Tempo De Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 14
Método para enganar seu ex-namorado


Notas iniciais do capítulo

Mais um dos métodos...



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Eu e Madge passamos o domingo, enfiadas debaixo das cobertas, assistindo nossas séries e filmes preditos. Ok, tenho que admitir, não é essa a imagem que se tem atrizes. Todo mundo espera que nos estivéssemos em festas ou algo do gênero. No entanto, eu e Madge não fazemos este estereótipo. Quem imaginária que nós estaríamos num domingo em baixo dos cobertores em vez de alguma festa? Além de amar fazer isso, minha outra razão, é me esquecer do que tenho que enfrentar, Finnick. Passo o dia, tentando esquecer de que vou me encontrar com ele. E até que minha estratégia dá certo, já que fico um pouco mais calma (não totalmente, isso seria impossível).

No entanto, o dia passa rápido e quando dou por mim, já é segunda-feira, e estou no camarim vestindo o uniforme de colegial, composto de uma saia de pregas azul e uma camiseta branca, estilo polo. Peeta também veste a mesma camiseta, e uma calça azul. Estamos dividindo o mesmo camarim, já que seria estranho que o casal aqui se recusasse a compartilhar do mesmo espaço.

Um assistente de Plutarch vem nos avisar que ele quer falar conosco. Eu e Peeta vamos até onde Plutarch está. E ele não está sozinho, Finnick está conversando com ele. Ao ver Finnick me aproximo de Peeta e pego em sua mão. Ele me olha interrogativo, porém, ao notar a presença de Finnick entende a minha atitude e apenas sorri.

– Precisamos acertar algumas coisas antes de iniciar as gravações – fala Plutarch ao nos ver entrar na sala. – A primeira cena que vamos gravar é com a Katniss socorrendo o Peeta, que está todo machucado depois de uma briga... Katniss está saindo do colégio em um dia de chuva quando vê um garoto no meio da chuva, todo encharcado. Peeta, você está encostado no muro do colégio, caído. Katniss, você chega e estende o guarda-chuva sobre ele. Peeta, você olha para a Katniss, com uma expressão de surpresa, já que não entende por que aquela garota não tem medo de você. Katniss, você sorri para ele. Peeta, você fica hipnotizado com o sorriso dela. Entenderam?

Eu e Peeta balançamos a cabeça afirmativamente. Plutarch pede para que façam uma maquiagem de machucados em Peeta, enquanto continua nos passando instruções. Tento me concentrar nas instruções do diretor e esquecer-me da presença de Finnick, pelo menos não tenho que gravar uma cena com ele agora. Não sei o que ele está fazendo aqui, já que não aparece nesta cena.

Vamos até o local da cena, que já está todo molhado, e não só o local da cena, Peeta também fica todo molhado. Sorrio, me lembrando de quando Peeta me fez ficar molhada por horas. É, Peeta, tudo que vai, volta! Peeta percebe o meu sorriso e me lança um olhar.

Gravamos a cena rapidamente, vontade não me faltou para me vingar de Peeta, ainda não me esqueci da vez que quase fui transformada em um picolé por causa dele, porém tenho que ser uma profissional aqui. Além disso, Finnick está acompanhando as filmagens da cena, se eu errar qualquer coisa, ele vai pensar que estou nervosa devido a sua presença. Eu jamais vou dar este prazer a ele.

A próxima cena que gravamos é Peeta me seguindo, disfarçadamente, depois da aula. Depois outra cena, em que ele tenta chamar minha atenção me dando uma flor meio sem jeito. Não interajo com Finnick nas cenas, já que ele aparece nas cenas vendo tudo ao longe.

Fazemos uma pausa para o almoço. Vou até o camarim, ligar para Madge, já que me esqueci de pagar uma conta no banco e preciso que ela faça isto por mim.

– Madge, por favor, sim? Prometo que pago a próxima conta por você!

– Katniss, não sei onde você está com a cabeça! Quer dizer, eu sei... Você deve estar muito ocupada pensando... em certa pessoa, seu nome começa com P e termina com A – zomba.

– Muito engraçado, Madge! Você sabe muito bem que não é verdade.

– Sei, Katniss, sei – fala ironicamente. – Mas vai me dizer que você não se aproveitou nem um pouquinho assim do Peeta?... Porque se fosse eu que tivesse que fingir namorar um gostosão como Peeta Mellark... – ri. – Eu tiraria muitas vantagens, e como...

– Rararara, Madge. Se você estivesse em meu lugar, iria era querer estrangular o Peeta com suas próprias mãos, o cara é insuportável! Não vejo a hora disto tudo acabar!

– Sei... Katniss, sei... – ri.

– Então, você vai no banco para mim? – mudo de assunto, antes que ela comece a falar novamente sobre Peeta gostosão...

– Vou.

– Obrigada – desligo.

Me volto para a porta e meu coração quase sai pela boca. Finnick está me olhando com um sorriso triunfal no rosto.

– Eu sabia! – diz.

– Sabia o quê? – falo na defensiva.

– Que este namoro tinha algo de errado. Parece que vocês dois não são tão apaixonados assim – se aproxima de mim.

Tenho que fazer alguma coisa, não posso deixar que Finnick descubra a verdade, não posso deixar que ele perceba que eu estou nervosa, senão tudo está acabado.

– Finnick, do que você está falando? – preciso descobrir o que ouviu.

– Eu ouvi toda a conversa no telefone, por que você estava falando mal de seu namoradinho? – sorri. – Se você estivesse tão apaixonada assim por ele não teria falado daquele jeito... Confessa, Katniss, que você e ele não são um casal apaixonado, e que você não gosta nenhum um pouco dele – enquanto fala, Finnick se aproxima cada vez mais de mim, até ficar um palmo de distância.

– Finnick, você está louco? – tento rir. – Eu só estava brincando. Peeta é perfeito... – preciso sair desta situação. – Eu só disse aquilo para minha amiga parar de dizer que eu só fico falando no Peeta e até me esqueço de pagar minhas contas. E ela tem razão, penso tanto em Peeta que até me esqueci de pagar as contas.

– Katniss, você não me engana. Este seu namoro tem algo de muito errado... – ele toca em uma mecha de meu cabelo. – E eu vou descobrir! Por que você disse que queria estrangular Peeta, e que ele é insuportável? Isso com certeza não é sinal de amor. E por que você disse que não via hora disto acabar? Isto o quê? Seu namoro?

– Finnick, você não tem nada a ver com isto!... Eu nem deveria estar falando sobre isto com você, esta é a minha vida privada – ele me encara, isto está me deixando muito nervosa, nem sei mais o que estou falando. – Mas se você quer saber, estava falando que queria estrangular Peeta e que ele é insuportável, é porque Peeta é muito... – o que eu estou falando? – Insaciável – coro. – Ele nem me deixa respirar e já está... querendo mais...

Quero morrer, que história estúpida eu inventei!

– Sei... – parece que eu não convenci Finnick, estou perdida.

– Acho que já falei de mais sobre minha vida! – falo, me afastando de Finnick e saindo do camarim.

Procuro por Peeta por toda parte, preciso falar sobre o que ocorreu. Ele vai querer me matar, já que me advertiu sobre deixar Finnick bem longe de nosso “namoro”. Vou até onde estávamos gravando as cenas, pergunto para alguém da produção sobre Peeta, que me responde que ele acabou de ir para o camarim.

Volto mais do que depressa para o camarim. Porém, antes de chegar lá, vejo Finnick ao longe, parece me seguir. Aumento meus passos, quase corro. Chego ofegante ao camarim.

Peeta está sentando, ouvindo música com os fones de ouvido. Ele me olha interrogativo ao me ver entrar, retirando os fones ouvidos.

– Peeta... – não sei como dizer isto. – O Finnick... ele está suspeitando de nós.

– O quê? – quase grita.

– Fale baixo! Ele está vindo...

– O que aconteceu? – pergunta em um tom baixo.

– Finnick ouviu uma conversa telefônica minha... e eu falei algumas coisas que não deveria... – falo nervosamente.

– Eu disse que ninguém pode saber que este namoro é falso!

– E agora ele está vindo aqui... Tenho certeza que ele vai querer tirar satisfação...

– Katniss, Finnick não pode descobrir de maneira nenhuma a verdade – me olha. – Senta no meu colo.

– O quê?

– Não discuta comigo. Precisamos convencer Finnick sobre nosso namoro.

Olho para Peeta hesitante, escuto passos, no corredor, que se aproximam, tenho certeza que é Finnick. Sento em seu colo.

Peeta lança seus lábios sobre os meus. Sua língua desliza de sua boca para a minha, suas mãos vão parar em minhas costas. Preciso seguir o plano de Peeta, levo uma de minhas mãos ao seu cabelo, enquanto a outra percorre suas costas. Peeta me aperta contra seu corpo. Sinto os lábios dele me sugarem com voracidade. Seus lábios deixam os meus lábios e vão parar em meu pescoço. Seus lábios fazem uma trilha até minha orelha, sinto uma leve mordida. Em seguida seus lábios voltam novamente para meus lábios. Minha mão desliza das costas de Peeta e vai parar em seu peitoral, percorre seu peitoral e encontra uma passagem para entrar por baixo da camiseta de Peeta, sinto seus músculos, percorro os músculos de seu abdômen.

Abro os olhos por um segundo e vejo Finnick nos observando. Fecho meus olhos novamente, e solto um gemido, involuntário, quando a mão de Peeta vai parar em minha coxa e sobe um pouco a saia, ele desliza sua mão por minha coxa, sinto um arrepio percorrer meu corpo ao sentir o contado de sua pele em minha pele. Sua mão, cada vez mais, sobe minha coxa, abro os olhos e vejo que Finnick não está mais na porta. Retiro meus lábios dos lábios de Peeta, minhas mãos de seu corpo e saio, imediatamente, do colo dele. Espero nunca mais ter que fazer algo semelhante.

Vou até a porta e não há nenhum sinal de Finnick.

– Ele já foi – anuncio para Peeta.

Ele me olha. Sustento seu olhar. Não acredito, que há alguns segundos, eu estava agarrando Peeta Mellark. Ele arruma seu cabelo bagunçado e sua roupa que ficou descomposta com nossa... atuação.

– Escuta aqui, Peeta, que mão boba foi esta em minhas pernas? Você pode me explicar isto? – falo, furiosa, me lembrando da cena, não acredito que deixe Peeta me tocar daquela maneira!

– Escuta aqui, Katniss – fala, me imitando. – Eu estava trabalhando... E eu tenho minhas dúvidas se você estava atuando, me explica sua mão dentro da minha camiseta? – me encara. – Tenho certeza que você estava querendo repetir a dose desde sexta, não é? Estava maluquinha para me atacar como fez quando ficou bêbada.

– O quê? – estou indignada como ele ousa falar isto? – Você é que estava me sugando com seus lábios, pensei que estava sendo sugada por um buraco negro!

– E você não gostou nem um pouco, não é? Não foi esta a impressão que tive... Você correspondeu muito bem aos meus beijos e até gemeu quando eu te toquei!

Peeta se levanta e vem em minha direção.

– Você está louquinha para passar sua mão por meus músculos novamente, não estou certo? – fala com uma voz maliciosa, me olhando, e se aproximando cada vez mais de mim. – Vai, Katniss, responde! – sua voz é um sussurro.

Peeta fica muito próximo de mim, nossos corpos estão quase a ponto de se tocarem. Seus belos olhos azuis, que parecem enxergar a onde ninguém mais vê, me questionam, eles penetram dentro de mim, investigam cada canto.

Peeta ri.

– Eu não disse!

Ah, seu maldito! Como você pode fazer isto comigo, como? Minha única devesa é dar um chute na canela de Peeta e sair do camarim. Não fico com ele a sós, nem mais um segundo! Peeta me paga!


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Acharam o que do método? Será que ele funcionou, e agora o Finnick vai deixar a Katniss em paz?