About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 57
Depois - 1979




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THIS MAGIC MOMENT

1979

Na pequena multidão para ser selecionado, o garoto de óculos não conseguia calar a boca.

A professor McGonnagall já havia lhe chamado atenção, pedido para que ele se calasse, que tivesse paciência e logo chegaria sua vez, mas pouco tempo mais tarde eu vim a descobrir que quando o mesmo estava muito nervoso ou ansioso, ele não conseguia fechar a boca. Então mesmo baixinho ele ainda continuava falando no meu ouvido:

– Porque assim, minha família toda foi da Grifinória, é meio que um crime se você vai pra uma casa diferente, não é? Digo, tudo bem se eu for para a Corvinal, porque minha mãe era de lá, mas ainda assim é muito estranho... Você não acha? Porque eu acho. Digo, eu ainda estou pensando seriamente em quem vai lavar minhas roupas agora que...

– Pelo amor de Merlin, o que você tem na boca que não consegue calar? – uma garota loura a nossa frente virou-se com um olhar mortal e sibilou para o garoto de óculos lentamente. Seus cachos louros pareciam não ver um pente há muito e seu rosto era totalmente lotado de sardas. Mas antes que meu amigo pudesse responder, o nome da garota fora chamado:

– McKinnon, Marlene!

A garota subia as escadas com as mãos tão trêmulas que James riu bem alto, para que ela pudesse ouvir ele debochar dela. Mas ela estava muito imersa no banquinho e no chapéu, pois sentou-se rapidamente e o chapéu mal encostou em sua cabeça, na verdade ele sequer sentou-se sob a cabeça dela. Parecia que ele tinha tocado apenas sua aurea, e ele era um chapéu muito inteligente... Será que ela cheirava a coragem? Ou sua ousadia era tão visível?

– GRIFINÓRIA!

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– As noites são tão solitárias na minha casa. – Emmeline e eu não morávamos juntos, mas era um pouco frequente eu dormir em sua casa e ela dormir na minha, então praticamente vivíamos juntos. Era bom, eu gostava da companhia dela. Apesar das últimas semanas estarem sendo um pouco mais intensas para nós dois em todos os sentidos da palavra.

Eu realmente sentia necessidade de ter Emmeline ali comigo.

Talvez fosse pressão da guerra, medo da mesma ou solidão, mas eu realmente estava necessitando dela ali comigo nas noites mais frias do ano.

– Esvaziei a última gaveta para você. – falei, vestindo minha capa. – E as chaves estão dentro daquele vaso horrível.

– Foi Lily que te deu, não foi?

– Por isso que é horrível, ela tem um péssimo gosto. – selei seus lábios rapidamente antes de sair da casa. – Até a noite.

– Eu... – esperei na porta ela terminar de dizer o que queria, mas ela parecia indecisa, fitando-me com receio. E no fim sorriu. – Vou estar esperando.

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– Acho que quero divórcio. – comentou James no seu quarto mês de casamento. Compreensível, até eu que não sou casado com Lily não estava conseguindo suportá-la nas últimas semanas. Ela estava conseguindo ser mais mandona e irritante do que já era. Sem contar que era grossa com todo mundo.

– Eu arranjo um ótimo advogado para você. – sorri para meu melhor amigo, apertando seu ombro. Mas ele parecia magoado.

– Ela está tão... Chata! Meu Deus, nunca pensei que ela pudesse ser chata.

– Você jurou diante de todos os deuses que a suportaria na doença e na saúde, não pode desistir só porque ela está... Não sei, de TPM? – opinou Remo, juntando-se a nós, com o Profeta Diário debaixo do braço. Ah, palavras cruzadas, nem fiz hoje de manhã. É a única coisa que esse jornal serve agora em diante.

– Essa TPM está durando demais!

– Vocês ficaram sabendo? – Pedro abriu a porta da casa de James, entrando sem limpar os pés, o que faria Lily sair do segundo andar e matar a todos. – Alice está grávida!

– Grávida? – engasgou-se Remo. – Mas... Uau!

– Ela vai passar o Natal grávida? Isso é triste... Digo, vamos ter que reforçar a comida. – pensei seriamente em pedir para que Lily fizesse três tortas de pêssego, agora que Alice comeria por três, eu provavelmente me sentiria mal em roubar comida de um feto.

– Um bebê para alegrar essa época horrível. – sorriu Remo.

– Cruzes, eu que não quero um bebê agora. – agonizou James, tendo arrepios. – Nem sei se vou estar vivo amanhã, será que não pensaram nisso? Podem morrer a qualquer momento, o que será do bebê deles sem os pais?

– Bem, pra isso que serve os padrinhos, madrinhas e avós, sei lá. – retrucou Pedro. – Aposto que Lily vai querer ter filhos em breve.

Falando no diabo, ela desceu as escadas furiosamente, resmungando coisas e batendo o sapato com força enquanto James fechava os olhos feito uma criança com medo da mãe. Ele virou-se lentamente no sofá, para poder ver a esposa, e forçou um sorriso alegre.

– Oi... Oi amor.

– OI? Você... James Potter! – ela parecia a beira de um colapso. – Quantas vezes eu já disse pra você deixar a PORRAAAAAA – Nós três prendemos o riso com o ênfase que Lily tinha dado ao palavrão, enquanto James a olhava apavorado. – da tampa da privada abaixada? Você acha que, não sei, tenho um pinto escondido de você?

– E-e-eu... O quê?

– Porque se eu tiver, me diga como usar porque, eu não urino em pé! Eu preciso me sentar no vaso sanitário, James, porque eu tenho uma vagina! – eu ia explodir se não gargalhasse, meu Deus, eu vou explodir... – Eu preciso me sentar para urinar. E se um dia eu estiver distraída e não ver que o RETARDADO do meu marido deixou aquele negócio todo levantado e quando eu me sentar simplesmente cair e morrer sugada pela descarga?

Olhei para James, risonho, morrendo de vontade de rir da cara de medo que ele estava fazendo para Lily.

– Perdão amor, não vai acontecer de novo, princesa.

– Não me chame de princesa, seu hipócrita nojento! – ela virou-se e começou a mexer violentamente nas panelas. Olhamos James, ainda risonhos, mas ele realmente parecia frustrado com a nova Lily. A campainha tocou e antes que Lily gritasse para que se identificasse e apontássemos as varinhas para a porta, a voz foi clara:

– MARLENE MCKINNON, DEZENOVE ANOS, ABANDONADA NO ALTAR, LOURA, ALTA E BURRA! – mais uma mulher em colapso para aguentarmos. Lily abriu a porta bruscamente e abraçou a amiga rapidamente com violência, então Lene entrou e largou suas coisas no meu colo, indo em direção da geladeira e agarrando a caixa de suco e tomando tudo em gole só. Puta que pariu, o que está acontecendo com essas mulheres?

– Perguntei a Dumbledore como está a busca por Cadaroc e sabe o que ele disse? – esganiçou Marlene, colocando as mãos na cintura.

– O quê? – perguntou Lily bruscamente enquanto fritava com raiva pedacinhos de peixe.

– “Estamos nos esforçando, mas já faz quatro meses, sejamos realistas” VELHO IDIOTA! – berrou Marlene. – E DAÍ QUE JÁ SE FAZEM QUATRO MESES, NÃO FOI ELE QUE FOI ABANDONADO!

– Certo! – concordou Lily.

– Eu vou ser realista com aquele velho babaca, vou mandar ele cortar aquela barba idiota antes que ele morra e tenham que fazer um caixão só praquela barba idiota! – Uau. Eu vou embora dessa casa antes que um assassinato aconteça. Marlene viu que eu estava tentando sair de fininho e tratou de pegar suas coisas.

– Vou com você, precisa me ajudar com umas coisas.

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A casa de Marlene e Cadaroc era perfeita.

Exatamente como de aqueles filmes antigos de esposas devotas e maridos leais e bondosos. A não ser por algo colorido ali e aqui. Ela largou novamente suas coisas no sofá enquanto eu ia até sua lareira, observar as fotos. Eram diversas fotos caseiras dela e Cadaroc em praias, restaurantes com amigos, no hospital e uma até mesma dos dois na cama. Era um casal muito bonito eu precisava admitir. Peguei a foto em que eles juntos, sorriam com uma garotinha com o rosto deformado no colo. Pareciam um casal de verdade.

– Quer café? – perguntou ela. Deixei a foto no lugar que estava e caminhei até a cozinha. As mãos dela tremiam violentamente enquanto ela pegava uma xícara.

– Marlene, o que está acontecendo, o que você tem? – ela tentou sorrir para despistar o nervosismo, mas intimidade era uma droga. Eu conhecia cada detalhe dela. Estava com medo, aflita, estava escondendo alguma coisa.

– Eu... Ok, eu preciso dizer pra alguém. Eu não planejava que fosse você e sim meu marido mas... Argh, tudo está dando errado, mas que droga! – ela largou a xícara na bancada e passou a mão nos cachos, tentando se acalmar. – É que... Eu estou grávida.

De quem? Porra, Sirius, do marido dela, seu idiota!, o que se diz para uma mulher grávida? Devo dizer parabéns? Não... O marido dela sumiu, como foi dizer parabéns? Sinto muito então? Porra, não é uma coisa ruim ter um bebê... Quer dizer, é ruim ter um bebê sem pai, mas nem tudo nessa vida é perfeito.

– Sirius? Por favor, diga algo. – pediu ela, com seus olhos implorando conforto.

– Eu... Bem... – olhei para os lados desesperado. Aquela casa era tão acolhedora, que saco, era desconfortável ficar desconfortável em lugar tão confortável! – Bem... Vai ficar tudo bem. É, vai ficar tudo bem.

– É isso que tem a me dizer? – perguntou ela, chocada.

– O que você quer que eu diga? Parabéns, vamos escolher os nomes?

– SIRIUS! – gritou ela, socando a bancada. – Você é tão babaca!

– Eu sei! – retruquei, desesperado ao vê-la começar a se alterar e virar o demônio como estava naqueles dias. – Ok, desculpe, tá? Quanto tempo?

– Que pergunta é essa Sirius, são quatro meses, seu imbecil! – retrucou ela, ainda trêmula. – Eu não sei o que fazer...

– Sabe sim, ter o bebê. – aproximei-me dela. – Não é o que você sempre quis?

– Sozinha?

– Claro que não, eu estou aqui. Eu e todo mundo. – Marlene parecia a ponto de explodir em lágrimas quando me abraçou bem forte. Talvez aquelas palavras tenham significado mais para ela do que para mim, que foram apenas palavras de conforto.

– Muito obrigada, Sirius... Nunca vou saber como te agradecer. – ela enxugou as lágrimas quando me soltou. – Você é meu melhor amigo.

– Eu sei. – sorri.

– E é um menino. – sorriu ela. – É um lindo McKinnon. Andrew McKinnon.

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Na sexta-feira, após ter sido forçado a comprar cerca de vinte roupinhas e acessórios e várias patifarias para bebês, eu estava exausto quando abri a porta do apartamento para James. Ele parecia desolado e eu soube o demônio ainda estava agindo sob o corpo de Lílian. Abri espaço para ele entrar. O apartamento estava mais desajeitado sem a moradia de James e Remo, que decidiu ir morar com o pai na época da morte de Dorcas e nunca mais voltou.

– Tudo bem? – James estava muito quieto, observando vazio. Maneou a cabeça negativamente lentamente, ainda petrificado. – O que ela fez? Tentou te matar durante o sono?

– Ela está grávida. Era esse o problema. Lily está grávida. – Eita puta que pariu, todo mundo decidiu ter filhos agora? Lílian, Marlene, Alice... Mas meu amigo não parecia estar muito feliz com a ideia de ser papai. Puxa, imagine só James sendo pai. Ele conjurava coleiras para colocar nos primeiranistas e fazia eles roubarem a cozinha de Hogwarts por ele. Pobre criança...

– E está tudo bem? – perguntei, bem devagar para não assustá-lo.

– Não sei! Não faço ideia como se faz para ser um pai, porque não estou me sentindo nem um pouco diferente! – Ele tirou os óculos o que significava que o negócio estava sério. Eu, que seria um dos diversos pais do filho de Marlene, tinha três dias de experiência na paternidade para poder opinar.

– Cara... Relaxa e espera. Só isso. E então, daqui há nove meses vai ter um bolinho de carne com seus olhos e com o cabelo de Lily te chamando de papai. Pronto. – James olhou-me horrorizado e eu soube que não estava sendo um bom conselheiro. – Olha, você devia ter ido a casa de Remo, porque eu não faço ideia do que te dizer além de que você se fodeu.

– Ah, ótimo, eu escolhi muito bem meu melhor amigo! – debochou James.

– Para James, não é pra tanto, você não ama tanto a Lily? O que vai mudar com esse bebê? O corpo dela, o humor dela, a aparência dela, essas coisas. Sem contar que vai ter que dividir os seios dela com o bebê e a atenção também... Argh, que saco hein, logo você que adora atenção.

– Eu sei! – choramingou James, então ele ergueu-se bruscamente. – Não! Isso não é coisa que se faça, vou ser pai. Um pai. Um paizão.

– Isso mesmo! – levantei-me também, apertando seu ombro.

– Vou ensiná-lo a jogar Quadribol.

– Ou brincar de boneca. Já te contei da vez que Ninfadora me fez tomar chá com suas bonecas com a porra de uma tiara de fadas na cabeça?

– Não importa, eu vou amar esse bebê mesmo que ele me faça tomar chá com suas bonecas! – e decidido, saiu batendo a porta. Esse é meu Pontas... Que vai ser papai. Puxa... Eu vou ter que dividir atenção com essa criança. Já era terrível com Lily, imagine com esse bebê... Argh, que desgraça! Emmeline desceu as escadas lentamente, vestida apenas com uma camiseta minha. Ergui minhas mãos para o céu.

– James vai ser papai! Lílian está grávida.

– É... Eu ouvi. – ela parecia aflita.

– Marlene, Lily, Alice... Se Dorcas estivesse aqui, tenho certeza que também estaria grávida. – sorri, subindo as escadas em direção de Emmeline. Ela retribuiu meu beijo, mas ainda assim parecia muito preocupada.

Todos estavam andando em direção do futuro. E eu queria seguir pela mesma estrada, e talvez... Ela estivesse ali o tempo inteiro. O meu primeiro amor, meu primeiro beijo... E tudo me atraia até Emmeline novamente, como um ima. Nunca me senti tão pateticamente tranquilo e em paz com alguém. Éramos mal desenhados, incompreendidos e mal-humorados... E talvez fosse por isso que nos encaixávamos perfeitamente.

Talvez eu deva caminhar em direção do futuro.


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Notas finais do capítulo

Finalmente o Harry deu as caras.
Isso é muito bom e muito ruim porque simmmmmmm estamos perto de muitas mortes e coisas ruins!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Há quanto tempo eu não converso com vocês, não é? Me perdoem, eu vou entrar em férias e é a melhor época pra escrever porque eu fico frenéééééética. Peço que vocês tenham paciência e não fiquem afobadas com o próximo capítulo (da Emmeline) e nem com o final, CALMA, PACIÊNCIA!
Como vai ser double, vocês podem comentar no próximo mesmo.


Ah, claro: SAVE THE DAY!

ALLONNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS-YYYYY



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