Tempo De Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 21
Conhecendo Londres


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Lizze! Obrigada, Lizze pela linda recomendação! Saiba que fiquei muito feliz! Estava bem cansada mas quando vi sua recomendação fui correndo terminar de escrever este capítulo.



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Corro pelo parque tirando fotos do lugar, Madge me fez prometer que iria fotografar tudo para depois mostrar para ela. Peeta me segue com passos lentos. Acabei de ver o palácio e agora vejo se as fotos ficaram legais.

– Ei, seu mau humor é de nascença? – falo, me aproximando dele.

– Engraçadinha – fala sarcasticamente. – Tudo o que eu queria era estar dormindo!

– Eu disse que poderia me virar muito bem sozinha. Você que insistiu em me acompanhar – olho para ele que apenas bufa. – Eu juro que não te entendo. Estamos em outro país, em uma cidade linda e você fica aí, neste mau humor todo.

– É que eu conheço tudo aqui...

– Você já veio aqui antes?

– É claro! Conheço Londres como se fosse minha cidade natal – seu mau humor diminuiu um pouco.

– Ah, é? Duvido! – provoco.

– Katniss, Katniss, você não deveria ter feito isto. Quando alguém me provoca tenho que responder! Vou te mostrar que conheço Londres como a palma da minha mão!

E sem esperar por resposta, Peeta pega em minha mão e me arrasta até um táxi. Quando dou por mim, estamos diante de uma imensa roda gigante.

– Nossa, esta é a London Eye! – exclamo maravilhada.

– Pensei que não conhecesse – fala um pouco desapontado.

– Bem, Peeta, acredite, eu leio sobre as coisas! Não sou tão ignorante assim.

– Mas sei que nunca andou na London Eye! – desafia.

– Isso eu não fiz – admito.

– Então, vamos!

– O quê? Mas não precisa comprar ingressos ou algo assim?

– Precisa, mas Portia assim que soube que vinhamos para Londres, comprou os ingressos pela internet. Ela me deu ontem, disse que eu deveria trazer você aqui – mostra os ingressos.

– Não acredito! E você não ia contar nada?!

– Não, mas já que você resolveu me desafiar, pensei que não seria má ideia usar os ingressos – fala sem sinais de arrependimento.

Ele não iria me mostrar nada disso, se eu não o tivesse o provocado. Peeta sabe como irritar uma garota. Mas já que ele decidiu me trazer aqui, não vou ficar irritada com ele, vou deixar esta passar. Além disso, tem milhares de coisas mais interessantes para fazer do que ficar brava com Peeta.

– Já que estamos aqui – falo animada. – Vamos andar na London Eye!

Entramos em uma das capsulas de vidro. Há várias pessoas na cápsula, além de nós dois. A cápsula começa a se mover. É como se eu estivesse levantando voo, lentamente vou deixando o chão, me afastando da terra, me aproximando do céu, um imenso céu azul. Apoio minhas mãos no vidro, não quero perder nada.

– O que achou? – pergunta Peeta atrás de mim.

– É lindo! Posso ver a cidade toda daqui!

Fico tão hipnotizada durante o passei que me esqueço de tudo, até mesmo da presença de Peeta, tudo o que há é o céu e a bela Londres debaixo de meus pés.

Não sei quando tempo se passa, só sei que repentinamente estou de volta ao chão e saindo da cápsula de vidro, mesmo não querendo.

– Podemos ir mais uma vez? – peço como uma menininha diante de uma loja de brinquedos pedindo para entrar.

– Não – sorri.

– Por que não? Temos o dia inteiro livre!

– Já vi que se deixar você fica o dia inteiro aqui – fala divertido. – Mas eu tenho outro lugar para te mostrar...

– Ahã?

Peeta sorri e pega em minha mão, vamos até um táxi. Pergunto para aonde estamos indo, porém Peeta nada responde.

– Qual é Peeta? Não vai me falar, não?

– Não – me olha. – Este lugar tem a sua cara! Aliás, chegamos – anuncia.

Olho para um lugar enorme com uma grande placa: Borough Market.

– O que é isto? – aponto para o lugar, cheio de pessoas.

– Um mercado – responde vagamente.

Ele sai do táxi, sigo seus passos. Olho um pouco atordoada para a multidão de pessoas que entra no local.

– Vamos? – sorri.

Peeta me estende a mão.

– Não quero ficar procurando por você...

Sem contestar, pego na mão de Peeta. Começamos a ir para a entrada do lugar. Ele está cheio de uma espécie de pequenas barracas, que lembram as feiras. É tanta barraca, e tantas pessoas que ainda bem que estou agarrada com a mão de Peeta, caso o contrário posso me perder aqui. As barracas são de comida, nunca vi tanta comida junta.

– É comida! – exclamo.

– Não disse que este lugar é a sua cara?! – fala Peeta de maneira divertida. – Aqui é um verdadeiro paraíso gastronômico, é possível encontrar uma variedade de alimento que é impossível encontrar em outros lugares.

Arrasto Peeta para as barracas. Só agora percebo que não comi desde o avião, estou morrendo de fome. Peeta compra algumas comidas para mim.

– Se você não comer isto, sei que nunca mais vai me deixar em paz – fala me entregando um bolinho de aspecto bonito.

– É claro! – digo, saboreando o bolinho. – Isto está ótimo!

– Que tal aquela outra barraca? – aponta para uma barraca. – Eles servem uma comida típica inglesa, fisch and chips.

– Vamos para lá – eu nunca vou enjeitar comida grátis.

Peeta traz para mim, este tal de fisch and chips, que nada mais é do que peixe frito com batatas fritas. O aspecto é muito bom.

– A tradição diz que você tem que comer no papel e na rua – explica.

Logo em seguida Peeta me leva para outra barraca e compra outra comida típica inglesa. Passamos bastante tempo dentro do imenso mercado. Peeta me explica várias coisas sobre comida. Pela primeira vez, ele não me parece alguém irritante, pelo contrário, Peeta é bem agradável, poderia ouvi-lo falar sobre isso o dia inteiro. Quando ele fala sobre as comidas, os sabores, parece até outra pessoa. Tenho que admitir, isto é muito divertido.

– Não sabia que você conhecia tanto sobre comida! – falo admirada.

– Este é um dos meus hobby cozinhar – fala simplesmente.

– Você cozinha bem?

– Se eu cozinho bem? – ri. – Preciso te mostrar um dia destes como eu cozinho! – fala cheio de si.

Rio, e puxo Peeta para outra barraca.

– Não acha que não comeu bastante, não? – pergunta, olhando para o relógio. – Está na hora de voltarmos.

– Mas, ainda nem vimos a metade das barracas! – argumento.

– Na próxima vez, eu mostro o restante para você, agora precisamos voltar.

Vamos até a saída do mercado. Peeta se prepara para pegar um táxi, porém avisto um daqueles ônibus típicos de Londres, de dois andares. Sempre quis andar em um daqueles.

– Peeta, será que podemos pegar aquele ônibus?

– O quê? – fala surpreso.

– Estamos em Londres... E eu sempre quis andar em um daqueles ônibus.

– Katniss, vamos logo, depois você anda nisso, outra hora.

– Ah, Peeta deixa de ser chato! – pego em sua mão. – Vamos! – começo a puxar a mão dele.

Ele me olha a princípio sério e depois divertindo.

– Você é mesmo louca! – ri. – Vamos pegar aquele ônibus – fala resignado.

Subimos no último andar do ônibus, não há muitas pessoas, acho que a maioria são turistas, pois tiram várias fotos e estão em um grupo. Isso me lembra da minha câmera fotográfica, a tiro da minha bolsa. Estava tão hipnotizada andando na London Eye e depois no mercado que esqueci completamente de tirar fotos. Madge vai ficar brava, pois queria que eu registrasse cada momento. Começo a tirar fotos, procurando captar cada ângulo da cidade com minha lente fotográfica.

– Parece até que estou de férias! – comento em voz alta, sem me dar conta. – Posso fingir que estou de férias e dizer para todos que minha primeira viagem foi para Londres.

– Você nunca viajou de férias antes? – pergunta Peeta que está sentado ao meu lado.

– Não – respondo sem me voltar para ele e tirando mais fotos. – Meus pais morreram quando eu tinha cinco anos e meus tios não faziam exatamente o gênero família amorosa. E nos últimos quatro anos, estive ocupada demais tentando ganhar dinheiro para pagar as dívidas que meus tios deixaram quando fugiram do país e estudando para me tornar um boa atriz.

– Seus pais morreram quando você tinha cinco anos? – fala Peeta perplexo.

– Sim – me volto para ele. – Mas não gosto de falar sobre isso, sabe? Mesmo eles tendo morrido há muito tempo ainda sinto falta deles. Eles morreram em um acidente de carro... – meu olhar sai do rosto de Peeta e vai parar na câmera fotográfica.

Meus pais são um assunto delicado para mim. Às vezes me pergunto o porquê deles terem me deixado sozinha no mundo, uma pobre garotinha de cinco anos, aos cuidados de dois tios que não davam a mínima para ela. Isso é muito doloroso para mim, crescer sem o amor de qualquer pessoa. E a única pessoa que um dia pensei que amou me traiu, é por isso que a traição de Finnick dói tanto. Todos que amei um dia me deixaram, meus pais, Finnick... Amar dói tanto... Amar é o verbo mais complexo que existe; amar, o verbo que risquei do meu dicionário.

– Você foi criada por seus tios? – a voz de Peeta me faz voltar a realidade.

– Sim. Mas eles nunca me trataram como parte da família para eles eu era só alguém que eles deveriam ter em sua casa, uma obrigação... – não sei por que estou contando estas coisas para Peeta. – Mas veja esta foto – mostro para ele uma foto qualquer em minha câmera fotográfica, preciso mudar de assunto.

– Katniss – ele não olha para foto, mas sim em meus olhos. – Você falou em dívidas?

Nem tinha percebido que havia falado sobre isso.

– Meus tios fugiram do país... – tento sorrir, dar a impressão que não me importo. – E deixaram muitas dívidas, mas eu já consegui pagar grande parte, e graças ao filme, não preciso me preocupar com isto por um tempo. Acho até que vou conseguir terminar de pagar todas elas, se o filme tiver um bom êxito.

– É claro que será um grande êxito – fala em tom brincalhão. – Você já viu alguma coisa que Peeta Mellark faz, fracassar? Você está me subestimando?

Não posso evitar dar uma grande gargalhada. Esse cara se acha mesmo! Peeta também ri. Volto a tirar fotos dos lugares por onde o ônibus passa.

Nem acredito que ficamos praticamente o dia inteiro fora, chegamos em Londres de manhã e agora são quase cinco horas da tarde. E o mais estranho passei um dia agradável com Peeta Mellark, se alguém me contasse isso nunca iria acreditar.

– Eles servem um ótimo chá das cinco aqui! – comenta Peeta, enquanto entrarmos no saguão do hotel. – Já me hospedei aqui diversas vezes...

– Chá das cinco? Sempre quis tomar um legítimo chá inglês! – falo empolgada.

– Eles são bem pontuais, vão servir o chá daqui a meia hora no restaurante do hotel – avisa Peeta olhando em seu relógio.

– Acho que dá um tempo de tomar um banho – entramos no elevador.

Peeta pressiona o botão do quinto andar, é a onde fica nosso quarto.

– Vou falar com Portia, te espero no restaurante – diz Peeta, saindo do elevador.

Portia está instalada no mesmo andar que nós. Vou para o quarto. Tomo um delicioso e relaxante banho, e vou até o luxuoso restaurante do hotel, que, aliás, está cheio. Percorro meus olhos pelo restaurante, porém não encontro Peeta ou Portia.

– Procurando por um lugar? – pergunta um homem, se aproximando de mim.

– Sim, estou – respondo surpresa por ele saber falar português.

Espera aí, como ele sabe que eu falo português e não inglês? Olho para o homem que está diante de mim, ele é lindo, alto, magro, tem cabelos negros e olhos acinzentados, veste um belo terno negro, só de olhar já dá para saber que é rico. Não sei sua idade, deve ter entre vinte e cinco e trinta anos, não mais do que isso. O homem sorri para mim.

– Se quiser pode ficar em minha mesa – oferece e aponta uma mesa perto de uma janela.

– Não, obrigada, não se incomode. Estou esperando por uma pessoa – recuso educadamente.

– Não é incomodo nenhum. Além disso, não há mais nenhuma mesa vaga. Sei que seu companheiro não vai se importar – sorri gentilmente.

Esperai aí, eu não disse que estava esperando uma pessoa, como ele sabe que se trata de um homem? Foi isso que eu disse, não foi? Ou eu estou ficando maluca?

Olho um pouco hesitante. No entanto, estamos em meio a um restaurante, o que ele pode fazer? Decido o acompanhar até a mesa.

– Você é brasileiro? – pergunto, me sentando na cadeira que ele puxou para mim, além de lindo é educado.

– Sim, estou viajando a negócios – responde se sentando. – E você? – seu tom, não é formal, é um tom educado e gentil.

– Também sou brasileira, e posso dizer que também estou viajando devido ao trabalho.

– Quer alguma coisa? – chama o garçom.

– Acho que vou esperar até ele chegar... – digo, percorrendo meus olhos pelo restaurante.

– Tenho certeza que ele não vai demorar, você pode pedir seu chá agora – sugere.

Ele faz alguns pedidos ao garçom com um inglês perfeito. Se eu o visse antes juraria que ele é inglês.

– Como você sabia que eu falava português? – minha curiosidade me venceu.

– Intuição – fala em um tom divertido.

– Então, você tem uma bela intuição – digo no mesmo tom.

O garçom nos interrompe colocando sobre a mesa um verdadeiro festival de bolinhos, biscoitos confeitados que eu nunca tinha visto igual, tudo é tão lindo que dá até medo de comer.

Tomo um gole do chá que o garçom serviu, delicioso. Nunca havia experimentado um chá tão bom assim.

– Este chá está ótimo! – exclamo.

– É uma das especialidades de Londres, este chá você só encontra aqui – sorri.

Ele é um homem gentil e agradável, além de muito simpático. Noto certos olhares femininos em nossa direção.

– Está gostando de Londres?

– Sim, estou adorando. Cheguei hoje, mas já fique encantada – sorrio.

– Londres tem muitos lugares que merecem sua atenção – sua voz é tão doce.

– Infelizmente, não vou poder conhecer muita coisa. Mas o dia de hoje já valeu a pena, conheci lugares incríveis.

– Tenho certeza que Peeta adoraria te mostrar toda a cidade. Você deve trazê-la aqui mais vezes, Peeta! – olha para Peeta que está perto da mesa.

O quê foi que eu perdi? O quê está acontecendo aqui? Os dois se conhecem?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram: Criticas? O que acharam do passeio de Katniss e Peeta por Londres? Apostos que todos já sabem quem é o misterioso homem, mas vocês sabem qual é a relação dele com o Peeta?