AncientVolcamon e WaruMonzaemon abriram caminho para que Strabimon, o governante maligno do Digimundo, passasse e chegasse perto da gaiola em que um acuado Coronamon estava. Seu rosto de lobo parecia mais sério do que o normal.

— Vo-você? Como é possível? — indagou o pequeno digimon vermelho.

O Chanceler olhou para o prisioneiro e sorriu. Numa velocidade absurdamente alta, ele pulou e entrou dentro da gaiola. Ficou sentado com as pernas cruzadas, enquanto os dois vilões ficaram boquiabertos. Como ele conseguiu passar por aquelas grades com espaços tão estreitos?

— Oi. Não precisa ter medo de mim, velho amigo. Sou eu, o Strabimon que fez companhia contigo e com Flawizarmon. Sou eu, o covarde dos três.

Coronamon ficou parado, com cara de bobo, sem nenhuma reação. Ver o seu antigo colega, que morrera, não era fácil de digerir.

— Como? Diz logo. Como você se salvou?

— Gosta de brincar? — pegou um dado. — Que tal apostarmos? Hum, quem sabe se der um número par eu te solte agora mesmo.

O digimon lançou o dado e saiu o número 5. Strabimon lamentou o azar do ex-amigo e logo começou a rir descontroladamente. Aproximou-se do vermelho e revelou que a brincadeira era apenas para passar um tempo, mas que na verdade não queria brincar. Ouvindo os apelos de Coronamon, prometeu contar a verdade do que ocorreu no passado.

— Muita coisa aconteceu desde que desapareci do grupo, mas foi tudo o que eu mais queria. Sabe o que eu mais queria? Poder. Deixar de ser covarde, e mesmo que pra isso tivesse que vender a minha alma, eu venderia.

— Mentira! Nosso amigo Strabimon nunca seria malvado. Ele era muito bom.

Enquanto isso, os digiescolhidos do grupo do Paulo se reuniu depois da intensa batalha contra o governador. A mais determinada era Lúcia, porque o seu mais novo amigo havia sido sequestrado e nada fez para impedir.

— Você tem certeza que quer mesmo entrar naquele vulcão? — perguntou Paulo.

— Claro que eu quero. É o que eu mais quero. Aquele governador e o chanceler enganaram SkullMeramon, por isso que ele havia se subordinado a eles, mas no passado ele era um digimon da justiça. Temos que salvá-lo de qualquer jeito, por favor.

— Eu topo. Não acredito que vou falar isso, mas gostei de lutar nesta forma — disse Pidmon.

— Não fica triste, irmã. Vamos salvar o seu amigo. Se aquele digimon quisesse matá-lo já teria feito.

— Precisamos da ajuda dos outros. Major é terrível de tão forte — falou Phelesmon.

— Concordo. — disse Mia.

Os demais também concordaram e foram para o centro da ilha de fogo para a invasão.

De volta ao vulcão, Strabimon sorriu e soltou uma bela gargalhada que assustou Coronamon. 

— Se quer saber da verdade, eu contarei.

DIGIMUNDO, MUITO TEMPO ATRÁS...

O exército negro conquistou territórios sob a bandeira da aranha, e sob o comando direto de Ray como Shadowlord. Cidades e vilarejos inteiros ficaram sujeitos ao mandos e desmandos. Alguns digimons poderosos, chamados Lorde das Trevas, também governavam, porém secretamente. Foi quando Lilithmon se insurgiu, que eles se mostraram ao mundo. Nesse ínterim, alguns digimons fizeram oposição à tirania dos vilões, mas lutavam apenas contra soldados — deixando os comandantes para os próprios digiescolhidos.

Numa cidadezinha que ficava sob o domínio de Ornismon, um trio de justiceiros ajudava os moradores. O Trio de Fogo formado por Coronamon, Flawizarmon e Strabimon. Deles apenas o lobo era covarde, mesmo com o apoio incondicional dos seus amigos. Strabimon tinha medo até mesmo de lutar contra pequenos inimigos.

— Eu... eu não consigo ferir ele... — disse o lobo se tremendo de medo. Um digimon desconhecido tipo orc havia invadido o vilarejo de Koromons e causava a maior bagunça.

— Hahahaha. Você não é policial? Como pode uma criatura covarde como você usar esse distintivo?

— Desculpa! Não me machuca! — se encolheu no chão.

Foi preciso Coronamon usar suas chamas para enfrentar um monstro. Como era nível adulto, lutar contra ele seria difícil. Flawizarmon ajudou na batalha e prenderam o invasor.

— Vocês me desculpem... sou muito acovardado.

— Não peça desculpa, Strabimon. Foi a sua terceira vez. Você é novo no grupo, mas tem potencial — falou Coronamon.

— Precisamos prender esse baderneiro. O prefeito da Cidade dos Colchões deu um preço pela captura dele — disse o mago de fogo.

Os três levaram o criminoso amarrado numa carroça e levaram-no para a outra cidade. Os Koromons agradeceram a ajuda.

GENETECH, TÓQUIO

Matsunaga Ryuu há anos vigiava o Digimundo e precisava colocar imediatamente o seu plano de domínio em prática. Naomi, sua neta, entrou no seu escritório para avisar ao avô sobre uma mensagem de W Weiz W, codinome de Blizzard.

— Ele deu uma notícia intrigante. Tem observado o candidato ideal para a última vaga.

— Hum, coloque-o em contato com o meu computador.

A imagem com algumas interferências apareceu na tela do aparelho do empresário. O jovem Weiz falava a partir do seu laboratório secreto na Montanha Tucson.

— Senhor, achei válido informá-lo de que encontrei umcandidato adequado para ocupar a última vaga.

A imagem de três digimons andando no mundo digital. O velho se inclinou para ver melhor. Weiz indicou que o digimon lobo era o escolhido para ocupar a vaga, pois era de um tipo raro e poderoso.

— Se conseguirmos colocá-lo para o nosso lado, talvez consigamos que ele fique mais poderoso do que os demais que recrutei até agora.

— Faça o seu trabalho e as minhas duas crianças farão o delas.

DIGIMUNDO

O tempo passou. Informações de um jornal local mostraram que os Lordes haviam se reunido contra os digiescolhidos depois que estes voltaram da Terra. O trio de fogo continuou com a sua luta contra as forças dos lordes. Não foi fácil para Strabimon se adaptar por causa da sua covardia, mas aos poucos conseguiu adquirir um certo tipo de confiança.

Uns vilões randômicos foram apreendidos e levados para a cadeia local. Na Cidade das Medalhas, levaram cada um uma medalha de ouro como prova de suas ações.

— Estou cansado. Desde que fomos indicados pelos programadores do Digimundo a sermos auxiliares dos digiescolhidos, tudo ficou tão corrido... — desabafou Coronamon.

— Vem, gente. Vamos comemorar em casa — disse Flawizarmon.

O trio voltou para a cidade natal. Era um local bem verde e cheio de girassóis. A casa era bem diferente, lembrando uma residência feita de doce.

Os demais digimons comemoraram quase cantando hinos de vitória. Flawizarmon instou um morador a dizer o motivo da alegria.

— Lilithmon foi derrotada quase há pouco. Os digiescolhidos conseguiram!

— Caraca, maluco. Não acredito — Coronamon entrou na multidão.

Flawizarmon e Strabimon preferiram retornar para a casa.

— Parece um sonho. Esses lordes ficaram aterrorizando os digimons por um bom tempo — o mago de fogo se sentou no sofá.

— Eu... olho pra esta medalha e...

— Ei, calma. Você também mereceu. Ter nascido covarde não o torna pior. Pelo menos você não é mau como aqueles lordes eram.

Coronamon festejava.

Houve um período de paz bastante estranho. Sempre o Digimundo estava sob alguma força oculta do mal. 

A luta final entre os digiescolhidos e Daemon foi assistida por milhões de digimons. A derrota do demônio que havia retornado do mar das trevas também foi celebrada. Se aquele monstro tivesse a mesma liberdade que Lilithmon teve, talvez teria sido o fim dos digimons.

E o tempo foi passando. Um dia, uma bandeira preta com a jolly roger da aranha foi fincada no meio da cidade. Alguns soldados iguais humanos tentaram obrigar os moradores. O único, porém, que tentou lutar foi Strabimon. Os outros dois haviam se ausentado.

— Droga, ele é forte — resmungou um dos soldados.

Weiz apareceu diante deles e derrotou os soldados. Perguntou se o digimon estava bem.

— Eu não entendo. Quero saber por que tão covarde eu sou.

— Seus amigos não estão?

— Nã-não... eles estão lutando fora. Acho que eles se cansaram de mim. Sou um fardo.

— Posso te dar poder. Eu nem sou digimon e consegui derrotar aqueles soldados. Você quer saber a fonte do meu poder?

Strabimon assentiu. Será um tipo de redenção com a sua falta de coragem. Foi levado por Weiz até uma colina. Lá apareceram duas criaturas sem forma definida. Uma era dourada e a outra era rosa. Fizeram um pacto de dar poder e coragem ao lobo em troca de virar seu subordinado no futuro. Com a pressão que teve do Weiz e o medo dos dois espíritos, aceitou. Assim, Strabimon parou de ter medo de lutar, assustando tanto Coronamon e Flawizarmon.

Batalhavam numa cidade...

Dois espíritos, um rosa e outro dourado, apareceram no céu do distrito.

— O que significa aquilo?

— É algum poder maligno?

— Deixa de ser besta. Os digiescolhidos acabaram com o mal.

— Faz tempo que eles não voltam.

Os moradores falavam entre si.

Os dois espíritos falavam como se suas vozes fossem trovões. Os digimons correram amedrontados.

— Quem são eles? — indagou Flawizarmon.

— Só podem ser inimigos... Argh!

— Amigo! Você está bem? — disse Coronamon preocupado com o terceiro guerreiro.

Uma aura escura ficou ao redor do digimon. Flawizarmon e Coronamon tentaram ajudá-lo.

— Afastem-se!

Os dois espíritos chamaram o digimon pelo nome: STRABIMON. O dourado apenas fez estalar os dedos e ocorreu uma explosão no centro do vilarejo. Flawizarmon ficou embaixo dos escombros, mas Coronamon se arrastou para o amigo Strabimon. Deitou-o em seus braços.

— Sinto muito — disse chorando.

— Pelo quê?

— Por ter sido derrotado sem ao menos lutar. Por ter vendido minha alma. Adeus, Coronamon.

— STRABIMON!!!

Strabimon virou pontinhos de luz e desapareceu nos braços de Coronamon. Os dois espíritos desapareceram.

Os dois digimons que restaram não puderam fazer nadapara salvar Strabimon, mas acharam estranho dois espíritos grandes apareceram unicamente para levar Strabimon com eles.

— Não chora, Coronamon. Vamos atrás dos responsáveis. 

— Ele era tão inocente. Não sei por que de repente ficou corajoso.

Flawizarmon ficou decidido a continuar a sua investigação par saber o que de fato aconteceu com o seu amigo.

MONTANHA TUCSON

O espírito dourado era o de Cranos e o rosa era de Pantro. Os dois entregaram a digitama de Strabimon para Weiz cuidar até o renascimento e depois treiná-lo até ficar forte como os demais digimons que treinam pra se tornarem governadores.

— Nosso pai confiou-lhe essa tarefa. Treine-o até a fase mais extrema.

Passaram-se muito tempo. Strabimon renasceu, porém com um irmão gêmeo. Dois Strabimons da mesma digitama. Um era o fraco e covarde de sempre e o outro era cruel e poderoso.

— Irmão... podemos brincar?

— Ah, cale-se, covarde. Não vê que estou tentando ficar mais e mais forte?

O Strabimon mau herdou as memórias do antigo digimon, porém o covarde e bondoso teve amnésia. Na verdade o verdadeiro de fato era o covarde. No entanto, quem era o cruel e poderoso?

O Strabimon maligno evoluiu para Merukimon e se tornou o mais poderoso digimon dos nove. Ele conquistou a terra de Ranamon e transformou em Capitólio; prendeu o irmão gêmeo na montanha de gelo e virou o famoso Chanceler.

— Falta quanto tempo para esses digiescolhidos retornarem para este mundo? Até parece que eles abandonaram este local — indagou Wolfgang ao mordomo Norman.

— Senhor, eles logo voltarão. Não se esqueça que o antigo Barbamon havia alterado o curso do tempo ao quebrar as pedras sagradas. 

Wolfgang se reuniu com Djinn, Locky, Queenye, Leviatã, Akenathon, Beelzebinho, Major e Megido. Todos eles se reuniram para traçarem planos para acabarem com os digiescolhidos.

Norman ficou em outro recinto. O mago Wisemon apareceu e deu bom dia ao mordomon. NeoDevimon, Fatmon e Sanzomon também apareceram. Os supremos generais Tactimon, Gladius Bearmon e Quinnmon também deram as caras no palácio.

— Parece que os digiescolhidos estão retornando para este mundo. Nosso mestre e os demais governadores estão reunidos para traçarem um plano de combate.

O plano foi posto à mesa. Por maioria de 5x4 cada um dos governadores enfrentarão os domadores cada um na sua ilha. Os outros governantes não poderão se intrometer enquanto isso.

Nesse ínterim, Flawizarmon e Coronamon já haviam se separado. O pequeno digimon de fogo teve um discórdia como colega, preferindo carreira solo. Flawizarmon continuou com os seus esforços para saber sobre Strabimon. Um forte evidência foi quando viu a imagem dele no dia da invasão de Nevraska. Fotos do governador modo-rookie foram estampadas e assim ele soube do seu paradeiro. Se inscreveu para um concurso para atuar na área jurídica de Capitólio. Sua sorte era que na sua formação desde digitama, seus dados foram programados para conhecimentos de direito de magia. Por ser naturalmente um digimon mago, seus conhecimentos sobre asleis da natureza era vasto. Assim fez companhia com outros dois juízes.

Coronamon tornou-se rebelde. Parou de acreditar na justiça, porque os governadores agiam décadas e décadas e nada dos digiescolhidos voltarem. A perda do melhor amigo no passado deixou-o amargurado. Juntou-se as tropas do governo e ganhou ptente suficiente para fazer parte da guarda pessoal de AncientVolcamon. Nunca desconfiou que Chanceler pudesse ter a mesma aparência do velho Strabimon. Flawizarmon, contudo, já cumprimentou o Chanceler com a verdade dentro de si.

Foram longos anos de uma histôria do trio de fogo. Os três heróis além dos digiescolhidos. Agora a verdade veio à tona.

...

O rosto de incredulidade de Coronamon fez com que Wolfgang gargalhasse ali na jaula. Ver o pobre coitado, amigo do seu irmão gêmeo, ficar sem nenhum tipo de esperança era como ganhar na loteria. Talvez por ser sádico e esse sadismo deixasse-o sem sentimentos. Propôs ao pequeno vermelho o perdão total e em troca matar os digiescolhidos. A proposta tentadora não foi aceita.

— Essa não era a resposta que eu queria ouvir da boca de uma criatura que está perdendo tudo. Você é a personificação do fracasso que virou como digimon. A sua existência patética não pode mais ser suportada no Digimundo.

Com uma tremenda agilidade, Chanceler saiu da jaula e pediu para que o governador Major torturasse Coronamon definitivamente.

— Hic... Waru, patético, você vai se responsabilizar por isso.

WaruMonzaemon sorriu. Era tudo o que ele mais queria, haja vista odiava aquele SkullMeramon.

Os braços e pernas de Coronamon foram acorrentados. Ele ficou preso na parede enquanto o monstro urso de pelúcia chicoteava-o impiedosamente.

— Muahahahaha... Eu sempre quis fazer isso! Sempre quis bater nessa sua cara. Eu te odeio! ODEIO! — chicoteou mais e mais.

O corpo pequeno de Coronamon ficou marcado por causa dos golpes.

— Parado aí!

Waru olhou para a entrada da caverna e viu os digiescolhifos reunidos. Paulo havia gritado para pararem com a tortura.

— Não pare, Waru. Acabe de uma vez com esse traidor — disse Major.

— CHANCELER!!! — gritaram em uníssono.

Strabimon permaneceu calado enquanto observava os humanos e os seus digimons. Fazia algum tempo desde que se encontrou com eles, mas nunca imaginou um reencontro fora da sua ilha.

— Esse cara quase me matou! — apareceu Beelzebumon.

— Oh, você? Quer uma revanche?

— Tsc. Não sou o mesmo de antes, idiota.

Pidmon soltou uma rajada de fogo para impedir que Waru continuasse batendo em Coronamon.

— Seus imbecis! Vou matá-los!

Waru e Pidmon lutaram por um breve instante. Lucas utilizou o bastão para golpear o vilão e assim derrotá-lo. Waru esbarrou no governador.

— Warumonzaemon... INÚTIL!!!

— Não... não... não, mestre!

Major pegou o urso e o rasgou em dois. Seus dados se espalharam sem deixar quaisquer vestígios deles.

— Vocês enfureceram um dos mais fortes digimons deste mundo. Como vão contornar isso?

Beelzebumon tentou utilizar o seu canhão para abater o inimigo, mas Chanceler interviu, chutando o herói. Rapidamente ele caiu contra a parede, fazendo um buraco fundo.

— Pai!

— Estou legal, Lúcia. Mas é incrível esse poder dele. Está na forma criança ainda — o canhão ficou quebrado.

— Hum... se fosse em outros tempos com certeza teria morrido na hora. Você ficou forte, aprimorou os seus dados. Como aprendeu o Chikara?

Antes mesmo de Wesley responder, um terremoto assolou a caverna. Até mesmo o chanceler foi pego de surpresa. AncientVolcamon não perdeu tempo, ficou furioso por ter sido atrapalhado. Como estava bêbado, não mediu as suas ações.

— Vamos sair daqui! — disse Paulo.

Pidmon e Lúcia libertaram Coronamon. A moça abraçou o pequeno vermelho, deixando-o vermelho de vergonha. Foi preciso Pidmon carregar os dois.

Enquanto isso, o grupo de Slash chegava na base do vulcão quando ocorreu o terremoto. Os braços de Major saíra das paredes vulcânicas, além daspernas e braços. O outro grupo saiu a tempo.

— Vocês estão bem? — indagou Aiko.

— Sim, estamos. Mas... olha lá — disse Phelesmon.

Um AncientVolcamon de mais de 500 metros apareceu no meio da ilha. Seu corpo ficou tão grande que até as nuvens atingiam.

— O que está acontecendo? Essa sensação? — reclamou Rose.

— Não pode ser! O peso dele está fazendo a ilha descer — concluiu Slash.

Todos ficaram impressionados. Era aprimeira vez que algo assim acontecia. Derrotar um digimon colossal será praticamente impossível caso não se transformem em níveis megas. Beelzebumon tentou voar e tentar atacar a montanha-digimon, mas Strabimon se meteu na frente.

— Sai da frente, porra!

— Você deve ser um dos poucos que consegue bater de frente com Major. Mas não, não desta vez! Fique quietinho aí.

— Maldito!

A grande ilha formada pelas três últimas ilhas ficou inclinda. A que os digiescolhidos estavam se rompeu de Deep — a de Megidramon — e começou a cair.

O outro digimon que poderia ficar na forma mega era Kotemon, porém estava exausto e guardando energia para a luta final na última ilha. Já Slash e o seu parceiro não tiveram energia suficiente, pois Cyberdramon havia batalhado antes.

MegaSeadramon, Lilimon, RizeGreymon, Meramon, Pidmon, Knightmon e Cyberdramon utilizaram os seus poderes para destruir o governador. Este simplesmente abriu a boca e soltou uma baforada explosiva perto.

— Maldito Major... tinha que fazer isso aqui perto? — resmungou Wolfgang. — Aquele Beelzebumon...

Wesley aproveitou a distração dele para voavar até Major e dar um chute em seu rosto. O gigante sentiu a pancada e quase caiu para trás. Usou seu braço para tentar socar o pequeno Beelzebumon à sua frente e conseguiu.

— Merda... — ele soltou sangue pela boca ao cair no chão. Logo se levantou.

O fato era que Beelzebumon havia gastado muita energia de lá pra cá. Derrotou Pharaohmon, começou a lutar em seguida e agora tentava deter um governador de meio quilõmetro de altura. Quase não descansou.

— Merda. Eu preciso de mais energia para acabar com ele. Com certeza ele é muito mais forte que os outros.

— Desista. Desta vez eu ficarei de olho em você — avisou Strabimon.

O monstro transformou a parte externa de seu corpo em lava pura. Rios de fogo passaram por todos os lados. Claro que os digiescolhidos fugiram, mas os reféns estavam em perigo.

— Esse cara é terrível de tão resistente. Nenhum digimon abaixo do nível mega conseguirá vencê-lo — concluiu Aiko.

— Há apenas uma chance de vencermos. Vejam bem que não podemos contar com a ajuda de Beelzebumon, nem de Nashi ou minha. Os nossos digimons estão exaustos depois de muitas batalhas. Portanto, os únicos que poderiam evoluir são as meninas e Paulo.

— Betamon está sofrendo calor com esse calor — disse Mia.

— E-eu não posso virar Rosemon. Fogo também é o meu ponto fraco — explicou Lilimon.

Slash concluiu que o único restante era Paulo e Monodramon. A digievolução da alma será necessária para acabar com o governador.

AncientVolcamon viu o grupo reunido e logo utilizou a baforada de fogo. Pidmon, Lilimon, RizeGreymon e Cyberdramon contra-atacaram para formarem uma barreira e assim protegerem seus amigos e os reféns da fábrica. A explosão foi tão grande que os quatro caíram no chão.

— Não aguentamos mais. É forte demais — falou Cyberdramon.

Slash pediu que cada um dos digiescolhidos doassem um pouco de poder para o seu digivice. Eles permitiram que os digimons dessem dados até eles voltarem para as formas crianças.

— Estou cansado. Não aguento mais — falou Mirai Monodramon enquanto sentava.

Rose foi ajudar Palmon, Lúcia foi levantar Lucas e Aiko o seu Agumon. Coronamon pediu mais pressa.

— Vamos com calma — os dados se juntaram no aparelho de Slash e dali ele passou todos os dados para o legacy do Paulo. Segurou o cartão relíquia e encaixou no aparelho. No seu pulso, o legacy parecia esquentar.

Strabimon percebeu a quantidade absurda de poder emanando do legacy. Gritou para Major ser mais rápido e atacar os humanos. O monstro acatou e deu uma baforada.

— GARRA DAS TREVAS! — um golpe feito a partir da garra de Beelzebumon arrastou o Chanceler para longe. Deu tempo para ele utilizar as suas asas e causar uma forte ventania para dispersar o fogo.

— É... A PRIMEIRA... VEZ QUE ALGUÉM... DESTRÓI A MINHA BAFORADA DE MANEIRA DIRETA.

O legacy brilhou mais e mais ao ponto da luz espandir e alcançar os dois. Phelesmon automaticamente voltou a ser Monodramon e os dois entraram em fusão.

— Afastem-se — Slash levou todos para longe.

Tanto o brasileiro quanto o seu digimon entraram em digievolução da alma ou modo fusão. Virarão um ser extremamente poderoso, mas que já foi visto nesta história.

— Essa não! — resmungou Chanceler.

DIGIEVOLUÇÃO DA ALMA

FUSÃO 

PAULO ♂ + MONODRAMON ♂

Os dois se juntaram e formaram o guerreiro lendário Justimon. Uma criatura que só poderia existir com duas almas específicas, ou seja, um digimon sozinho jamais poderia se transformar nele.

DIGIMON: JUSTIMON

NIVEL: MEGA

TIPO: CIBORGUE

ATRIBUTO: VACINA

DESCRIÇÃO: Um "Herói da Justiça" do tipo Digimon usando um cachecol vermelho. Seu senso de justiça arde em calor, e como é um Digimon que nunca negligencia atos injustos ou más ações, é uma existência que a Criança Digimon aspira. Ele vem como o vento, balança o martelo da Justiça e sai como o vento. Além disso, parece gostar de fazer uma pose decisiva no topo de um penhasco, de frente para o sol poente. Ao desligar os três plugues em seu ombro direito, que estão equipados com o "Extend Transmitter" em suas costas, ele pode transformar seu braço em um tipo de energia "Accel Arm", o tipo de raio "Blitz Arm", ou o "braço crítico" tipo cortador. Seu movimento de assinatura está transformando seu braço em três tipos (Trinity Arm), e a força destrutiva de seu movimento especial "Justice Kick" é dito para chegar a 45 toneladas.

Os olhos de Petermon se encheram de lágrimas. Finalmente pode testemunhar o objetivo de Monodramon. Ele que lutou tanto para afastá-lo do caminho do mal, agora se transformou no guerreiro da justiça.

— Essa sensação... — por fora era como se fosse um único ser, mas por dentro tanto Mono quanto Paulo ficaram um do lado do outro num tipo de dimensão alternativa. Eles não falavam, comunicando-se por telepatia. Assim a voz de Justimon era a mistura das duas vozes.

Na velocidade extrema, Justimon voou pra cima de AncientVolcamon, passou por Beelzebumon feito uma bala. Com o seu braço mecânico ele socou uma parte do corpo do monstro. A lava endureceu e foi se despedaçando, ou seja, o vulcão inteiro colapsou em pedaços pequenos. Major voltou ao tamanho normal e caiu no chão.

— Fiquei sóbrio... e tudo por causa daquele soco que doeu muito. — Ficou se contorcendo de dor.

Chanceler não acreditou que mais um digiescolhido conseguiu evoluir para a fase mega.

Todos comemoraram, exceto Slash que ficou assustado com a força do Justimon de Paulo. Muitos anos ele usa a fusão com o Mirai Monodramon para formar Justimon, mas nunca ficou forte a ponto de derrotar um gigante com apenas um soco. Algo de diferente aconteceu na transformação.

— CHEGA!!! — gritou Major enfurecido.

A ilha começou a tremer muito. A fúria de Major chegou a um ponto que nem mesmo o Chanceler conseguiria controlar. 

— Não vou admitir ser humilhado por vermes insignificantes... eu me recuso... — o bólide rochoso que ficava ao redor do seu corpo se transformou num bólide de fogo e numa temperatura maior que Meramon poderia suportar.

— O que ele está tentando fazer? — indagou Chanceler.

AncientVolcamon transformou-se numa bola de fogo que entrou no interior da ilha. Toda ela não parava de tremer mais forte. Os digiescolhidos pediram que todos os reféns saíssem daquela região. Meramon liderou a fuga.

De repente um barulho como se fosse de um deslizamento de terra ou algo semelhante. Aconteceu que Major partiu a ilha no meio e agora os dois pedaços caíam do céu.

— Precisamos fazer algum coisa imediatamente. Vamos nos espatifar no chão!

— Justimon, você consegue fazer alguma coisa. Faça isso logo - disse Slash.

 Justimon assentiu. Estava na hora de demonstrar o seu poder.

Continua...