na praça apenas observava a morte de sua única esperança em silêncio.

Ela cerrou os dentes com força no momento em que a corda foi começando a enforcá-la. Um grito de dor saiu de sua garganta, mas o homem não parou e puxou mais uma vez, mas sem fazer muita força. Kathleen tombou a cabeça para o lado, fechou os olhos e parou de resistir.

– Essa aqui já morreu. – O homem disse e logo depois fez sinal para que todos saíssem dali e saiu.

A praça ficou vazia em menos de um minuto, todos foram para suas casas e deixaram o corpo de Kathleen ali. Ninguém foi retirá-la.

Ela ficou ali até a noite cair. Nessa noite não havia estrelas nem uma lua exuberante no céu, apenas nuvens escuras e trevosas que indicavam que ia chover. E então começou a chuva, na verdade, uma tempestade. Raios caíam sem dó nas calçadas quebradas de Hillwood, trovões faziam as crianças se encolherem e abraçarem suas mães, relâmpagos constantes faziam os habitantes fecharem as janelas e cobrirem a visão do lado de fora com a cortina, gotas de chuva tocavam o corpo de Kathleen, mas ela não podia fazer nada.

Seu vestido estava encharcado e o rosa ficou mais escuro, devido à água. O cabelo que antes estava solto em seu melhor estilo rebelde agora estava em um rabo mal arrumado feito por Sarah. Os exuberantes sapatos de salto foram substituídos por sapatilhas brancas e gastas. A aparência de Kathleen não estava lá grandes coisas, mas do que adianta aparência agora que está morta?


– ♥ -




– Hillwood fica antes do Monte da Melancolia e é uma cidade habitada por vampiros, mas os Sanguinários mandam em tudo lá. – Amy orientava aos amigos. Eles voltaram ao lago para pegar suas coisas e partir para Hillwood, porque Amy tinha certeza de que Kate estava lá. Amy sabia de muita coisa sobre Hillwood e os Sanguinários, mas ninguém entendia como ela sabia. Ela só sabia e ponto. – Se partirmos essa noite, podemos chegar lá antes do anoitecer de amanhã. Carrie? Está prestando atenção no que estou falando?




– Claro. - Carrie estava com a capa de Kate nas mãos e não estava prestando muita atenção nas orientações e explicações de Amy. Algumas lágrimas brotaram em seus olhos e a vampira limpou com um dos dedos. Ela não conseguia parar de pensar na possibilidade de sua amiga estar morta. – Vamos partir essa noite então?


– Isso. É melhor partirmos agora, peguem as coisas e vamos. – Eles pegaram as coisas e partiram em direção a Hillwood.


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Notas finais do capítulo

Não me matem pela Kathleen! Eu ainda tenho grandes surpresas e truques na manga a respeito a ela...