D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 79
2ª Missão: Salvar Lúcia




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CAPÍTULO 176

Lucas voltou para o digimundo horas antes dos digiescolhidos serem salvos por Slash. A sorte dele e do Gennai era que o viajante do tempo havia chegado na base secreta depois da sua visita da casa de Gaia. O líder pediu ao outro que levasse o garoto ao encontro dos demais jovens e que desse a nova informação a respeito das relíquias. Obviamente os digiescolhidos estavam parecendo cegos, procuravam objetos sem saber o seu jeito real, sem nenhuma imagem como referência. Por isso, Gennai trabalhou arduamente para descobrir as imagens das 10 relíquias que Azulongmon deixara antes de morrer. E claro, Lucas aceitou a ideia de ir com o viajante.

Momentos antes de Wisemon atacar os adolescentes, o loiro foi deixado no chalé-casa em que Linx morava. Como ela não mais ficava lá, os dois decidiram que ali seria um ótimo esconderijo para todos. Slash deixou Lucas esperando e foi buscá-los.

Agora que todos chegaram, o loiro saiu de um quarto e foi para a sala. Viu-os juntamente com o adulto. Paulo foi o primeiro a vê-lo depois de tantos dias afastados.

─ Lucas, que bom que está aqui, brother ─ disse Paulo.

─ Paulo, eu vim salvar a Lúcia. Você sabe onde ela está?

─ Eu sei onde ela está ─ disse Slash. ─ E tenho muita coisa a dizer. Porém, antes, vou deixar vocês se estabelecerem aqui. Volto já.

Lucas apertou a mão de cada um dos digiescolhidos e foi sentar numa cadeira. Paulo e Impmon fizeram questão de conversar com o irmãozinho adotivo.

─ Você sabe que a Lúcia foi raptada. Mas ainda não a salvamos porque estávamos tentando reunir todos os digiescolhidos. Quando cheguei aqui era somente papai e eu. Tivemos que enfrentar desafios diversos para que todos fossem reunidos ─ respondeu Paulo.

─ Eu estive aqui pensando, se você fosse um irmão exemplar, iria atrás primeiramente da Lúcia para depois salvar os outros...

─ Peraí, Lucas, peraí. Tá dizendo que tudo o que eu fiz desde o começo quando cheguei aqui foi de maneira errada?

─ Não, Paulo. Eu quis dizer que foi tudo de maneira menos inteligente ─ respondeu calmamente o loiro.

─ Como assim? ─ perguntou Paulo nervoso.

─ Veja só, se eu fosse você, com a possibilidade do meu parceiro ser o único a digievoluir para a forma final, eu iria atrás desse Wisemon, forma perfeita, e destruía-o mais fácil já que um Beelzebumon no modo explosivo torna-se muito poderoso. Recuperava a Lúcia e só depois ia atrás dos amigos. Isso porque só vocês dois iriam chamar menos atenção.

─ O Lucas tem razão, filho. Se tivéssemos pensado nessa possibilidade antes, teríamos maior chance de salvar Lúcia ─ respondeu Impmon.

Paulo se levantou e ficou andando pra lá e pra cá sempre com a mão no rosto.

─ Eu só fiz o que achava certo. Salvo os meus companheiros, tento salvar o digimundo e o que eu ganho é um tapa nosso de cada dia e o meu irmão adotivo falando que o que eu fiz não foi o certo ─ o rapaz saiu para fora um pouco.

Impmon e alguns outros digiescolhidos concordaram com o Lucas. Era mais cabível ter salvo primeiro a Lúcia e acabado com Wisemon para depois assim reunir os demais e entrar nas ilhas flutuantes.

─ Quando vai voltar a ser Lucemon? ─ perguntou Impmon.

─ Hahahaha nunca. Sem chance ─ uma gota de suor apareceu na cabeça do digimon roxo.

Slash terminou de se comunicar com Gennai. Estava fora da casa quando viu Monodramon descansando escorado numa árvore. O homem foi até ele com um sorriso no rosto e deu-lhe um tapinha na cabeça. O pequeno dragão acordou assustado.

─ Olá, pequena criatura. Como vai?

─ Bem... Estou bem, senhor.

─ Então, acabou vindo também na viagem?

─ Não sei. Eu estava perto dos garotos quando vi o clarão e já estava com vocês.

─ Que bom que está conosco. Não foi coincidência que está aqui. Eu mesmo te trouxe para cá.

─ Por que fez isso, senhor? ─ o dragão ficou desconfiado.

─ Por um motivo especial. Muito especial. Gosto de você, sabia? Mas não me pergunte o motivo disso pois não vou te dar a resposta. Pode me cumprimentar? ─ ele estendeu a mão. Monodramon, ainda confuso, deu a mão para ele e os dois se cumprimentaram.

Slash voltou para a casa e pediu a todos os jovens e seus digimons para se reunirem na sala pois ele explicaria algumas coisas a respeito das relíquias e suas relações com os Legacys. Alguns se sentaram no sofá, outros ficaram em pé e o homem puxou uma cadeira para se sentar.

─ Bom, o que eu queria dizer era que tanto Gennai como eu já tínhamos a informação a respeito da aparência de cada relíquia e seu nome simbólico, porém foi impossível detectar a localização delas. Existem alguns pontos-chave que fazem com que o Legacy não consiga detectar seus objetos. Primeiro, o Cromo-digizóide é um metal precioso, mas se a relíquia estiver dentro de uma caixa desse metal então será um problema; isso porque as relíquias conseguem emitir uma radiação benigna que não causa mal a ninguém, por isso são detectadas pelos aparelhos. No entanto, da mesma forma que as relíquias estejam para um objeto emanando radiação, o cromo está para o chumbo, e chumbo impede a passagem dessa emissão. Segundo, se as relíquias forem engolidas por algum ser vivo, uma baleia como Whamon por exemplo, o sinal será perdido; isso porque dentro de um corpo orgânico não há emissão.

─ E sobre as relíquias?

─ Calma, Jin, não seja impaciente. Uns dois dias antes, Linx conseguiu as informações das 10 relíquias soltas por aí, contudo nada a respeito da localização de tais. Por isso só vim aqui contar uma informação pela metade e...

─ Agora vai falar sobre como elas são? ─ perguntou Jin. Os demais já ficaram impacientes com a impaciência do garoto.

─ Por favor, Jin, não me interrompa quando estiver falando. Por favor. A Linx só não apareceu ainda porque ela está dentro daquelas ilhas coletando mais informações a respeito dos governadores, de como eles são, etc. Então, eu cheguei recentemente à base de Gennai...

─ Agora vai mostrar as relíquias?

─ Cala a boca, Jin! Será que não entende que ficar todo o tempo interrompendo só vai nos atrasar? Caramba, coisa chata! Seu chato! ─ gritou Ruan.

─ Não chama o Jin de chato ─ retrucou Mushroomon.

─ Ai, Ruan. Você deu um grito no meu ouvido. Andar com um bando de gentinha de classe média favelado dá nisso ─ reclamou Rose coçando o ouvido.

Aí pronto. Começou uma discussão generalizada com os três domadores e seus digimons. Mia, Nashi, Paulo e os digimons deles ficaram olhando eles discutirem. Slash teve que parar com aquilo.

─ Por favor, jovens. Isso não pode acontecer, uma briga entre vocês. A briga é entre nós e o inimigo e só. Rose, não fique passando na cara pois esses “favelados de classe média” podem ser úteis pra você; Ruan, eu não preciso que ninguém me defenda, eu faço isso sozinho; e Jin, você foi muito mal educado em me interromper desse jeito. Por favor, rapazes. Onde eu estava mesmo?

Eles pediram desculpas.

─ Na parte em que você chegou recentemente na base do Gennai ─ respondeu Mia.

─ Ah, sim. Obrigado. Eu cheguei recentemente lá e soube das relíquias, por isso resolvi vim pessoalmente. Foi que eu encontrei o Lucas e a história vocês já sabem. Agora sim eu mostrarei as relíquias e as informações de cada uma delas.

Slash pegou um aparelho igual um D-3 e o colocou no chão. Um holograma apareceu e começou a mostrar o primeiro objeto em três dimensões.

─ Aqui é a famosa pele ou Escama de Seadramon. Um dos núcleos de Azulongmon transformou-se num pedaço de pele vermelha, porém de cromo-digizóide. Ele é seu, Mia. Pode transformar o seu digimon até a forma extrema.

Betamon ficou muito feliz e comemorou com a parceira. Apareceu o próximo objeto. Era um braço metálico.

─ O Braço da Justiça pertence a você, Paulo. Porém não funcionará em Impmon, lamento. O seu verdadeiro parceiro digimon está por aí e só ele poderá evoluir aos níveis mais altos.

Paulo ficou pensativo.

─ A Cruz de Marionete. Já sabe, não é, Jin? Sim, pode transformar Mush num belíssimo Pinocchimon. O quarto objeto é o Capacete do Androide. Este capacete com visor pertence ao Ruan e Hagurumon. Depois temos o Chicote de Espinhos que poderá ajudar a Palmon a mega evoluir para Rosemon.

Palmon e Rose comemoraram a informação. A imagem de uma espada bem grande.

─ A Espada da Vitória pertence ao Aiko e pode também chegar a o limite extremo. O Capacete de Atena pode levar Kotemon a também evoluir para o nível mega. Temos o Cinturão do Herói que é de outro digiescolhido, mas não direi quem é; e por fim temos a Capa do Alfa que é sua, Lucas.

─ Minha?

─ Lucas, eu sei que nega em ser um digimon, mas um dia será inevitável voltar a ser como era. Esta capa servirá para ir ao nível mais extremo. Temos uma décima relíquia, porém não vem ao caso.

Os grandes olhos verdes de Impmon ficaram cerrados e logo ele deu um sorriso. Com toda a arrogância ele soltou:

─ Slash, Slash, você acha mesmo que um bando de idiotas fracos desse jeito vão conseguir encontrar essas relíquias? ─ disse ele se sentando numa cadeira, fechando os olhos e cruzando os braços.

─ Hei, espera. Como assim “fracos”? ─ perguntou Ruan.

─ Vocês não passam de imbecis, idiotas, fracos e inúteis. Não conseguiram sequer arranhar aquele Wsemon. Todos foram derrotados. Isso quer dizer que são um bando de bundas moles andando em grupo feito formigas. Se dependesse de mim eu ficaria só com meus dois filhos e Lucas, e ponto final.

Uma veia saltou na testa de Ruan. Jin, Rose e Nashi também sentiram-se bastante ofendidos por Impmon. Tanto que eles saíram. Paulo foi até ele.

─ Não precisava dessa arrogância toda.

─ Falei a verdade. Eu fui sincero e quando sou sincero sou assim. E tenho uma coisa pra te falar também...

─ Já vai falar pra eu... ─ Paulo sussurrou. ─ Pra eu dar uns pegas na Mia. Vai falar a mesma merda de sempre. Vai dizer que quer ser avô agora.

─ Nada disso. Eu queria dizer que o Lucas estava certo. Você deveria ter começado a ir no encalço desse Wisemon que, com meus poderes, seria facilmente derrotado.

Paulo estranhou a resposta do pequeno roxo. Começou a coçar a cabeça. Chegou perto do digimon, começou a cheirá-lo, ficou olhando de um lado para outro. Impmon ficou embaraçado com aquilo.

─ Não pode ser, Slash. O Wisemon enfeitiçou o meu pai ou pode ter colocado um impostor no seu lugar ─ Paulo segurou nos dois braços de Impmon, levantou-o o começou a balançá-lo.

─ O que vai fazer... AHH! PARA COM ISSO!! ─ Impmon deu um cascudo na cabeça do jovem que ficou por segundos coçando de dor. ─ Idiota, quase me desmantela de tanto me balançar!

Paulo se levantou e ficou de cabeça baixa. Lágrimas saíram dos seus olhos, ele desabafou:

─ É nisso que dá querer salvar as pessoas, querer liderar este grupo... Será que é só porrada que eu ganho? Primeiro minha ex-namorada me dá na cara ─ Mia estava sentada no sofá ao lado de Slash bastante indiferente. ─ Segundo, o Lucas me chama de incompetente...

─ Eu?

─ ... Terceiro, meu pai me dá um cascudo. Tudo no mesmo dia. Olha só, se não quiserem mais a minha ajuda podem me dizer logo que eu decido voltar pra casa, porque pelo menos lá a minha mãe deve estar precisando da minha ajuda.

─ Arre droga. Também não precisa chorar, né? ─ disse Impmon indo atrás dele seguido por Lucas.

Slash, Mia e Betamon ficaram na sala. O homem apenas observou tudo o que estava acontecendo sem se envolver.

─ Não vai consolar ele? ─ perguntou Mia.

─ Não preciso. Eu também já passei por isso. Exatamente assim. Logo essa parte depressiva do Paulo passa e o que resta é só alegria. Eu espero. Mas acredito que vocês estão brigados por causa de uma discussão meses atrás.

─ Sim. Ele me tratou muito mal.

─ Posso dar um conselho? Eu estive por vários dias na casa de Paulo e sei que ele é um bom rapaz. Não só ele, mas como a família toda. Ele foi leviano, porém foi extremamente persuadido por pessoas más contratadas por Blizzard Daregon. Este fez de tudo para acabar com o garoto ao enviar o tal de Leo para ludibriá-lo. Eu conheço Daregon melhor do que ninguém e sei que ele não dá ponto sem nó. Mesmo assim não foi suficiente para tirar o nosso Paulo que conhecemos. Perdoe-o. Tenho a certeza que você irá perdoá-lo. Eu sou um exemplo vivo disso, porque a minha esposa, na época que não era a minha esposa, também passou vários dias brigada comigo e me perdoou.

─ Slash, olhando bem pra você... Eu percebo que te conheço de algum lugar.

─ Ah, não, não, não! Hehehe engano seu. Vou ali e volto já ─ Slash saiu assobiando. Mia ficou muito pensativa.

Monodramon estava caminhando pra lá e pra cá pensando no que faria para chamar Wisemon ao encalço dos digiescolhidos. O localizador estava com os dias contados, pois a bateria terminava rápido e Weiz não havia lhe dado outro de reserva. Durante os seus devaneios, ele ouviu falas a partir de uma janela da lateral da casa. Como ele estava do lado de fora, ele foi verificar o que estava acontecendo ali dentro.

Lucas e Impmon viram Paulo sentado no chão, com os braços apoiados nas pernas e com a cabeça apoiada nos braços. Ele ainda chorava.

─ Vish, agora deu de chorar ─ disse Impmon.

─ Paulo, eu nunca quis te rebaixar. Desculpa se falei aquilo. Perdoe-me por ter dito algo que você interpretou como agressivo da minha parte, cara. Não foi minha intenção ─ disse o loiro.

─ Eu só queria receber um obrigado de vez em quando, mas até agora foi só pancada...

─ Ora, você me balançou feito um boneco de pano. Eu tive que me defender. Mas não precisa chorar ─ disse o digimon alisando o rapaz. ─ Olhe, fique deitado. Vamos, deita no chão.

─ Pra quê? Vai acabar de me espancar?

─ Deixa de besteira! Vai se deitar ou não? ─ Paulo se deitou no chão e Impmon ficou sentado escorado na parede. O adolescente pousou sua cabeça sobre as perninhas do digimon. ─ Nossa, menino, tua cabeça pesa uma tonelada. Melhor se desse pra eu me transformar em Beelzebumon, mas tudo bem. Olha só Lucas, o meu menino. Eu segurei esta peste no colo quando tinha até três anos de vida. Aqueles olhões azuis esbugalhados, careca, branquinho, adorava puxar o cabelo da Márcia.

─ Vai me fazer vergonha, né não?

─ Agora a gente vê esse garanhão pronto pra pegar a Mia de jeito ─ a cara de Paulo ficou vermelha. ─ Tá pronto pra descabaçar a menina. Se duvidar assiste certos sites pornôs que começam com a letra X ou Red e descabela o palhaço tantas vezes que dava pra repopular o planeta Terra.

Lucas ficou envergonhado, mas começou a rir.

─ Hei, que porra é essa? ─ reclamou o seu filho.

─ Fica quieto pois a Márcia nunca teve competência de te fazer um homem de verdade. Se eu fosse presente na tua vida até hoje você seguiria o meu exemplo. Por mais que eu tenha sido cafajeste com a sua mãe, eu era uma pessoa boa e tinha minhas qualidades. Um meninão desse nascido de uma gozada minha, e ponha gozada bem feita. Só faço filho bonito. Meu pinto é um pincel e sou um artista que sempre faz obras de arte.

─ Puta merda, ninguém merece. Um digimon saber mais da vida de um humano parece ser o fim do mundo, mas não. É o meu pai que virou um bicho com menos de 1 metro de altura. Aliás, me empresta teu lenço pra me assoar?

─ Se você pegar esse lenço, eu corto tua mão. Por falar nesse assunto de sexualidade, Lucas, você já pensa em namorar?

Lucas ficou envergonhado.

─ Até um tempo atrás eu nem sabia o que era isso, mas convivendo como humano eu aprendi. Eu...

─ Fala a verdade, você sente alguma coisa pela minha filha, não é?

─ Lucas, é verdade que papai disse? Por isso o seu grude com a Lúcia.

─ Não me ponha nesse situação, Impmon! Não vou te responder porque não falo da minha intimidade. E só fico perto da Lúcia porque ela é minha parceira e só.

Os olhos verdes de Impmon cerraram.

─ Você tem órgão? ─ perguntou Impmon.

─ O que é isso?

─ Você tem pênis? ─ Impmon perguntou mais outra vez. ─ Acredito que saiba o que é depois de anos convivendo como um humano.

─ Ahh... Como sou um digimon humano e celestial, eu... Argh! Eu tenho, pronto e falei!

Impmon bateu palmas.

─ Parabéns. É ruim quando não se tem nada entre as pernas como estou agora. Mas por outro lado é melhor andar feito Adão quando se tem pelos roxos por todo o corpo. E quanto ao meu bebezão aqui, terei muito orgulho em dois dias. No dia em que ele dar o mingau para o macaco e no dia em que sair o meu neto do útero da Mia.

Impmon finalizou a conversa fazendo carinho para o rapaz. Monodramon viu os três se divertindo, sobretudo os dois parceiros. O pequeno dragão ficou furioso com Impmon e com muito ciúme de Paulo. Apesar de ter sido enganado por Weiz e acreditar que Paulo nunca ligou para ele, o dragão não conseguia tirar o digiescolhido da cabeça.

Caminhando perto do riacho seco, ele pensou em utilizar pela última vez o dispositivo. Porém foi impedido por Ruan e Hagurumon que também estavam por lá.

─ O que faz aqui, Monodramon? ─ perguntou o rapaz.

─ Nada em especial.

─ Venha. O Slash está chamando pois vamos almoçar ─ logo ele acompanhou os dois.

Slash pediu a ajuda de todos para preparar o almoço. Seria macarronada, molho de tomate, queijo ralado e carne moída. Os digimons coletaram frutos ao redor e prepararam um suco. A casa de Linx, apesar de estar há muito tempo sem ninguém, ainda possuía eletrodomésticos em perfeito estado. A geladeira ajudou a gelar o suco. A mesa estava farta com a macarronada, o suco e a sobremesa de torta feita por Mia e Betamon. Todos comeram e ficaram fartos.

Eles passaram a tarde dormindo. Por outro lado, Slash ficou acordado e saiu para o lado do rio. Nashi descansava do lado de fora, sentado no tronco de uma árvore. Kotemon acordou-o dizendo que escutava conversas. O japonês se levantou e seguiu o seu parceiro. As vozes vinham do lado do rio. Eles espiaram. A voz era de Slash conversando com alguém. Ambos viram o homem conversando com um digimon que parecia ser Monodramon. Slash sorria, abraçava Monodramon. Suas atitudes eram de amigos íntimos.

─ Paulo ─ sussurrou o suposto Monodramon.

─ Hum? ─ disse Slash sem mudar seus gestos.

─ Alguém nos observa e penso ser o Nashi ─ falou o digimon.

Nashi e Kotemon continuava observando quando uma voz disse “O que estão vendo?” surgiu atrás deles. Seria apenas uma pergunta normal, porém saiu da boca do Monodramon. Os dois levaram um baita susto ao vê-lo atrás de si e ficaram mais assustados ainda quando Slash apareceu sozinho.

─ Olá, rapazes. Eu estava fazendo um repeteco ─ ele estava com dois pratos e dois copos.

─ Co-Como o Monodramon apareceu aqui se ele estava com você, Slash?

─ Monodramon nunca esteve comigo. Eu estava sozinho.

─ Não estou entendendo o que vocês estão falando ─ disse Mono.

─ O Nashi fala a verdade. Eu sou testemunha de que vocês dois estavam lá e você apareceu aqui agora do nada ─ falou Kotemon confuso.

─ Monodramon apareceu agora. Vocês estão vendo outro digimon aqui, por caso? Bom, com licença.

Slash saiu deixando os dois parceiros assombrados e Monodramon sem entender o que havia acontecido. O homem quase deixou escapar o seu segredo.

...

À noite, os domadores e todos os digimons se reuniram fora do chalé. Fizeram uma fogueira e começaram a preparar marshmallows. Eles estavam sorridentes, descontraídos, felizes, sem nenhuma preocupação. Seria um dos raros momentos sem preocupação que eles teriam, porque dali em diante teriam uma verdadeira guerra a travar com os inúmeros vilões.

Depois disso tudo, eles entraram mais uma vez na casa e decidiram dormir até o dia seguinte. Slash aproveitou a noite tranquila para também descansar.

Os dois olhos grandes de Monodramon abriram. Ele estava deitado no carpete da sala. Viu que todos os presentes ali estavam dormindo. Aproveitou a chance para se vingar de Paulo. Pegou o aparelho, acionou e o grudou na perna da cadeira. Ele deu um sorrisinho e voltou a dormir tranquilamente.

Por volta das cinco da manhã, Slash acordou com o barulho do seu digivice. O aparelho produzia bips que no decorrer dos minutos ficavam mais constantes. O homem abriu os olhos imediatamente e percebeu que os inimigos estavam se aproximando. Ele, no mesmo segundo, se levantou e acordou todos que estavam dormindo.

Poucos quilômetros dali, uns Mekanorimons e três Devidramons se aproximavam da área da casa.

Slash preparou a nave e pediu para que todos, sem exceção, entrassem. Ele preparou a partida. Os jovens ainda estavam sonolentos, porque ser acordado cinco da manhã e de uma forma inesperada não era um bom jeito de ser acordado. A nave levantou voo bem na hora que os digimaus haviam chegado.

─ Como eles conseguiram o nosso paradeiro? ─ perguntou Jin.

─ Não sei. Aquele local era bem escondido. Ninguém havia ainda descoberto.

Os três Devidramons ficaram no encalço da nave. Soltaram bolas de energia, porém Slash conseguiu desviar.

─ Droga, vamos ser abatidos ─ disse Ruan.

─ Não vamos, não ─ Slash colocou a nave no piloto automático e deixou o controle. O homem abriu um tipo de cabine que estava ali dentro. ─ Prestem atenção, quero que todos entrem aí. O espaço é pouco e vocês terão que se apertar. Vocês serão teletransportados para uma cabine telefônica mais próxima daqui. Isto aqui é um dispositivo de fuga caso os tripulantes estejam numa situação de perigo. De qualquer forma peguem um Trailmon que dá para as planícies ao leste onde fica a colina de Wisemon Depois das planícies há uma floresta que fica numa zona controlada, portanto será difícil chegar lá. A segunda missão de vocês é salvar a Lúcia e derrotar o mago.

─ Slash, e você?

─ Não se preocupe comigo, Paulo. Agora entrem.

Eles entraram na cabine, ficaram muito apertados. Slash foi ao controle e ativou o teletransporte. Os jovens sumiram da nave. Slash ficou sozinho com o seu parceiro digimon.

─ Digievolução da Alma!

A nave explodiu. Entre as fumaças, apareceu a figura de Justimon que se encarregaria em derrotar os três dragões.

Distante dali, os digiescolhidos apareceram dentro da cabine telefônica e caíram um por cima do outro. Nashi se levantou, observou o ambiente e percebeu que estavam num tipo de cidadezinha deserta. Rose saiu debaixo dos outros, verificou o local e concluiu que ali era o vilarejo das flores, local onde ela era responsável.

─ Aqui era o meu território. O local onde eu era responsável de vigiar. Mas as casas estão destruídas e as flores morreram. Que crueldade.

─ É mesmo, Rose. O Delumon era quem cuidava dos digimons desta área ─ disse Palmon.

Kotemon viu um digimon vigiá-los e correu até ele. Os demais também foram atrás dele. O pequeno samurai segurava a cauda de arbusto de um digimon. Rose logo conheceu o ser parecido com um pássaro.

─ Deixem ele. É o Delumon.

─ Senhorita Rose, que bom que veio. Estou tão feliz em vê-la por aqui.

─ O que aconteceu, Delumon? Por que tudo está destruído?

─ Senhorita Rose, o exército dos governadores invadiram as zonas responsáveis de todos vocês. Aqui foi um dos primeiros lugares a ser invadido. As máquinas levaram boa parte dos habitantes e destruíram outros. Ninguém foi páreo para eles.

─ E o Tortomon? ─ perguntou Palmon.

─ Ele foi levado. Dizem que está sendo  escravo na primeira ilha onde há uma mina de metais preciosos. Nunca vi inimigos tão poderosos.

─ Não se preocupe. Estamos nos unindo e venceremos esses governadores ─ disse Rose.

Um outro digimon apareceu atrás deles. O sujeito era dourado, tinha duas asas e parecia um Numemon.

─ O Gold Numemon! Ele é capanga do Wisemon e vigia este vilarejo. Já tentei lutar contra ele, mas é forte pra mim.

─ Hohohoho mais escravos para o meu mestre Wisemon. Entreguem seus digivices, vamos vamos.

─ Nem em sonho, idiota ─ retrucou Paulo.

─ Como é? Vou fazer vocês pagarem por este insulto ─ Gold Numemon atirou uma sujeira rosa na direção dos jovens. Eles correram, mas Rose ficou. ─ Ué? Não vai fugir como seus companheiros.

─ Eu já estou de saco cheio disso. Muita maldade e sujeira!! Palmon, evolua e dê a esse nojento o que ele merece.

─ Sim, Rose. Palmon digievolui para... Togemon!

Gold Numemon atirou cocô em Togemon, mas ela desviou com um soco. Logo a lesma dourada recebeu um cruzado de direita e saiu voando para o céu.

─ A Togemon conseguiu ─ comemorou Rose.

Delumon mostrou a estação de trem construída pelos digimaus. O pássaro agradeceu pela ajuda dos digiescolhidos mais uma vez.

─ Eu queria ir tanto com vocês, mas eu iria atrapalhar mais do que ajudar. Espero que consigam derrotar o mago sinistro.

─ Não esquenta. Nós derrotaremos ele ─ respondeu Rose.

─ Que horas passa o Trailmon? ─ perguntou Jin.

─ Ele já está chegando.

O trem parou bem na frente deles. As portas abriram, eles entraram e se despediram de Delumon. O Trailmon deu a partida e os domadores foram para o seu próximo destino: o farol de Wisemon.

Enquanto isso, Gold Numemon havia acabado de acordar de um desmaio depois do golpe que levou. Devimon parou na frente dele perguntando o ocorrido. O digimon dourado explicou a situação, por isso que o demônio teve que se comunicar com o seu mestre Wisemon.

─ Senhor, a área W-33 foi invadida pelos digiescolhidos. Eles conseguiram sair da floresta e vieram parar aqui.

─ E Gold Numemon? Aquele imbecil chamou o reforço ou quis dar um de herói?

─ A segunda opção.

─ Então você já sabe o que fazer com ele. Todos aqueles que falharem serão punidos com a pena de morte. Fique à vontade.

Devimon desligou o comunicador e sorriu para Gold Numemon..

...

O carro de Wisemon retornou para a base ou o farol. O mago saiu do veículo e entrou. Um Bakemon assistente avisou que ele tinha visitas no topo do farol. Ele subiu.

Lúcia, sob o efeito das trevas, serviu o homem que estava sentado na poltrona em frente ao painel onde o mago costumava ficar. O homem usava um casaco preto, calça com muitas fivelas e coturnos negros. Ele usava um óculos iguais de aviador e era loiro. Blizzard Daregon agradeceu à sobrinha pelo cafezinho que a garota servia. Wisemon chegou bem no momento.

─ Quase não veio. Que demora ─ disse o loiro.

─ Weiz, não acredito que veio pra cá só pra tomar café.

─ Claro que não. Porém, antes de falar do motivo que eu vim, queria parabenizar pelo que fez com a garota. Parece um vegetal. Ela ainda tem consciência?

─ Hipnotizada. Eu consegui deixá-la em transe.

─ Bom trabalho. Enfim, estou aqui para lhe propor um acordo. Um pacto entre mim e você. Algo que vai interessá-lo muito. Está disposto a ouvir?

Continua...


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