Tempo De Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 17
Boy on fire


Notas iniciais do capítulo

Dedico este capítulo a linda da Little Directioner, que fez uma recomendação muito linda. Obrigada, sua linda, por deixar meu fim de semana tão bom!



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Depois da cena com o peladão do muro, como ficou conhecido Finnick (embora ninguém tenha reconhecido sua identidade), Peeta vai até o bar, enquanto eu caminho um pouco pela festa, ainda me lembrando da cena toda com Finnick e sua minúscula toalha. Decido que está na hora de ir. Será que Peeta ainda está com aquela ideia de eu levá-lo para casa?

Vou até o bar. Peeta está bebendo.

— Peeta, podemos ir embora?

— Mas agora? – fala com uma cara de cachorrinho.

Espera aí, tem algo errado nisto. Nunca vi Peeta fazer esta expressão antes, nem usar este tom de voz.

— Peeta, você está bêbado?

— Eu? Bêbado? Eu disse que sou resistente a bebidas!

Isso só me convence ainda mais que ele está bêbado.

— Sei... – olho para ele. – Vamos embora daqui.

— Mas a festa está tão legal – diz, tomando um gole da bebida que tem nas mãos.

— Vamos embora agora – digo, pegando o copo de sua mão.

— Ah, Katniss, deixa de ser chata!

— Chata? Eu? Você deveria me agradecer por eu estar te levando para a casa, eu deveria te deixar aqui! Vamos, logo, Peeta, antes que eu mude de ideia.

Ele me olha e bufa.

— Tá! Já que você insiste.

Peeta me segue até o estacionamento.

— Cadê as chaves? – pergunto quando chegamos perto de seu carro.

— As chaves? – ele faz uma expressão de quem tenta se lembrar. – Humm...

— Anda logo, Peeta, não tenho a noite toda para bancar a sua babá!

— Ah, lembrei! Elas estão no bolso da minha calça!

— Ótimo, então me entrega! – estendo minha mão.

— Não! Você vai ter que pegar!

— O quê? – quase grito. – Peeta, me dê estas chaves logo! – falo de maneira irritada.

— Não! Você tem que pegar.

Olho para Peeta que cruza os braços, me encarando. O que eu fiz para merecer isto? Quem eu fui na minha vida passada? Incendiei alguma coisa? Só pode ser isso!

Bufo e resolvo pegar as chaves.

— Em que bolso, elas estão?

— Neste aqui! – Peeta mostra o bolso direito de sua calça.

Me aproximo dele. Não acredito que vou enfiar minha mão no traseiro de Peeta! E para piorar a situação a calça está bem apertada em seu corpo. Eu mereço uma indenização!

Viro meu rosto e escorrego minha mão para dentro de seu bolso, que é super pequeno e estreito, ou seja, minha mão toca no traseiro dele. Sério isso?

— Você apalpou minha bunda! – reclama Peeta.

— Não apalpei coisíssima nenhuma!

— Apalpou, sim! – insiste.

— Eu mereço! – bufo. – Vamos, peguei as chaves.

Nunca dirigi um porsche antes, espero que seja um carro normal como qualquer outro. Espera, e se eu bater o carro? Nem quero pensar nisto, um arranhãozinho, e eu estou falida!

— Pronto, Peeta? – pergunto, colocando o cinto.

Reparo que Peeta tenta colocar o cinto, mas não consegue.

— Ai, minha paciência! – retiro o cinto de mim.

Me inclino sobre Peeta, e começo a colocar o cinto nele. No entanto, sou retida pelos seus braços.

— O que você está fazendo?

— Hoje eu sou um boy on fire! – exclama.

— O quê? Está maluco? – digo, tentando me livrar de seus braços.

— E por que eu não posso ser um boy on fire, se você é a girl on fire? – sussurra em meu ouvido. – Hein? Se nos juntarmos seremos... um incêndio.

— Peeta, cala a boca! Você está bêbado! Só quero te levar para a casa e ser uma boa samaritana! – falo, enquanto tento sair dos braços dele.

— Não, fica aqui comigo! Seu corpo é tão quentinho! – fala com uma voz sedutora.

— Peeta, por favor, para com isso, sim?

Como resposta ele me estreita ainda mais contra seu corpo. Começa a acariciar minha nuca, isso me causa um arrepio que percorre todo o meu corpo. Cansei de ser boazinha, o empurro com todas as minhas forças e consigo me livrar de seus braços.

— Fica quieto aí, se você não quer deixar de ser boy on fire para ser o garoto que foi incendiado por Katniss Everdeen! – falo furiosamente.

Peeta me olha. Acho que ameaça funcionou pelo menos ele fica quieto durante todo o trajeto.

Desço do carro, quando chegamos à casa de Peeta, mas ele continua lá.

— Peeta, sai daí! – abro a porta do carro.

— Não! – exclama.

— Você está bastante grandinho para fazer birra.

— Katniss, eu sou um boy on fire! Estou queimando! – grita tão alto que ele tem sorte de viver em um condomínio de luxo, caso o contrário iria acordar a vizinhança inteira. – Vamos, minha girl on fire, fazer um incêndio!

— Ah, meu Deus! Você não pode calar a boca? Quer que eu te dê um soco?

— Não! Quero fazer um incêndio com você!

Mesmo estas palavras sendo pronunciadas por um Peeta completamente bêbado, fico corada instantaneamente. A plantação de tomate mandou lembranças.

— Peeta, eu não estou brincando sobre o soco! – advirto.

— Vamos fazer um incêndio! – ri.

— Sai deste carro, agora! – grito.

Peeta deve ter se assustado com meu grito, já que começa a sair do carro. Porém, tem um pequeno probleminha, ele está tão bêbado que não consegue se aguentar em pé.

Solto um longo suspiro e resolvo ajudar a criatura bêbada. Coloco seu braço sobre meus ombros e passo o meu braço por sua cintura.

— Katniss, você é mesmo uma girl on fire, seu corpo é tão quentinho.

— Tá, tá. E cadê a chave da porta?

— No meu outro bolso – responde.

Olho para Peeta que sorri, não acredito que vou ter que tocar no traseiro de Peeta de novo! Calma, muita calma nesta hora. Você não quer ser presa por ter assassinado um bêbado.

Minha mão que segura a cintura de Peeta desliza até seu bolso. Realmente preciso de uma indenização! Apanho a chave e abro a porta. Tenho que levá-lo, ou melhor, arrastá-lo até o quarto.

— Katniss, sou um boy on fire – diz rindo, quando chegamos no quarto.

— Então, eu vou apagar seu fogo!

— Vai, é?! – fala maliciosamente.

— Vou sim!

Arrasto Peeta até o banheiro e ligo o chuveiro no frio, o empurro para dentro do box.

— Não disse que ia apagar seu fogo? – rio, ao ver a expressão dele debaixo da água gelada.

Peeta me olha. Ah, não! Este olhar... Em um instante ele me puxa contra seu corpo, me levando para debaixo da água gelada. Sinto um frio terrível quando água entra em contado com meu corpo.

— O quê você fez? – grito, tentando me livrar dos braços dele.

— Agora vamos nos aquecer! – ele me aperta entre os braços.

— Me solta! – grito.

Peeta apenas ri e me encosta contra o box. Ele se inclina sobre mim, fico presa entre o corpo de Peeta e a parede do box. Peeta roça os lábios em meu pescoço. Uma de suas mãos acaricia minha cintura.

— Me solta, agora! – digo com voz firme.

Ele sorri, sua mão toca os meus lábios. Seu polegar contorna minha boca. Seu rosto está quase colado ao meu. Seus olhos azuis olham meus lábios, como se fossem uma fruta madura em um dia quente de verão. Seus lábios estão próximos aos meus, se aproximam cada vez mais até roçarem os meus lábios. Seu polegar entreabre meus lábios, e acaricia meu lábio inferior. Sinto um arrepio percorrer todo meu corpo com seu toque. Estou tão próxima de Peeta, tão próxima. Não, Katniss, ele está bêbado não sabe o que faz... Se ele continuar assim, eu vou... Isso tem que parar! Sem pensar duas vezes, meu joelho vai parar naquele lugar. Imediatamente, as mãos de Peeta saem de cima de mim, ele se inclina, se contorcendo de dor.

Não acredito que estou toda encharcada, saio do banheiro e pego uma roupa no guarda roupa de Peeta, espero que ele não se importe, afinal foi ele que fez isso comigo. Visto um moletom e uma camiseta velha. Peeta ainda não saiu do banheiro, decido ver se ele ainda está vivo.

Peeta está sentado no chão, enquanto a água cai sobre ele. Entro no box e desligo o chuveiro. Olho-o, decidindo sobre o que fazer com ele. Peeta me olha como um garotinho abandonado, acho que desistiu de ser um boy on fire.

— Vou pegar roupas secas para você!

Trago roupas secas para ele.

— Se vista! – falo, deixando as roupas em cima da pia e saindo do banheiro.

Peeta aparece depois de um tempo, ainda cambaleia um pouco. Só veste a calça, está sem camisa. O que há com este cara? Por que ele tem que mostrar seus tabletes de chocolate esta hora? É, o abdômen de Peeta parece uma barra de chocolate, uma delicio... Katniss, o que é isso? Para com estes pensamentos impuros sobre chocolate!

— Minha girl on fire, vamos fazer um incêndio! – ri, se aproximando de mim.

O boy on fire volta a atacar.

— Peeta, você quer levar outro chute naquele lugar? Se você não quiser é melhor se afastar de mim.

— Eu quero minha girl on fire! Venha minha girl on fire, seu boy on fire está te esperando.

Corro até a cama de Peeta e subo nela.

— Nem ouse chegar perto! – advirto.

Porém, Peeta não me escuta e sobe na cama. Ele é bem mais rápido do que eu, por isso quando percebo estou sendo envolvida em seus braços. Tento me livrar dele. No entanto, ele não me solta, e a única coisa que consigo é cair sobre a cama, com Peeta sobre mim.

— Me solta! – grito, tentando sair debaixo dele.

Peeta não me responde. Sinto sua respiração em meu pescoço. Olho para ele. Como ele pode fazer isto? Peeta está dormindo. Tento sair debaixo de Peeta, mas a única coisa que consigo é que ele coloque sua perna entre as minhas, tornando impossível que eu saia. Cansada de lutar para me libertar dele, acabo adormecendo.

— Katniss! – sou acordada pelo grito de Peeta.

— O quê? – falo sonolenta, abrindo os olhos.

— O que você está fazendo em minha cama? Não me diga que nós... – fala, espantado.

— Não! – me apresso em dizer.

Ele respira, aliviado.

— Mas se dependesse de você – olho para ele. – Nós teríamos incendiado tudo! Vai me dizer que se esqueceu do boy on fire?

— Boy o quê?

— Vai dizer que não se lembra da noite de ontem? – falo ironicamente. – Você estava louco para me agarrar!

— Mas é claro que eu não fiz isto!

— Ah, não fez? – falo irritada. – Você me molhou, tentou me agarrar um monte de vezes e agora não lembra? – dou uma gargalhada. – Você só pode estar tirando sarro da minha cara!

— Eu não fiz isto!

— É claro que não fez! – digo sarcasticamente. – Foram suas mãos que sozinha tentaram me agarrar! Você não tem nada a ver com isso, boy on fire! – me levanto da cama de Peeta. – Para mim chega! Nunca mais fique bêbado perto de mim, porque se você ficar... – lanço um olhar sugestivo. – Sua carreira de boy on fire está terminada! – ameaço.

Peeta coloca a mão na cabeça, deve ser efeito da ressaca.

— Não grite! – pede. – Minha cabeça parece que vai explodir.

— Bem feito! – falo em voz alta.

— Ei, eu disse para você não gritar!

— Eu não gritei – continuo falando em voz alta

— Que horas são? – pergunta.

— São... – olho para meu relógio. – Dez e vinte.

— Dez e vinte?! – diz espantado.

— Sim, por quê?

— Vai me dizer que não se lembra de que temos uma entrevista para uma revista as onze?

Tinha esquecido completamente desta entrevista para a revista “Star”. Será uma entrevista para promover o filme, realizada em um hotel luxuoso. Esta revista é super importante, é a top top das celebridades, todas as celebridades almejam aparecer na “Star”. Haymitch adorou saber que a revista havia nos procurado para uma matéria sobre o casal apaixonado aqui. Isto seria perfeito para o filme.

Pego minhas roupas, que já estão secas, e vou para o quarto de hóspedes tomar um banho. Em menos de dez minutos estou pronta. Mas cadê aquele bendito do Peeta? Se continuarmos assim vamos chegar atrasados, e depois da entrevista ainda temos gravações do filme.

Vou até a porta do quarto dele, que está aberta por sinal, entro no exato momento que ele sai do banheiro usando apenas uma minúscula toalha. Ele me olha.

— Depois você ainda me diz que eu queria te agarrar? – fala ironicamente. – Olha quem não consegue desviar seus olhos do meu corpo?

— Quê? Pare de ser idiota, Peeta, eu não estava olhando para você!

— Sei... O que é isso no chão? Ah, é a sua baba!

É, talvez, eu estivesse... Que isso, Katniss? Você não vai ficar olhando para o corpo deste ser com abdômen tabletes de chocolate!

— Peeta, se arrume logo! Se você continuar a demorar vamos chegar atrasados. Nunca vi ninguém em minha vida demorar tanto para se arrumar!

— Eu vou me vestir, quer me dar licença ou você vai ficar aí olhando eu me trocar?...

— Como se eu quisesse te ver sem roupa. Sinceramente, não sei o que você anda tomando! – saio do quarto dele.

Quem ele pensa que é? Quem quer ver este ser do jeito de que ele veio ao mundo? Me poupe, Peeta!


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Notas finais do capítulo

O que acharam da versão do Peeta bêbado? Pior que a versão da Katniss bêbada? Os dois fazem um belo par de bêbados, não?