Desejo & Compreensão - HIATUS escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 4
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Bom, resolvi postar meio cedo esse capítulo, eu não sou regular em relação a escrita então, vão ter que cuidar sempre.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/374110/chapter/4

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."

William Shakespeare

Mesmo com o casamento de Emmily estando terrivelmente próximo, os empregados foram questionados pelas senhoritas sobre a correspondência, mesmo com cada negação, nenhuma delas perdeu o entusiasmo e a esperança. Nem mesmo Tânia, a mais resignada de todas, acostumada a conter qualquer emoção, não havia desistido completamente de uma chance de ir a Londres nesse outono.

A resposta tão aclamada chegou somente após uma semana, estava na bandeja de chá a espera do destinatário que naquele domingo como no geral, estava com a família na igreja, e comemorava junto aos outros homens o casamento da filha mais nova dos vizinhos.

“Não acredito que ela escolheu azul!” foi o único comentário de Tânia sobre o vestido, nada mais, o quanto a noiva estava alegre e bonita ou como o noivo não parecia tão elegante quanto o esperado. Somente Alice os fez, mas sem mencionar o descrédito do noivo, para aquela menina de dezessete anos a muito completos, um casamento estava acima dos defeitos.

Quando a carta finalmente foi aberta e lida em voz alta para todos é que se pode receber as novas notícias. Pelo começo da carta, tia Anna tentava se desculpar, de uma forma muito torta, por não tê-los escrito antes, porém passou dias a comunicar ao amigos mais queridos de sua volta ao império inglês. Isso abalara seu estado físico e emocional mais do que a idade permitia.

Em troca ela prometia no fim do próximo mês um encontro, mesmo sendo outono, uma estação mais rigorosa em Londres, mas em prol de unir-se com sua antiga vida, tia Anna ignorou todas as críticas e esperava que quem ainda tivesse uma boa estima sobre ela mesma deveria comparecer.

"Um baile!!!" Foi a única intervenção das meninas enquanto o pai lia a carta da irmã em voz alta a todos. O pai foi o único a não demonstrar o devido entusiasmado, talvez já tivesse percebido que nem nenhum momento próximo a data eles pudessem ir. Tentou sem sucesso ignorar a parte da carta que expressava a expectativa da irmã que eles fossem.

Era muita simpatia dela, manter quartos arrumados para toda a família, sem contar do pedido para que Digory fosse especialmente convidado, essa foi outra parte da carta que ele esperou omitir, mas novamente sem sucesso. Animação das meninas era tamanha que elas procuravam papel e tinta para escrever ao irmão sobre a novidade. Seria tão bom rever, ou conhecer, parentes já tão queridos.

"Infelizmente" interrompeu o pai "os negócios não me possibilitam uma vista a Anna antes de novembro, não poderão ir ao bailei, me desculpem." Todas por um momento cogitaram implorar pela mudança dos planos, mas ao verem no rosto do pai uma infelicidade tão aparente só lhes restou resignar-se.

"Meu querido Sr. Hill, sendo suas filhas, sobrinhas de Anne, poderíamos enviá-las antes do baile, assim, nós iríamos visitar sua irmã na data que lhe for conveniente e trazer conosco na volta as meninas." A brilhante ideia da senhora Hill deixou a todas extasiadas e com expectativas renovadas. " As meninas desejam tanto conhecer a tia, será bom que tenham contato com a sociedade londrina e estarão em mãos confiáveis, Digory provavelmente ira, pode até levá-las junto com Rose."

"Escreverei a Digory e minha irmã primeiro. Peço que não anseiem pela viagem, a muitos fatores que tenho que levar em conta antes de poderem arrumar suas bagagens e partirem." O pai passou por todos e no outro lado do corredor foi ouvido a porta fechar e ecoar várias vezes.

Quando as meninas saíram em um passeio refrescante, mesmo ao sol quente, puderam ver ao se aproximar da cerca para o pasto, a janela do segundo andar, lá estaca o pai remexendo nas estantes e livros de contabilidade, essa era a figura familiar com quem nossa heroína menos intimidade tinha, talvez pela falta de sensibilidade do pai, e os modos rústicos, nunca ele tinha sido diferente para com elas como era par com seus compadres e credores.

–--

Depois do jantar, as meninas, já vestidas para dormir, se reuniram no quarto de Clarisse. Elas iriam ao fim dormir juntas, as irmãs dividiriam a cama e a prima o divã.

Quando a última chegou, Tânia, em sua camisola de cetim, e enfeitada com fitas roxas que tremulava enquanto ela fechava a porta tentando produzir o menor barulho possível, para que a reunião não fosse denunciada antes das empregadas notarem as camas vazias pela manhã. A figura elegante e esbelta da prima, com olhos pequenos, mas de um marrom inconfundível, uma pele mais acobreada que o tom delas pela insistência de se isolar sob as primeiras árvores do bosque logo que se mudou para aquela casa, a boca era belamente definida em tons rosados e os cabelos negros contidos em uma trança imitavam as finas sedas das duquesas. Ela se sentou com superioridade na frente da "anfitriã", mas logo assumiu a feição de olhos suaves e doces de uma criança crescida, aqueles que deixavam-se ver até a alma, aquela era a boa prima Tânia.

"Estive tão ansiosa para falar com vocês, mas papai parecia sempre perto o bastante para se aborrecer com um comentário" disse pegando em casa mão as das primas e assim formando um círculo.

"Melhor que não falamos nada mesmo, papai ficaria pressionado e muito triste" defendeu Alice.

"Mas agora estamos aqui. Vocês não tem ideia de como estou ansiosa por uma resposta de Digory. Nunca fomos a Londres, não posso me casar com quem quer que seja sem ir a Londres!" começo Claire em murmúrios agitados.

"Cuidado com a vela! Ou então nunca iremos a Londres mesmo!" Alertou Tânia ao ver Alice pegar a vela e ela se mexer no candelabro.

"Calma" respondeu ela e colocou a vela com cuidado sobre a cômoda mais próxima de seus corpos "queimarei meu próprio cabelo antes de causar um incêndio nessa casa." ela segurou os cachos castanhos do lado da vela. "Acha que eu teria coragem de fazer isso?"

"Nesse momento você parece muito corajosa, mas pegue a escova e venha aqui, antes de tentar queima-lo novamente."Alice obedeceu Claire, todas já riam baixo da demonstração de coragem da menor.

Passado um tempo do fim das risadas, Tânia se manifestou.

"Claire, me emprestaria seu camafeu para ir aos bailes de Londres?"

"Jamais o emprestaria a ninguém, é o presente mais precioso que guardo de Digory, pretendo não tirá-lo de meu pescoço em Londres!" Mal ela sabia que por amor abriria mão daquele singelo presente, as lembranças mais valiosas, não pertenciam ao objeto, mas a mente, doá-lo poderia significar tudo ou nada.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então... não recebi nem sombra de comentário pra me iluminar :(



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Desejo & Compreensão - HIATUS" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.