D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 17
O Sacrifício




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CAPÍTULO 094

Passos são dados numa grama verde limão. As flores e folhas dos arbustos balançavam devido ao vento forte que soprava naquele campo florido. Paulo se aproximou do lago cristalino e viu o seu reflexo ali. Ainda era um garoto com os seus doze anos de idade. Ele olha pra trás e vê um baixinho roxo se aproximar dele.

Impmon ficou parado à frente do garoto olhando curioso o que o rapaz tanto fazia. Paulo se levantou e foi até o parceiro e deu-lhe um abraço bem apertado. O digimon ficou surpreso, porém não disse nada. Ele apenas permitiu que aquele afeto se prolongasse por mais tempo. Eles eram muitos apegados desde quando se conheceram. Bom, pelo menos Impmon era um pouco malvado no começo mas logo aprendeu a se comportar. Enfim o abraço parou com a chegada de uma pessoa.

Linx ficou olhando os dois e ficou rindo. A mulher vestia um vestido estampado com flores rosas que ficava muito justo em seu corpo de manequim. Ela chamou a dupla para ir a casa dela.

Tempo depois eles ficaram sentados no sofá bege da sala. O carpete cinza era admirável, além da lareira que aquecia o tempo gélido da primavera. Eles bebiam um chocolate quente preparado por ela.

— Eu sei que o momento é um pouco inusitado para vocês. Eu quero que o nosso relacionamento seja da melhor forma possível — disse ela trazendo um copo com chocolate e sentando numa poltrona de frente ao sofá.

— Tudo bem, Linx. Nós nos conhecemos há algum tempo e sei que é confiável. Gennai falou boas coisas sobre você — disse o garoto.

— Eu trouxe vocês aqui para reafirmar que serei a nova tutora de vocês. Gennai teve que se aposentar desse cargo e agora servirá como admistrador da segurança mundial. Ele vai ser o manda-chuva de tudo. Apesar de já ter o privilégio de se comunicar com o guardião sagrado agora ele poderá decidir o que é melhor para todos.

— Nossa, que barato. Ele vai ser uma espécie de gerente mundial. Vulgo seu chefe — brincou o digiescolhido.

— Correto. Outra coisa que eu queria te dizer é que darei uma festa para todos os meus amigos nesse final de semana e vocês estão convidados. Todos os outros digiescolhidos também foram convidados, portanto vocês são os últimos. É claro que eu quero conhecê-los melhor do que já conheço.

Eles terminaram a conversa e foram lavar a louça que sujaram quando comeram um pedaço de bolo. Aliás vários pedaços.

Antes que eles fossem embora ela chamou o digimon para ter uma conversa particular com ela. Paulo ficou curioso, porém se contentou em ficar na sala. Na sala de jantar uma mesa de madeira deixava o ar pacato do ambiente ainda mais evidente. Além da espada dourada pendurada na parede. Eles se sentaram.

— O que foi agora? — perguntou encarando a mulher com seus grandes olhos verdes.

— Eu te chamei aqui porque eu quero que entenda uma coisa: eu sou a pessoal mais confiável que você pode confiar. Estou falando isso pelo fato de eu sempre estar presenciando o lindo afeto que têm um com outro. Esse jeito de chamar um de pai e o outro de filho é... sem palavras...

— Aonde quer chegar?

— Eu só quero dizer uma coisa. Esse afeto que vocês têm vai muito mais além do que uma simples amizade de dois amigos ou irmãos. Eu sinto que você, Impmon, tem algo que vai muito além que é sempre demonstrado. Não sei o que é mas eu sinto isso — o digimon se levanta da cadeira um pouco incomodado com a afirmação dela — desculpa se estou sendo intrometida numa relação de anos. Contudo você deve saber melhor do que eu que há algo muito maior por trás disso e que você esconde, pois quer preservar o garoto. Eu entendo perfeitamente.

— N-não sei do que está falando, ta bom? O Paulo é apenas o meu parceiro e só. O que sinto por ele é apenas carinho, nada mais — disse o baixinho indo embora dali e deixando a mulher lá.

"Eu só quero que o Paulo seja feliz ao meu lado. Não quero magoá-lo, só quero o seu amor. O meu querido filho" — pensou ele.

 

 

— Acorda logo — disse Witchmon jogando um balde com água na cara de Beelzebumon.

Beelzebumon acordou com o contato frio do líquido em seu rosto. Ele estava preso numa cadeira metálica, parecida com a cadeira elétrica, com um tipo de algema nos punhos que ficavam atrás. No seu pescoço uma coleira inibidora, que anulava todos os seus poderes e até mesmo força bruta. Ele olhou e viu que o seu menino estava há poucos metros dali amarrado numa cadeira comum e com cordas nos braços e pernas. O local era escuro, úmido, com muitos entulhos ao fundo. Astamon apareceu diante dele.

— O que fará conosco? — perguntou ainda zonzo.

— Vocês farão parte desse show. Eu já expliquei que uma coisa importante vai acontecer esta noite. O rapaz é um digiescolhido então qual seria o motivo de eu soltá-lo? Sinceramente às vezes acho que você é burro ou com um nível de QI abaixo da média. Não seria óbvio? Um digiescolhido, um vilão o capturando, cem latões de gasolina e uma bomba com contagem regressiva?

Beelzebumon olhou para os lados e viu inúmeros latões com um fio saindo debaixo deles e indo até uma bomba relógio sobre um barril. Era assustador estar ali. Como conseguiriam escapar de uma situação como essa? Não havia a menor chance de fugirem de um local assim e na situação que se encontravam.

— O que fez comigo? Por que eu não consigo me mexer corretamente e sinto como se o meu corpo estivesse pesado? — perguntou tentando se mover, porém sem sucesso.

— Isso no seu pescoço é que faz ficar assim. Chama-se coleira inibidora. Ela tem um chip que permite inibir todos os poderes de um digimon não importa de que nível ele se apresente. Você é um nível final, portanto continuará inibido do mesmo jeito se você fosse um bebê. Quanto ao meu plano eu preciso tomar a providência para iniciá-lo. Uma ligação será necessário para isso — ele retirou um celular do bolso do terno.

— O que pretende fazer? Explodir a gente? — perguntou Paulo na outra cadeira.

— Estão vendo aquele dispositivo parecido com um cofre bem ali? Aquilo lá é um detonador com contagem regressiva. Ele vai detonar e explodir todas as dezenas de barris que estão aqui. Depois eu assistirei de camarote no meu dirigível a explosão e os fogos de artifício. Portanto fiquem em silêncio e apreciem os seus últimos instantes.

O vilão sai daquele lugar escuro sendo seguido pelos outros dois capangas. Depois de algum tempo as luzes são acesas dando a chance de identificar o ambiente. Era um depósito de ferro velho, cheio de carros ou carcaças. O menino olhou para uma direção e viu algumas cadeiras e vários monitores. Ali era algum esconderijo.

Astamon saiu do lugar. Ele sorriu e ligou.

— Alô, meu amor?

— Astamon onde você deixou as crianças? Não fez nenhum mal a elas?

— Linx, por que eu faria isso? Até parece que não me conhece. Enfim você terá uma chance, uma única chance para salvá-los. O jogo é o seguinte: cada digiescolhido e seus parceiros estão cativos em lugares diferentes. Como são cinco então são cinco lugares. A sua missão é salvá-los de um por um antes de sessenta minutos. Cada cativeiro terá uma bomba relógio com 1 hora de duração. Se conseguir desarmá-las a tempo eu juro que eu os deixo em paz e nunca mais faço nada contra eles. O que acha da minha proposta?

— Como saberei as localizações, se eu não tenho nenhuma referência? E Nova Digicity é gigantesca.

— O primeiro digiescolhido está no Garden's lá naquela avenida chique onde só vende roupa de grife. Tem uma loja com fachada vermelha e um desenho de um sapato vermelho. Se for para lá já sabe achar os demais. E Linx, nada de truques. Se eu descobrir que alguém está te ajudando eu juro que os mato sem pestanejar — ele desligou e quebrou o aparelho na mão — vamos embora. Já estou sentindo nojo de ficar neste lugar. Sabia que aqui era o ninho de rato da Liga Negra?

— Chefe o que pretende? — perguntou Witchmon.

— Digamos que o guerreiro astuto mata o coração, não o corpo. Encomende uma coroa de flores.

— Para que? — perguntou ela confusa.

— Ocorrerá um velório e preciso mandar as minhas condolências — acionou o detonador regressivo.

Linx abriu um compartimento interno da sua moto e viu uma maleta. Ela pegou e viu seu equipamento anti-bomba. Colocou novamente a maleta e foi embora com o veículo. Acelerou o mais rápido possível.

60:00min

59:59min

59:58min

...

54:35min

Avenida Garden

Enquanto isso, Rose e Palmon se encontravam presas da mesma maneira. Um detonador fazia a contagem regressiva e cerca de cinco barris de gasolina estavam prontos para explodir. Palmon estava presa com uma coleira inibidora da mesma forma que o parceiro de Paulo. A garota se manteve calma e apenas tentava encontrar algo cortante que desse para tirá-la das amarras. O lugar era uma loja de roupas de grife, porém o lugar em que estavam era no provador. Rose num provador e Palmon num outro.

— Palmon aguente firme eu preciso me soltar para salvar a gente. Deixa comigo amiga — falou a garota.

— Como vai nos salvar, Rose? Nem sabe desamarrar o nó do seu tênis quanto mais uma corda firme como esta — disse a digimon um pouco fraca.

A garota ficou furiosa com a insinuação da parceira, mas tentou manter a calma. Não sabia como sair da situação que se encontrava. Mesmo assim continuou tentando.

Linx estacionou a moto na entrada da loja e entrou correndo. Com certeza não havia muito tempo para pensar. Ficou vendo em meio a roupas, cabides, provadores até ter a ideia de chamar gritando. Rose naturalmente escutou e pediu por ajuda. A mulher encontrou a digiescolhida e sua parceira.

— Meu Deus vocês estão bem? — ela retirou um pequeno canivete do bolso da capa cinza e cortou as cordas.

— Eu estou. Só não sei como soltá-la — disse ela apontando para o pescoço da parceira.

— Coleira inibidora. Isso é usado nas prisões para retirar a força do digimon. Eu sei como tirar isso — ela correu até a sua moto e voltou com a maleta — isso vai ajudar.

Ela pegou algo que parecia uma pequena pistola laser branca, mas que ficava vermelha por dentro. Regulou a força, apontou na direção do pescoço da digimon e atirou. Rose levou um susto, mas ficou aliviada ao ver sua amiga em liberdade.

— Palmon — abraçou a parceira — Linx acho que os outros também estão presos em outros lugares nesta cidade. Eu só queria ajudar. Porém o meu digivice foi destruído...

— Não importa, garota. O Gennai tem um outro estoque, ele consegue depois. Eu vou tirá-las daqui o mais depressa possível — ela digitou algo no notebook e apontou a tela na direção das duas — vocês não podem ficar aqui neste mundo perigoso.

Rose viu a mulher e se despediu. Foi embora junta da parceira para outro lugar.

Assim que a digiescolhida foi embora ela recebe um email mostrando o endereço do próximo digiecolhido em que ela salvaria. Depois de alguns minutos desarmou a bomba.

47:45min

...

Ginásio Marshall

Ruan olhou para os digimaus que estavam vigiando. O garoto e Hagurumon ficaram cativos num ginásio de esportes na parte sul da cidade. Era um lugar bastante espaçoso, com arquibancadas que lembrava um ginásio de voleibol, uma quadra que também lembrava uma quadra de vôlei. Vários barris espalhados e um grupo de Soulmons vigiando. Hagurumon como não tinha pescoço teve seu corpo envolvido por um anel inibidor.

— Hagurumon, você está bem?

— Ruan, eu preciso de energia estou sem energia — disse o digimon deitado no chão com os olhos bem abertos — não consigo me mover.

— Aguenta firme, amigão. Vamos sair dessa — falou o garoto descrente com sua afirmação. Afinal era uma bomba que estava na sua frente.

Os Soulmons vigiavam o lugar até que um deles some repentinamente. Minutos depois reaparece. Os outros não entendem nada, porém não dá tempo. Linx retira o disfarce e começa a atirar com a sua arma laser matando cada digimau. Assim que acabou com os inimigos pegou sua espada e cortou as cordas que prendiam o garoto. Depois libertou o pequeno Hagurumon.

— Te ajudaremos — disse o rapaz.

— Não. É melhor vocês saírem daqui o quanto antes. Eu vou abrir um portal para tirá-los daqui e mandá-los para um local seguro.

— E você?

— Ruan não se preocupe comigo. Eu preciso salvar os outros — ela abre um portal e manda-os para um outro lugar. Logo depois ela desarma a bomba. Em seguida outro email é enviado.

38:55min

...

Catedral Digicity

Betamon estava desacordado no chão com um anel inibidor. Sua parceira tentava de todas as maneiras se soltar. Eles estavam presos na capela da catedral. A bomba foi colocada no confessionário, que não era muito longe dali. A garota lembrou que os vilões lhe tiraram o digivice, porém o celular ainda se encontrava dentro do bolso da calça dela. A prova final para desmascarar Barbamon de uma vez por todas.

— Eu nunca imaginei em todo esse tempo que aquele velho poderia fazer uma covardia dessa conosco. Eu me sinto na responsabilidade e na obrigação de revelar a verdade. Se eu conseguir me soltar e sair daqui eu juro que a primeira coisa que eu vou fazer é dizer tudo aos outros.

Ela olhou e viu que marcava um pouco mais de meia hora para acabar a contagem.

Linx estacionou a sua moto perto da igreja. Ela saiu correndo levando consigo a sua maleta com os equipamentos essenciais para desarmar a bomba. Dois soldados mecânicos — da mesma linhagem que os policiais de Digicity — ficavam de guarda na frente do lugar. A mulher retirou da maleta um dispositivo parecido com uma bola de gude, porém de coloração preta. Atirou contra os robôs. Eles olharam o que era até que de repente a bolinha explodiu causando uma descarga elétrica neles.

— Eu ajudei a construí-los. Sei muito bem como destruir — entrou na igreja e foi procurar os dois reféns.

Ela primeiro encontra a bomba em contagem regressiva. Ela decide desarmar primeiro. Com alguns cliques no seu notebook ela consegue fazer isso e finalmente livrar a digiescolhida e seu parceiro do perigo. Só depois que encontrou os dois na capela da igreja.

— Linx eu nunca pensei que você nos salvaria — disse a menina abraçando a outra.

— Não tenho tempo para falar contigo. Faltam apenas dois digiescolhidos pra salvar. Escuta você precisa sair daqui o mais rápido possível. Este lugar está muito perigoso para vocês. E falta muito pouco para as bombas explodirem.

— O meu digivice foi destruído e tem outra coisa importante pra dizer a todos...

— Eu sei muito bem do que se trata — Mia ficou pasma com a notícia — Não tenho muito o que falar. Este portal vai te enviar para um local seguro.

A mulher colocou a tela do aparelho na direção deles. Mia foi entrando no portal e viu Linx sair do seu campo de visão. A mulher apenas viu a escolhida e o parceiro irem com segurança.

29:50min

...

21:18min

Jin estava preso numa cadeira e amarrado como estavam os outros. Olhou para o lado e viu seu parceiro desmaiado com o anel inibidor. Mushroomon estava desacordado e largado ao chão para o desespero do japonês. O nerd olhou para os lados e viu vários computadores como se fosse uma lan house. A sala era bem arejada com portas de vidro e janelas em vidraça enormes. Ali era um prédio de cinco andares que ficava no centro da cidade. Alguns digimaus perambulavam pelo prédio.

Linx olhou seu relógio de pulso e viu que marcava menos de vinte minutos. Era uma corrida contra o tempo. O céu estava escurecendo e a noite tomava conta. As luzes da grande cidade começaram a se acender. Ela viu o prédio moderno à sua frente. Desceu imediatamente e levou consigo sua maleta.

O digiescolhido chamava baixinho o seu parceiro, porém sem sucesso. Remexeu os braços na tentativa de se soltar. Lembrou de algo e começou a mover as pernas. Um pequeno canivete caiu sobre os tênis dele. Jin sempre carregava esta arma quando ia ao digimundo. Até parece que estava adivinhando.

— Beleza — havia um birô atrás dele com um computador em cima. Ele jogou o canivete até cair na mesa. Ele se afastou um pouco para trás e tentou pegar. Conseguiu e começou a roçar a arma contra as cordas. Em poucos segundos conseguiu libertar as mãos e depois as pernas — Amigo eu vou te ajudar.

O rapaz segurou seu parceiro no braço e tentou fugir. Vários guardas vestidos de ninjas negros estavam vigiando o local. Era praticamente impossível passar por um corredor sem ser visto.

Linx segurou um dispositivo parecido com uma mini lança que saiu de uma arma. Ela atira e lança contra a parede entre dois guardas e solta uma fumaça fazendo os dois desmaiar. Ela corre pelo corredor e ai passando de porta em porta. Uma estrela quase lhe corta o braço. Vários ninjas das trevas aparecem. Ela, sem se intimidar, pegou a sua espada de ouro e ficou pronta para a batalha.

— Capangas do Myotismon trabalhando para o Astamon. Bando de vermes eu vou acabar com cada um de vocês em menos de um minuto — foi dito e feito. Ela foi pra cima deles com todas as forças. Usou a sua espada para golpeá-los. Com o fio da lâmina ela os perfurava e os cortava.

O garoto foi arrastando o seu parceiro até chegar numa outra sala. Esta na verdade era um pequeno depósito de computadores antigos. Escondeu-se sob uma mesa até que viu a maçaneta girar. A apreensão aumentou até que viu Linx entrar.

— Linx que bom que você veio — disse ele com muita alegria — Só queria ajudar o Mush. Parece que este objeto funciona com um chip.

— Eu sei como retirar isso. Eu só vou apontar este laser nele que vai soltar em pouco tempo — ela destruiu o anel libertando o pobre cogumelo. Ele acordou um pouco confuso — agora não temos tempo. Vocês precisam sair daqui o quanto antes para eu poder salvar o Paulo e o Beelzebumon.

— Eu queria ajudar, porém fiquei sem digivice... peraí eu sei de uma coisa. O backup do programa que você instalou ficou no meu computador. Eu salvei o arquivo e deixei numa pasta na área de trabalho.

— Quando vocês encontrarem Gennai é só transferir o meu programa para os aparelhos substitutos que vai dar certo. Jin você foi de grande ajuda. Eu quero que saiba que eu fiquei muito agradecida por tudo. Agora vá — o portal é aberto e os dois entram por ele deixando-a sozinha.

Ela correu pelos corredores na tentativa de sair do prédio, mas foi surpreendida por uma explosão. NeoDevimon apareceu diante dela. A mulher não saberia como vencê-lo, pois era muito forte. Então ela entrou numa outra sala e pulou a janela caindo de uma altura de quatro andares. Conseguiu pousar no chão confortavelmente, porém outros ninjas das trevas perseguia. Ela pegou a espada e ficou lutando até aparecer o digimau atrás dela. Ele tentou desferir um golpe com as suas garras, entretanto ela se defendeu com a lâmina. Ela caiu afastada e largou a espada. Olhou para os lados e pegou uma bomba ninja de fumaça branca. NeoDevimon viu apenas uma densa fumaça branca e uma espada dourada no chão. A mulher havia fugido.

13:44min

...

Naomi ainda não desistiu de arrancar algum segredo relacionado aos digimons. Ela vivia perseguindo Takeru aonde ele fosse dentro da escola. A professora aproveitou que o loiro estava sozinho na sala, arrumando o material, e entrou. O professor escutou a porta da sala se fechando, olhou para o lado e viu a mulher se aproximando.

— Naomi Matsunaga. Veio aqui tentando falar a respeito dos digimons. Pensei que eu já tivesse esclarecido tudo — disse ele colocando os materiais dentro da mochila.

— Eu não fiquei convencida daquela historinha patética que você me contou. Eu acho que a verdade é apenas uma. A verdade é que você tem alguma ligação com os digimons e eu preciso saber — ela começou a se aproximar.

— Acredite no que quiser, Naomi. Eu não tenho motivos para ficar te explicando ou justificando. Eu falei que quando era criança já vi digimons em Odaíba. O que mais quer que eu te diga?

— Professor Takeru, você e sua noiva guardam algo mais além do que apenas ter contato com os seres digitais — ela se aproximou tentando por a mão sobre o rosto dele, porém o homem se afastou — eu sei que está mentindo.

— Quer saber de uma coisa. Você está irritante, Naomi. Acredite no que vier na telha. Pra mim não importa o que você pensa. Tchau...

— Já que não quer me contar eu vou descobrir por conta própria, professor Takaishi. Saberá que a pior escolha é não me ter contado. Pois bem, haja o que houver eu arrancarei essa verdade. É só uma questão de tempo — ela saiu bufando e bateu a porta.

T.K viu que não podia confiar nessa Naomi. Teria que ter mais cuidado a partir de então.

...

5:01min...

4:03min...

3:39min...

Paulo chorava de emoção ou medo. Emoção por estar prestes a morrer junto do seu parceiro e medo porque nunca mais iria ver seus familiares, seus amigos etc. Beelzebumon sentia-se um tanto responsável pelo perigo que o garoto corria no momento. Ele pensava que se tivesse impedido o rapaz de voltar ao digimundo não teriam que passar por isso. Agora era tarde demais para pensar no que já passou. Ele queria fazer algo, porém era impossível com aquele anel inibidor no pescoço.

— Parceiro — disse Paulo com lágrimas nos olhos — lembra-se daquela vez quando você ainda era um Impmon danado de ruim e que me desobedecia? Daquela vez em que você colocou fogo no lençol da minha cama e eu levei a culpa porque a minha mãe tinha achado que fui eu.

— Eu me lembro. Como poderia me esquecer daquele tempo?

— Eu fiquei lembrando da outra vez em que a mamãe te viu pela primeira vez. Ela quase teve um treco quando levantou o lençol da minha cama e viu que tinha um "monstrinho" deitado lá. Se lembra que ela quis te bater com a panela de pressão? Bons tempos. Principalmente depois que nos entendemos e ficamos amigos de verdade. Aí foi que entramos para o grupo do mal liderado pelo Ray e por fim nos juntamos a Mia e os outros. Se esse tempo voltasse eu agradeceria muitíssimo.

— Se eu pudesse fazer alguma coisa para não vê-lo triste desse jeito — disse o digimon também chorando. Muito raro se tratando de alguém forte como ele.

2:15min...

Linx parou a moto e saiu correndo o mais rápido possível até chegar no ferro velho da cidade. Ela avistou um tipo de depósito ou armazém abandonado e foi até lá. Ela abriu o portão e correu até chegar num corredor escuro e úmido. Arrombou uma segunda porta e viu o digiescolhido mais seu parceiro cativos. Muitos latões de gasolina estavam espalhados por todo o salão. Ali era o esconderijo da antiga Liga Negra.

— Oh meu Deus, Paulo! — ela correu e pegou a sua faquinha que levava sempre. Desamarrou o garoto. Faltava menos de um minuto para que tudo fosse pelos ares. Ela conseguiu retirar o anel inibidor e Beelzebumon recuperou toda a sua força.

— Agora eu vou destruir essa porcaria — disse o digimon se referindo a bomba. No entanto foi impedido por Linx que alegou que seria pior. Ela se voluntariou em desarmar.

— Linx, não fica aqui. Isso vai destruir em quarenta segundos. Vem logo — disse Paulo com receio.

— Não se preocupe. Estou indo logo atrás de vocês. Paulo eu consigo desarmá-la em pouco tempo. Tudo bem — ela abraçou o menino e disse ao outro — prometa que nunca vai decepcionar o garoto. Eu tenho certeza que sim, você é a pessoa que mais gosta desse menino. Fico orgulhosa. Agora vão.

Beelzebumon por um momento entendeu o recado dela e colocou o menino nos braços. Correu o mais rápido que pode. Derrubou uma ou duas paredes para poder sair do local.

Linx sentou na cadeira e jogou seu notebook no chão. Não dava mais tempo de desarmar a bomba. Faltavam dez segundos. Ela abaixou a cabeça e olhou para o teto onde dava para ver algumas estrelas, pois tinha uma parte sem o teto. Ela viu as estrelas e disse para si mesma:

— Desculpem-me por isso, foi necessário... Agora é com vocês meus amigos digiescolhidos — ela fechou os olhos e aguardou o fim.

0:03min...

0:02min...

0:01min...

0:00

Beelzebumon conseguiu sair do ferro velho com o parceiro nos braços. Entretanto ainda assim foi surpreendido com uma super explosão que partiu do depósito e foi se espalhando criando assim uma onda de choque poderosa que arrastou os dois para vários metros. O lorde conseguiu proteger muito bem o seu parceiro.

Paulo lembrou que Linx ainda tinha ficado lá dentro quando se desesperou. Ele quis de todas as formas se desvencilhar do parceiro que insistia em abraçá-lo. Paulo se contorcia o máximo que podia, porém era impossível se soltar de Beelzebumon.

— Me solta! Me solta! Eu quero ver a Linx! Ela... não pode ter morrido. Ela não pode ter morrido assim — o rapaz chorava sem parar — ela não... ela não...

— Paulo fica calmo é perigoso chegar perto do fogo. Calma, depois a gente vai lá ver — disse o outro tentando acalmar o garoto.

Nesse dia os digiescolhidos tiveram certeza que não poderia derrotar o inimigo. Pelo menos não agora.

Enquanto isso...

— Que belos fogos de artifício — falou Astamon olhando através do binóculo a explosão. Ele estava no dirigível — Agora eu to com fome. Eu quero comer uma comida bem chique para comemorar a minha vitória sobre os pirralhos.

Minutos depois ele estava numa mesa sendo servido por Witchmon que trazia uma bandeja. Ela retirou a tampa e viu algo pavoroso. Era um polvo cru com ao que parecia purê de batata e outras verduras.

— Um vilão como eu deve comer algo de qualidade, não uma porcaria como essa — ele atirou a bandeja na cara da bruxa deixando-a toda suja.

Barbamon chegou até ele bufando de raiva. O velho queria os digiescolhidos mortos, porém não foi isso que aconteceu. Então ele ficou frente a frente de Astamon e destruiu a mesa com todos os pratos que estavam em cima.

— Eu te libertei daquela prisão nojenta para acabar com a vida dos desgraçados! Mas você acabou matando a infeliz da Linx. Você ficou maluco?! A pirralha vai me entregar!

— Acalme-se, seu velho imundo. O meu plano sempre foi matá-la. Desde o início eu queria atacar o coração deles. Consegui. Previ que isso aconteceria. Agora eles ficarão sem esperança alguma e ficarão temerosos. Daí eu darei o meu bote final. É só uma questão de tempo — o vilão saiu da frente do velho — você vai ficar por aqui. Não quero que esteja perto de mim quando eu colocar o meu plano em prática. Adeus, Barbamon.

Barbamon olhou pela janela e viu as luzes da cidade. Percebeu que a aeronave estava pousando em algum lugar. Ele, por sua vez, não sabia o que fazer. Talvez se esconder dos digiescolhidos por um tempo, quem sabe.

Continua...


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