Déja Vù escrita por JSchiatti, Yui


Capítulo 10
Refúgio das Aves


Notas iniciais do capítulo

Oi, aqui e a Yui. desculpem-nos pela demora, problemas de comunicação e tempo das duas autoras haha.

Boa leitura.



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Faltava pouco para chegarem ao Vale da Paz, estavam no bosque e já passariam pela floresta de bambu. O grupo parou pouquíssimo, apenas para comer, até agora tentando entender como foi que Po só precisou dormir no barco.

Algumas horas a mais e estavam na rua principal, passando em frente ao restaurante do Sr. Ping. O ganso estava servindo os vários clientes de todos os dias como sempre, quando viu Po e depois de servir rapidamente, correu ao panda.

- Filho! – Gritou ele chegando próximo o suficiente para pular e abraçar seu pequeno como podia.

- Pai – respondeu Po abraçando o ganso.

- Ah filho, fiquei tão preocupado – se soltou.

- Pai, eu voltei e não fiquei tanto tempo fora.

- Não interessa que ficou pouco tempo, me preocupo do mesmo jeito.

- Ok.

- Você e seus amigos querem macarrão? Pela metade do preço pra eles...

Po olhou para seus amigos. Alguns com cara de interrogação e outros com os olhos brilhando – especialmente Macaco – e voltou-se para o pai.

- Ah, mais tarde. Agora tenho que entregar umas coisas a Shifu.

- Tudo bem, filho, mas é pra voltar.

Po deu meia volta e junto com seu grupo caminhou para o Palácio de Jade. Finalmente, chegaram no último degrau na hora do almoço. O panda e Macaco estavam quase voltando para a casa do ganso buscando macarrão.

Depois de o Dragão Guerreiro recuperar o fôlego, caminharam ao Salão dos Heróis procurando por Shfiu para entregar aquelas pedras de uma vez.

Ao entrar, puderam ver tudo em seu lugar, velas e incensos acesos, mas nem sinal do panda vermelho. O único ser vivo ali era Zeng.

O ganso foi em busca do Grão-Mestre e o grupo esperou por ali, sentados à frente da Piscina de Reflexão. Vet aproveitou para meditar, mas seu momento de paz não durou muito.

- Só a gente voltou? – Perguntou Po.

- Provavelmente – disse Vet – o lugar que eles foram, é bem mais longe.

- Longe quanto?

- Perto da muralha, Po – disse Karina – eles vão à um lugar que fica a um dia e meio de viagem da fronteira.

- Nossa, bota longe nisso... nem quero mais pensar em viajar pra lá – comentou Macaco.

- Mas temos que ir pra ir à Rússia buscar as outras pedras assim que essas ficarem à salvo...

- É verdade.

- Essa espera tá me dando mais fome – comentou Po.

- De tanto que vocês estão falando de fome, eu também to ficando...

- Desculpa... espera aê, cadê o Shing?

Momentos antes, enquanto estavam distraídos conversando sobre o paradeiro do grupo de Tigresa, ele escapou rapidamente pela porta do salão e foi à um quarto vazio da ala dos estudantes para entrar mais uma vez em contato com sua chefe.

- Senhora Anastásia... me responda, não tenho muito tempo...

A serpente rastejada pelos corredores de seu castelo, um tanto atarefada. Buscava elementos para complementar seus feitiços futuros e também uma maneira de isolar o local quando Hu voltasse com as pedras já reunidas.

Nesse meio tempo, havia mandado limpar a sala do trono, onde haviam as marcas das pedras no chão para que tudo estivesse limpo e pronto. A única coisa que realmente faltava era seu lacaio com seus tesouros pequenos e brilhantes.

De repente, ouviu o chamado e foi o mais rápido que pôde para seu quarto, ignorando os criados com os quais cruzava pelo caminho.

Ao chegar, se enrolou sobre a cama e deixou a parte posterior do corpo ereta, então respondeu:

- O que é Shing, alguma notícia?

- Ah, quantas vezes vou ter que repetir? NÃO ME CHAME DE SHING! Você sabe que sou Hu. HU! Para todos os efeitos relativos à você, entendeu?

- Pra que o nervosismo? Não se dirija à mim desta maneira ou vai se arrepender.

Não houve resposta.

- Creio que entendeu... agora, por que me chamou?

- Já estamos com a Esfera de Jade e a Garra ônix. Aqui no palácio, está a Gota Rubi. Assim que o outro grupo voltar, vou pegar as outras...

- Quanto tempo?

- No máximo, uma semana.

- Uma semana?! Ah, tudo bem... só espero que consiga vir muito, mas muito rápido. Em pouco mais de uma semana será o eclipse e eu preciso estar com essas pedras na data para poder cumprir o ritual.

- Ainda não vai me dizer que ritual é esse?

- Por que deve saber? Vai saber quando eu o fizer, apenas digamos que... eu vou ter de volta o poder que sempre foi meu por direito.

- Quem o roubou de você?

- Meu antigo mestre, não quis me deixar fazer o que deveria pra conseguir, pra me tornar mais poderosa – respondeu ela lembrando-se de Oogway – eu poderia ter sido protetora da China, mas ele não quis que fosse assim... então agora, ela estará em minhas mãos.

- Que mãos? Você não tem mãos...

- Não vou responder como deveria porque, apesar de estar do lado escuro, sou educada...

- Ô...

- Mas, ainda não tenho mãos... – respondeu ela enfatizando o “ainda” – agora, caia fora, antes que venham procurar por você e te descubram.

Cessou o contato telepático com seu assassino particular. Abriu os olhos e tinha um imenso sorriso que revelava suas presas.

- Agora, a brincadeira acabou.

-

De uma colina em meio à densa floresta na qual se encontravam, o grupo de Tigresa conseguiu avistar uma montanha ao longe. Não era muito grande. Chegando mais perto, puderam ver como havia na rocha aberturas que pareciam ter sido perfuradas por trabalhadores de minas, já que formavam buracos suficientemente grandes para Garça passar voando por elas sem bater as asas ou perder altitude.

- Chegamos? – Perguntou Liang.

- Sim – respondeu Tigresa.

Pararam ao pé da formação e olharam para cima como se pudessem ver o topo. Voltaram á olhar para as cavernas. Todas as possíveis entradas daquele lado da montanha eram mais ao alto, tanto que talvez precisassem da ajuda de seu amigo para chegar.

- Garça – chamou nossa felina – você pode nos levantar? Ao menos a mim, para que eu possa jogar a corda para eles subirem.

- Claro, segura firme – Tigresa agarrou a pata da ave quando este levantou voo.

Ele a elevou no ar, chegando perto da abertura, mas quando estava prestes à entrar, ela ouviu alguma coisa e fez um movimento brusco para mudar a direção de Garça. A coisa que fez barulho passou por eles, à um tris de acertar as asas dele ou o corpo da felina.

Lá embaixo, os outros não entendiam o que Tigresa fez, até que Carlengo, Kayla e Liang ouviram o mesmo som que ela ouvira. Liang desembainhou sua espada e desviou as flechas que foram direcionadas à eles, mandando-as cravar em árvores.

Ao olhar para cima, encontraram um grupo de dez águias se aproximando de Garça e Tigresa. Algumas avistaram os outros que ainda estavam no solo e se separaram para tentar captura-los.

- O que... por que atiraram flechas contra nós? – Perguntou Tigresa para a ave mais próxima, ainda agarrada a uma pata de Garça.

- Intrusos não são bem vindos aqui.

- Precisamos falar com seu líder, é urgente – respondeu Garça – eles tem que entrar comigo, é sobre a pedra... Estrela de Cristal.

Quando disse de quê se tratava, as águias próximas a ele abriram o bico ao perfeito ângulo de 90 graus. Queriam proteger essa pedra, era muito valiosa para eles. Não tinham sequer a ideia do quanto era valiosa para Anastásia, só sabiam que vários animais gananciosos as queriam.

- Por favor, nos deixe entrar. Precisamos resolver isso o quanto antes, não viemos aqui para lutar – disse Tigresa.

- Entram sim, com uma condição?

- Qual? – Perguntaram ao uníssono.

Alguns minutos mais tarde, estavam caminhando por um corredor escuro em direção à sabe-se lá onde... acorrentados.

-

- Mestre Shifu! - Gritou Po quando ouviu a porta de abrir e avistou o panda vermelho.

Todos se levantaram.

Caminhou até seus alunos e os amigos de sua filha que fizeram uma reverência. Ninguém disse mais nada, apenas retiraram ambas as pedras da mochila de Po e entregaram a ele.

À essa altura, Shing já voltara para o salão.Sua desculpa era a de que não estava se sentindo muito bem com por conta da viagem quase seguida desde a floresta e precisava tomar um pouco de água.

Vet achou suspeito, seu amigo estava mais mudado do que antes. Olhou para ele tentando descobrir o que estava de errado, ao menos o que ele sentia estar errado em Shing. Não deixava de encará-lo e o gato notou, sentindo-se desconfortável com aquele olhar intimidador.

Shifu abriu as embalagens das joias e as olhou. Guardou as duas dentro da mesma caixinha na qual a joia do clã panda estava.

- Bom trabalho, alunos - disse com um leve sorriso que logo se esfumou - podem descansar, tem o resto do dia de folga. Se surgir algum imprevisto no vale, me avisem e cuidem disso enquanto eu não chegar.

- E com imprevisto o senhor quis dizer bandidos...

- Sim, Po.

- Ah, tá... mas, por que não podemos ir ajudar Tigresa e os outros?

- Porque não sabemos onde eles estão. Podem estar chegando à um dos lugares ou já voltando... só o que temos a fazer é esperar - deu meia volta e começou a caminhar em direção à porta - estarei na Gruta do Dragão. Não façam nada de que possam se arrepender... estou falando com você, Po.

O panda ficou com sua melhor expressão de choque enquanto todos, exceto Vet, soltavam uma risada.

Shifu continuou à caminho da gruta apenas pensando no que estava acontecendo com sua filha. Era longe o local ao qual deveria ir, mas tudo ficaria bem, embora ele sentisse que naquele momento estava enfrentando dificuldades. Sentia algo porque estava conectado ás energias do universo (como na vez em que Po foi atingido pela bala de canhão do Lord Shen).

Esperava apenas que ela estivesse realmente bem.

-

Andaram minutos pelo escuro, acorrentados e levados pelas águias. Os olhos dos felinos captaram à distância a pouca luz que emanava do final do corredos. Mais alguns instantes e então, chegaram à um grande espaço aberto no centro da montanha. Só sabiam que havia um limite daquelas terras por conta da montanha rodeá-lo.

O centro da montanha era um campo verde com belas e altas árvores. Nelas haviam ninhos. Nas paredes também haviam ninhos encarapitados em algumas bases rochosas. Os pássaros mais próximos prestaram atenção aos forasteiros levados para dentro de seu lar e de onde estavam, pensavam que poderiam ser ameaças.

As águias apontaram para alguns espaços entre as paredes das rochas que ao parecer, eram os locais onde ficavam os vigias, para o caso de invasores passarem da segurança cerrada das passagens.

Pela enorme abertura onde deveria ser o topo da montanha, entrava a luz do sol, que depois de passar por cima do Refúgio dos Pássaros, entrava pelas aberturas laterais.

O grupo caminhava em direção ao centro daquele campo cheio de vida. Não entendiam como poderia haver grama tão verde e tantas árvores saudáveis ali.

- Lindo, não é? Nos preservamos esse lugar - disse um dos guardas águia, demonstrando seu orgulho em um sorriso.

Ninguém respondeu, apenas assentiram com a cabeça e em pouco tempo, chegaram à um conjunto de árvores que formava uma só, devido à proximidade de seus troncos e raízes.

- Aguardem aqui... fiquem de olho neles - disse o mesmo guarda e voou até certo ramo da grande árvore.

Algum tempo depois ele desceu, mas não sozinho.

Uma coruja de plumas negras e marrons o acompanhava. Seu olhos eram dourados, bico curto, pontiagudo e negro. Tinha enormes garras, as quais mostrou quando pousou em frente aos guerreiros.

Estava vestido unicamente com uma calça branca e de seu pescoço, pendia a Estrela de Cristal.

- Quem são vocês e o que querem com a minha joia? - Perguntou seriamente com sua voz grave e profunda, encarando os guerreiros, um a um, com sua expressão nada amigável.

- Ah, cara... por que a gente tem que ficar justo com os piores? - Sussurrou Louva-a-Deus escondido debaixo do chapéu de Garça.

- Cala a boca - sussurrou a ave.

- Só tô dizendo que o Po e o Macaco ficam com os mais fáceis, o pai do Po e os mestres de Gongmen não vão atacá-los... - parou de falar quando notou todos olhando para eles - oi.

- Hm, um inseto... excelente aperitivo... - disse a coruja que parecia ser o líder.

- Ei!

- Não pode fazer isso... - disse Tigresa.

A coruja virou-se para a felina com um sorriso. Lógico que não era sincero.

- Pode me dizer por quê?

- Ele é mestre de kung fu, parceiro do Dragão Guerreiro e membro dos Cinco Furiosos...

- Aliás, ela é a líder - disse o inseto.

- Então onde estão os outros?

- Nos dividimos para buscar outras joias e protegê-las... estes outros felinos são meus amigos, os Sombras, conhece?

Os já grandes olhos dourados da coruja se abriram ainda mais e estava certo de sentir seu coração parando do susto. Havia acorrentado membros dos Cinco Furiosos, os maiores e mais temidos defensores de toda a China. Queria ter a honra de conhecer o Dragão Guerreiro assim como acabara de conher alguns dos guerreiros do Palácio de Jade, mas parecia que isso ficaria para outra ocasião.

E o grupo Sombras! Se os conhecia? Claro que sim, haviam impedido ladrões de cortarem seu pescoço, na primeira vez que tentaram levar sua joia. Isso foi há anos. Sabia que conhecia aqueles felinos, mas antes pensara que provavelmente haviam outros tigres como eles.

- Perdoem-me as más maneiras. Desde a última vez em que estiveram aqui, reforçamos a segurança... faz anos, não?

- Sim - respondeu Liang - mas agora, vamos ao assunto...

- Claro.

- Antes, por favor, poderia nos tirar as correntes? - Pediu Víbora.

- Sim, sim. Guardas, libertem os guerreiros - dirigindo-se à outras aves e depois a eles - desculpem, mais uma vez.

Trataram o assunto de sua visita por ali mesmo e então o líder resolveu propor um desafio.

- Um de vocês deve lutar comigo. O primeiro a cair no chão, perde - sorriu - escolham sabiamente.

- Senhor, pode se machucar - disse outra ave.

- Não se preocupe - ele levantou a asa como sinal para acalmar seus súditos - vou ficar bem, só quero me assegurar que são dignos de levar a estrela.

Os guerreiros se entreolharam e depois todos olharam à Garça. A ave olhou para trás procurando o ponto para o qual seus colegas olhavam e percebeu que era com ele... ou com Louva-a-Deus que ainda estava ali.

- Não sou eu, certo? - Perguntou o inseto.

- Claro que não, é ele - Kayla apontou Garça.

- Será aqui mesmo - disse o líder do refúgio.

- Ah, está bem... - respondeu ele - sou Mestre Garça, estou pronto - se colocou em pose de defesa.

Louva-a-Deus saltou da cabeça de seu amigo e foi de encontro aos outros, já sentados na grama.

A coruja se colocou em pose básica e sorriu novamente. Se olhavam fixamente esperando a paciência de um deles acabar. O líder do refúgio se cansou e voou em direção à Garça que apenas evadiu do golpe de garras que receberia, indo para o lado. A coruja fez uma curva no ar subindo um pouco mais e ao virar-se para descer em direção ao guerreiro, colou as asas ao corpo para ganhar velocidade e se utilizar de seu peso para investir um ataque. Garça decolou e por pouco a coruja não vai ao chão, mas ao se aproximar do solo, abriu as asas enquanto colocava as patas para tocar a terra e impulsionar, adquirindo altura novamente.

Começou então uma perseguição. Os felinos sentados na grama, à exceção de Tigresa, se perguntavam o que o guerreiro emplumado estava fazendo. Ele estava estudando o estilo de luta do líder do local, assim que pudesse, o atacaria. Só mais alguns momentos, deixando-o se aproximar para se virar dar um golpe.

Quando o percebeu próximo, fez o que planejou, mas seu golpe foi bloqueado. Nisso, Garça agarrou a pata de seu oponente e o lançou contra a copa de uma árvore. Continuou onde estava esperando a coruja voltar a ataca. Nada, até que...

- Só isso? Pensei que o Mestre Garça tinha mais a dar.

A voz profunda da coruja ecoou pelo local e Garça podia ver um vulto entre os ramos, rodeando-o. Não podia ir atrás do líder, se tentasse, seria pego pelas costas. Esperou mais um pouco e de repente, sentiu alguém aproximar-se.

A coruja veio para cima de Garça com as patas em sua direção, mais precisamente, de seu pescoço. O mestre fez uma pirueta no ar para chutar as garras que o ameaçavam e subiu um pouco, fazendo uma curva para descer em direção ao atacante que estava ainda um pouco aturdido. Quase perdera o equilíbrio quando foi chutado.

Olhou para cima e viu o guerreiro em sua direção, estava perto demais. Foi levado ao chão por um golpe. Houve um baque pelo impacto. Uma cortina de poeria se fez presente por alguns segundos e quando passou, foi possível ver a coruja deitava ali.

- Está bem, você venceu - disse ele levando uma pata ao pescoço para tirar a fina corrente que sustentava a joia, para depois estendê-la aos guerreiros - eu confio a segurança da minha herança à vocês. Podem levar a Estrela de Cristal.


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Notas finais do capítulo

Então, como foi o capítulo? Algum palpite do que vai acontecer agora? Hm...
Esperamos que tenham gostado e deixem seus reviews.

Até mais. o/



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