Déja Vù escrita por JSchiatti, Yui


Capítulo 9
More Than Words


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui é a Yui e trago um novo capítulo.
Não pudemos atualizar antes, mas aqui está.
O título do capítulo é o nome de uma música que está nesse capítulo, logo vocês vão entender.
More Than Words - Extreme

Boa leitura.



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A hora de dormir se aproximava e Po estava recostado na cabeceira de sua cama. Macaco havia saído para buscar algumas coisas para que os dois pudessem comer. Pegou alguns yuans e correu antes que as barraquinhas que ainda estavam próximas deles fossem fechadas.

O quarto era iluminado por duas velas e Po estava perto da janela. Ouviu alguém batendo na porta, não respondeu, mas quem estava lá fora insistiu muito até que o urso se levantou e abriu.

- Vet... – disse Po com cara de poucos amigos – aconteceu alguma coisa?

- Aconteceu! – Gritou Carlengo da sala – ele é louco, é um psicopata!

Po olhou pelo curto corredor tentando achar o tigre que acusava Vet, mas sem sucesso, voltou a olhar, um tanto confuso, o macho à sua frente.

- O que você fez?

- Por ele falar porcarias pra você.

- Ah, tá... porcarias. Sei – ia fechar a porta, mas foi detido por Vet.

- Eu preciso falar com você. Por favor...

- Ai, entra.

Vet entrou e se sentou na lateral da cama de Macaco que estava mais próxima à parede e de frente para a lateral da cama de Po. Este se sentou em frente ao tigre depois de fechar a porta, esperando o que ele tinha a dizer.

- Fala, o que precisa falar pra mim?

- Não fique bravo com o que o Carlengo contou.

- Não tô bravo.

- Tá mentindo.

- Caramba, até você percebe?! É tão fácil assim?

- Sim.

- Ah... eu não tô bravo, mas é um pouco desconfortável. Mesmo que eu fique curioso pra alguma coisas que aconteceram com ela, eu me sinto meio mal...

- Tem curiosidade? Que quer saber?

- Seu grupo tinha nome?

- Sim, os Sombras.

- Por que Sombras?

- Porque nos disfarçávamos pra tocar, pelo menos na época que os espiões da Anastásia estavam atrás da gente. Depois, a gente continuou com o nome, mesmo sem os disfarces.

- Entendi. Como ela dança?

- Ela dança bem, só tem um pouco de medo de pisar no pé dos outros – disse Vet fazendo Po rir um pouco.

- Ela pisava no seus?

- Sim – sorriu mostrando simpatia ao panda – ela pisou muito forte, nunca mais dancei com ela. Isso foi de propósito porque Tigresa não queria dançar.

Ambos riram por um tempo, então, Macaco chegou. Se surpreendeu ao ver ambos rindo como amigos de longa data, mas ofereceu a comida ao panda e ao tigre. Vet não aceitou, estava satisfeito com o que comera e saiu para seu próprio quarto que dividiria com o amigo, não sem antes ajudar Carlengo a ir para a cama também.

Shing continuou no sofá, disse que mais tarde iria, que não tinha sono, mas na verdade, estava passando informações à sua chefe, de onde estavam, o que já adquiriram...

Chegando ao quarto, Vet deitou Carlengo, que se queixava das dores no corpo e logo pegou no sono pelo cansaço. Deitou-se e fitou o teto. As perguntas do panda remexeram em velhas e queridas lembranças. Por mais que fossem boas e não tivesse nenhum sentimento por Tigresa além de admiração e respeito, sentia saudade daqueles momentos. Se lembrava perfeitamente do dia em que cantou para ela, foi quando a pediu em namoro...

Estavam no meio de um show, ele pediu licença à ela e anunciou à todos que faria uma apresentação surpresa, da qual a vocalista não sabia.

- Esta é uma canção especial que eu quero dedicar à ela – disse timidamente, com um sorriso carinhoso, apontando para Tigresa que estava sentada a seu lado.

A felina abriu os olhos até não poder mais e corou, embora a pelagem escondesse.

Liang pegou seu instrumento e começou a tocar. Era isso que eles estavam ensaiando em segredo. Karina, Kayla, Carlengo, Liang e Shing sabiam o que era e que seria neste dia. Tigresa apenas suspeitava que os meninos tramavam alguma, mas não sabia que era para ela e nem que ele usaria o tempo da apresentação para isso.

O amigo faria a segunda voz enquanto tocava. Não tirava os olhos de Tigresa, afinal, a música era para ela.

A respiração, bem como o coração de Vet, aceleraram e ele respirou profundamente antes de chegar à sua deixa. Então, começou a cantar:

Saying I love you

(Dizer eu te amo)

Is not the words I want to hear from you

(Não são as palavras que eu quero ouvir de você)

It's not that I want you

(Não é que eu não queira)

Not to say, but if you only knew

(Que você diga, mas se ao menos você soubesse)

How easy it would be to show me how you feel

(Como poderia ser fácil me mostrar o que você sente)

More than words is all you have to do to make it real

(Mais do que palavras, é tudo o que você tem que fazer para tornar real)

Then you wouldn't have to say that you love me

(Então, você não precisaria dizer que me ama)

Cause I'd already know

(Porque eu já saberia)


 

What would you do if my heart was torn in two?

(O que você faria se meu coração fosse partido em dois?)

More than words to show you feel

(Mais do que palavras para mostrar o que você sente)

That your love for me is real

(Que seu amor por mim é real)

What would you say if I took those words away?

(O que você diria se eu jogasse essas palavras fora?)

Then you couldn't make things new

(Então você não poderia renovar as coisas)

Just by saying I love you

(Apenas dizendo eu te amo)


 

La di da, la di da

More than words

(Mais do que palavras)

La di da, la di da


 

Now that I've tried to talk to you and make you understand

(Agora que eu tentei falar com você e fazer você entender)

All you have to do is close your eyes and just reach out your hands

(Tudo o que você tem que fazer é fechar os olhos e só estender suas mãos)

And touch me, hold me close, don't ever let me go

(E me tocar, me abraçar apertado e nunca me deixar ir)

More than words is all I ever needed you to show

(Mais do que palavras, é tudo que eu sempre precisei que você mostrasse)

Then you wouldn't have to say that you love me

(Então você não teria que dizer que me ama)

Cause I'd already know

(Porque eu já saberia)


 

What would you do if my heart was torn in two?

(O que você faria se meu coração fosse partido em dois?)

More than words to show you feel

(Mais do que palavras para mostrar o que você sente)

That your love for me is real

(Que seu amor por mim é real)

What would you say if I took those words away?

(O que você diria se eu jogasse essas palavras fora?)

Then you couldn't make things new

(Então você não poderia renovar as coisas)

Just by saying I love you

(Apenas dizendo eu te amo)

Depois disso, ele ouviu aplausos. E a felina estava chocada, por alguns segundos sem reação alguma.

Foi então que ela abriu um singelo sorriso e foi o suficiente para ele. Se ajoelhou à frente dela.

- Tigresa.

Ela engoliu em seco.

- Aceitaria namorar comigo? – Perguntou com um sorriso.

Tanto os amigos deles quanto os animais que assistiam, ficaram atentos, esperando resposta dela.

Os olhos dela deram um leve passeio ao redor e voltaram a se encontrar com os de Vet. Ela estava surpresa, como antes, mas agora sorriu novamente e abriu a boca para responder:

- Aceito – disse ela para delírio geral.

Então, em frente à todos, Vet a abraçou e deu um beijo em seus lábios, pegando-a por surpresa, pela terceira vez apenas ali. Ela não teve outra opção, senão seguir com o beijo.

Tigresa não parecia tão contente como Vet estava por estarem juntos, até os aldeões e o resto do grupo estavam mais animados.

Agora ele entendia o motivo real. Ela não o amava, apenas... talvez, apenas sentisse carinho.

Essa lembrança dos Sombras e de algo tão intenso e diferente que ainda não sentiu por outra. Talvez fosse porque aquilo era parte de seu crescimento, quando se está sentido coisas pela primeira vez e se fica deslumbrado com isso.

Foi isso que aconteceu.

Depois de um bom tempo, sendo a única criatura acordada na casa, ele dormiu.

Quando o sol se levantou e atingiu as janelas dos guerreiros, eles se levantaram para tomar café da manhã.

Assim que guardaram a pedra em uma sacola de pano preto que estava na mochila de Po, se colocaram à caminho da caasa de Jing-Quo.

Seria apenas algumas horas de viagem.

Eles foram conversando e andando o mais rápido que podiam, encontrando o local onde o pai do Dragão Guerreiro vivia. Um lugar bem aberto com plantações, casas simples de madeira, um lugar especial para os bambus que os pandas tanto gostavam. Avistaram mais ao fundo uma casa grande, que Po já conhecia. Sorriu e caminhou até ela.

Uma fêmea panda, empregada da casa de Jing-Quo, avisou a ele que seu pai estava nas plantações de arroz do outro lado do vilarejo e então foram procurá-lo.

Po correu como pôde até seu pai, o encontrou de longe.

- Pai!

O panda se virou e para a sua surpresa, era Po.

- Filho. Quanto tempo... como está? – Disse ele quando Po se aproximou para abraçá-lo.

- Tô bem pai, e você?

- Bem, filho.

Os outros chegaram até onde estavam os dois machos e eles se soltaram. Po os apresentou e disse que precisavam conversar seriamente.

Se dirigiram até a casa de Jing-Quo onde ele pediria a Esfera de Jade.

-

Tigresa e seu grupo já estavam à caminho do Refúgio das Aves. Dishi deu seu colar com o Sol de Âmbar, o maior símbolo de poder que poderia ter um líder de qualquer clã, dentro de uma caixinha de madeira pintada de preto com detalhes dourados que a contornavam.

O refúgio ficava a um dia e meio de Hu Yong, a meio caminho da muralha.

Estavam em uma estrada de comerciantes, a rota mais rápida para chegar até lá e talvez houvessem alguns bandidos. O imperador tigre os avisou antes de deixarem seu palácio.

Todos do grupo notavam o clima tenso. Tigresa ia na frente seguida pelos outros e Kayla ficou no final do grupo. Víbora sabia o porquê, mas não queria dizer nada para não piorar. Pena que Louva-a-Deus não teve a mesma ideia.

- Ei, Tigresa...

- Sim? – Ela olhou por cima do ombro, já que ele estava parado na cabeça de Liang.

- Aconteceu alguma coisa com você? Tá mais séria do que de costume.

- Não.

- E com a Kayla? Ela tá quieta demais.

- Pergunte a ela qual é seu problema.

O inseto não respondeu e ela continuou indo em frente. Louva-a-Deus olhou para Liang, Víbora e Garça tentando saber o que aconteceu.

Todos negaram com a cabeça e quando ele olhou para Kayla, ela estava séria fitando a felina alaranjada à frente do grupo como se quisesse arrancar alguma coisa, algo que ela estivesse escondendo à frente do corpo.

Continuaram andando até que chegaram à um vilarejo, onde deveriam parar para almoçar.

Entraram em um restaurante, havia vários tipos de comida e tudo cheirava muito bem. Os estômagos de Garça, Liang e Louva-a-Deus roncaram e então escolheram uma mesa. Um simpático porco veio atendê-los e anotar seus pedidos. Tigresa pediu tofu e chá verde, Liang pediu sopa com legumes, Louva-a-Deus pediu uma porção de bolinhos e um chá de oonlong, Víbora o mesmo mas com chá de jasmim e Kayla macarrão.

Nas mesas ao lado, alguns habitantes do vilarejo conversavam e os guerreiros conseguiram escutar um aparte.

- Só tenho a agradecer que aquele cara sumiu...

- De quem você tá falando?

- Hu, o assassino e ladrão que roubou pedras.

- As dos líderes de clãs?

Foi então que Tigresa se levantou e foi de encontro a eles, sem alarde algum. Eram um coelho e um javali que conversavam.

- O que você sabe sobre isso? – Perguntou ela.

- Delicada como sempre – sussurrou Louva-a-Deus para Garça e Liang que soltaram uma risadinha.

- Olha, senhorita, escutar conversa é muito feio – disse o coelho tentando parecer valente para o amigo.

- Me responda, por favor... o que você sabe sobre isso e quem é esse ladrão.

- Ladrão e assassino. Chama-se Hu, eu trabalhava de carpinteiro para um dos líderes assaltados e não faz muito tempo, isso tem dois meses, eu acho... ou menos.

- Onde foi isso? – Perguntou Liang se levantando.

O javali olhou para ele e respondeu:

- Foi perto do refúgio das aves, esse cara estava indo assaltá-los.

- Sério? – Perguntaram os outros na mesa.

- Sim – respondeu o coelho -, mas o líder de lá não permitiu. Ele levou a maior surra... eu pedi férias, só volto mês que vem. Não fico lá enquanto não tiver certeza que esse cara não volta. A briga foi feia.

- Ah, senhorita... – chamou o mesmo garçom que os atendeu e Tiresa se virou – sua comida está na mesa.

- Ah, sim. Obrigada.

O garçom se retirou o mais rápido que pôde. Ele viu a cena e ficaram sem entender o interesse deles neste assassino. Seria um deles? Ou pior, seria ela?! Não podia ser, o assassino não daria as caras assim.

Ignorarou o que acabara de acontecer e continuou com seu trabalho.

- Precisam de mais alguma coisa? – Perguntou o coelho.

- Não, foi o suficiente. Obrigada – respondeu Tigresa e voltou á sua mesa.

Garça, Víbora, Kayla e Louva-a-Deus olhavam preocupados para os amigos.

- O líder deles deve ser muito forte, será que vamos conseguir permissão de trazer a pedra? – Perguntou Garça.

- Eu não sei – respondeu Tigresa -, mas vamos tentar, precisamos protegê-la.

- Será que os outros já conseguiram as pedras? – Perguntou Víbora.

- Eu acho que sim, o local deles era mais próximo que o nosso – disse Kayla.

- Vamos terminar de comer – disse Liang – aí a gente chega mais rápido. Temos que voltar antes que esse tal assassino reapareça. Se ela está atrás das pedras...

- É capaz que ele volte – terminou o inseto.

- Ok, vamos comer.

O grupo da líder dos Cinco Furiosos foi a primeira a terminar, esperou seus amigos e empreenderam viagem ao Refúgio das Aves. Provavelmente Garça seria o primeiro a entrar e tentar pedir permissão para a passagem de seus amigos. Ela só esperava que ele conseguisse.

Tigresa tinha uma sensação estranha quanto ao assassino contratado por Anastásia, só que ainda não relacionava nada. Deixou essas ideias de lado, poderia ser a preocupação com seus amigos que estavam no outro grupo ou com seu companheiro, ainda mais com Shing por perto, já que o gato estava se portando de forma estranha, sempre se escondendo e meditando.

-

Vet já havia explicado tudo que foi preciso para o pai de Po. O líder panda ponderou por alguns minutos, só deveria entregar a esfera a alguém quando este se tornasse líder e tomasse seu lugar, que poderia ser Po, mas ainda não era hora.

Então, Po disse a ele que assim que prendessem a cobra peçonhenta, ele teria seu símbolo de poder de volta.

- Você tem certeza disso, filho?

- Sim. A gente vai vencer a Anastásia...

- Não, não sobre isso... sobre a pedra voltar. Talvez vocês tenham que deixa-la no palácio, não é?

- Só por enquanto. Como Po disse, assim que Anastásia for derrotada, traremos de volta – disse Macaco e sorriu para passar confiança.

- Hm, está bem. É pela China e por você, filho – se levantou e foi até a porta – esperem aqui que eu já trago pra vocês.

Todos ficaram aliviados que Jing-Quo permitiu que a pedra voltasse a seu lugar de origem: o Palácio de Jade. Ali, ficaria protegida e bem guardada.

Essa pedra havia sido o primeiro símbolo de poder e pertencera ao primeiro dragão, o Dragão de Jade e foi passando de geração em geração dessa maravilhosa criatura, até que foi extinta. Os pandas a herdaram, porque, quem atacaria um panda, sendo que nem perigosos pareciam? Que realeza poderiam ser e que riquezas poderiam ter? Além disso, tinham os atributos que o clã Dragão prezava. Nobreza, paz, humildade, entre outras.

Alguns minutos depois, o panda voltou com uma caixinha simples e entregou à Po.

- Guarda bem, será sua no futuro, você sendo líder ou não, é sua herança, meu filho.

- Obrigado, pai. Vou guardar sim, muito bem – sorriu e tomou a caixa para por em sua mochila.

Passariam o dia na casa de Jing-Quo para descansar, recompor energias e pegar alguns alimentos para o caminho. À noite voltariam ao palácio parando o mínimo possível. Apenas pediam aos céus para não ter ladrões, seria arriscado lutar com essas relíquias na mochila do panda, poderiam ser deixadas em pedaços. Vet estava preocupado com isso. Além de proteger o panda, deveria proteger as pedras. Po era tão estabanado, mas o tigre sabia que ele lutava como um demônio. Só deveria tomar cuidado para que não acertassem sua bolsa e que não fizessem alguma armadilha ou trapaça com o panda.

Foram para os quartos indicados e esperaram a noite cair. Seria perigoso por conta de bandidos, mas tinham que voltar rápido. Mal sabiam eles, que o verdadeiro bandido, estava mais perto do que se poderia imaginar.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenha gostado e deixem seus reviews, ainda há muito pra acontecer hehe (:

Até mais. o/