Não aguento mais sorrir, os músculos de minha face irão ter câimbras se eu continuar fazendo isso, sem contar o meu pé que está neste salto, e eu vou começar a congelar de frio com este vestido curto, e de tecido leve. Flavius, Portia e Octavia realmente querem me fazer morrer de frio. Sorrir para os fotógrafos é realmente cansativo. Peeta, que está ao meu lado, suporta tudo isso tranquilamente. Ele realmente nasceu para os holofotes.

Aqui estamos na festa de lançamento do clipe da música tema dos personagens que eu e Peeta interpretamos, uma das geniais ideias do presidente Snow. Depois de tirarmos fotos e mais fotos, finalmente os fotógrafos se cansam de nós, pelo menos por enquanto.

– Ei, você está gelada – sussurra Peeta em meu ouvido, me abraçando, enquanto tiramos uma última foto.

– É claro que estou! Este vestido tem um tecido super leve, não sei como alguém consegue usar um desses em um dia frio – reclamo.

Peeta sorri, e não se afasta de mim como havia imaginado, ele me puxa ainda mais perto dele, me aquecendo com seu corpo. Não me afasto de Peeta, começamos a andar abraçados, afinal somos “namorados”, ou pelo menos é isto que todos pensam.

O elenco inteiro do filme está aqui, e outras celebridades também. O clipe vai ser lançado à meia-noite. Há um enorme telão em um canto do salão para exibir o clipe. Percorro meus olhos pelo salão, até que algo me chama a atenção. Lá está ela cercada por admiradores, todos querem sua atenção. Apesar de ser a senhorita escândalo ninguém pode negar a sua beleza. Annie Cresta está ainda mais bela esta noite em um sedutor vestido laranja que cai como uma luva em seu corpo perfeito. Um sorriso surge em seus lábios, imediatamente percebo o motivo de seu sorriso. O motivo está ao meu lado, Peeta. Annie deixa todos os seus admiradores e vem até onde nós estamos.

– Peeta! – exclama. – Olá... Katniss, não? – me cumprimenta.

Olha só, ela se lembra de meu nome...

– Estou amando isso aqui – diz ela. – Sabia que “As carreiristas” quase gravaram uma música para a trilha sonora do filme – fala animada. – Infelizmente não deu certo. Mas achei ótima a escolha do Finnick e por falar nele – Annie acena para Finnick que se aproxima de nós.

Por alguns instantes havia me esquecido que Finnick estaria presente também neste lugar. Obrigada, Annie, por me fazer consciente da presença dele! Era tudo o que eu precisava. Mas espera, Annie conhece o Finnick? Acorda Katniss, o Finnick namorou com a vocalista da banda dela, é claro que os dois iriam se conhecer.

– Annie – Finnick sorri para ela e deposita um beijo em sua bochecha. – Peeta – fala um pouco contrariado. – Katniss – lança um pequeno sorriso que me faz abraçar ainda mais Peeta.

– Olá, Finnick – cumprimenta Peeta com um sorriso e me apertando mais contra seu corpo. – Que bom te ver aqui... Não tínhamos nos visto em mais nenhuma festa depois da festa na casa de Cato aquela do cara pelado que saltou o muro...

Finnick lança um olhar nada amigável para Peeta.

– Cara pelado que saltou o muro? – pergunta Annie, olhando alternativamente para Peeta e Finnick pedindo uma explicação.

– É, Annie – responde Peeta. – Foi em uma festa de Cato... Acredita que um maluco começou a correr pelo jardim do Cato apenas usando uma toalhinha de rosto – ri. – Pena que o Finnick aqui perdeu este episódio.

– Deveria ter participado desta festa! – fala Annie animada. – Eu sei que a festas de Cato são ótimas, mas isso foi demais! – começa a rir.

Finnick apenas dá um leve sorrisinho, olhando para outra direção. É possível notar o constrangimento em seu rosto. Sorrio ao perceber isso. Ele me olha, de uma maneira estranha.

– Katniss, soube que aceitou fazer a campanha. Vamos ser parceiros, então? – olha para Peeta. – Eu e sua namorada, Peeta – ao pronunciar a palavra namorada a voz de Finnick tem algo de sarcasmo. – Vamos nos divertir muito neste trabalho...

Peeta olha para ele.

– Mas é claro que vão. Acho que nós três vamos nos divertir muito neste trabalho – fala enigmaticamente. – Vou adorar visitar minha namorada – sua voz enfatiza a palavra namorada. – Amo vê-la trabalhando – ele olha para mim, sorrindo, e me dá um rápido beijo nos lábios.

– Ora, Peeta, vejo que você mudou muito... – fala Finnick. – Agora está tão preocupado com sua namorada. Você não era assim antes... – ele lança um olhar provocador para Peeta.

Mas do que Finnick está falando? Finnick lança um olhar para Annie, que neste momento entorna em seus lábios a bebida que tinha nas mãos. Pela primeira vez não vejo Annie com sua animação costumeira. Ela parece pensativa. Peeta desvia seu olhar de Finnick e Annie, olhando para um ponto distante do salão. Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? Me sinto como alguém que chegou no meio de uma sessão no cinema e que perdeu toda a explicação dos acontecimentos.

Um silêncio estranho cai sobre nós.

– Peeta! – chama Plutarch. – Estava te procurando. Tem algumas pessoas que desejam falar com você.

– É claro, Plutarch – diz Peeta, colocando seu costumeiro sorriso de bom moço.

Ele retira seus braços de volta de mim, e me dá um pequeno beijo na testa.

– Já volto – murmura para mim. – Com licença – diz em voz alta.

Peeta acompanha Plutarch até um grupo de pessoas. Meus olhos o seguem.

– Vocês vão trabalhar juntos? – a voz de Annie volta a sua costumeira animação.

– Sim, vamos – responde Finnick. – Eu e Katniss vamos estrelar a campanha de perfumes Sinsajo.

– Nossa isto é grande! – exclama Annie.

– Sim, é grande – digo automaticamente.

Percebo Cato do outro lado do salão conversando animadamente com Foxface. Nossa, isso deve ser um recorde para Cato! Ele mesmo disse que nunca ficava com a mesma mulher por muito tempo. No entanto, uma cabeleira loura me chama atenção. Glimmer! Essa não. Tudo isto começou devido a confusão que estes dois aprontaram. Cato tem o que no lugar do cérebro? Será que ele não percebeu que esta é uma festa do presidente Snow e que a filha do presidente Snow é a Glimmer, portanto seria óbvio que ela estaria aqui! Não vou desperdiçar todo o meu trabalho!

– Tenho que falar com uma pessoa – falo para Annie e Finnick e saio da presença deles.

Vou até onde Cato está.

– Olá, Cato, Foxface.

– Oi, Katniss – responde Foxface.

– Estava falando para Foxface, o quanto estou louco para ver este clipe – diz Cato.

– Eu também quero muito vê-lo. É... Cato esqueci de perguntar para você algo sobre... a cena que vamos gravar amanhã.

– Mas nós não vamos...

– É só um instante – corto Cato. – Venha aqui – puxo Cato para um lugar mais afastado. Levando-o para longe de Foxface.

– O que foi, Katniss, nós não temos que gravar nenhuma cena amanhã juntos, ou temos?

– Não é isso, Cato – respondo. – É a Glimmer, ela está aqui...

– Mas o quê? – fala espantado.

– Cato, esta é uma festa do presidente Snow, e a Glimmer é a filha do presidente Snow, não é preciso ser um gênio para juntar os pontos... – falo um pouco irritada. – Mas isso não importa... Agora precisamos tirar você daqui antes ela te veja, ou ela já te viu?

– Não, ela não me viu, se tivesse me visto a estas horas meu rosto seria o alvo de todos os fotógrafos daqui.

Olho ao meu redor procurando uma alternativa. Me lembro da saída de emergência, usada pelas celebridades quando elas não querem ser vista saindo de uma festa. Como é uma festa do presidente Snow deve ter uma saída de emergência. Ele sabe como as celebridades podem ser escandalosas.

– Cato, você sabe se aqui tem uma saída de emergência?

– Acho que sim... E como você sabe da saída de emergência?

– Eu já usei uma vez... – me lembro do incidente da festa, e da girl on fire, melhor não pensar nisto.

Pego meu celular e ligo para Darius.

– Darius, sou eu Katniss, este lugar tem saída de emergência?

– Sim, por quê?

– Precisamos usa-la – respondo. – A onde fica?

Darius me passa a localização da saída de emergência. Peço para ele pegar o carro de Cato.

Com muito cuidado conseguimos sair sem ser visto.

– Esta garota só me arranjar problemas! – reclama Cato, quando chegamos na porta que fica perto da cozinha. – Logo hoje que a Foxface disse que estava sem motorista e eu iria leva-la para a casa!

– Pare de reclamar, Cato, para começar foi você quem seduziu a Glimmer primeiro! Se tivesse pensado em seus atos não estaria metido nesta confusão!

– Ok, Katniss – diz ele saindo.

Melhor eu voltar para a festa antes que alguém perceba a minha ausência.

– Katniss! – ao ouvir sua voz me volto imediatamente.

– O que você quer, Finnick? – digo o encarando, cruzo meus braços.

Era só o que faltava, encontrar Finnick aqui.

– Apenas conversar com você – fala também cruzando os braços.

– Mas eu não quero conversar com você e acredito que nós não temos nada sobre o que conversar.

Volto a minhas costas para ele. No entanto, não consigo dar um passo se quer já que meu braço é retido pela mão de Finnick.

– Me solta! – digo tentando retirar sua mão de meu braço. Porém, não consigo. – Anda logo, Finnick, me solta! Eu já disse não temos nada para conversar! – falo em um tom ríspido.

– Katniss, nós dois vamos trabalhar juntos a partir de agora. Não acha que é melhor nós começarmos a ter uma relação de amigos?

– O quê? Relação de amigos? – estou indignada ao ouvir Finnick dizer a palavra amigos. – Por favor, Finnick, deixe de ser hipócrita! Nós podemos trabalhar juntos, mas isso não muda nada entre nós. Eu te odeio e nada que você faça vai mudar isto! Eu quero que você pague por toda a dor que me causou – o encaro. – Eu te odeio, Finnick! – repito.

– Katniss... – ele me olha, dando um longo suspiro. – Eu... – parece hesitante.

– Me solta! – digo tentando fazer com ele largue meu braço.

– Katniss? Finnick? – Peeta nos olha interrogativo. – Por que você está segurando o braço da minha namorada? Você não escutou ela falando para você solta-la? – diz se aproximando de nós.

Finnick olha para mim e depois para Peeta e resolve soltar meu braço.

– Obrigada! – falo sarcástica.

– Katniss, você pode me explicar o que está acontecendo aqui? – indaga Peeta.

– Nada, não está acontecendo nada – olho para Finnick.

– Escuta, Peeta, isso não é de sua conta! – diz Finnick raivoso.

– É claro que é da minha conta. Se você não percebeu, Finnick, Katniss é a minha namorada! – diz Peeta o encarando. – E tudo o que acontece com ela é da minha conta, sim! Agora você precisa me explicar o que estava fazendo segurando o braço da minha namorada daquela maneira?!

– Eu não te devo explicações! – responde Finnick em um tom ríspido.

Os dois se olham furiosos. Se eu não fizer alguma coisa, nem posso pensar no que vai acontecer aqui.

– Vamos, Peeta! – coloco minhas mãos em seu braço. – Já está quase na hora do lançamento do clipe, todos vão estranhar se não aparecermos.

Peeta me olha, dá um longo suspiro, porém resolve seguir minha ordem e começa a andar.

– Por que você não me deixou bater naquele panaca? – pergunta Peeta, quando já estamos distante o suficiente de Finnick. Ele está tenso.

– Porque se você batesse nele, amanhã teríamos como matéria principal das revistas o príncipe da nação transformado em um príncipe negro e Gale te daria uma bronca – digo de forma divertida tentando quebrar a tensão que se formou no rosto de Peeta. – E eu não quero namorar um garoto problema! – brinco.

Peeta olha para mim e ri.

– Com medo de sujar sua imagem, garota Sinsajo?

– É claro, eu sou a garota Sinsajo não posso me envolver com qualquer um! – digo rindo.

Entramos no salão da festa no exato momento que as pessoas começam a se reunir para assistir ao clipe.

Eu e Peeta nos sentamos em uma mesa. O clipe começa a ser exibido. Lá estou eu encontrando Peeta depois de uma briga, eu estendo o guarda-chuva sobre ele, e lhe lanço um sorriso. Peeta começa a não parar de pensar em mim, depois deste momento, até sonha comigo. Ele começa a me observar escondido e de uma maneira desajeitada tenta me conquistar. Finnick percebe o que está acontecendo e tenta impedir que isso ocorra, mas já é tarde demais. Aparece Finnick e eu agindo como amigos, Finnick dando um soco em Peeta (isso me lembra da vingança de Peeta). E por fim, eu e Peeta surgimos sorrindo um para o outro e fim do clipe. Palmas e gritos invadem o salão. Plutarch faz um discurso, Peeta, Finnick e eu somos convidados a falar sobre o clipe pelos jornalistas. Depois de tantas perguntas e fotos a única coisa que desejo é ir para a casa.

– Estou morrendo... – digo. – Ainda bem que esta foi a última foto...

Estamos indo em direção ao carro de Peeta. Está muito frio aqui fora, estou quase congelando da próxima vez vou exigir um casaco quando Flavius, Venia e Octavia resolverem me vestir com um vestido igual este. Sinto algo cair sobre mim, olho para Peeta que está sem seu casaco do smoking.

. – Vamos, Katniss – diz ele sem me dar tempo de dizer nada.

Me aconchego no casaco de Peeta, que tem o cheiro de sua colônia. Entramos no carro.

Eu e Peeta ficamos em silêncio por um tempo. Olho pela janela, enquanto Peeta dirige calmamente. No entanto, algo me chama atenção.

– Peeta, é impressão minha ou aquele carro está nos seguindo? – olho no retrovisor.

Peeta também olha.

– Ótimo, era tudo o que faltava, paparazzi! – ele começa a acelerar o carro.

Peeta faz de tudo para despistar os paparazzi. Depois de algum tempo ele finalmente consegue.

– Conseguimos, mas não sei por quanto tempo. Desta vez eles parecem ser daqueles muito insistentes – ele me olha... – Só tem uma solução, minha casa fica aqui perto, temos que ir para lá, depois de um tempo eu te levo para a sua casa...

Olho para ele, suspirando. Estou cansada, não quero ficar andando com Peeta pelas ruas da cidade me desviando de paparazzi.

– Tudo bem.

Dentro de poucos minutos chegamos à bela mansão de Peeta.

– Quer alguma coisa? – pergunta quando entramos em sua sala.

– Quero uma água...

– Vou buscar para você, então.

Peeta logo volta com minha água. Ele se senta em um sofá se desfazendo de sua gravata borboleta. Percebo que ainda estou com seu casaco. Retiro seu casaco. Olho para Peeta, que está com os olhos fechados, em posição relaxada em cima do sofá.

– Seu casaco – digo, me levantando e indo até onde ele está. – É... obrigada.

Ele abre os olhos e pega o casaco da minha mão. Um silêncio um pouco desconfortável cai sobre nós. Começo a me mover pela sala, vou até um balcão a onde tem alguns porta-retratos com fotos de Peeta em várias fases de sua vida. Peeta era um lindo bebê, com suas belas bochechas rosa, seus braços gordinhos, e seus lindos olhos azuis. Depois uma foto de Peeta na pré-adolescência, já fazendo posse de conquistador, rio com esta foto.

– O que foi? – minha risada chamou atenção dele.

– Nada... é que você era um pequeno conquistador – aponto para a foto.

Peeta ri e se levanta do sofá vindo até perto de mim. Ele olha para a foto.

– Sim, eu era! – seu tom é brincalhão. Ele me olha, me analisando. – Continuo, sendo? – seu tom ainda é divertido, porém tem um toque sexy.

Olho para ele, estamos apenas alguns centímetros de distância um do outro.

– Hein? – insiste na pergunta, se aproximando mais de mim.

Quando percebo, estou nos braços de Peeta, beijando-o vorazmente. Ele me aperta contra seu corpo. Salto sobre seu corpo, envolvendo minhas pernas em seu quadril. Nossos beijos ficam cada vez mais selvagens. É um festival de mordidas e beijos devoradores. Ele começa a andar comigo em seu colo. Desabotou sua camisa, enquanto ele sobe as escadas. Não sei como Peeta consegue subir as escadas comigo em seu colo, me beijando. Ele puxa com seus dentes a alça do meu vestido, e beija meus ombros nus. Mordo sua orelha, e ele solta um pequeno gemido. Quando chegamos em seu quarto, Peeta me deposita em sua cama, e continuamos o que estamos fazendo desde a sala. Isto já está se tornando um vício. Peeta é uma espécie de droga para mim, em que estou cada vez mais viciada. Drogas são ruins, elas não fazem bem...