D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 147
Início da Revolução




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A ilha de fogo despencou de uma grande altura, partindo-se em duas partes graças ao poder do governador. Ele explodiu o núcleo dela e assim uma rachadura partiu. A queda livre pegou todos de surpresa, e pelo tamanho da queda com certeza mataria qualquer um dos digiescolhidos ou digimons.

Paulo e Monodramon, na forma Justimon, aumentou seu braço direito e desceu até o fundo de um pedaço da ilha. Segurou com pouca dificuldade.

— A outra metade precisa estar segura — disse Justimon.

— Nem precisa lembrar — falou Beelzebumon aparecendo embaixo da ilha. — Ainda tenho força suficiente para salvar todos.

Paulo sorriu ao ver o pai tomar a iniciativa. Os outros digiescolhidos foram salvos pelos digimons alados como Pidmon e RizeGreymon. Os reféns não caíram.

— Idiota — resmungou o Chanceler.

Os pedaços da ilha pousaram com segurança numa região semi-árida, com alguns planaltos e canyons. Todos festejaram por terem sido salvos a tempo. Os digimons ainda no alto da ilha comemoraram, mas logo perceberam que a ilha foi completamente tomada pela lava. Meramon pediu a todos que saíssem de lá e fossem para terra firme.

— Deixo com vocês, digiescolhidos.

— Obrigado por tudo, Meramon. Leve-os pra um local seguro — disse Aiko.

Meramon acatou o pedido do garoto e levou todos os digimons que trabalhavam na fábrica para longe dali. Refugiaram-se para trás de um pequeno morro, uns 500 metros dali, longe o suficiente para não se ferirem. Nesse ínterim, Lúcia pediu para Coronamon ir com ele, mas o pequeno decidiu ficar e ajudar a luta contra o inimigo.

— Eu tenho algumas coisas em comum como Chanceler. Bem mais do que imaginam.

— Como assim? — indagou Lúcia.

— Depois eu explico com mais detalhes. Primeiro vocês precisam acabar de vez com AncientVolcamon.

Por falar no monstro, ele surgiu entre alguns destroços de pedra no chão. Apesar da queda, teve apenas arranhões superficiais e logo ficou em pé.

— Estão falando de mim, hein? Estou escutando a voz desse lixo do Coronamon, que decidiu me trair nos 45 do 2° tempo. Ele é uma cobrinha que pica por onde passa, fez isso comigo e fará com vocês.

— AncientVolcamon, você é estúpido?

— Huh?

— Acreditou por um segundo que uma queda dessa seria suficiente para acabar com eles? Nem mesmo 5 governadores foram capazes de matar esses humanos, sobretudo agora que o líder deles evoluiu.

— Fique calmo, Chanceler. Eu juro que derreterei cada um com o meu poder devastador.

O calor em volta do governador aumentou e formou uma aura de fogo que dava para sentir a centenas de metros. Justimon pediu a todos que se afastassem e buscassem um local mais seguro, pois os demais digimons estavam quase esgotados.

— Eu dou cobertura caso aquele chanceler atrapalhe — disse Beelzebumon bastante categórico, irritando Strabimon.

— Obrigado, meu pai. Vamos combinar as nossas forças para acabarmos de vez com esse governador falastrão.

AncientVolcamon não esperou muito para fazer a lava da sua cratera jorrar na direção dos dois. Ambos fugiram para lados opostos e evitaram ser queimados. Beelzebumon confirmou que daria cobertura a Justimon, se for possível segurando o Chanceler.

— Ótimo. Aí vamos nós — Justimon voou pra cima do vilão e deu um soco na resistente carapaça. Antes disso Major entrou como uma tartaruga e logo depois de ser atingido rolou feito uma bola.

— Seguinte, gente. Enquanto eles lutam ali, vamos debater como invadiremos as duas últimas ilhas — falou Aiko tomando a dianteira.

— Se aproveitarmos que até o Chanceler está aqui com certeza a nossa entrada nelas não será tão difícil como foi da última vez — respondeu Mia.

— Exatamente. Precisamos tomar uma decisão sem o Paulo e enviarmos um grupo com três digiescolhidos para a região da penúltima ilha. O que acham?

— Concordo plenamente contigo, Aiko. — Lúcia segurava o digimon de Ruan no braço.

Aiko pediu ajuda de mais dois digiescolhidos na missão para invadir a penúltima ilha, ele mesmo foi o primeiro a se voluntariar. O outro grupo ficará sob a supervisão de Slash e Paulo.

— Eu vou. Betamon está um pouco enfraquecido, mas a última informação que eu soube era que havia um mar flutuante lá. Nada como lutarmos no nosso quintal. O que acha, parceiro?

— Estou de acordo, Mia.

— Nós também vamos.

— O quê? Palmon? Desde quando você decide por si mesma?

— Ah, fala sério, Rose. Eu quero muito ter que lutar.

— Sim, mas...

— E se levarmos em conta o nível de força de cada governador, a penúltima ilha é a mais fácil de se sair com vida.

— Eu sei, faz sentido, mas...

— Então tá decidido. Nós seis seremos responsáveis pela próxima ilha — concluiu Aiko.

— Ei, não decida ainda! — resmungou Rose.

Uma explosão chamou a atenção de todos. Foi um poderoso choque de poderes entre Justimon e AncientVolcamon.

— Garotos, então tá decidido. Querem esperar o Paulo terminar?

— Não, Slash. Preferimos sair logo. Não podemos perder tempo aqui.

— Certo. Não demorem naquela ilha e sejam cuidadosos. O próximo governador será tão poderoso quanto Major.

Os três (Rose sendo obrigada) se despediram do grupo e subiram em RizeGreymon. Este voou para longe, mas foi observado pelo Chanceler.

— Não vão fugir — falou o Chanceler tentando impedir a ida deles.

— Esqueceu que estou aqui? — Beelzebumon se meteu na frente.

— Você tem coragem admirável. Não me force a ficar na minha forma de Merukimon, porque vai se arrepender.

O grupo do Aiko subiu em direção à ilha controlada pelo último governador.

...

Palácio de Gelo, Montanha Gelada

Ranamon conseguiu fugir da cela, libertou o prisioneiro secreto e descobriu que o Chanceler tem um irmão gêmeo Strabimon. Este era completamente diferente na personalidade, com a covardia sendo o maior aspecto dele. Fugiram para o mais fundo possível da montanha — que possuía centenas de passagens.

A fuga foi notada pelos capangas do vilão, incluindo o mordomo Norman, e assim vários digimons foram atrás deles. Na fuga, Strabimon correu com medo de morcegos e esbarrou num verme gigante carnívoro. Ele deu um grito.

— Maldita minhoca gigante — disse Ranamon. — Agora virei babá de um digimon covarde.

Ela se preparou para a batalha contra o verme. Sem a ajuda do lobo covarde, ela teve uma certa dificuldade de derrotar o monstro.

— O que faremos?

— Esse monstro deve possuir um nível adulto ou maior. Não consigo fazer um arranhão sequer... Melhor a... ELE FUGIU DE NOVO!

O digimon correu imediatamente deixando a princesa sozinha naquele lugar. Morrendo de medo, sequer olhou para frente, escorrendo no chão liso que se inclinava como um tobogã. Ele escorregou por vários metros.

— Maldito. Eu devia ter deixado ele preso — disse Ranamon correndo do monstro.

Num certo momento ela parou numa bifurcação e escolhou um caminho aleatório que dava para uma ponte feita de tábuas e cordas. Havia um abismo negro no fundo. Ao ver o verme ficar próximo, correu pela ponte, mas caiu quando o monstro tentou passar. Ele caiu comtudo no fundo e a ponte apenas ficou presa pela outra extremidade. Por sorte, ela se segurou firme e assim subiu pelas cordas até chegar ao topo.

No outro ponto da montanha, Strabimon se perdeu completamente num lugar completamente branco do grlo. Tudo era de gelo, literalmente. Caminhou por um tempo nos corredores de gelo quando viu algo impressionante.

— Uau!

Um bloco de gelo com uns três metros de altura por um e meio de largura. Havia uma pessoa congelada dentro e um tipo de fio negro que entrava nesse bloco de gelo. O fio ia até o rosto do homem — que Strabimon deduziu não ser um digimon — e parecia um aparelho respirador.

— Quem é esse?

Ranamon perdeu o lobo completamente de vista. Escondeu-se ao ouvir burburinhos.

— Sinceramente, vocês são um bando de incompetentes. Até minutos antes nós tínhamos dois presos de extrema importância, agora nada!

— Desculpe a gente, senhor mordomo.

— A sorte de vocês que o mestre Wolfgang está ajudando o governador Major. Ai de vocês quando ele voltar. Querem morrer?

— Não senhor.

— Pois encontrem aquele Strabimon e aquela Ranamon imediatamente! 

As sombras eram de Norman e alguns digimons da guarda que desceram para as buscas. A Ranamon reconheceu o antigo mordomo do seu pai adotivo.

 

Capitólio, Rua das Flores

O grupo de Jin conseguiu passar pela polícia da capital mundial. Quando entraram na famosa estrada das flores, saíram do carro e passaram a caminhar sem serem descobertos.

De fato a vida em Capitólio era incrivelmente rica e desenvolvida. Digimons e humanos convivem com o regime autocrático de Merukimon com os mais altos índices de desenvolvimento. Casas eram grandes e luxuosas, árvores raríssimas, flores de diversas cores, cidadãos conversando tranquilamente... Essa era a vida luxuosa e calma dos capitolianos. Claro que toda essa paz e prosperidade só existia à custa do sofrimento de milhares de digimons no resto do Digimundo.

— Temos pouco tempo antes que sejamos descobertos — disse Jin observando o cronômetro no seu legacy.

— Estamos perto. A central deve ficar naquela colina — apontou Freezemon.

Por um instante Mushroomon se distraiu com as belezas do local e ficou maravilhado com a famosa "Cortina de Pétalas": várias pétalas voando espalhadas sem caírem no chão. Jin chamou a atenção do seu digimon para que não se distraísse.

— Ainda não acredito que existe um lugar desse no coração do governo do Chanceler. É como se todas as riquezas do mundo inferior estivessem aqui — falou Freddy.

— Ainda não sabemos do Panjyamon — disse Jin.

— Conhecendo aquele lá tenho a quase certeza que ele foi tentar salvar a princesa — respondeu Freezemon.

 

Suprema Corte

Nas escadarias do poder judiciário de Capitólio um confronto estava prestes a começar. De um lado Tactimon, o general número 1 do governo, desmascarou Flawizarmon. Do outro, o mago de fogo encurralado com as forças de segurança de Merukimon. A participação no complô para derrubar o governante foi descoberto pelo homem mais poderoso do governo depois do próprio Chanceler.

— Vamos resolver esse impasse de uma maneira justa e diplomática. Será preso e em troca diz a localização dos digiescolhidos.

— Parece que você é mais inteligente do que eu imaginei, Tactimon. Como descobriu?

— Ainda subestima o poder do Chanceler? Dentre os governantes, ele possui uma rede sofisticada de software capaz de detectar um mínimo distúrbio na cidade. O seu acesso num computador militar não passou despercebido. E como ele e nem eu somos bobos, presumimos que você mandou uma mensagem aos digiescolhidos na ilha do governador Akenathon. 

Tactimon desceu alguns degraus forçando o outro a descer um pouco mais. Porém, os soldados ficaram atrás e impediram de ele retroceder mais.

— Não necessariamente conheci os digiescolhidos, mas quando fui atrás do núcleo no deserto conheci um homem que se transformou em Justimon e pude ver a sua enorme determinação em impedir que o objeto caísse nas mãos do Imperador Lucemon. Se um homem foi capaz de ir até o fim para conseguir o que quer, imagine os próprios digiescolhidos. Será que eles estão tramando alguma coisa enquanto estamos aqui? — o general deu um sinal para que os guardas da cidade ficassem ainda mais alertas. — Mas eu não tenho interesse em lutar contigo. Seria uma derrota muito fácil.

Ele pediu aos guardas para prenderem o juiz. Sem saída, Flawizarmon fez surgir duas bolas de fogo das mãos e criou um vórtex flamejante que assustou os soldados.

— Ele tem coragem de desafiar a todos. De fato é um dos três digimons subordinados de Gennai que lutaram no passado — informou Pajiramon.

— Você sabia dessa informação? — falou Shakkamon.

— Eu tinha as minhas desconfianças. No passado havia três digimons justiceiros que lutavam contra o mal. Um era Flawizarmon, outro um Coronamon e o terceiro um Strabimon.

— Igual o nosso mestre?

— Sim. O tal Coronamon desapareceu sem deixar rastro, Flawizarmon está na nossa frente e o Strabimon... o próprio Chanceler.

Shakkamon ficou chocado com a informação de Pajiramon.

O vórtex foi destruído com o poder do general, mas o digimon havia desaparecido.

— Ele não foi muito longe. Encontrem-no!

Os guardas obedeceram imediatamente a ordem. Todos se espalharam na busca pelo o agora criminoso Flawizarmon.

O mago de fogo correu sobre os telhados das casas na direção limite da cidade — que ficava na Cortina de Pétalas. Sua intenção era de se encontrar com os digiescolhidos e juntar forças com eles. Entretanto um carro foi lançado por alguém e atingiu o digimon em cheio. Por sorte ele usou um escudo de fogo para amenizar o impacto.

— Quer dizer que hoje vamo caçá uma formiga irritante? — disse Gladius Bearmon.

Flawizarmon tentou fugir para se salvar de algum poder absurdo daquele urso polar marombeiro. Este pediu aos seus subordinados para encontrarem o fugitivo.

— Preciso sair daqui. Mas como vou pela estrada das flores com aquele monstro no caminho? — disse escondido na copa de uma árvore.

Alguns guardas foram derrotados na fronteira da cidade, perto da montanha de gelo. Panjyamon atravessou o escudo protetor, recebendo a ventania gelada no rosto. Com uma capa preta protegendo-lhe do frio ele procurou uma passagem secreta no sopé da montanha. O seu desejo era reencontrar Ranamon e salvá-la do castelo de Meriukimon.

...

As poderosas técnicas de Justimon tornaram-se superiores ao grande poder de AncientVolcamon. Isso foi evidente quando a fusão entre Paulo e Monodramon atravessou uma rajada de lava e conseguiu acertar em cheio o rosto do digimon que rolou feito uma bola de sinuca. Aquele movimento foi suficiente para atordoar o governador, até então invencível.

Os trabalhadores da fábrica se esconderam numa caverna abandonada com a ajuda de Meramon. Durante a batalha final entre Justimon e Major muitos pedregulhos eram lançados e caíam perto dali, por isso o digimon de fogo ajudou os trabalhadores quando alguma pedra caía; ele queimava as pedras com o máximo do seu fogo.

— Vamos morrer — lamentou um digimon pássaro.

— Não se desespere, amigo. Tenho certeza que o governador será derrotado em breve.

A batalha criava tremores intensos, assustando a todos.

No grupo que ficou, toda a atenção ficou na luta final. Lúcia, porém, ficou prestando a atenção na batalha de Beelzebumon e o Chanceler.

— Se o que você diz é verdade então existe outro igual a ele nesse mundo. Talvez seja até esse que esteja lutando.

— Não creio, Lúcia — disse Lucas com os braços cruzados. — Veja bem o que o Chanceler disse ao Coronamon. Ele ficou com a memória do antigo Strabimon, mas o Strabimon bonzinho apenas herdou a bondade sem as memórias.

— O que tá pensando? — perguntou Coronamon bastante curioso.

— Que o antigo Strabimon, seu amigo, esteja vivo por aí. E não só isso. Se o Chanceler não o matou, prendeu. Se está preso então ele está na última ilha.

— Você é muito esperto.

— Ele é. Já tentou me ferrar no passado — falou ela dando um sorriso largo para o loiro, que revirou os olhos.

Nashi, Kotemon, Petermon e Monodramon ouviam uma conversa de Slash sobre a fusão entre Paulo e seu digimon original. Ficou completamente embasbacado com o poder grandioso dele e afirmou que seu Justimon era bem mais fraco.

— É verdade. O que houve para eles baterem naquele monstro sem receberem dano? — perguntou Monodramon.

— Fiquei pensando que o Monodramon dessa época foi recrutado por Weiz assim como você, mas nesta época ele virou aquele Phelesmon de puro ódio.

— Eu me lembro que aquele desgraçado sempre dizia ao meu amigo que acharia um jeito para fazê-lo forte. Nunca entendi que jeito é esse até a transformação dele naquele demônio.

— Petermon, você conhece o Monodramon há quanto tempo? — perguntou Nashi.

— Muito tempo mesmo. Acontece que eu sou da antiga Ilha Arquivo e fui mandado por Leomon e Ogremon para ir atrás do Monodramon. Os dois cuidaram dele na ilha desde quando ainda era um bebê, mas depois que o Mono saiu da ilha e conheceu Weiz ele nunca retornou.

— Pensei que vocês se conheciam mais recentemente — falou Kotemon.

— Eu inventei algumas histórias para não irritar ele ao dizer sobre a minha verdadeira origem. E agora que nem existe mais Ilha Arquivo, acho que ele nem sabe dessa informação mesmo passando milhares de anos depois da destruição dela.

— Essa história como Mirai aqui foi a mesma. A única coisa que mudou foi a transformação dele em Pheles... peraí. Vírus. Monodramon foi contaminado por vírus e deixou de ser vacina, por isso ele está bem mais forte. Agora sei o motivo dessa grandiosa força: diferentemente do Mirai Monodramon que continua sendo vacina, Monodramon é vírus, por isso na fusão como Justimon ficou extremamente poderoso.

— Acredita que fusões podem se tornar mais fortes quando o digimon é do tipo vírus? — indagou Nashi.

— Não. Vírus, vacina e dados são componentes iguais na formação de digimons. Eles possuem o mesmo número de dados, diferenciando apenas a ordem numérica dos dados. Mas o fenômeno que aconteceu com Monodramon foi surreal, porque nunca na história um tipo vacina virou vírus.

— E se na troca dos dados, houve a criação de algum tipo de anticorpo ou algo assim?

As palavras de Nashi foram bem pertinentes. Na transformação de vacina para dados, as sequências genéticas de Monodramon podiam ter criado algum fenômeno que pudesse suportar um poder avassalador. Anticorpo?

AncientVolcamon explodiu de raiva. Decidiu usar um golpe final que poria em risco a sua vida, mas que acabaria com certeza com a vida de todos ali — exceto do Chanceler. Começou a inchar feito um balão e preparou-se para explodir como uma bomba atômica.

— Argh! Que cara mais patético — resmungou Strabimon virando Merukimon no mesmo instante.

— Decidiu mostrar a sua verdadeira cara? Não suportou o Beelzinho aqui?

— Vai se achando, fracassado. Você pode até se salvar, mas os seus amigos não.

— Como assim?

— Major está explodindo de raiva por ser ultrapassado, portanto ele decidiu explodir literalmente. Ele nunca fez isso e pode destruir uma área de dois quilômetros de diâmetro.

Aquilo preocupou e muito Beelzebumon. Pensou em ajudar, mas Merukimon seria mais rápido do que ele.

— Preocupe-se consigo.

O calor gerado por Major afetou até mesmo os digiescolhidos que estavam relativamente longe do campo de batalha. Forçou-os a se distanciarem ainda mais para não serem queimados. Era uma situação desesperadora depois que Slash descobriu a explosão do governador. A evacuação foi imediata.

— E agora... hã? Vai ConSEguir mE parAr? VOU explodir tudo! TUDO!!!

Paulo e Monodramon ficaram num local flutuante. Eles se comunicavam por meio de telepatia. Entraram num acordo para derrotarem o vilão definitivamente.

O braço de Justimon aumentou enormemente, ficando maior que o próprio dono. Ele fez surgir uma fina aura ao redor do seu corpo e no braço um tipo diferente de coloração: dourada. Sim, de tanto transferir poder para aquele braço, ele ficou um pouco dourado.

— Aí vamos nós!

O digimon foi numa velocidade de 70 mil quilômetros por hora, ou seja, mais rápido que uma bala. A velocidade extrema impressionou até mesmo Merukimon.

— Aqui vamos nós! — ele socou a carapaça de AncientVolcamon que rachou completamente e no mesmo segundo voaram para bem longe.

Todos viram Justimon e AncientVolcamon voarem no céu como uma estrela cadente. Aquilo foi surpreendente.

— Esse poder, essa velocidade... Certeza que é algo no Monodramon de Paulo que vem tudo isso — falou Slash.

O grupo de Aiko viu o rasgo brilhante surgir como um meteoro e ir para cima, passando por eles numa velocidade absurda.

— Parece que eles vão para o mesmo lugar que a gente — deduziu Mia.

Era certo que Justimon levou Major nos peitos na direção de alguma das duas ilhas restantes. Aquilo ficou óbvio para Merukimon.

— Aquela direção não vai para Deep, mas para Nevraska. Tenho que voltar.

— Vai arregar, senhor governante?

— Considere-se sortudo pelo simples fato que eu deixei você viver. Tenho que retornar aos meus domínios.

Para atrapalhar Beelzebumon, Merukimin criou uma tempestade de neve e gelo. Logo o motoqueiro se proteger com assuas asas, mas perdeu o Chanceler de vista.

— Ele fugiu!

O vilão não esperou mais nenhum segundo e voou imediatamente para a ilha que domina.

Deep era o famoso nome da penúltima ilha do penúltimo governante do Digimundo. Era um local desconhecido até mesmo para os demais governadores, apenas poucos conheciam a sua estrutura como Merukimon e Major. Um local onde uma neblina era frequente, mas que havia níveis para poder chegar até o castelo do governador.

— Aquilo foi estranho.

— Aiko, não sinto a presença de inimigos por perto.

— Sim, eu percebi que, diferente da outra ilha, a próxima está sem ninguém para defender — disse Aiko relembrando quando viram as tropas de Major atirando na arca antes de pousarem na ilha de fogo.

A cara de medo que Rose fez ao ver a forma de Deep foi engraçada. Obviamente a ilha era a mais estranha de todas: era como se fosse um planeta com a neblina em forma de bola e uma camada de terra ao redor que lembrava um anel planetário. A faixa de terra tinha uns cem metros de espessura e o solo era vermelho como na ilha de fogo — talvez fosse a continuação da outra ilha.

— Isso parece com o planeta júpiter. Incrível! Tirando o fato do planeta ser amarelado ou alaranjado e aqui ser branco com cinza. Meninas, vamos nessa.

— Ai, meu Deus. Eu nem quero ver — resmungou Rose.

RizeGreymon pousou em terra firme e desceu os outros. Mia fez detudo para Rose ver como era a ilha.

— Deixa de frescura. Não dá medo.

— Posso confiar?

— Pode.

A dondoca abriu os olhos. Não dava medo algum de perto. Apenas uma parede de fumaça branca mais a frente.

— Não podemos entrar lá dentro sem saber como funciona a estrutura da ilha. Se é sólida, se a fumaça é venenosa ou não, etc. Pra isso eu terei que testar algumas coisas com o legacy, e o Rize aqui vai nos ajudar.

Depois de um breve teste com os mísseis do digimon, chegaram a conclusão que a neblina era apenas água em forma gasosa.

— Ai ai. Olhem! — gritou Rose.

Eles viram cabeças e ossos humanos na terra. Aquilo era completamente fora da realidade pois aqueles ossos não eram de digimons ou de qualquer outra criatura do mundo digital.

— O que é isso? — perguntou Palmon.

Aiko se agachou e segurou um crânio.

— Ossos humanos. O que me impressiona é que existe algo assim neste mundo — respondeu Aiko.

Aquilo impressionou definitivamente o grupo.

Dentro da ilha Deep, na prisão do mar negro, o transporte para os prisioneiros voltou. A próxima remessa de prisioneiros seria a que levaria Piccolomon (Pixiemon).

— Vamos lá. Em formação!

Os prisioneiros restantes ficaram um do lado do outro no pátio central da prisão. Piccolomon viu o transporte chegar perto dele. Será o seu fim?

— Espere! Ainda não podemos conduzi-los para Nevraska — avisou um SkullSatamon para o outro.

— Por que não?

— Algo está acontecendo lá de muito preocupante. Dizem até que há uma invasão.

Piccolomon deu um pequeno sorriso com aquela informação. Os digiescolhidos começaram a agir no coração do governo central.

 

Castelo de Megido, Lago Gehena

— Como assim destruir a ilha, mestre? E essa história de infiltrado?

— ANUBISMON, MEU QUERIDO SUBORDINADO. EU TENHO QUE DIZER QUE ALÉM DE GOVERNADOR EU SOU UM ESPIÃO.

— Espião?

— Exatamente, espião — o humano apareceu para o digimon. — Fazemos parte de um exército muito mais poderoso e desenvolvido que o do Merukimon. O exército negro.

— Eu já ouvi sobre isso. Mas pensei que esse exército havia acabado com a morte do Daemon.

Megido sorriu mostrando os dentes afiados. Um relâmpago iluminou a sala.

— Há uma força muito maior que o Merukimon e o tal imperador. Ele é responsável por muitos eventos que ocorreram no Digimundo. Somos seus subordinados. Megidramon, o governador da ilha Deep, é um trojamon desenvolvido.

— Trojamon?

— AGORA CHEGA DISSO, ANUBIS. MELHOR IR PARA A PRISÃO VIGIAR E TER CERTEZA DE QUE NADA DE ANORMAL ACONTEÇA POR LÁ.

A imagem de Megido imponente assustou Anubismon, que obedeceu na mesma hora o governador.

 

Aiko largou o crânio e caminhou na direção da neblina. Pôs a mão aos poucos para ter a certeza de que não se feriria.

— Tá limpo, pessoal — ele respirou fundo e entrou na neblina.

As duas ficaram preocupadas quando se passaram dois minutos e nada dele.

— Estavam com saudade de mim, meninas?

— Ora, não nos assuste! — repreendeu Rose.

— Andei uns vinte metros e o chão continua sólido. Bora, Agumon.

O digimon sumiu na neblina com com o domador. Foram seguidos pelas digiescolhidas.

— Não vão se perder. A neblina é densa.

— Aiko, sentiu? A temperatura aumentou.

— Sim, Mia. Deve estar uns quinze graus lá fora e vinte e cinco aqui dentro.

A neblina era um isolante térmico. Como a altura da ilha era de quilômetros do chão, a temperatura era em torno de 5 a 15 graus, mas a neblina causava um tipo de aquecimento.

Eles pararam. O motivo: um portão de ferro fundido apareceu diante deles. O objeto tinha uns vinte metros e era maciço. No topo escrito "A Esperança é a Última que Vive". 

...

Nevraska

As buscas por Flawizarmon aumentaram e a cidade toda ficou cheia de guardas. Nesse ínterim, Panjyamon entrou na montanha gelada e retirou a espada das costas. 

Ranamon ficou num verdadeiro labirinto. Já nem sabia como sair dali pois os caminhos antigos foram mudados. Ao dobrar numa pequena bifurcação, deu de cara com Norman.

— Chefe, olha lá — disse um dos soldados apontando para a princesa.

Norman se virou.

— Olha só se não é a nossa coelhinha fugitiva.

Panjyamon cortou alguns inimigos na sua frente, mas logo se perdeu e não sabia o caminho para o castelo.

— Que droga!

Do lado de fora, especificamente sobre a cidade, um barulho altíssimo espantou os moradores. Uma bola de fogo entrou na cidade, quebrando o escudo como se fosse um vidro e caiu sobre o prédio da suprema corte. Tactimon ficou atordoado e pediu que investigassem aquilo. A neve e o vento frio do lado de fora invadiram Capitólio.

Merukimon pousou bem em frente a praça que a suprema corte ficava.

— Mestre? — indagou Tactimon.

Com o seu poder telecinético, Merukimon retirou os escombros de cima do local que queria ver. Major foi realmente morto, mas e o Justimon?

Paulo sentia-se fraco para correr, mas Monodramon tentou animá-lo enquanto se juntavam na multidão que corria. Usar o poder da fusão era muito desgastante.

— Vem, vamos nos esconder!

— Minhas pernas estão bambas.

Monodramon se transformou em Phelesmon e segurou o rapaz no braço. Esconderam-se num beco.

— Ufa! Essa foi por pouco. Obrigado, parceiro.

Paulo se virou e encarou um digimon desconhecido. Esse digimon desconhecido era nada mais nada menos do que Flawizarmon.

Continua...


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