About Sirius Black escrita por Ster


Capítulo 33
Durante - 6º


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo "ajuntado".Peço perdão, eu mesma fico triste em fazer isso, sério mesmo, porque eu penso no trabalhão que eu tive em desenvolver a porcaria do capítulo aí eu vou e corto ele no meio, ME SINTO UMA DIRETORAAAAAAAAAA hahahahahahhaha De qualquer jeito, o capítulo de Fevereiro tinha o começo com ninguém menos que Lílian Evans andando com os Marotos, eles entraram na Casa dos Gritos e tal, mas nada de muito importante acontece lá. Eles conversam sobre a Ordem da Fênix, que o Sirius não sabia o que era, mas agora sabe. DEIXA EU CALAR A BOCA, VAMOS LOGO LER ESSE CAPÍTULO COM MOMENTO >>>>>>>>>>>>>>> B-L-A-C-K-I-N-N-O-N



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NEVER LET ME GO

FEVEREIRO

HOGSMEADE



– Que tédio. – cruzei os braços. – Queria que...

– Cala a boca. – Pediu Remo. Estávamos em um bar chamado Hipogrifo, escolhido por Lílian, apesar de eu achar que teria sido muito melhor ir no Cabeça de Javali, mas Marlene disse que o lugar era asqueroso demais. James encostou-se em nós depois de voltar do banheiro.

– Olha o que eu achei. – era uma revista pornográfica. Tinha uma mulher loura com belo par de seios para fora. Meu Deus... São lindos!

– Eu vejo isso todo dia. – sorriu Marlene, dando tapinhas no ombro de James.

– Cara, não vejo a hora do verão chegar, vou andar com a Guzzi dia e noite. – falei depois de terminar minha cerveja.

– Hmmmm, eu já disse o quão bonito você é, Sirius? – riu Marlene, piscando. Abri outra garrafa, dando meu melhor sorriso.

– Na verdade não, mas pode dizer.

– Você me disse que ele era bonitinho. – começou Pedro. Marlene olhou para ele desesperada e depois desviou o olhar, olhando todo o bar menos para mim.

– Não... Não disse não.

– Disse sim! Eu me lembro porque você me disse para não dizer isso na frente do Sirius... Ah... – Pedro calou a boca quando Lily chegou, e eu dei esperei Marlene deixar de ficar vermelha para dar-lhe uma piscadela, que só reafirmou a vermelhidão em suas bochechas.

– Vamos dançar! – pediu Lily. – Vamos, Lene!

– Ah não... Eu não sei dançar essas músicas agitadas.

– É só se mexer, vai Marlene, vamos! – Ela acabou cedendo a pressão da amiga e as duas foram para a pista improvisada. A música trocou e nós quatro ficamos hipnotizados tanto com o som como com a garota que dançava na pista. Era como se ela fosse a música em forma de movimento tamanha graciosidade. Suas mãos pálidas deslizavam por seu próprio corpo enquanto ela se movia sensualmente.

Então ela girou e tocou suas madeixas ruivas, de olhos fechados, mordendo os lábios com um sorrisinho no canto da boca. Santa mãe de Deus. Ao seu lado, uma coisa estranha se movia, parecia estar tendo um ataque epilético ou algo do tipo, seria a descrição perfeita para Marlene dançando. Ela se movia toda desajeitada, mexia as mãos demais, parecia dançar Macarena, dava vergonha só de olhar. Ela chacoalhava-se toda, era tudo desproporcional, era muito estranho, e ficava mais bizarro ainda ela tendo esse ataque ao lado de Lily, que ia matar James a qualquer momento dançando daquele jeito.

– O que a Marlene está fazendo? – perguntou Remo.

– Eu acho que ela está dançando. – disse Pedro. – Ou tendo um ataque, sei lá.

Achei que ia explodir de tanto rir, bem que ela disse que não sabia dançar, meu Deus, alguém tira aquela garota da pista, ela está se envergonhando.

– DANCING QUEEEEEEEEEN! – cantou Marlene, rebolando vergonhosamente.

– Coitada. – gargalhei, e não era o único. Alguns rapazes pelo bar pararam para admirar as duas na pista, alguns riam de Marlene e outros estavam hipnotizados o suficiente em Lily para não notar Marlene dançando descontroladamente. Um garoto aproximou-se de Evans, dançando com ela. James bateu com força na mesa e o menino o olhou, já com as mãos na cintura de Lílian. James assobiou e balançou a cabeça negativamente, e o garoto afastou-se, assustado.

– Ah, olá. – ai puta que pariu. Régulo sentou-se na mesa de frente para nós, sorridente. Esse palhaço não estava doente ou algo assim?

– RÉGULO! – gritou Marlene, correndo para fora da pista e pulando no colo de seu namorado. Ficamos cerca de dois minutos fitando as línguas de Marlene e Régulo bem na nossa frente até Lílian sentar-se ao meu lado e limpar a garganta.

– O que faz aqui? – perguntei.

– Ué, hoje é dia dos namorados, vim procurar a minha Lene. – Marlene sorriu enormemente, beijando seu pescoço. Ai que nojo desses dois, arghhhhhhhhhh! Régulo nos deu um olhar divertido. – Quando a lua finalmente sai, os monstros e deuses saem para brincar!

Gargalhei, olhando-o no fundo dos seus olhos e então eu parei de rir repentinamente e fiquei sério, deixando bem claro o quão sem graça ele é. A mesa entrou em um silêncio desconfortável.

– Bem, vamos pedir mais uma rodada agora que tem mais gente. Alôô, mais uma rodada de cerveja, por favor. – começou James. Régulo e eu nos fitamos enquanto virávamos um uísque de fogo. Ele estava se vingando, não é possível, estava com algum plano maligno naquela cabecinha Black. Quando todos estavam distraídos o suficiente, Evans virou-se para mim e mordeu os lábios, olhando-me.

– Então, Hestia terminou com você ou foi ao contrário?

– Ela terminou.

– Por que?

– Era aniversário dela e eu fiquei cuidando de Marlene na enfermaria. Ela ficou doida. – Lily riu enquanto balançava a cabeça negativamente. – Me quebrou com meia dúzia de palavras.

– O que ela disse?

– Você não sabe amar nada. – abaixei os olhos, batucando na mesa suja. Era ridículo ficar magoado com uma coisa dessas, mas eu não conseguia evitar. Lily suspirou.

– Essa foi forte. – ela disse. – Você é bonito demais para o seu próprio bem, Sirius.

– Ahhh, um elogio? – ela sorriu delicadamente.

– Você e Emmeline tem algo em comum. São tão bonitos que destroem tudo que tocam.

– Eu sou Guns ‘n’ Roses, tenho fome de destruição. – Lílian gargalhou, erguendo a taça para bater na minha.

– O que eu quero dizer, é que você partiu o coração da Hestia mostrando quais eram suas prioridades. – e olhou para Marlene que era embalada carinhosamente no colo de seu namorado. Lily aproximou-se de mim. – Quer saber uma história engraçada?

– Sempre.

– No segundo ano, minutos antes de você entrar na sala comunal, Marlene tinha socado o Longbottom porque ele riu da máscara dela. Então ela me disse que estava triste porque era feia. Então eu disse a ela que não devia sentir tanta pena de si mesma, que isso sim era feio. E todos os dias... – Olhei Marlene e seu rosto marcado. Se ela não tivesse varíola, seria mais bonita que todas as meninas juntas. Seria idolatrada, e quem sabe, em um mundo paralelo, não fosse ela por quem James fosse apaixonado? Mas ela já era tão bonita daquele jeito, que era difícil para mim imaginá-la sem o rosto marcado. Pois aquela era a sua marca. Corajosa, forte, guerreira. –... Quando ela se levantasse, teria sempre alguém para rir dela. Zombar, pisar, tentar deixa-la no chão para sentir-se melhor consigo mesmo. E então perguntei se ela preferia acreditar nessas pessoas ou em mim. Ela acreditou em mim.

Olhei Lily, e assustei-me na forma como ela estava séria.

– Então vou te deixar bem claro. Você magoou a Marlene naquele ano. Você ajudou a minha verdade virar uma mentira pra ela. Mas já foi, o tempo mudou, nós mudamos. Essa garota, vai fazer algo enorme com a vida dela. E é melhor você não estragar isso, pois eu tenho punhos fortes.

– Diga isso para o namorado dela. – Mas tudo que Lily fez foi terminar sua Agua de Gilly e sorrir para mim, apertando meu ombro.

– Acho melhor avisar isso a você. Se é que me entende. – Ela levantou-se. – James, não vai me convidar para dançar?

– Eu... Eu... Claro, sem pensar duas vezes! – Pontas pulou da mesa e correu até Lily, pegando sua mão até a pista. Eu devo ter ficado horas vendo os dois dançando. Ignorando o casal na mesa, trocando olhares apaixonados.

E pela primeira vez na vida... Eu tive inveja de Régulo.




MARÇO

HOGWARTS



Olhei-me no espelho, acariciando meu maxilar dando seus sinais de barba.

Analisei meus cachos negros, meu nariz longo, meus olhos brilhantes e as sobrancelhas grossas sob eles. Coloquei as mãos no bolso da jaqueta de couro e fitei todo meu corpo, desde a camisa do Sex Pistols até o coturno.

É, agora você tem dezesseis anos. É um homem.

Olhei a Lua Cheia pela janela rapidamente e preparei-me para mais uma noite com os Marotos. Era oficialmente meia-noite e eu teria o melhor aniversário da minha vida uma vez que eu estaria com meus melhores amigos e melhor ainda, em minha forma animaga. A porta abriu-se abruptamente revelando uma garota alta e loura fechá-la em seguida. Marlene encostou-se na porta e sorriu para mim.

– Eu queria ser a primeira. – sorriu ela. Estava com sua jardineira de sempre e com os cachos tão cheios e bagunçados que poderia ser confundida com um leão. Ela andou até mim, e eu abri meus braços para um abraço. Respirei todo aquele aroma maravilhoso de jasmin em um longo e apertado abraço naquela garota que eu tanto amava. Tirei-a do chão, beijando seu pescoço freneticamente enquanto ela gargalhava. Já no chão, ela me deu um LP.

– Feliz aniversário. E olha só, dessa vez eu fui a primeira e não a última! – riu ela. Peguei o LP em minhas mãos e sorri ao ver o nome de Lana del Rey, eu realmente adorava as músicas daquela gata, porém, eu nunca tinha ouvido a música Never Let Me Go. – Eu amo essa música... É muito especial.

– Vamos ouvi-la então. – Marlene aguardou eu colocar no toca-discos de James. Tirei seu LP do Queen e coloquei o de Lana del Rey, aguardando a música começar. Era uma música lenta e doce, e Marlene quase pegou fogo de tão vermelha que ficou quando a tirei para dançar. Os Marotos podiam me esperar, eu iria curtir essa parte primeiro.

THE NATIONAL - ENGLAND

Segure-me em seus braços,

Me ame como seus melhores amigos fizeram,

Prometo que não vou machucar você, garoto

Me abrace bem apertado até as estrelas parecerem grandes,

Nunca me deixe ir

Hm, bem comprometedora essa música hein Marlene, e era possível que ela tenha sentido isso pois não conseguia desgrudar seu rosto do meu ombro, uma vez que ela era quase do meu tamanho e eu não precisava me curvar todo para ela conseguir me tocar. Giramos lentamente pelo quarto com o corpo de Marlene grudado no meu, eu conseguia sentir sua rigidez, a coitadinha estava morrendo de vergonha.

Porque querido nós nascemos para viver rápido e morrer jovens,

Nascidos para ser ruins, se divertir,

Querido, você e eu podemos ser um,

Basta acreditar, vamos lá.

Giramos, descontraídos, e eu tirei lentamente minha mão da cintura de Marlene e a fiz me olhar. Ela mordia os lábios com força, sem coragem para me olhar. Voltei a acariciar sua cintura enquanto eu entrelaçava minha mão na sua lentamente, encantado com a beleza dela. Seus lábios grossos e vermelhos, seus olhos tão brilhantes e verdes, era como se fosse um dia de sol que nunca terminaria.

Se você realmente me ama, então não vá embora,

É um jogo, garoto

Eu não quero jogar

Eu só quero ser sua,

Como eu sempre digo,

Nunca me deixe ir.

Finalmente Marlene encontrou coragem para me fitar, e então, foi como se a música tivesse abaixado com a força da natureza. A vibração ao nosso redor fazia até mesmo o ar se dissipar com a velocidade reduzida. De repente, somente Marlene existia, e mais nada no mundo. Sua mão tomou uma leveza, assim como ela pareceu relaxar quando seus olhos encontraram os meus e juntos, nos movíamos pelo quarto vazios, imersos na doce voz de Lana del Rey, cantando cada palavra nunca dita.

Rapaz, nós estamos em uma guerra mundial,

Vamos percorrer todo o caminho,

Coloque o pé no chão,

Realmente a pé,

Diga que precisa de mim mais e mais a cada dia,

Nunca me deixe ir, apenas fique



Eu tinha simplesmente perdido a noção do tempo. Parecia que uma música de dois minutos havia se estendido por anos, e o mais incrível era que nenhum de nós queria que ela acabasse. A forte luz de Sirius e a Lua no céu escuro faziam o quarto ter uma iluminação natural e mágica, o mundo simplesmente parou para nos assistir dançar. Agora mais do que nunca, eu queria beijar Marlene. Aquilo podia parecer loucura, mas era tudo que eu desejava, colar meus lábios nos seus, sentir qual era o maldito gosto daquela boca que tanto me atraia.

– Sirius, é melhor a gente parar. – sua voz estava trêmula, ela parecia com medo.

– Por que? Só estamos dançando. – girei-a pelo quarto. – Aproveitando essa linda música.

– Não... – ela fechou os olhos com força. – Eu não... Eu...

– Shhh. – Beijei seu pescoço, lentamente. – Vamos curtir a música.



Envie-me para as estrelas,

Diga-me quando eu chegar lá, garoto

Eu posso ser sua Nancy,

Você pode ser meu Sid,

Entrar em algumas confusões como os nossos pais fizeram,

Ei, eles nunca saberão



O aroma de jasmin me hipnotizou quando encostei meus lábios no pescoço magro de Marlene, e minha mão soltou a sua e juntou-se a minha outra mão que explorava suas costas e como uma garotinha indefesa, Marlene abraçou-me com força, como se eu fosse virar fumaça a qualquer momento. Beijei toda a extensão de seu pescoço e quando eu pensei que meu coração iria triturar as costelas, a calma me invadiu com tanta força que eu poderia pensar que estava me transformando. Contornei sua orelha lentamente, finalmente chegando em seu maxilar.

Eu me lembro quando eu te vi pela primeira vez,

Você estava rindo,

Brilhando o como uma moeda nova

Eu cheguei em você,

"Olá, você pode ser meu?"

Você pode ser meu,

Você pode ser meu?



Marlene começou a ofegar quando beijei sua bochecha delicadamente, até a ponta de seu nariz, ela olhou-me, em uma fraca linha de desejo e medo. Talvez eu também estivesse sentindo aquilo, parecia tão proibido, tão errado. Nós nos conhecíamos a tanto tempo, como temos a coragem de sentir tamanho... Desejo!

Não me abandone jamais.

Quando nossos olhos finalmente se encontraram e a música acabou, eu estava pronto para beijar Marlene, e ela, para retribuir, mas tudo pareceu um sonho quando ela me empurrou longe e eu fiz o mesmo com ela ao ouvir a porta se abrir. Lily Evans enfiou a cabeça pela fresta da porta, segurando o riso.

– Ops. – riu ela, maliciosa. – Interrompi algo... Como um beijo?

– Não! – dissemos em coro. Marlene esfregou o rosto com força, ainda ofegante.

– Estavamos ouvindo a música. – Lily entrou no quarto, cruzando os braços e nos olhando com uma desconfiança debochada.

– Hm. Lana Del Rey né? Never let me go... É uma música de casais. – disse Lily fazendo-se de sonsa, cutucando as unhas debochadamente.

– Eu vou embora. – disse Marlene, praticamente voando para fora do quarto e empurrando Lily de sua frente. Assim que ela fechou a porta, Lilian Evans gargalhou alto, curvando-se toda para poder rir.

– Do que você está rindo? – perguntei, com raiva.

– Isso tudo é muito engraçado, digo, você é todo cheio de pose, ousado, mas com a Marlene parece uma menininha que nunca beijou. – gargalhou ela. – A Lene Moo é outra... – ela engasgou-se rindo. – Vocês são uma comédia.

– Não sei do que está falando, só estávamos dançando.

– DANÇANDO? Sirius, vocês estavam quase em outra galáxia porque eu estou a meia hora vendo vocês dançar e vocês só me notaram quando eu bati a porta! Mesmo que eu não tivesse entrado, vocês não teriam se beijado porque são duas bichinhas.

– Você... Sua... Bem, eu...

– E-e-eu, b-b-bem, esta gaguejando por que, Black? – Lily aproximou-se, maliciosa. – A paixão te pegou de jeito, hein. Se apaixonou por Marlene Dragonina. Digo, faz tempo, mas você, burro como é, só vê isso agora.

– Cai fora, James não está aqui.

– Eu não vim atrás dele, seu babaca. Feliz aniversário. – e entregou-me um embrulho, ainda olhando-me risonha. – Vê se cria vergonha na cara e beija logo a Marlene, tá?

Nem tive tempo de dizer obrigada, pois ela já tinha saído do quarto. Abri a pequena caixinha e fitei a pequena coleira vermelha. MERLIN DO CÉU! Ela... Ela sabia? Ela sabia que eu era um animago? Mas como... Como ela sabe disso? O pequeno pingente de ouro carregava a palavra “Almofadinhas” gravada, o que só fortificou minha dúvida. Ela estava me dando aquilo porque me acha um cachorro no sentido figurativo, ou porque ela sabia. Que seja. Coloquei no meu pescoço e desci as escadas do dormitório, me esgueirando pelos corredores para ir em direção da Floresta Negra e sorri quando ouvi o uivo de Aluado preencher o ar.

Um fogo percorreu pela minha coluna enquanto meus braços e pernas davam espasmos e em segundos eu já estava saltando em quatro patas. Estiquei o dorso comprido e ondulante antes de uivar, farejando o cheiro de Aluado. Sai voando com o barulho incessante de galhos e folhas se quebrando sob minhas quatro patas. A sensação de liberdade era tão absurda que minha vontade era ficar daquele jeito a vida toda. Quando finalmente os achei, Pontas começou a saltar ao meu redor, e empurrou uma de suas patas para meu pescoço, repetidamente até eu morder sua pata para que ele parasse.

Provavelmente estava querendo falar algo sobre minha coleira. Droga, como eu queria falar agora, soltar alguma piada. Mas como era impossível fazer isso, eu só lati mesmo. Remo estava descontrolado aquela noite, correndo de um lado para o outro, um pouco agressivo. O único que era grande o suficiente para suportá-lo era James, e era o que ele fazia. Às vezes eu também tentava, mas a última vez que eu tentei fazer isso fui arremessado do outro lado do mundo. Eu não conseguia esquecer que era meu amigo, que era Remo escondido naquele monstro raivoso, apesar de ser difícil associar aquele lobisomem ao calmo e gentil Remo Lupin que todos conheciam.

Mas era ele.

O tempo inteiro, era ele. E me cortava o coração quando ele começava a ficar quase transparente quando a lua começava a sair. E então James o abraçava com força para que ele não começasse a se machucar, e quando ele começava a se transformar, Pontas pulava para trás e se transformava também, assim como eu. Então Rabicho, já transformado, fazia seu trabalho de sempre, acostumando Aluado a sua nova realidade, ficava de um lado para o outro, distraindo o lobisomem sedento. Então era a minha vez, ele ficaria um pouco nervoso, ansioso por ter animais perto dele. Então eu tinha que mostrar que estávamos ali em paz, entre grunhidos e rosnados, finalmente podíamos entrar na noite.

Toda Lua Cheia, era o mesmo processo.

E quando eu ficava cansado, eu pensava em Remo sofrendo tudo aquilo sozinho, como foi em metade de sua vida. E então eu mesmo sentia vergonha de mim mesmo por sentir-me cansado daquilo. A única pessoa que tinha direito de cansar ali era Remo, que iria carregar aquele fardo até o fim de seus dias.

O dia clareou a Casa dos Gritos. Eu estava tão confortável que levou minutos para eu notar que estava deitado em cima da barriga gorda de Pedro. Sentei-me em cima dele, um pouco perdido e sonolento. Desviei o olhar com o Remo no chão sem roupas.

– Mau jeito, Aluado. – joguei um cobertor em cima dele. Cocei minha barriga mas um enorme corte rasgou minha camisa do Sex Pistols. Ah, obrigada Remo, uma lembrancinha da noite passada, muito obrigada. Sai de cima de Pedro e espreguicei-me, chutando Pontas no chão.

– Ai. – gemeu dele. – Não faz isso.

– Desculpe, não te vi aí. – menti, coçando a cabeça. – Vamos embora, eu tô com fome.

– Quem te deu essa coleira? – perguntou Aluado.

– Lily Evans. Acho que ela sabe que eu sou um animago, não sei como... Ou foi no sentido figurativo, vocês sabem. – Girei a coleira. – Até que é legal.

– Você está muito amiguinho da Evans. – disse Pontas, cruzando os braços.

– É, vou namorar com ela. Para de ser panaca, garoto! – dei um tapa em sua cabeça, fazendo bolinhas com as minhas mãos e colocando nos olhos. – ÓCULOS, JAMES!

– Feliz aniversário, Almofadinhas. – disse Aluado, já vestido. – Você disse que estava com fome, vamos logo.

Juntos, caminhamos pelo longo túnel, com James tagalerando sem parar e eu com o mapa na mão, vendo se não tinha ninguém no jardim. Mas tinha, o jardim estava infestado de gente. Porra, que horas eram pra ter tanta gente no jardim? James pegou a capa, mas já éramos grandes demais para andar todos debaixo dela, então Pedro teve que ficar e se transformar para que pudéssemos sair. Rabicho apertou o nó da árvore e lentamente nós saímos da árvore, olhando ao redor. Apesar de todos estarem longe, era melhor não arriscar.

– Ta muito apertado! – reclamei. – Vão indo, vou sair.

– Oh. – assim que saí debaixo da capa, a voz dissimulada fez eu fechar meus olhos com força, arrependendo-me de ter saído da capa. – Olha só quem está aqui. Sirius Sem Sobrenome.

– Bom dia, Ranhoso. Tudo bem?

– Melhor que seu amigo lobisomem. – ele sorriu. Minha garganta trancou-se enquanto eu ria forçado, sem coragem para fitar Snape.

– Bem, se James fosse um lobisomem tenho certeza que ele já teria te atacado.

– Estou falando do Lupin. – ele disse. – Eu sei de tudo. E se essa escola não estivesse infestada de idiotas, eles também teriam notado. Deveriam usar essa capa melhor, pois eu já perdi as contas de quantas vezes vi vocês entrarem dentro do Salgueiro.

– Ahhhhh, então em vez de tomar banho você fica cuidando na nossa vida? Que feio, Ranhoso. Me diz quando é seu aniversário para eu te comprar um xampu.

– Dumbledore vai ficar feliz em saber que tem um lobisomem estudando aqui. – gargalhei, mas agora de verdade mesmo. Eu ia deixa-lo em paz, mas Ranhoso implorava por atenção, então é o que eu daria. Aproximei-me dele, sorrindo debochadamente.

– O que vai fazer? Falar que Remo é um lobisomem? O monitor e o melhor aluno da Grifinória é um lobisomem?

– Eu devia.

– Ninguém vai acreditar em você, seu vermezinho asqueroso.

– Veremos! – ele deu as costas, indo em direção do castelo. Esse garoto já estava se achando gente depois de tanto tempo que James não aprontava com ele. Minha mente trabalhou rápido demais quando chamei Ranhoso. Ele virou-se e eu sorri. Eu vou me vingar de você, fazer algo melhor que um Sectumsempra.

– Ok... Você venceu. Toda noite de Lua Cheia, um de meus amigos se transforma em um monstro. – os olhos de Snape brilharam de malícia. – É horrível.

– Por que está me dizendo isso?

– Bem, porque você não pode contar a Dumbledore, caso contrário ele seria expulso.

– Então Lupin é um lobisomem?

– Bem... Não posso dar informações assim. Mas... Quer saber um segredo? Há um nó no Salgueiro Lutador, e se você apertar... Ele imobiliza. – Coloquei as mãos no bolso da jaqueta, sorrindo para ele. – Mas... Você é covarde demais para ir afundo, então não me preocupo em você saber disso.

– Não me chame de...

– Covarde! Mil vezes covarde! É isso que você é, não honra as calças que veste. Sabe o que vai acontecer com você, Snape? Vai ficar a vida toda batendo uma pra Evans, sabe por que? Porque você é covarde demais para dizer a ela a verdade. Vai ficar a vida toda sendo humilhado por James pois é incapaz de se defender. É um covarde da raiz podre dos cabelos até os dedos dos pés. – Virei-me para ir embora, mas antes eu virei-me e sorri uma última vez. – Aliás, lavou suas cuecas?

Gargalhei e continuei andando em direção do castelo.


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Notas finais do capítulo

Sobre a música Never Let Me Go, só a letra é bonita porque a música me dá vontade de vomitar. Desculpa o termo, é que a Lana Del Rey poderia ter feito a música mais linda do universo com essa letra, mas ela preferiu fazer o que fez.Claro que essa é minha opinião e justificação por só ter usado a letra e não ter colocado a música. De qualquer coisa, é essa aqui:Lana Del Rey - Never Let Me GoSobre o caminhar da carruagem:Só tem mais um capítulo em Hogwarts e acabou o sexto ano, consegui deixar ele bem menor. Depois são mais dois capítulos das férias do Sirius e alô 7º ano. Ah, e capítulo que vem tem duelo E barracoooooooo, barracoooooooooo hahahahahahahahaha E olha, eu preciso dizer que o momento mais esperado dessa fanfic está escrito daqui a dois capítulos. TODOS os capítulos relevantemente IMPORTANTES dessa história, do tipo importantes da vida do Sirius, tem o começo com um poema. Então sempre que vocês virem um capítulo com um poema no começo, segurem-se nas cadeiras porque fodeu hahahahahahahahahAbout BlacKinnon...Acho que já está inegável que vai rolar huehuehuehuehuehuehuehueh A questão é até quando, pois acho que esquecemos que a Marlene tem uma doença mortal que só tem cura em 79 e estamos em 76, pois é... Tem chão pela frente e eu acho que vou conseguir surpreender vocês com o destino dessa personagem hahahahaMUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH ♥



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