D.N.A Advance: Nova Ordem do Século escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 139
A Luz do Legacy




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As batalhas na ilha Sand começaram. Os digiescolhidos e os seus digimons desafiaram o poder do governador Akenathon. Com Mia soltando os seus amigos, finalmente todos puderam se reencontrar. Paulo e Beelzebumon também chegaram para dar apoio. Enquanto isso, Nashi e Crusadermon enfrentavam o malvado Nitemare, o SkullSatamon mutante general mais fiel ao governador. Durante as batalhas, o governador espalha a sua poderosa energia e faz com que a ilha toda vire um ambiente infernal. Zumbis poderosos renascem do poder das almas dele.

Mas, ainda na luta entre Nitemare e Crusadermon, Nashi consegue se livrar da influência das almas do purgatório com a luz do seu legacy. Avisou para Paulo sobre a sua descoberta.

Nitemare encostou a ponta da sua espada no chão quente. Sua concentração era tanta que nada o atrapalhava, ele queria derrotar Crusadermon com um só golpe.

— Eu já te falei que as forças do mal vão sobrepujar essa maldita luz que vocês tanto pregam. É impossível fugir disso.

— Idiota.

— O que foi que disse?

— Parece que sujeitos como você não aprendem. Todos esses anos que nós, os escolhidos da paz, lutamos contra o mal, vencemos. — disse Crusadermon. — Esses garotos que estão agora lutando foram os mesmos que se conheceram na Ilha Arquivo, os mesmos que enfrentaram um humano malvado chamado Shadowlord, os mesmos que enfrentaram todos os Lordes das Trevas e venceram, os mesmos que destruíram Daemon, os mesmos que prenderam Astamon e derrotaram Barbamon, os mesmos que enfrentaram a Genetech no Japão, os mesmos que acabaram com Wisemon, os mesmos que acabara com os impérios de Lampmon, Grandlocomon, Queenchessmon, Leviamon e mais recentemente o esconderijo de Weiz. Esses garotos não vão parar enquanto o bem estiver do seu lado, enquanto não derrotarem o Chanceler e acabar com o reinado de destruição do Lucemon. Eu pessoalmente darei a prova do que estou falando — segurou a espada com as duas mãos.

Nashi viu a determinação do seu parceiro.

— Pois bem, digimon cavaleiro, veremos qual das nossas espadas é a melhor. 

Nitemare concentrou energia escura por todo o seu corpo. Crusadermon tinha um poder ardente, cor de rosa. Ambos os dois aumentaram mais e mais seus poderes. Logo as forças vitais deles ficaram concentradas nas suas espadas. Eles partiram um para o outro. Com um golpe, cada qual foi para o outro lado. O impacto foi tão forte causou uma onda de choque.

Nashi viu Crusadermon soltar a espada e ficar de joelho.

— Crusadermon! Ah não!

Nitemare se aproximou de Crusadermon ainda com a espada na mão.

— Não posso acreditar que o meu adversário estava certo o tempo todo — a espada de osso partiu ao meio. — Crusadermon, você mostrou ser muito poderoso. Mas daqui pra frente as coisas tendem a piorar. O Chanceler é um ser terrível.

— Do que está falando... Nitemare?

— O Chanceler é culpado de ter destruído a minha aldeia. Ele e Lampmon capturaram todos e nos transformaram em escravos. Quando eu me destaquei nas minas da ilha Windows, ele me mandou par conhecer Pharaohmon. Não sei por que, mas desde então eu virei um conformista. Nada... nada poderia deter aquele diabo do Chanceler. — Caiu no chão.

— Nitemare? — falou Crusadermon se aproximando ainda ferido.

— Se vocês, digiescolhidos, podem derrotar quaisquer seres malignas, prometa-me que vai derrotar aquele monstro.

— Eu prometo...

Nitemare fechou os olhos. A bola de luz dentro do seu peito apagou. Explodiu em dados e foi embora. Nashi desceu a arca e correu para perto do parceiro.

— Você está bem?

— Sim. Apenas recebi um corte.

Ele voltou a ser Kotemon e foi levado por Nashi para dentro da arca. Enfaixou-o e pôs remédio. O digimon ficou dormindo.

— Conto com vocês, amigos.

 

Arukenimon e Mummymon sofreram muito na luta contra o zumbi palhaço. Com a sua risada sinistra e uma bola de praia que ele caminhava por cima, o monstro ganhava todas as vezes que era atacado. Pegou a sua bola de praia e jogou contra os dois. A bola explodiu perto deles, deixando-os feridos.

— Vamos morrer, Arukenimon.

— Não fala isso, seu tonto. Levanta, precisamos lutar.

O zumbi voltou a jogar a bola pra cima dos dois. Ogremon rebateu a bola com seu porrete, explodindo o zumbi.

— Sinceramente. Dois digimons na fase perfeita perdendo humilhantemente. Eu que sou uma fase inferior a vocês consegui acertar aquela monte de ossos.

Mummymon tentou se justificar, mas Ogremon só tinha olhos para os ossos do zumbi que se juntaram para formar o palhaço morto-vivo.

— HAHAHA. Consegui impressionar todos vocês, não é? Saibam que os meus zumbis estão em níveis altíssimos.

Zumbi Palhaço com a Bola: 1.560.000 npd;

Zumbi Espadachim: 2.100.000 npd;

Zumbi Feiticeira: 1.840.000 npd;

Zumbi Guerreiro: 1.999.999 npd;

Skullgreymon Mutante: 2.600.000 npd;

Togemon levou umsa surra do samurai zumbi. Primeiro, ele usou a espada para esquivar todos os espinhos jogados pela digimon, depois socou a parceira de Rose.

— Togemon superdigievolui para... Lilimon! Canhão Flor!

As pernas do monstro viraram pó, mas ele continuou flutuando. O pó dos ossos se regeneraram e voltaram a ser as suas pernas. Com um movimento com a espada, ele conseguiu formar um golpe cortante que quase atingiu a fada, no entanto mesmo assim a derrubou.

Geogreymon sentiu uma grande dificuldade para lutar contra a bruxa maligna. Então ele também evoluiu.

— Geogreymon superdigievolui para... Rizegreymon!

Soltando um poderoso ataque, o parceiro de Aiko tentou se igualar com o zumbi. O cavaleiro correu para frente da bruxa e a protegeu com o seu escudo de ouro. O objeto aguentou o poder do digimon.

— Não é possível. Esses zumbis são extremamente poderosos — disse Aiko.

O parceiro de Mia não aguentou na forma Seadramon, evoluiu para Megaseadramon. Skullgreymon soltou os dois mísseis, Mega soltou uma descarga elétrica. Os mísseis atravessaram o choque elétrico e explodiram perto da serpente marinha que voltou a ser Betamon.

— Parceiro...

— Sinto muito, Mia.

Novos mísseis nasceram nas costas de Skullgreymon. Este carregou os dois poderes e liberou. Mia, Betamon e os demais ficaram apavorados. Um raio atingiu os dois projéteis, explodindo-os no ar. Beelzebumon voou pra cima de Skullgreymon e com um soco arrancou a cabeça do esqueleto. Carregou o seu canhão na potência máxima e soltou o poderoso raio. Mais uma vez uma explosão mais forte do que a outra. Pharaomon foi arrastado a poucos metros pelo vento arrasador da explosão.

— Não... Quem é você? Como conseguiu matar o meu zumbi mais forte?

Beelzebumon sorriu e se apresentou. Enquanto isso, Paulo e os outros se levantaram do chão. Paulo recebeu uma mensagem de Nashi.

Os dois digimons poderosos se prepararam para enfrentar. Pharaohmon reuniu uma quantidade de energia em seu corpo. Várias almas de digimons não revividos que ele matara ficaram circulando seu corpo, causando um pequeno incômodo para Wesley.

— Esse cara é forte... — murmurou.

O governador deu um pulo bem alto, mas Beelzebumon o alcançou no céu. Os dois ficaram trocando golpes no ar. Caíram em pé e ficaram medindo força com as suas mãos, naquele empurra. Os poderes eram tão grandes que causaram uma cratera onde estavam. Pharaohmon se saiu um pouco mais forte e conseguiu jogar o outro longe, este sacou uma pistola e deu um tiro que atingiu a testa do governador. Claro que a bala apenas ricocheteou, mas doeu.

— Essa é a verdadeira força desses digiescolhidos?

Beelzebumon sacou outra pistola e com as duas atirou. Pharaohmon desviava de todas balas. Atirou um poder negro que atingiu o protagonista em cheio.

— Esse é o meu poder, Espectro Negro. Tem tanto poder que quando alguém é atingido, queima-se como se fosse fogo no peito. O que achou da minha força?

— Nada mal — Wesley ficou visivelmente machucado com aquela concentração de poder que o atingiu no peito. — Se fosse qualquer um dos meus amigos a ser atingido poderiam ter sido mortos na hora.

— Rende-se?

— Hehehehehe. Render? Se essa luta nem começou ainda. Tenho uma companheira que vai me ajudar numa hora crítica dessa.

As nuvens vermelhas abriram, uma luz bateu no chão, e assim surgiu uma velha conhecida de Wesley. A moto Behemot reviveu desde a última vez que foi inutilizada na luta contra Astamon. Faz muito tempo.

Beelzebumon montou na moto e ficou dirigindo em círculos, ao redor do governador. Este soltava os espectros negros, contudo, não adiantava. O motoqueiro sacou as duas pistolas e ficou atirando várias vezes. As balas atingiram inúmeras vezes o vilão, sem chance de se esquivar. Levou um chute certeiro de Beelzebumon, caiu pela primeira vez no chão.

— Estou perdendo? Isso é mentira. Como um tolo como ele pode me vencer?

— Levante-se! Não seja covarde agora, não é? — disse ele ainda montado na moto.

— Não quero que fique se gabando por ter conseguido me chutar. Foi um golpe de sorte. Sabe... coisas que acontecem uma vez a cada mil anos.

— Tsc.

— Mas eu admiro a sua força, digiescolhido. Entrentanto, jamais vai me vencer, porque eu detenho o poder do Tártaro.

— Do que está falando?

— O Tártaro é o inferno dentro do inferno, o purgatório dentro do purgatório, a ilusão das ilusões. Quem entrou jamais saiu.

Akenathon ficou parado por um momento, seu corpo ficou petrificado, uma energia preta saía como vapor do seu corpo. A alma preta de Pharaohmon era vista acima do seu corpo, mas apenas a cabeça.

— Mas o que é isso. Não consigo me mexer.

A alma de Pharaohmon engoliu Beelzebumon, menos a moto. Ele caiu na dimensão mais profunda das trevas, o Tártaro.

...

LinK chegou à base de Gennai com a companhia de Petermon. O digimon carpinteiro ficou impressionado com o tamanho do local, mas achou-o destruído. LinK foi o que ficou mais chocado ao ver o domo de proteção invisível parcialmente destruído, além de muitos soldados caídos no chão em frente à árvore gigante.

Gennai desceu para o andar térreo, apesar de estar machucado. Monodramon o acompanhou.

— Quanto escombro! — reclamou LinK.

— Até que enfim chegaram — disse Gennai.

Petermon eMonodramon ficaram frente a frente um com o outro. A emoção foi tanta.

— PETERMON!!! Petermon me perdoe — disse o dragãozinho abraçando o loiro.

— Parece que tomou juízo e voltou ao que era, amigo. Que bom que conseguiu se livrar da influência má daquele Weiz.

— Mas eu pensava que havia te matado...

— Parece que sou mais resistente do que o costume, não é? Nem eu mesmo sei como consegui escapar daquele ataque.

Lágrimas escorriam pelo rosto de Monodramon enquanto abraçava o seu melhor amigo.

Pouco tempo depois, Gennai explicou o verdadeiro motivo de toda aquela destruição na base secreta. LinK se lembrou que Paulo estava indo na direção do laboratório de Weiz quando saiu de Vênus. 

— Não podemos mais perder tempo. Temos que garantir que todos os digiescolhidos fiquem unidos contra a batalha final. — disse Gennai. — Monodramon, você e Petermon precisam achar Paulo e os outros. Eles estão na ilha Sand, mas creio que não dê tempo de chegarem até lá. Talvez quando os dois chegarem, não estarão mais lá. Alguém precisa levá-los.

— Eu faço isso — disse Slash. — Meu parceiro e eu concordamos a fim de darmos ajuda necessária e  para reunirmos todos os digiescolhidos.

Petermon ficou confuso quando viu o outro Monodramon ao lado do viajante do tempo. Com uma simples explicação, Slash explicou ser o Paulo do futuro que veio ajudar a acabar com as forças do imperador.

— Tomem. Levem este digimon filhote. Ele é o parceiro original de Ruan, mas o garoto decidiu sair do Digimundo. Portanto, entregue ao Paulo — explicou Gennai, dando o bebê para Slash segurar.

LinK preparou um pequeno avião na parte de trás da árvore. Uma garagem com algumas aeronaves. O avião era um Hydra, caça antigo, talvez usado na Guerra Fria.

— Esse avião ê espetacular.

— Não é? Achei essa sucata jogada num deserto. Consegui trazê-la e reconstruir parte por parte. Sabe pilotar?

— Quando a Genetech dominou o mundo, quando meus amigos foram mortos, minha única saída foi ser um militar. Tenho muitas horas de vôos.

Ele subiu na cabine do avião,depois Monodramon, Petermon acompanharam ele dentro.

— Segurem-se!

— Será que tofo aquele trabalho vai ser em vão? Que pena nunca ter pilotado essa belezinha.

LinK viu o caça subir verticalmente, ter os trens de pouso recolhidos e partir para o horizonte.

— Chefe, está preocupado com alguma coisa?

— Sim. Quero saber aonde Linx foi e com que propósito nos abandonou.

O Hydra arrancou o céu do Digimundo numa velocidade tremenda. Os digimons atrás morriam de medo da alta velocidade do avião.

— Acalmem-se, rapazes. Eu sou um cara experiente nisso. Vamos conseguir chegar ao encontro com os humanos mais cedo do que pensam.

Nas águas de um dos rios que saem da lagoa principal, uma pessoa flutuava sobre uma canoa quebrada. Estava visivelmente ferido. Weiz ou Daregon conseguiu sobreviver ao tiro e à queda.

A canoa encalhou para longe da base, perto de um pântano. Passos de uma pessoa se aproximando, uma sombra ficou muito perto de Weiz. Este viu a pessoa, mas logo desmaiou.

 

Vila da Resistência

Enquanto os digiescolhidos e os resistentes discutiam uma estratégia, os hunters perseguiam alguns digimons companheiros de Freezemon. Reaper acompanhou os caçadores até a base da montanha congelada, base secreta onde ficava a vila dos resistentes.

— Acalmem-se, rapazes. Com certeza aqueles vermes estão por aqui.

— Senhor Reaper, já viemos por aqui antes, não encontramos nada.

Reaper balançou a sua foice enquanto o vento gélido sacudia sua capa preta.

— Por acaso viram dentro da montanha?

— Na-não, senhor.

Ele encostou a sua mão no solo congelado, transformando-a em um tentáculo preto que entrou no chão. Logo o tentáculo criou fios menos, como numa raíz e se espalhou por todo o lugar.

— Nunca entendi o porquê do Chanceler ter contratado inúteis como vocês. Por isso o meu chefe original, o Megido, nunca gostou de exércitos e bajuladores... Ah, detectei algo.

Reaper conseguiu sentir a presença de muitos dados vindos de dentro de uma das montanhas da cordilheira.

Os dois digimons espiões foram salvos por seus colegas nos esconderijos ao redor da montanha — tais esconderijos eram como bunkers improvisados na parede da montanha que serviam de guarita, sendo a sua detecção dificílima por parecer parte da montanha.

— Senhor, temos notícias da capital — falou um resistente de alta patente.

LYGERMON

Atributo: Vacina

Nível: Perfeito

NPD: 800.000

Um digimon humanóide com o corpo e o rosto com a aparência de um tigre branco. Ele usava um uniforme militar, a jaqueta militar verde sobre uma camiseta branca e um lenço vermelho amarrado no pescoço.

— Fale — disse Freezemon.

— Parece que um dos filhos do Imperador Lucemon chegou na capital e está indo direto ao palácio de gelo.

— O que um dos príncipes foi fazer na casa do Chanceler?

— Não temos essa notícia pois os hunters não deixaram os nossos espiões trabalharem. Mas tem uma última notícia interessante.

— Diga.

— Recebemos um bilhete anônimo de uma pessoa da capital. Parece que ele quer nos ajudar a derrubar o Chanceler.

Freezemon segurou a carta. A caligrafia e a ortografia eram corretas. Quem quer que tenha escrevido aquilo era uma pessoa de alta escolaridade e, por isso, alguém muito importante dentro do próprio governo mundial.

Lygermon explicou também que o Reaper e os hunters se aproximavam cada vez mais. Alé de Freezemon, Dorulumon e Panjyamon também ficaram sabendo. Freddy e Jin também souberam.

Neymar, apelido do Goburimon, viu uma correria perto da entrada da caverna. As pessoas e digimons nas tendas improvisadas da vila se abrigaram no fundo e um sino tocou.

— O que é isso? Tô com medo.

— Isso deve ser o chamado para a porrada. — falou Gokuwmon se aquecendo.

— Estou pronto. Quero impressionar a todos quando virem a minha transformação mais forte.

— Parem! Não se atrevam ainda a lutar. Precisamos trazer o nosso inimigo para mais perto.

Um dos guardas estava no esconderijo quando foi atingido por uma flecha. Os caçadores logo iniciaram uma caçada mortal, adentrando a montanha. Viram, ao longe, uma fissura de pelo menos uns cem metros de altura e vinte de largura.

— Ali está, meus caros. O Eldorado. Acabem com todos. Agora!

Os hunters avançaram o mais rápifo que puderam. Flechas e lanças atingiram alguns, mas eles eram tantos que nem isso os intimidava. Digimons surgiram debaixo da neve e puxaram alguns. Conseguiram avançar até a fenda onde ficava a vila. 

— Não podemos ficar aqui esperando enquanto atacam — disse Freddy agarrado nas costas de Gokuwmon. Os dois desceram daquela altura até o chão.

— Eu preciso absorver os dados desse tal Reaper. Está preparado, Mush?

— Preparadíssimo.

— Ainda bem que achamos a tua relíquia. Agora sim pode ficar mais forte — disse Jin pegando o cartão.

Os hunters batalhavam contra alguns soldados resistentes, por um pouco de vantagem. No entanto, eles não adivinharam que Gokuwmon era muito mais poderoso.

 

Capitólio - Palácio de Gelo

Ranamon, presa na masmorra, tentava usar o seu tentáculo para alcançar uma chave na parede. O mordomo, porém, apareceu para estragar os seus planos.

— O que pensa que está fazendo, senhorita? Por acaso pensa em fugir? — pegou a chave e ficou balançando na frente dela. — Sabe que a sua sina é ficar aqui, mofando nesta cela nojenta enquanto o mestre conquista o mundo.

— Isso não vai ficar assim. Os di...

— Os digiescolhidos? Os digiescolhidos não têm chance alguma de vencerem o Chanceler.

Um barulho estranho veio da cela do fundo do corredor. O homem foi até a porta de ferro e pediu para a criatura calar a boca. Um empregado levou uma bandeja com água e comiga. Duas mãos agarraram a bandeja e sumiu. Ranamon apenas observava.

— Fique quietinha. Meu senhor saiu com os outros governantes.

— Ah, Norman. Como você é traidor. Anos trabalhando para o rei e quando um digimau te oferece uma vida melhor, dá as costas.

O mordomon parou por um momento, mas depois saiu.

 

Flawizardmon desceu da carruagem e foi caminhando pela Avenida dos Campeões — uma rua larga apenas para pedestres, cheia de árvores de cerejeira, muitas pessoas e digimons brincando e descansando, as casas tão limpas que brilhavam. Aqui ficava, no final da rua, a sede do exército do governo — um prédio em forma de cogumelo gigante. Mais pra frente a montanha gelada e o Palácio de Gelo. A Avenida dos Campeões era a mais famosa da cidade pois o Chanceler costumava passear e descansar ali, além de ser a rota de acesso ao palácio. Fora dos limites da cidade, a rua era coberta por um tubo de vidro que impedia a penetração da neve e assim continuar com aspecto floral até mesmo dentro do palácio.

O ministro da Suprema Corte morava naquela rua junto com os demais ministros e figurões do governo. Sua casa era parecida com um templo xintoísta. Entrou, retirou os sapatos e foi comer.

— Pare! O que pensa que está fazendo, Wolfgang?

— Dando um castigo por ser tão desobediente.

— Mas ele é o seu irmão.

— Cale a boca, Flawizardmon. Se se envolver nisso, vai perder o status que têm. Esse crápula merece o pior.

Flawizardmon lembrava de algo enquanto comia. Desde aquele dia nunca mais teve sossego, por isso teve que abrir um portal para os digiescolhidos da ilha Sand.

 

Castelo Lunar, Lua

Cranos presenteou o seu pai com os dois núcleos restantes. Finalmente Matsunaga poderá realizar a sua vontade de conquistar a Terra. O imperador estva acompanhado pelos três últimos governantes.

GOVERNADOR MAJOR

ANCIENTVOLCAMON

 

GOVERNADOR MEGIDO

MEGIDRAMON

 

CHANCELER WOLFGANG

MERUKIMON

 

Sim, o nome original daquele Chanceler era Wolfgang, mas ele escondia até mesmo dos demais governadores. Os únicos que conheciam o seu nome são o Imperador, o mordomo Norman e Flawizardmon.

...

Ilha Sand

Ainda na batalha mortal entre Pharaohmon e Beelzebumon, ocorreu algo extraordinário: o governador utilizou o Tártaro. Este golpe era o que o vilão menos utilizava. Consiste em aprisionar o inimigo dentro da sua própria alma e assim obrigá-lo a ver ilusões horríveis e ser atormentado pelo resto da sua vida, sem poder morrer. Era um golpe assustador até mesmo para o Chanceler.

Wesley caiu num buraco negro, quase sem fundo. Seu corpo estava pesadíssimo. Bateu as costas em algo macio.

— O quê? — Acordou num quarto de hospital.

— Que bom que recobrou a consciência, senhor Wesley. — disse um médico.

Ele ficou olhando para os lados, para a parede. Na parede havia um calendário marcando o ano de 2004, data da sua partida para o digimundo. Ele nem se lembrava sobre a sua vida como digimon. Um relógio marca cinco minutos para o meio-dia.

— Onde estou?

— Hospital. Não se lembra do que aconteceu? Ficou em coma por um mês depois que sofreu um acidente de carro na BR-116.

Ele continuou confuso. Era humano, mas algo no seu subconsciente dizia que aquilo não era certo.

— Jonnathan Wesley de Oliveira. Caucasiano, olhos verdes, atlético, 24 anos. Casado com Márcia Alencar, possui dois filhos com ela. Não está se lembrando?

Márcia passou pela enfermeira, aproximou-se dele e deu um abraço. A moça trouxe Paulo, com três anos, e Lúcia, recém nascida.

— Meu amor, ainda bem que está fora de risco. Passei um mês rezando e pedindo para você voltar.

— Não estava brigada comigo?

— Águas passadas, meu amor. Segure a sua filha Lúcia.

A bebezinha foi colocada nos braços dele. O médico, por sua vez, disse que naquele dia daria alta para ele.

— Você quer sair deste hospital hoje? — perguntou o médico.

— Eu... acho que deveria me lembrar de alguma coisa.

Márcia e o médico pediram para ele aceitar a alta e sair logo do hospital. A mulher estendeu a sua mão para segurar a dele. Quando Wesley tentou pegar, viu o horário no relógio da parede marcando cinco para o meio-dia. Viu o calendário, o desenho dele era das pirâmides do Egito. Uma luz clareou o seu rosto, vinha da janela de vidro ao lado da maca. Entregou Lúcia e foi até a janela. Da rua movimentada partia um feixe de luz tão brilhoso quanto o sol, mas não era o sol.

— Não. Algo está errado... QUÊ?! Pharaohmon... cinco para o meio-dia foi a hora que eu vi quando estava sendo transformado por Weiz naquele laboratorio dele. Isso tudo é uma ilusão! Vocês não existem.

O quarto do hospital sumiu. Imagens distorcidas horríveis apareceram. As pessoas que ali estavam voltaram a ser espectros deformados. Wesley voltou a ser Beelzebumon e atirou contra eles, mas foi pego pelos espectros. Eles caíram em cima dele.

A alma do Pharaohmon voltou ao seu corpo. Paulo viu o seu pai desaparecer por completo.

— Paulo... Paulo! — falou Lucas.

— Hã?

— Cuidado! — Lucas agarrou e salvou o humano. Para escapar do ataque do zumbi, o loiro formou uma espécie de escudo de luz.

— Meu pai perdeu.

— Ele não perdeu, tenha fé. Acredite nele. Você tem alguma ideia de como derrotá-los?

Paulo lembrou da mensagem que Nashi enviou minutos antes. Segundo a mensagem, a única forma de deter os zumbis imortais é lançar a luz do legacy contra eles.

— Acredite no Wesley — disse o loiro.

O zumbi em forma de bruxa lançou uma magia contra Lucas. O poder era forte o bastante para pressionar a força da luz e arrastar os dois. Paulo depositou a sua fé no seu legacy e permitiu que a luz dele atingisse o zumbi. Em segundos, um espectro saiu do corpo e o zumbi desapareceu como areia. A luz atingiu o corpo de Pharaohmon, mas nada aconteceu a ele.

— Como isso aconteceu? — indagou o vilão.

Paulo deu todas as informações aos amigos. Um por um foram derrotando os zumbis poderosos com a força da luz.

— Você manipula as almas dos digimons mortos e as usa para dar vida a qualquer objeto inanimado. Esses zumbis são iguais aos objetos que você transformou os nossos amigos, mas a alma lá são dos digimons. Descubri que seu poder é fraco contra a luz. Era só ver como Lucas, que é muito mais fraco que o zumbi bruxa, suportar o ataque com um escudo de luz.

Akenathon ficou furioso. Seu poder aumentou cada vez mais. O céu vermelho trovejou, a lava do vulcão perto saiu, a terra começou a tremer.

— Quanto poder... — impressionou Aiko.

— Esse monstro é muito mais forte que os demais governadores. Vamos perder essa luta — disse Mia.

Uma aura escura saiu do corpo dele e aumentou cada vez mais. As almas rodeavam seu corpo e um raio caiu sobre ele. Até que tudo aquilo parou.

— O que foi? Por que ele parou? — perguntou Paulo.

Pharaohmon não conseguiu mais liberar energia para ficar forte. Algo de extraordinário acontecia.

— Que dor... que dor! O que está havendo com o meu corpo? — a mão direita dele deu um soco em seu rosto. Logo Pharaohmon se atirou contra o chão e ficou batendo com a cabeça. — Ahh, o que é isso?

Uma rachadura surgiu no peito dele. Duas mãos surgiram de dentro da rachadura. A cabeça de Beelzebumon saiu para fora.

— HEEEEEEIIINNNNN!!!!!! — gritaram todos.

De fato, Beelzebumon saía literalmente do corpo do governador.

Continua...


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