Bacchus, Conselheiro Amoroso escrita por Anny Taisho


Capítulo 3
Novas perspectivas


Notas iniciais do capítulo

Hey meninas!!! Mais um capítulo para vocês e Re-chan... Acho que vai reconhecer a parte em que usei sua ideia do comentário!! mUhahahhahahah
Boa leitura



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Cana estava na cozinha da guilda fazendo meio que em chantagem as tortas que seriam a sobremesa da guilda daquele dia. Mirajane estava extremamente atarefada com um milhão de coisas para fazer e resolveu coagir a pobre e desavisada Alberona que poucos sabiam que sabia cozinhar a ajuda-la.

Mira entrou na cozinha para pegar mais pedidos que Kinana estava montando para servir, aquele lugar estava um pandemônio naquele dia, ela olhou-a e sorriu ao ver que as tortas de maça estavam prontas, poderia colocar seu plano em prática.

- Bem Mira, aqui estão todas as tortas, eu bem que merecia umas bebidinhas por conta da casa depois dessa?

- Não se preocupe, Cana, você sabe que eu sei ser boazinha com quem me ajuda.

- Hum sei... Agora eu tenho que ir, já estou atrasada pra um compromisso!

- Compromisso? Onde? Com quem?

- Um compromisso, Mira! Mais tarde a gente se vê e por favor, sigilo, não quero ninguém sabendo que fui eu quem fez as tortas!

- Por acaso é um compromisso com quem te deu a caneta? Hum... Eu sabia que tinha cheiro de admirador secreto!

- Bye, bye!! Boa sorte hoje!

Um sorriso maligno brotou nos lábios da Strauss mais velha que foi cortar um grande e suculento pedaço de torta de maça com canela, a favorita de um certo mago do relâmpago. Nada como essas armações amorosas para tornar os dias mais animados. Colocou as sobremesas sobre a bandeja e saiu para o salão deslizando em meio ao caos até chegar a mesa ocupada pela tribo do trovão.

Foi servindo cada um deles com sua preferida entre as sobremesas.

- Torta de morango caramelado para Fried, de banana com doce de leite para o Bixlow, salada de frutas para Ever e torta de maçã com canela para o Laxus! Todos bem servidos?

- Oh sim, com certeza, Mira!!!

Responderam e a albina saiu para atender as outras mesas.

Depois de um tour pelo salão, voltou para então colocar seu plano em prática.

- Mirajane, hoje tenho que tirar o chapéu para você! – Ever elogiou –

- Mira, meu amor, simplesmente maravilhoso! Tudo uma delícia!

- Realmente, Mirajane, fazia tempo que eu não comia uma torta de maçã tão boa.

Laxus Dreyar elogiando não era uma coisa corriqueira, até porque o loiro era um homem de poucas palavras, o sorriso da albina se abriu ainda mais, oh kami como era fácil manipular todo esse pessoal!

- Obrigada pelos elogios, mas infelizmente não fui eu quem cozinhou as tortas, estava tão atarefada que quase ficamos sem sobremesa hoje!

- Oh então quem foi? – indagou Fried –

- A Cana!! Ela quebrou esse galho para mim! Ela cozinha tão bem que eu adoro quando ela se anima e aparece lá na Hills para cozinhar para meninas... Você deve lembrar desses dias, Ever!

- Oh sim... É mesmo, a Cana é ótima fazendo qualquer comida! Mas ela não costuma se animar a fazer, o que andou aprontando para ela fazer Mira?

- Nossa, como pensa mal de mim Ever! – a albina se fez de ofendida fazendo biquinho – Bem, eu tenho que voltar para cozinha, uma pena que a Cana não esteja aqui para vocês elogiarem... Ela saiu correndo para um encontro!!

A palavra encontro sem Laxus ser a pessoa com quem ela se encontra causou no mínimo uma careta bizarra! E como a tribo do trovão sabia que os dois tinham um tico-tico no fubá respiraram fundo e olharam para o chefe!

- Encontro? Tem certeza, Mira? – Evergreen estava tentando evitar uma tragédia –

- Bem, ela saiu toda serelepe lá da cozinha para encontrar alguém! Então neah, toda aquela coisa da Cyber pen,  tenho certeza que ela foi se encontrar com quem deu aquela caneta para ela!

- Então você não tem certeza de que é um encontro!

- Ai Ever é a Cana, ela é a rainha dos encontros, apesar de nem todos darem em alguma coisa! Tomara que dê certo neah, faz um tempo que não vejo ela com ninguém legal...

Nesse instante o olhar de Laxus se estreitou, Mira aparentemente sabia dos dois e aquilo era uma insinuação de que ele não era legal? O mago começou a ranger os dentes e respirar com dificuldade. Era obvio que sua morena não tinha marcado encontro nenhum, ele ia ficar pilhado com algo que aquela maluca dizia? Aquela ali era capaz de ver pedra em sopa jurando que chocolate se isso lhe apetecesse.

Ever resolveu dar uma cutucada também, porque bem... ela não é de ferro!

- Pois é, tomara que seja um cara legal, a Cana tem que parar de sair com esses cafajestes... De vez em quando até que é divertido, mas para namorar tem que ser um cara melhorzinho do que os que ela vem arrumando!

O Dreyar lançou um olhar bizarro para Evergreen que teve que segurar o riso. Nada como cutucar onça com vara curta, porque afinal de contas já tava na hora daqueles dois se acertarem logo.

- Então Ever, a Cana precisa melhorar essas escolhas dela, senhor, um pior que o outro! Tomara que agora seja um homem direito, que goste dela, a trate bem, com carinho!

O Dreyar engasgou ao ouvir aquilo, por acaso estavam insinuando que ele não era um cara legal, não direito, que não gostava dela e que não a tratava bem nem com carinho? Hey, ele não era um brutamontes sem sentimentos! Nunca a tratou mal! Sempre com jeito e respeito!

Era um excelente partido!

Tentando evitar eletrocutar aquelas duas levantou sem falar nada e saiu pelas portas duplas da guilda dando as duas a certeza de que tinham feito um ótimo trabalho. Bixlow e Fried olhavam abismados para a coragem e loucura das duas.

- Vocês beberam foi? Querem matar alguém??

- Fica na sua, Bixlow! Se ele não vai pro caminho sozinho, a gente ajuda!

- Isso mesmo!! Agora deixa eu ir porque meu trabalho aqui acabou!! E Fried depois a gente se fala e você me conta o que queria falar, viu?

Ela mandou beijinho e deu piscadinha quase causando uma hemorragia cerebral do Justine.

***

A maga das cartas chegou a Dogwood bem rapidamente, a cidade ficava só a três estações de Magnólia e assim que saiu do trem visualizou o opulento falcão bêbado. Bacchus estava exatamente como se lembrava e aquele abdome continuava um colírio para os olhos, ele lhe lançou um sorriso ébrio e assim que se aproximou recebeu um abraço de urso.

- Nee-chan!!! Você veio mesmo?!

- Não, criatura, sou uma projeção astral! Agora dá para parar de encebar!

- Credo, Nee, quanta violência!!

- Por kami, você não presta mesmo, não disse que está apaixonado por uma garota?

- E eu estou, mas até ela me dar moral, tentar na mata neah...

- Hum sei... Então, onde marcou com ela?

- Numa praça aqui perto, mas ela já me deu o maior fora hoje, nee! – ele fez um bico que arrancou risadas de Cana –

- Senhor, como assim você consegue ser tão tonto? Vamos lá que eu vou ver se resolvo sua vida!

- Nee-chan é a melhor!!

Bacchus abraçou-a arrancando-a do chão.

Caminharam até uma praça bem bonitinha que tinha na cidade , sentaram na mesa de um quiosque existente e com os olhos a morena tentou adivinhar quem era a musa de Bacchus. Foi quando seus olhos caíram sobre uma mulher sentada sobre uma mesa de pedra que seria de tabuleiro de xadrez conversando/dispensando alguns idiotas. Tinha os cabelos inesperadamente azuis claros lisos, short jeans e uma blusa com um grande cinto dos quadris e um casaco por cima.

- Por acaso sua musa é garota do cabelo azul?

- Nossa, nee?? Como sabe??

- Você tem cara de quem cai por garotas como ela... Mas então, ela é maga?

- Sim, sim... É de uma guilda aqui da cidade, ela usa takeover!

- Hum... será que todo usuário de takeover tem essa característica de psicótico? Hey, não rola uma bebidinha aqui não?

- Infelizmente não, nee... Mas quer um pouco do meu sake?

- Óbvio, Bacchus!!

A alberona deu um gole na cabaça que ele carregava e viu o mundo girar por alguns segundos. Por Mavis aquilo devia ter um nível alcoolico impróprio para quem não bebesse pelo menos metade do que eles consumiam geralmente. Respirou fundo e sentiu o gosto da combinação de ervas com sakê.

- É potente neah, nee??

- Que isso... Muito bom!! Agora fica aqui quietinha que eu vou tentar resolver sua vida amorosa!

- Vai fazer o que?? – ele arregalou os olhos –

- Só fica aqui quietinho!

Cana levantou e jogou os cabelos para trás e foi andando até onde Emiko estava sentada conversando com os bobos que a cercavam. Os olhos também azuis dela a fitaram com curiosidade e usando sua facilidade de interagir em poucos minutos a Alberona virou praticamente amiga da maga.

- Eu vi você no Dai Mahou Enbu!!! Não foi você quem quebrou o MPF?

- Hehehe, pois é... 

- Nossa!! Eu achei o máximo o que sua guilda fez com aqueles metidos da Saber, por kami, aquele povo precisava de uma taca!!! Mas então, o que faz aqui em Dogwood?

- Vim ajudar um amigo, ele vem me aconselhando e eu resolvi fazer um favor!

- Ah te vi ali com o Bacchus-san! Pensei que era a atual conquista dele...

- Bem, em outros tempos acho que eu e a criatura ébria teríamos um caso, mas hoje em dia eu tô em outra! Sabe aquela coisa de se divertir com os errados? Eu achei o meu certo e estou sofrendo com isso!

- Wow... Sério? Oh... – ela revirou os olhos – Pois eu era casada com um tipão do Bacchus-san, levei um belo par de chifres... Digamos que eu quebrei os dentes do idiota com meu take!

- Sim, aparentemente quando garotas se apaixonam eles pisam, ironias da vida, certo?

- Agora ele fica tentando voltar, mas ah... Nem me faz falta! Estou melhor agora!! Escolho quem quero, quando quero e se quero faço alguma coisa... Você bebe, neah?

- Eu adoraria tomar alguma coisa, mas parece que não vendem nada alcóolico aqui!

- Tsk...

A outra maga sorriu e olhou perigosamente para um dos que as cercavam.

- Hey bonitinho, me faz um favor?

- O que quiser, Emiko-san!

- Arruma uma bebida boa para mim e para minha amiga aqui!

- Vocês querem o quê?

- Hum... Deixo a seu critério acertar!  - ela deu uma piscadinha e o rapaz desavisado saiu até tropeçando – Então, Cana, veio interceder pelo, Bacchus-san, certo?

- Fazer o quê? Eu não aguento ele com aquela aura depressiva!

- E o que tem a dizer a favor dele?

- Olha, ele é um cara bêbado, sem-vergonha, cético e com uma mania idiota de colocar selvagem em todas as frases que fala, mas também agora você não precisa ficar preocupada com a índole dele, vocês não vão casar, então bem... Ele é um tipão e você parece cheia daqueles bobinhos, então porque não dar uma chance ao bobão?

As duas riram e Bacchus já estava quase morrendo para saber o que elas tanto falavam.

- Bem, eu posso tentar... Vamos tomar alguma coisa?

***

Cana, Emiko e Bacchus se dirigiram para um bar e começaram a beber. Num primeiro momento a morena sentiu-se meio deslocada, mas depois de alguns minutos se enturmou e as duas garotas passaram a meio que implicar Bacchus que se rendeu a maldade das nee-chans.

E foram muitas horas de bebidas de todas as variedades, gostos, jeitos, idades até que os três começaram a ficar embriagados, na verdade, a essa altura os três já estavam bastante alegres. Bacchus e Cana ficaram surpresos com a outra maga conseguir segui-los. Mais um motivo para o mago se apaixonar.

Quando já estava a noitinha, a Alberona notou que precisava ir embora, não queria ficar em Dogwood. Quando o trio foi se levantar algo inesperado aconteceu, o grande falcão bêbado caiu para trás totalmente ébrio. Aquele foi um momento marcante, afinal, todos os bares da cidade conheciam a fama dele e agora o viam caído entre duas garotas bonitas.

Emiko olhou para a morena e riu animadamente.

- Oe, Cana-nee... Eu acho que posso sair com ele agora...

- Tsk... Você também não com essa coisa de nee... O que vamos fazer com ele? Eu preciso ir para minha guilda!

- Hum... Consegue chegar na estação de trem?

- Hum... Acho que sim, mas e você? Vai fazer o que com ele?

- Bacchus-san é bem conhecido aqui, vou conseguir alguém para levar ele para minha casa, eu moro pertinho!

- Uhhhhhhh... Eu devia zelar pela honra do meu amigo, mas eu acho que ele não vai se importar se você abusar dele.

- Tsk... Não seja tonta, eu não tenho condições de abusar de ninguém... Mas amanhã cedo eu posso tentar alguma coisa.

As duas caíram no riso e Cana foi embora. Emiko arrumou um de seus fans bobinhos para ter certeza de que a nova amiga chegaria na estação a tempo de pegar o último trem.

***

Chegou em Magnólia quando já passava das dez da noite e o mundo estava muito louco. Ainda bem que tinha muita prática em manter um pé na frente do outro depois de ingerir quantidades absurdas de álcool. Sentou-se num banquinho que ficava na praça em frente a guilda, afinal, seu apartamento era por ali e tentou se orientar.

Mas estava tão complicado...

Resolveu ficar sentada ali então até ter sobriedade suficiente para achar o rumo de casa. Conseguia ouvir dali as bagunças daquele povo maluco que devia estar brigando. Não soube quanto tempo ficou ali, mas de repente uma voz lhe chamou de volta para o mundo dos sóbrios.

- O que está fazendo aqui, Cana?

Olhou para cima e viu Laxus e sua guarda pessoal.

Fried estava corado e era amparado por Bixlow. Ever ergueu seus óculos e deu uma risadinha enquanto o chefe ainda estava esperando uma resposta.

- Eu acho... Assim... Só acho que bebi demais e esqueci onde moro...

E caiu numa risada leve que fez Fried também rir.

O Dreyar que passou o dia irritado com a possibilidade dela estar em um encontro sentiu-se aliviado e passou a mão pelos fios loiros. Ela estava muito bêbada, até mesmo para padrões Cana Alberona.

- Podem ir, vou levar ela até em casa!

- Ein??? Não, não, não... Estou perfeitamente bem, você não precisa se preocupar!

- Bem, então okay, eu e a Ever vamos levar essa coisa aqui!

- Juízo em Laxus! – a loira riu e levou em resposta uma rosnada ameaçadora –

Sentou-se ao lado dela e seu olfato apurado entregou que ela realmente não estava bebendo sozinha, mas não sabia dizer se era com um homem ou uma mulher, aquela mulher ainda ia fazê-lo perder o juízo.

- Então garotão, por que ainda está aqui? Eu já disse que sou... Perfeitamente capaz de ir para casa!

- Oh claro... Estou vendo! Então, consegue ir andando ou vou ter que te carregar?

- Feh... Eu me recuso a isso okay!

- Certo, vai ser carregada mesmo!

Dito isso o Dreyar se levantou e a pegou no colo, mesmo sob alguns protestos. Ela não morava muito longe da guilda, por isso mesmo foi um momento muito rápido. Como era de esperar a casa dela estava limpa, mas incrivelmente bagunçada. Laxus jamais entendeu como é que alguém conseguia manter a limpeza em meio a desordem.

A casa dela parecia a de um homem solteiro.

A estante da sala foi montada em forma de U com caixas envelhecidas de vinho onde eram guardadas bebidas. Havia um sofá, uma mesa de centro e uma lácrima vision. Não gostava de muitos móveis, uma vez ela comentou que dava muito trabalho para limpar encher a casa de coisas. Duas pilhas de roupas estavam no sofá, uma dobrada e outra não, provavelmente o que ela trouxe da lavanderia.

Pelo caminho foi notando a quantidade de cartões antigos que havia pelo chão, presos nas paredes, juntamente com um ou outro top, ou calças capri e alguns shorts. Chegou ao quarto dela onde havia aquela cama toda bagunçada com três cobertores quase se dando um nó. Um mural de fotos acima da cama, uma cortina pesada que cobria a grande janela com vista para o rio que cortava a cidade, tinha também uma poltrona onde haviam alguns vestidos que ele jamais a viu usando, uma estante presa a parede com dois porta retratos, uma bola de cristal que ela geralmente usava em algum festival, mais cartões, alguns lenços que ficavam meio caídos.

O guarda-roupa estava fechado e acima da cama havia uma espécie de dossel com lenços multicoloridos e algumas moedas penduradas nas extremidades. Ficou chocado em como nunca notou aqueles detalhes. Okay que geralmente estavam meio afoitos a procura dos lençóis... Mas caramba, ele NUNCA tinha reparado.

Cana estava tão quieta que por um minuto achou que ela tinha dormido, mas ao fita-la notou os grandes olhos violetas o encarando.

- Então, vai me colocar no chão ou tá divertido me carregar de um lado para o outro?

Sem dizer nada a colocou no chão notando que ela perdeu meio que o rumo e apoiou uma mão contra seu peito. Era engraçado ver a maior cachaceira da história da Fairy Tail perdendo o eixo, ela fez uma careta e aparentemente decidiu tomar um banho. Só que estava difícil até mesmo tirar as roupas, bem ele já estava por ali mesmo e resolveu ajudar.

E não pensem mal do rapaz leitoras, afinal, Laxus podia ter um monte de defeitos, mas aproveitar de uma garota bêbada não fazia seu tipo. Ele gostava de consentimento e participação ativa da parceira, obviamente que se tivessem bebido juntos era outra história, entretanto esse não era o caso e apesar de ser uma tentação ir para o chuveiro com ela, apenas lhe ajudou a soltar o cinto e desabotoar a capri que escorregou num baque surdo no chão.

Ela chutou a peça para o lado e achou a porta do banheiro.

Definitivamente ela ainda o iria matar.

Voltou a atenção ao quarto, acendeu a lâmpada e reparou nas cores predominantemente violeta, laranja e azul. Chacoalhou a cabeça e abriu o guarda-roupas a procura de alguma coisa para ela vestir quando saísse do banho. Viu mais alguma roupas e sapatos que nunca a viu usando e por fim achou a gaveta de calcinha e sutiã, levou um baita susto porque tinha um monte de coisas ali que não tinha tido o prazer de admirar nela.

Começaram a se relacionar numa festa da guilda, um pouco de bebida, música alta, aquele clima animado e quando deram por si estavam no antigo dormitório misto sem saber onde começava um e terminava o outro. E desde então ele podia dizer com certeza de sua parte que não se relacionou com mais ninguém e era capaz de botar a mão no fogo por ela... Só que isso não queria dizer que por isso mantinham algo parecido com um namoro convencional com encontros, jantares e coisas assim.

Conversavam e se rolava um clima, em noventa por cento dos casos rolava, terminavam enroscados um no outro ou ali no apartamento dela ou no apartamento que dividia com a Raijinshuu. Sempre com muita pressa e fome. Tanto que se parasse para pensar não sabia muito sobre a Alberona.

Não era hora de pensar naquilo.

Pegou entre os diversos tipos, a calcinha mais parecida com a que costumava tirar dela e um sutiã que parecia nunca ter sido usado, visto que ela usava tops. Fechou a gaveta e juntamente com uma toalha colocou tudo dentro do banheiro onde ela tomava banho. Voltando ao quarto procurou algo que ela pudesse usar para dormir, cana não fazia o tipo que dormia com pijamas, levantou algumas peças de roupas que estavam sobre a poltrona que pelo cheiro de amaciante estavam todas limpas e achou uma camisa preta muito grande para ser dela com estampa de rock... Era uma camisa própria... Por isso não a estava achando quando procurou em casa.

Seria essa mesmo.

Ouviu a porta do banheiro abrindo e a viu sair dela meio húmida do banho com as peças que tinha deixado lá, teve que respirar fundo e pensar em coisas idiotas e bizarras para não fazer coisa s das quais viesse a se arrepender.  Ela o fitou curiosa, provavelmente pensou que já tivesse ido embora. Sem falar muito, até porque ele não é um homem de muitas palavras, vestiu a camisa nela e escoltou até a cama onde ela se deitou e a cobriu ficando com apenas com praticamente os olhos de fora.

Era uma cena bonitinha ele tinha que admitir para si mesmo.

E num momento que não compreendeu escovou os lábios na testa dela antes de levantar e sair do quarto.

***

Caminhou pelo pequeno corredor que dava para a sala ainda um pouco zonzo.

Aquele momento com a maga lhe mostrou o quão superficial vinha sendo o relacionamento deles apesar de todo aquele sentimento de posse que nutria por ela. Não era como se fossem dois estranhos que tinham sexo casual, mas também não chegavam a ter um relacionamento oficial como Fried e Mira.

Nunca tinha parado para pensar no assunto porque estava confortável do jeito que estava, só que parando para pensar agora estavam num impasse. Dava para fazer uma analogia com aquela fase em que não se mais criança, mas também não é um adolescente, um período estranho e conturbado sem informação. Não queria acabar com o que tinham, mas também não dava para continuar como estavam. Gostava dela, achava que estava até apaixonado por ela, mas Cana era meio que um enigma porque não sabia muito sobre ela.

Conversavam e lembrando das conversas viu que ela mais ouvia e incitava a falar do que dialogava propriamente dizendo. E ali surgiu uma dúvida, será que era ele quem não dava margem para ela querer falar ou ela que não falava por vontade própria. Afinal, a maga tinha tendências solitárias.

Sentou no sofá e suspirou recapitulando os últimos dias, tentando entender quando foi que as coisas saíram de controle. Sentiu que para ele o estopim foi meio que a indiferença dela, não uma indiferença total, mas receber menos atenção do que estava acostumado. Isso o deixou extremamente irritado e frustrado.

Era aquele ranço de ser pouco comunicativo e não gostar de ser contrariado.

Olha só o histórico de sua dificuldade de relacionamento: quando ele achou que a guilda não estava como deveria, o que foi que fez? Conversou? Nãaaao!!! Entrou logo criando um plano mirabolante fazendo as pessoas brigarem entre si. Depois do esporro que levou da vida, aprendeu a ser mais tranquilo e tentar lidar melhor com sua frustração. Só que ainda tendia a ficar agressivo quando algo o contrariava demais.

E olha só, pensando no acontecido, qual foi a primeira reação ao afastamento dela? Ficar agressivo!!! Olha que lindo, ao invés de tentar entender se aconteceu algo, afinal, ela podia estar com problemas ou num dia ruim... Só que nem passou isso pela cabeça. Só ficou focado no fato dela não corresponder mais ao que ele esperava e meio que pirou com isso!

Passou a mão pelo rosto e olhando ao redor viu bloco grande em cima da mesa de centro que lhe chamou atenção. Inclinou o corpo para frente e o pegou debaixo de algumas outras coisas e qual não foi sua surpresa ao notar que as folhas estavam repletas de desenhos. Havia muita coisa inacabada, mas dava para notar que eram momentos de situação que aconteciam normalmente no salão da guilda.

Com certeza não era tão nítido quanto o trabalho de Reddus, até porque o estilo de traço era diferente. Aparentemente quem desenhou trabalha com traços curtos que iam se unindo num mar preto, branco e cinza. Foi folheando e vendo cenas como a equipe de Erza almoçando e brigando, Mirajane fazendo quase que malabarismos ao servir as mesas sem nunca derrubar uma bandeja, o trio de exeeds e até mesmo um momento em que estava ele a tribo do trovão.

Depois disso as folhas ficaram brancas e o loiro voltou reparando em outros detalhes descobrindo uma pequena assinatura no cantinho de alguns desenhos, os que estavam terminados, confirmando que eram obra da dona do apartamento. Nunca imaginou que ela soubesse desenhar, assim como nunca imaginou que ela soubesse cozinhar. Duas coisas novas que ficou sabendo dela naquele dia.

Suspirou resignado colocando o bloco de volta na mesinha e levantou o corpo para ir embora. Realmente precisava de um tempo para assimilar tudo o que estava acontecendo... Saiu e fechou a porta com a chave reserva que ele sabia ficar debaixo de um vaso no final do corredor. Por fim optou por guardá-la no bolso, afinal, facilitaria quando tivesse que leva-la em casa naquele estado de novo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Halo pessoinhas do meu coração!!!

Eu sei que esse capítulo ficou devendo no quesito comédia, principalmente em relação aos outros, mas eu prometo tentar melhorar. Entretanto convenhamos que Ever e Mira trolando Laxus foi uma coisa linda de ver! Essas mulheres fazendo complôs contra ele são umas malvadas!! Muahahhahahaahahhhahahah

Então, conversem comigo! Contem o que acharam!

Façam uma autora feliz que em troca ela lhes fará feliz!!

Kisskiss



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