Entre Lobos E Vampiros escrita por mrs montgomery


Capítulo 12
Tormenta


Notas iniciais do capítulo

Ai está, espero que gostem *-*



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Sua respiração começou a ficar acelerada e algumas lágrimas começaram a brotar em seus olhos.

Lágrimas de ódio. Lágrimas de fúria. Lágrimas de mágoa.

Sem pensar duas vezes, saiu correndo para floresta e nem quis ouvir as explicações e desculpas de Jack.

Kathleen sabia que era perigoso ir para a floresta aquela hora da noite, mas sua mente não conseguia funcionar muito bem com o que acabara de ser revelado.

Jack matou seus pais, por isso era tão familiar assim para ela.

            Ela tinha que ter seguido seus instintos e não se aproximar de Jack. Kathleen sentia que ele era perigoso e mesmo assim quis se envolver com ele. Lágrimas de mágoa e fúria inundavam seus olhos e escorriam pelo seu rosto. Ela havia sido atacada do pior jeito de todos. Com o amor. Não é nada legal se apaixonar por um cara, beijá-lo e logo depois descobrir que ele matou seus pais.

Depois de tanto correr, chegou à parte mais alta da floresta. Uma verdadeira montanha. De lá ela conseguia ver a lua cheia que dançava pelo céu junto com as estrelas. A luz do luar iluminava seu rosto banhado de lágrimas e o vento fazia sua capa e seus cabelos esvoaçarem. Fechou os olhos e se permitiu chorar tudo o que tinha que chorar. Podia sentir o ódio, a fúria e a mágoa inundando seu coração e entrando em conflito com o amor que existia ali.

Tudo isso teria sido evitado se ela não tivesse ido para Rosewood. Mas a vontade de saber mais sobre seus pais tomou conta de sua mente. Ela pensava que se descobrisse porque seus pais haviam sido atacados lhe traria felicidade e uma sensação de estar mais completa. Agora ela sabia tudo, sabia até mais do que queria saber, e só sentia ódio e mágoa.

Abriu os olhos e voltou à realidade. Deu meia volta e entrou novamente na floresta macabra. Aquela parte da floresta era realmente assustadora. Árvores retorcidas e com a madeira podre, flores mortas e exalando um cheiro terrível, folhas quebradas e marrons e o vento frio que passavam por ali ajudavam a criar um clima fantasmagórico. Kathleen nunca tinha ido aquela parte da floresta e estava amedrontada e surpresa com a beleza doentia daquele local.

Em pequenos passos, foi tentando atravessar a floresta, sendo que não tinha um caminho certo para ir. O lago não era uma opção, Jack estaria lá e ela não queria ver aquele assassino tão cedo. Voltar para a casa de Elisabeth ainda não era uma possibilidade muito boa, porque ela não sabia o caminho e tinha medo de arriscar. Então, para onde ir? Ficar na floresta parecia ser a melhor coisa a ser feita.

Olhou mais uma vez para o penhasco onde estava anteriormente.

Não, se matar não é uma opção, ainda não, pensou.

Ficou parada ali pensando no que fazer. Voltar para o lago estava fora de cogitação e tentar ir para a casa de Elisabeth muito menos. Se jogar do penhasco parecia ser a única opção. Ela sabia que não iria morrer, mas a correnteza do mar poderia levá-la para bem longe dali.

Voltou para o penhasco e retirou sua capa, deixando a calça jeans escura, as botas de couro marrons de cano alto, a blusa de manga comprida branca e o colete de couro a mostra. Virou-se de costas para o penhasco e foi dando pequenos passos para trás. Chegou à beira do penhasco, abriu os braços, fechou os olhos e se jogou.

Kathleen podia sentir como se estivesse voando. Os braços abertos, a pressão do ar contra seu corpo, os olhos fechados a faziam acreditar que sua situação estivesse aceitável e ela pudesse ser feliz naquele momento.

Não demorou muito e a queda acabou. Kathleen entrou em conflito com a água. Sim, ela sabia nadar, mas não conseguia ficar muito bem naquela água turbulenta. Com muito esforço, conseguiu se “equilibrar” naquela água que parecia formar um maremoto a todo o instante. Nadou até a uma praia que ficava ali perto, saiu da água, deitou na areia e tentou dormir, mesmo com toda aquela conturbação em sua mente. Com muito esforço, conseguiu dormir.

Depois de algumas horas, acordou em um lugar desconhecido. Sua mente estava confusa, ela não sabia onde estava ou como havia saído da praia e nem porque estava ali. A única coisa que estava em sua mente era o momento em que Jack confessou matar seus pais. Provavelmente, os garotos que haviam pedido a Jack para matar seus pais eram os Sanguinários que os abordaram na floresta. Ela iria se vingar.

Deitada em uma cama macia, apoiou-se em seu ombro, levantou-se da cama e tentou ver onde estava, o que não deu muito certo, já que o ambiente não tinha muita iluminação. Puxou uma cortina com rasgos na ponta, deixou a luz cinzenta e melancólica cobrir o quarto e conseguiu ver com mais nitidez onde estava.

Era um grande quarto medieval, que parecia ter saído de filmes de princesas. Havia uma janela grande com cortinas rasgadas, uma cama grande e arrumada com várias colchas de cores claras, uma penteadeira com um espelho quebrado e produtos de beleza antigos, um lustre luxuoso no teto, um espelho grande em um dos cantos, alguns baús com roupas e um grande e poeirento tapete. Parecia um quarto de princesa antigo.

Olhou-se no espelho e tomou um susto ao ver o que estava vestindo. Um vestido de manga comprida rosa cheio de babados que batia nos joelhos com um cinto separando o top da saia e sapatos de salto alto brancos. As mangas e a parte de cima do top eram de renda e a saia era cheia de babados.

Olhou pela janela e viu um verdadeiro reino medieval.

- Vejo que já está acordada. – Um garoto entrou no quarto e ela logo o reconheceu. Elliot. Agora ele estava sem a capa e a luz cinzenta ressaltava ainda mais seus belos e profundos olhos verdes. – Bem, e...

- Porque estou aqui? – Ela o interrompeu e começou um verdadeiro interrogatório. - Como vim parar aqui? Onde estou? Porque você está aqui?

-Peraê! Eu to aqui para responder algumas perguntas, não um interrogatório!

- Então as responda.

- Você está aqui porque o chefe quer te ver. Eu te achei na praia e te trouxe para cá. Aqui é Hillwood, a cidade dos vampiros. E eu vim levá-la para o chefe.

- Chefe? Que chefe?

- Ora, o chefe dos Sanguinários. – Ela arregalou os olhos. – Você é a única Van Gould que resta, e tem que morrer.

Kathleen não sabia o que fazer. Elliot dizia as coisas mais terríveis de uma forma delicada e serena, tentando passar calma para ela e fazê-la levar tudo numa boa. O que não funcionou, porque ela entrou em pânico e o empurrou contra a porta.

O garoto foi com tudo na porta de madeira forte e machucou as costas. Kathleen ia partir para cima dele, mas Elliot foi mais rápido, segurou seus braços e a jogou na direção do espelho, que se quebrou em milhares de pedaços. Um deles fez um corte na mão de Kathleen e a garota deu um grito alto de dor. Como estava em vantagem, ele empurrou a garota para fora do quarto e a trancou em um quarto abandonado e escuro que ficava no último andar do castelo.

Dentro do quarto, o silêncio medonho preenchia o ar que estava abafado e cheio de poeira. Ela conseguia ouvir alguns passos de alguém subindo a escada, mas não se importou. Talvez morresse ali mesmo, para ela não faria diferença. De todo o jeito, ela ia morrer. Ou com os lobisomens ou com os Sanguinários. Não tinha muita opção. Kathleen odiava admitir, mas estava sentindo falta de Jack, de como ele a protegia e passava segurança dizendo que ia ficar tudo bem. Como alguém tão perfeito pode ter feito algo como o que ele fez? No momento, tudo estava fora do lugar.

Ela estava em um lugar estranho e desconhecido. Sozinha. A beira da morte. E não se tem muito a fazer quando a única opção é morrer de forma violenta e cruel.

Kathleen caminhou até a janela que tinha no quarto. As cortinas exageradamente rasgadas e os vidros quebrados com pontas prontas para rasgar qualquer um que se atrevesse a pular a janela. Deixou a cinzenta luz da lua entrar e clarear o quarto. Fechou os olhos vagarosamente, desejando apenas sumir dali.

Ainda com os olhos fechados, conseguiu ouvir alguém entrando no quarto e sentiu um arrepio, mas não abriu os olhos. Podia sentir a pessoa se aproximando cada vez mais e imaginou que seria um Sanguinário que veio para lhe matar. Sentiu uma lâmina percorrendo seu pescoço, apenas a torturando a preparando para a morte.

Deu um último suspiro, porque ela sabia que aquele seria seu fim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^.~ Até os reviews ;*



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