P.O.V Laila

Ufa, até que consegui me controlar bem depois da conversa que tive com a Mione no avião, se não teria entrado em pânico ao ver o Nico de novo....

Flashback On

- Psiu! - chamou-me Mione da fileira ao lado. - O que houve?

- O que? Não houve nada não! - falei meio desesperada. Será que ela desconfiou de algo em relação a Nico e a mim?

- Eu estou perguntando o que houve com você! - explicou-me ela. - Se parece que vai desmaiar!

- Ah, foi a zona de turbulência! - falei sentindo um alivio enorme no corpo.

- Ahã, sei! - disse ela voltando a atenção para o livro em suas mãos, já que o Rony estava dormindo ao seu lado e ela não tinha o que fazer.

- Ahã o que? - perguntei dobrando ainda mais meu corpo sob o braço da poltrona, para poder me aproximar de Hermione.

- Acha que eu não percebi você e o Nico abraçadinhos, acha que ninguém aqui percebeu? - perguntou ela rindo. Fiz cara de desentendida. - Ah, não faz essa cara! Você sabe do que eu estou falando!

- Não sei não!

- Ah não? - perguntou ela irônica deixando o livro no colo e se curvando sob a poltrona ao seu lado. - Eu sei que você gosta dele! - sussurrou ela apenas para que eu escutasse.

- O QUE? - falei, ligeiramente, alto. Tanto que algumas pessoas ao redor pararam o que faziam e me encararam. - Ta doida? - sussurrei.

- Ah, para Laila, eu sei que você gostava dele desde a época da sua escola! - falou ela pegando novamente seu livro e recomeçando a leitura.

- Quem te disse isso, Mione, devia estar bem desenformado! - falei em um tom brincalhão para que ela não identificasse o terror em minha voz. Ela então, desviou os olhos do livro e me encarou com aquele olhar que só ela consegue fazer. Não tem jeito! Não tem como mentir para ela. - Okay okay, eu gostava dele anos atrás, mas, como disse, isso foi a anos atrás!

- Isso é mentira! - falou ela. - Até um cego enxerga que você ainda tem uma certa queda livre até o centro da Terra por ele,e , tá mais do que na cara que ele tem um Everest por você! - falou ela voltando a atenção para seu livro.

- Está tão óbvio assim que eu ainda gosto dele, mesmo depois de todo esse tempo e mesmo sabendo que , bem provavelmente, ele não gosta de mim? - falei encarando a poltrona da frente.

- Está óbvio até se for visto da Lua, minha querida! E, pode descartar esse " bem provavelmente" do contesto porque ele está afinzão de você! - falou Hermione me fazendo sorrir.

- Então o que eu faço?

- Conte a ele, oras! - falou Hermione dando de ombros.

- Você fala como se fosse fácil! - falei com tédio na voz, apoiando meu queixo na mão.

- É fácil, basta contar!

- Então por que você não conta ao Roniquinho que sempre morreu de amores por ele, já que essa situação só não é mais óbvia por falta de uma placa neon! - brinquei a fazendo corar, o que me fez começar a rir incessantemente.

- A situação não é essa no momento. - justificou ela.

- Ahã, sei! - falei e juntas começamos a rir.

Nico voltou alguns minutos depois, olhou para mim, sorriu e se sentou ao meu lado. Hermione apenas me olhou e gesticulou um " Você deve contar logo" com a boca sem fazer som algum. Assenti e virei para frente de novo. Ela fala como se fosse fácil!

Flashback off

Depois dessa nossa conversinha, fiquei remoendo esse assunto mentalmente até entrarmos no carro alugado. Durante todo o trajeto, nada ( além dessa minha confusão mental) aconteceu de diferente. Nico, sentado ao meu lado, olhava de vez em quando para mim, mas seu olhar parecia estar longe. Vez ou outra trocávamos olhares rápidos o que fazia Hermione me olhar logo em seguida e sorrir maliciosamente.

Chegando no vilarejo que iriamos ficar, a animação finalmente pareceu acordar dentro do carro. Como estava distraída, nem prestei atenção direito nas paisagens estontiantes que nos cercava. Era tudo absolutamente lindo! Montanhas de um lado, estrada com algumas casinhas do outro. Tudo cobertos de uma espessa camada de uma alva neve. Oh, como eu amo o frio! Seguimos mais alguns minutos pelas ruas do vilarejo até chegar de frente para a tal casa que iríamos ficar. Assim que olhei pela janela ( já que minha idade mental não permite que ninguém além de mim se sente ali), minha boca abriu em um perfeito *O*. Aquilo não é uma casa, é uma mansão! Era, realmente, enorme a faixada da casa de madeira bege com janelas pintadas de um marrom um pouco mais escuro. Tinha um cercadinho na frente e um jardim quase invisível por causa da neve que o cobria.

Fui a primeira a descer do carro, ainda com os olhos petrificados na casa. Ouvi todos do carro descerem e podia sentir o olhar deles pesando na mesma direção que o meu.

- Caraca, tia Minnie escolheu "A casa" esse ano! - falou Draco.

- Okay, vamos todos pegar nossas malas e entrar logo porque aqui fora tá um frio do caralho! - falou Luna puxando o casaco que usava mais junto ao corpo e colocando as mãos no bolso. Como se tivesse sido acordada de um transe, girei nos calcanhares e caminhei de volta ao carro para pegar minha mala.

Eu, como tinha sido a primeira a pegar minha mala do porta malas, foi quem abriu a porta da mansão para que todos passassem , logo depois de mim, por ela. Assim que abri, me deparei com o mais bonito e aconchegante hall de entrada. A minha frente, estava uma escada com degraus escuros e a minha direita estava uma ( grande e espaçosa) sala de estar, com piso da cor dos degraus. Todos os móveis e pintura eram claros. Haviam dois confortáveis sofás na sala, de frente para uma televisão e uma lareira. Fiquei encantada com tudo!

Logo, todos já haviam passado pela porta e admiravam a casa por dentro assim como eu. O silêncio só foi quebrado pela porta no fim do corredor sendo aberta de supetão por Rony.

- Quem ai sabe cozinhar?