Tempo De Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 13
As pesquisas não mentem


Notas iniciais do capítulo

Katniss comprovando pesquisas rsrsrs....



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— Semana que vem precisamos gravar o clipe – diz Plutarch. – Quero lançar o mais rápido possível.

— Mal posso esperar para lançar esta música – fala Finnick.

Lanço um olhar mortal para Finnick, mas me lembro de que preciso me controlar. Nunca estive tão perto de realizar meu objetivo, não posso estragar tudo agora.

— Com licença – digo, me levantado. – Eu já volto.

Vou até ao banheiro preciso me acalmar, controlar minha vontade de acabar com Finnick aqui mesmo. Respiro fundo várias vezes, me lembrando sempre de meus objetivos. Você consegue, Katniss! Preciso enfrentar isso. Abro a porta do banheiro e saio.

— Katniss! – ele sorri para mim.

— O quê você está fazendo aqui, Finnick? – pergunto, após conter o impulso de querer mata-lo.

— Indo ao banheiro... – responde sem tirar o sorriso do rosto.

— Não foi isto o que eu perguntei – falo de maneira ríspida, porém em tom baixo, estamos em frente à entrada dos banheiros.

— Katniss, senti saudades.

— Sentiu saudades? – digo sarcasticamente – Mesmo? Fique você sabendo que eu não senti nenhuma de você.

— Katniss, não seja assim, lembre-se dos velhos tempos, quando nós éramos criança, quando passávamos as tardes depois da aula no restaurante de meus pais. Eu cantava as minhas músicas e você ficava lá, me ouvindo... – a voz de Finnick tem um quê de doçura, de nostalgia...

No entanto, eu não cairei em seus truques baratos. Ele só quer se divertir um pouco. Seu ego ficara bem maior após sair contando por aí que já foi o melhor amigo e namorado da namoradinha de Peeta Mellark.

— Finnick, acho melhor você sair daqui, antes que minha paciência se esgote. E minha paciência não é muito grande.

— Katniss, por favor, me escute, tudo o que quero é ter minha melhor amiga de volta.

— O quê? Seu último neurônio morreu? – estou indignada. Como ele se atreve a dizer isto? – Você é um hipócrita, Finnick! – dou as costas para ele, antes que eu cometa uma loucura.

— Katniss – a mão de Finnick retém meu braço.

— Me solta! – ordeno.

— Katniss, por favor, eu só quero conversar com você!

— Eu já disse para me soltar! – o encaro.

As palavras, que ouvi de Finnick naquele dia, estão rodando em minha cabeça. Ele me magoou de tal modo que nada do que ele faça ou diga, irá me fazer perdoa-lo. Meu coração foi arrancado do meu peito por ele. Eu perdi a capacidade de amar, por causa dele.

— Katniss, você está saindo com aquele idiota do Peeta Mellark? – pergunta, me olhando.

Então é isso. Sabia que todo aquele papinho de amigos e velhos tempos não era verdade. Finnick, na verdade, está furioso porque a garota, que ele humilhou daquela maneira cruel, conseguiu se reerguer, conseguiu conquistar o príncipe da nação. Sim, é isso, o título de príncipe da nação, tenho certeza que Finnick deseja ele, seu ego é imenso.

— Sim, estou – sorrio – E ele é bem melhor do que você. Aliás, você nunca chegara nem aos pés dele. Afinal, ele é o príncipe da nação, e você – lanço um olhar de desprezo – É apenas um imbecil que pensa que é músico.

A máscara de “amigo” de Finnick cai, e a queda é imensa. Ele já não tem a expressão calma no rosto, agora seu rosto está cheio de raiva.

— Você não mudou nada! – diz, furioso.

— Dá para soltar meu braço, ou vou ter que chamar o Peeta? Ele vai adorar ver sua namorada neste estado – digo ironicamente.

Finnick hesita, porém acaba por soltar meu braço.

— Obrigada – zombo. Dou as costas para Finnick e saio.

Sim, estou certa. Finnick não gostou nenhum um pouco de me ver com Peeta. Minha vingança está começando, sorrio. Finnick, você irá me pagar por tudo o que fez!

— Me desculpa por ter demorado – digo, sentando-me à mesa – É que tive um inconveniente.

— Alguma coisa grave? – pergunta Plutarch.

— Não, já está tudo resolvido – sorrio.

Finnick aparece e senta-se, parece que voltou a usar a máscara de bom moço, não há nenhum sinal de fúria. Acho que ele escolheu a profissão errada deveria ter investido na carreira de ator em vez de músico, talvez assim ele conseguisse a fama que tanto almeja.

— Neste clipe quero explorar o amor de vocês ao máximo – diz Plutarch.

Finnick olha para mim e Peeta. Desta vez não vou fugir, vou enfrentar Finnick, mostrar que não sou mais aquela garotinha boba.

— Acho que este clipe vai ficar ótimo – digo, olhando para Finnick – Eu e Peeta vamos dar o melhor de nós! – olho para Peeta e pego em sua mão.

Ele me olha, percebo que está um pouco surpreso, porém, consegue dissimular.

— É claro que vamos dar o melhor de nós! – fala Peeta, sorrindo.

— Quero que todos que vejam o clipe, vejam o quanto é belo o amor. Quando olho para vocês, sei que o amor existe! Vocês dois são perfeitos um para o outro – fala Plutarch.

— Nós sabemos disso! – falo – Eu e Peeta nascemos um para o outro! – sorrio para Peeta.

— Sim, nascemos um para o outro – diz Peeta, passando seu braço por meus ombros e me trazendo para perto dele.

Olho para Finnick, que nos encara. Sorrio e aproximo meus lábios da bochecha de Peeta, dando um beijo demorado.

Durante o resto do jantar, Finnick não tira os olhos de mim ou de Peeta, ele observa cada gesto nosso. Procuro atuar como a mais apaixonada das garotas, como se Peeta fosse a razão da minha existência. Não quero que Finnick descubra que eu e Peeta não somos um casal de verdade. Não, Finnick precisa ver que a garota, que ele desprezou, está namorando com o cara que ele detesta, já que tem bem mais fama do que ele.

Plutarch se despede de nós, pois tem um compromisso. Ele pede para que Finnick o acompanhe até o carro, deixando, eu, Peeta e Haymitch a sós.

— Katniss, você está de parabéns! – fala Haymitch animado – Era isso que eu queria!

— Então, Peeta, fui romântica o suficiente? – pergunto me virando para Peeta que está ao meu lado.

— É... – fala a contragosto – Você foi boa.

— Boa? Está brincando, Peeta? Ela foi brilhante! – diz Haymitch entusiasmado – Mas agora preciso fazer uma ligação – fala Haymitch que se levanta e sai da sala.

Peeta me olha, interrogativo.

— Katniss... Você não me engana. Toda esta atuação... Algo me diz que tem a ver com alguém...

Olho para Peeta, tentando compreender aonde ele quer chegar.

— O que há entre você e aquele cara?

— Peeta – tento rir para disfarçar meu nervosismo. Como Peeta foi descobrir isto? – Não há nada, você, heim? Imagina cada coisa.

— Não minta para mim, sei muito bem quando alguém está mentindo, especialmente você. O que há entre vocês? Sei que vocês se conhecem... E ele não parava de olhar para você durante todo o jantar. Só foi você sair que ele deu uma desculpa qualquer e também saiu. Tenho certeza que esta demora de vocês dois no banheiro está relacionada. Katniss, estou certou ou estou errado? – pergunta, me encarando.

Estou nervosa. Só agora percebo o quanto meus nervos sofreram durante este jantar. Não consigo pensar em nada para escapar desse interrogatório de Peeta.

— Ele é apenas alguém do meu passado, alguém que eu odeio!

— Katniss, por que você o odeia tanto?

— É difícil explicar, não quero falar sobre isso – falo e pego um copo de água, para me acalmar.

Peeta está sentando de costas para a porta, por isso não vê a porta sendo aberta. Vejo, Finnick entrando, ele está com um sorriso triunfante no rosto. Não suporto este sorriso no rosto, preciso fazer alguma coisa. Peeta começa a se virar para ver quem entrou. A primeira coisa que me vem a cabeça para tirar este sorriso do rosto de Finnick é...

Quando percebo me atiro sobre os lábios de Peeta, dando um beijo intenso. Agarro o pescoço de Peeta com toda a força que tenho para impedir que ele pare de me beijar. O corpo de Peeta fica tenso por um instante. No entanto, logo depois ele relaxa. Sua língua passa por entre meus lábios, penetrando em minha boca, tocando na minha. Suas mãos vão parar em minhas costas, Peeta puxa meu corpo para perto dele. Desço uma de minhas mãos até as costas dele. Nosso beijo é voraz. As mãos de Peeta percorrem minhas costas. Não tinha percebido da primeira vez que ele me beijou, mas agora percebo, seu beijo é... bom.. muito bom. A quem eu estou tentando enganar? O beijo de Peeta é perfeito. Seus lábios são macios e quentes, dão uma sensação maravilhosa em contado com minha boca. Sua língua sabe se mover com perfeição tocando nos lugares certos. Odeio este cara, como ele pode beijar tão bem assim? Algumas pessoas recebem mais talentos do que merecem. É claro, tinha me esquecer daquela pesquisa entre os atores a fim de saber qual era o ator que beijava melhor. Peeta ficou em primeiro lugar entre os atores masculinos, apontado como “o beijo perfeito”. A pesquisa estava muito certa. Odeio Peeta!

— Katniss e Peeta! – chama Haymitch.

Nós dois separamos nossos lábios ao ouvir a voz de Haymitch. Noto que Finnick nos olha fixamente, seu olhar é enigmático.

— Vocês não se cansam um do outro mesmo! – ri maliciosamente – Acho que é melhor eu ir embora, não quero ficar para a festinha.

— Eu também já vou – diz Finnick.

Observo que ele parece desconcertado. Ele não esperava por isso.

— Vejo vocês na filmagem do clipe – diz Finnick saindo apressadamente.

— Então vocês desistiram de viver um romance falso e passaram a viver um romance de verdade? – diz Haymitch maliciosamente.

— Só estamos interpretando! – me apresso em dizer.

— Gostaria que todos os atores com quem eu trabalho tivessem o mesmo talento de vocês para atuar! – sorri.

— Mas é verdade! – digo.

— Ninguém aqui está questionando nada... – fala Haymitch – Vou indo, deixo vocês ensaiarem mais um pouco a sós – sai da sala, sem me dar tempo para dizer qualquer coisa.

— Katniss! – Peeta me encara – O quê foi isto? Posso saber por que você me agarrou deste jeito?

O quê eu faço? Sei que devo uma satisfação a Peeta. Afinal, eu não saio por aí agarrando todo mundo.

— Sei que foi por causa daquele cara – diz Peeta – Você tem sorte de eu tê-lo visto quando ele entrou, caso o contrário seu plano de fazer ciúmes nele não teria dado certo. Agora eu preciso saber por que eu te ajudei. Anda, Katniss, me explica! – ele me encara – Eu mereço uma explicação, você me usou neste seu plano.

— Tá bom – falo, resignada – Eu e Finnick temos um passado, fomos... namorados... – murmuro, sem olhar para os olhos de Peeta.

— Então eu fui usado para provocar ciúmes no seu ex? – me olha, pedindo explicações.

— Peeta, foi sem querer... É que quando eu vi o Finnick entrando, eu apenas quis... me vingar dele.

— Ótimo! Agora você está me usando para provocar ciúmes em seu ex-namorado! O que vai querer de mim na próxima vez, meu carro, minha casa, meu rim?

— Deixa de ser tão dramático, Peeta! Só foi um beijo e você nem pareceu se importar!

— E o que você queria que eu fizesse? Se alguém descobrir que este namoro é falso estamos acabamos! Eu estarei com minha carreira arruinada! Por isso não envolva seu ex-namoradinho nisto! – Peeta se levanta – Estamos entendidos?

— Ok, entendi o recado. Mas não se preocupe, Peeta, a última coisa que desejo é ver Finnick em minha frente...

— O que aconteceu com vocês? – me olha – Preciso saber, afinal você me colocou nisto – acrescenta ao ver minha expressão interrogativa.

— Finnick não era quem eu pensava. Crescemos juntos, éramos melhores amigos. Depois começamos a namorar, e ele... mudou, ou eu fui idiota demais para não ver sua verdadeira face... – Peeta apenas me olha, não faço a mínima ideia no que ele está pensando – E um dia... Eu ouvi algo que nunca gostaria de ter ouvido, peguei Finnick dando em cima de outra, dizendo coisas horríveis sobre mim... E desde este dia, a única coisa que quero é fazê-lo sofrer da mesma maneira que eu sofri.

Ao falar sobre isso sinto novamente toda aquela dor em meu coração. Ficamos em silêncio.

— Katniss, acho melhor nós irmos embora daqui – diz Peeta, quebrando o silêncio – Segunda-feira temos que gravar este clipe... É melhor descansarmos amanhã.

Apenas faço sinal afirmativo com a cabeça e sigo Peeta. Não trocamos mais nenhuma palavra.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da pequena vingança da Katniss? Será que deu certo? E o Peeta estará disposto a participar de mais vinganças?