Causa Perdida? escrita por Gabriela Maria


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Sabendo que a demora já foi demais, prefiro deixar as explicações para o final do capítulo. Por sinal, esse está bem maior que o de costume. Minha pequena de tentativa de compensar o sumiço. >



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– Alguém tem que ter pego aquela tiara!

– Lily, pela bilionésima vez, ninguém pegou sua tiara.

– Vai ver o Sirius arrombou nosso dormitório e roubou o que viu de mais precioso – Marlene falou distraidamente.

– Pare com isso! – Lily implorou, desabando sentada sobre a própria cama. Pouco se importou em não amassar o vestido.

– Cuidado! – Alice alertou. – Você teve muito trabalho com aquele feitiço de passar roupa para jogar tudo fora.

– E nem precisa mesmo da tiara, Lily – acrescentou Marlene. – Você já está linda.

Era verdade. Lily, Alice e Marlene tinham participado de uma verdadeira tarde da beleza, uma espécie de mutirão em que uma ajudava as outras em suas produções. Lily, a única ali que se entendia com os feitiços domésticos, cuidou dos vestidos. Alice separou os acessórios e cosméticos de que precisariam e Marlene assumiu o posto de maquiadora. O resultado foi perfeitamente satisfatório, exceto pelo fato de Marlene ainda não estar pronta.

– Alice! – ela chamou de repente. – Onde você escondeu aquele pincel de sombra?!

– Eu não mexi nas suas coisas desde quando você começou a maquiar a gente – Alice respondeu calmamente. – E é melhor você terminar logo com isso, porque já são quase oito horas.

– Lily! – esganiçou-se Marlene. – Será que você não pode dar um jeito nisso enquanto eu termino com o blush?!

Lily suspirou, tentando convencer a si mesma de que não estava nervosa. Apanhou a varinha num móvel ali perto e salvou o dia da amiga com um feitiço convocatório.

– Muito obrigada – Marlene falou, apressada. Lily não se importou. Ergueu a varinha de novo.

– Accio tiara! – então, para sua satisfação, a delicada tiara de prata que ganhara dos pais no último Natal voou direto para sua mão. Lily a posicionou na cabeça e disputou um pequeno espaço no espelho com Marlene. Gostou o que viu, mas isso não eliminou seu nervosismo. Quis acreditar que James também estaria ansioso.

– Gente, já são oito horas! – Alice alertou enquanto tentava arrumar a bagunça em sua cama.

– Vá embora, ingrata! – bufou Marlene. – Eu sei que você está louca para enfeitiçar o Frank com a produção que eu lhe ajudei a fazer.

– Quanto drama... – murmurou Alice. Lily acenou para ela, pedindo atenção.

– Que tal? – indagou, apontando para a tiara.

– Você ficou linda, Lils! – Alice sorriu. – Quer saber, talvez a gente devesse descer logo só para avisar aos garotos que...

– Ah, pelas calças de Merlin! – impacientou-se Marlene. – Saiam daqui, vocês duas! Eu preciso me concentrar!

– Ótimo! – Alice falou, contente. – Vamos, então? – Lily hesitou.

– Não sei...

Mas Alice a puxou para fora do quarto em meio às provocações de Marlene, que não parava de dizer que James babaria a noite toda. A voz dela só sumiu quando Alice bateu a porta do dormitório, deixando para trás um quarto todo revirado.

– Bem – ela disse, suspirando. – Então é isso, senhoras e senhores. A humanidade está realmente prestes a testemunhar o primeiro encontro oficial de James Potter e Lily Evans.

Lily lhe lançou um olhar de reprovação.

– Eu amo vocês duas – falou, séria. – Não precisa você contar a Marlene, mas eu amo. Só não me deixe mais nervosa, por favor – Alice riu.

– Ah, Lils, todo mundo fica meio ansioso no primeiro encontro. Apenas lembre-se de que você está indo com o James porque gosta dele.

– Certo – ela olhou para a escada à frente e engoliu em seco. James certamente já estava lá embaixo. – Vamos lá.

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– Pontas, você vai cavar um buraco bem no meio do salão comunal se não parar com isso – Peter reclamou.

Eram quase oito horas e a ansiedade pulsava dentro de James, tão acelerada quanto o coração dele. Mil possibilidades o aterrorizavam. Ele decidira correr o risco de não se esforçar para baixar os cabelos – jamais esqueceria que eles tinham inspirado o primeiro elogio de Lily à sua aparência – e, embora estivesse vistoso em suas vestes pretas, esforçando-se para manter uma boa postura, James não sabia o que Lily pensaria de tudo isso. Talvez ela simplesmente odiasse. Talvez não ficasse à vontade em aparecer com ele na festa de Slughorn. Talvez ela até aparecesse, mas, nesse caso, ele sempre pensava no efeito paralisante que o atingia sempre que a via e Lily certamente estaria deslumbrante.

Tudo isso o motivara a ficar andando de um lado para o outro pelo salão comunal desde quando descera do dormitório, cerca de dez minutos antes, e vira que Lily ainda não estava ali. Mentalmente, decidiu que o universo o estava punindo por ter zombado de Remo pouco antes de o amigo sair para se encontrar com Claire no Saguão de Entrada.

– Calma – Remo pedira quando James se irritou por ele não sair da frente do espelho.

– Aluado, eu pensei que você estivesse pronto há uns quinze minutos.

– Não me julgue – ele respondera. – Tenho um encontro em – checara o relógio de pulso – sete minutos com a garota mais bonita da Lufa-Lufa.

Todos riram um pouco, mas ninguém abrira mão de incentivar Remo. Apesar da ansiedade, a alegria dele era indisfarçável. Quando James ajustara a gravata pela quinta vez em alguns instantes, Remo finalmente descera para se encontrar com Claire. Logo depois, James e Frank foram para o salão comunal para esperar suas acompanhantes também. Peter descera também por pura curiosidade. O único de quem ninguém tinha notícias era Sirius, que sumira logo após a aula.

Coincidência ou não, também não havia sinais de Jenna Edgecombe naquele dia.

– Cara, é normal ficar nervoso no primeiro encontro. Só tome cuidado para não exagerar – Frank aconselhou. James parou de andar por um segundo só para observá-lo. Frank estava perfeitamente sentado numa poltrona perto da lareira. Ele era discreto, educado e um tanto quanto sem graça, do tipo que, misteriosamente, deixara Alice completamente encantada ainda nos primeiros anos de convivência.

– Você sabe que só deixa de ser um encontro programado para ser o primeiro encontro de fato quando a Lily aparecer e provar que não mudou de ideia, não é? – James respondeu. Frank riu, balançando a cabeça.

– Ela não vai mudar de ideia, isso é tão óbvio.

James também não achava que ela mudaria de ideia àquela altura. De alguma forma, ele e Lily finalmente pareciam um casal e ela enfim tinha se declarado de verdade para ele. Nem todo o pessimismo do mundo conseguia evitar o sorriso de James quando esse pensamento lhe ocorria.

Contudo, ela ainda era Lily Evans e ele ainda era James Potter, o que significava que os rumos dos dois nunca eram muito previsíveis. Lily o tinha convidado para a festa, mas ela ainda podia deixa-lo plantado no salão comunal pelo resto da noite caso resolvesse que tinha feito uma bobagem em chama-lo. Ela ainda podia concluir que estava enganada e que nunca seria capaz de se envolver realmente com alguém como James. E ele sabia que, mesmo que Lily fizesse tudo isso, ele continuaria tão atado a ela quanto estava às lembranças daqueles últimos dias. Ele estava apaixonado por ela e sabia que ainda seria assim por muito tempo, ainda que Lily o desprezasse outra vez. E, ainda que sentisse a sinceridade em cada carinho que ela lhe dedicava, havia sempre uma parte de Lily que parecia não suportar ficar perto dele, que se recusava a se envolver realmente, como se tivesse medo de virar assunto em Hogwarts pelo resto do ano, ou como se temesse a volta do James mentiroso e cafajeste, porque não sabia que mesmo o James cafajeste a teria respeitado. E James, a versão atual dele, temia que que o sentimento tão recente – e, aparentemente, tão frágil – que Lily desenvolvera por ele não fosse o suficiente para convencê-la a correr esses riscos. Talvez ela não acreditasse num futuro para os dois.

Só de pensar em tudo isso outra vez, James recomeçou sua andança pela sala, assanhando os cabelos de forma impaciente. Desejou ter o mesmo dom de Frank para ser tão paciente o tempo todo.

– Almofadinhas! – Peter exclamou de repente.

James olhou na mesma direção que o amigo e viu Sirius entrando pelo buraco do retrato com uma expressão irritada. Ele caminhou de um modo anormalmente sem graça, ainda vestindo o uniforme com que estava quando falara com os amigos pela última vez.

– Quanta saudade... – resmungou sem emoção.

– Onde você estava? – James quis saber. Sirius deu de ombros.

– Por aí.

– A Jenna vai ter um ataque se você se atrasar – Frank alertou. – É melhor correr, Sirius.

– Ora, ora – ele o ignorou. – Até que vocês ficaram legais com roupas assim. Você é, inclusive, o veado mais elegante que eu já vi, Pontas.

– Ah, cala a boca – retrucou James, por puro costume. Ele já estava certo de que havia algo errado com Sirius, mas aquela não parecia uma boa ocasião para perguntar.

– O que você está aprontando, Almofadinhas? – Peter disparou.

– Eu nunca estou aprontando... – Sirius se fingiu de ofendido.

O olhar dele inspecionou a sala por um instante. O lugar estava mais vazio que o de costume para o horário. Alguns rapazes vestidos com roupas de gala estavam esperando suas acompanhantes e umas poucas pessoas que não iam à festa estavam espalhadas pelas poltronas. Geralmente, quem não conseguia ir à festa passava a noite escondido no dormitório, com vergonha de assumir seu fracasso social. Sirius imaginou se esse seria seu destino.

– Agora, se os senhores me dão licença, eu vou... – ele parou de falar quando viu a forma que vinha dos dormitórios masculinos. – Mclaggen – murmurou entre dentes.

– As garotas ainda não desceram? – McLaggen perguntou a James. Sirius detestou a entonação dele: “as garotas”, como se aquilo fosse um encontro duplo entre grandes amigos.

– Não, nem sinal – o tremor na voz de James era meio patético.

– Elas sempre chegam em cima da hora – Frank interveio.

– Quem é que sempre chega em cima da hora, Frank Christopher Longbottom?!

Imediatamente, os cinco olharam para as escadas do dormitório feminino.

Alice vinha descendo os degraus num elegante vestido lilás com detalhes prateados. Seus cabelos escuros estavam cacheados, caindo graciosamente ao lado do rosto. Frank deu um sorriso iluminado ao vê-la e correu para recebe-la ao pé da escada.

– Boa noite, senhorita – Alice também falhou em esconder sua alegria quando o viu. Aceitou a mão que o namorado lhe estendia e desceu o último degrau.

– Obrigada, gentil cavalheiro – ela acenou para os outros conhecidos. – Boa noite, pessoal.

– Lice, você está incrível! – Sirius elogiou. James prendeu o riso quando Frank fez uma cara desconfiada. Ele era do tipo clássico: sério, pomposo, calado. James se perguntara muitas vezes o que uma garota sorridente como Alice via em alguém como ele, mas qualquer pessoa que percebesse como os dois se olhavam entenderia que eles já tinham o mais importante. Além disso, as garotas sempre elogiavam os homens certinhos, coisa que a mãe de Frank o ensinara a ser desde cedo.

– Obrigada, Sirius.

James adoraria entrar na conversa, mas estava concentrado em não sentir muita inveja de Frank, que já estava acompanhado. Foi McLaggen quem deu voz à sua angústia:

– Onde estão Lily e Marlene?

– Bem, a Lene ainda vai demorar um pouco – então olhou para James. – Quanto à Lily... – suspirou. Depois ergueu a voz: – Lily Evans! Pare de drama e venha acabar com essa cara de sofrimento do James!

“Cara de sofrimento” ele pensou. Será que era tão óbvio assim?!

Do topo da escada, Lily ouviu o chamado da amiga. Teve certeza de que o momento não poderia ficar mais constrangedor. Desejou ardentemente que tivesse descido junto com Alice, mas perdera a coragem bem na hora. Talvez agora já fosse mesmo a hora de encarar James. Respirou fundo. Suspirou. Fechou os olhos por um segundo.

Lentamente, ela começou a descer os degraus, tentando olhar para frente. Quando o salão comunal entrou em seu campo de visão, a primeira coisa que encontrou foram os sorrisos de Alice e Frank. Então ela o viu.

Quis parar de andar imediatamente. James estava tão bonito. Pensou na noite anterior, quando recuara numa discussão simplesmente para não se indispor com ele, e agradeceu mentalmente por não ter insistido na briga. Olhou fixamente para James, oferecendo-lhe um sorrisinho nervoso, e continuou descendo as escadas. Embora não pudesse ouvi-lo, Lily viu os lábios dele se mexendo para murmurar: “Merlin!”.

Peter empurrou James para frente e ele quase tropeçou em sua pressa de andar até Lily. Imaginou como ela conseguia lhe dar aquela impressão de que poderia observá-la pelo resto da vida. Lily escolhera um vestido verde escuro, que contrastava com a pele clara e destacava a cor dos olhos. Os cabelos estavam presos no alto da cabeça, caindo em maravilhosas ondas ruivas por suas costas. James se sentiu o homem mais sortudo do mundo, apesar de Lily estar claramente sem jeito.

– Por todas as calças de Merlin – ele disse, parando em frente a ela. – Lily, você está incrível!

Se não estivesse tão eufórico com toda a situação, James teria percebido o quando as mãos de Lily estavam suadas.

– Obrigada – ela disse baixinho. – Você também não ficou tão mal com os cabelos espetados, afinal – James sorriu, realizado.

– Sabe, Pontas, olhando assim, eu até entendo como você esperou sete anos por isso – disse Sirius, sorrindo. – Você está linda, Lily.

– Pode parar – James interveio, emburrado.

– É, parece que nós teremos muito trabalho hoje, James – disse Frank.

– O Remo já desceu para encontrar a Claire? – Lily quis saber.

– Já – Peter respondeu. – Difícil dizer quem estava mais nervoso: ele ou o Pontas.

– Cala a boca, Rabicho – James retrucou. A pressão da mão de Lily na sua diminuiu um pouco. Ela finalmente estava mais à vontade.

– Bem, isso é tudo muito lindo – queixou-se McLaggen – mas onde está a Marlene? – Sirius deu um riso abafado. Ele ergueu uma sobrancelha. – Algum problema, Black? – Sirius deu de ombros.

– Nada. Só que você parece nervoso, McLaggen.

– Impressão sua. Só estou animado para passar o resto da noite com a minha namorada – Lily podia jurar que o rosto de Sirius estava ficando esverdeado. – Aliás, onde está sua acompanhante?

– Ela é da Corvinal – intrometeu-se Peter, sem entender. Pelo canto do olho, Lily viu a expressão desconfiada de James.

– Bem, e você vai encontrá-la desse jeito? – McLaggen apontou com desprezo para as vestes de Sirius. – Você já se vestiu melhor, hein.

– Observando meus hábitos, McLaggen? – Alice deixou escapar uma risadinha, mas Lily se conteve. Sirius e McLaggen estavam se encarando duramente.

– Almofadinhas, é melhor você se arrumar logo – Peter recomeçou, interrompendo o silêncio ameaçador entre os outros dois.

– Claro – concordou Sirius. – Vou subir para me trocar.

– Tem algo errado – James sussurrou para Lily. – Ele sumiu o dia inteiro e agora...

Houve um baque surdo quando um garoto baixinho do segundo ano entrou aos tropeços no salão comunal. Ele correu até Sirius e o cutucou no braço. Sirius o olhou como se fosse um absurdo ser chamado naquele momento.

– Você é Sirius Black, não é? – indagou o garoto. Sirius assentiu. – Bem, uma garota chamada Jenna me pagou dois galeões para eu te dizer que ela não vai sair da ala hospitalar essa noite – o garoto ofegou e todos os queixos caíram. Todos, menos o de Sirius, que estava muito tenso. O garotinho continuou: – Ela te mandou aparecer na ala hospitalar antes que acabe o horário de visitas, já que você não vai mais à festa do Slughorn mesmo – ele ofegou de novo, pensativo. – É, acho que era só isso o recado.

Sirius continuou imóvel. Seu maxilar estava tão tenso que Lily temeu pela integridade de seus dentes. Ao lado dela, James fez uma careta e murmurou algo como “bosta de dragão”.

O garoto do segundo ano se afastou no exato momento em que uma onda de risinhos descrentes se espalhou. Lily cochichou para James:

– Alguém fazia ideia disso? – ele negou com a cabeça. Houve o som de um pigarro.

– Ala hospitalar – disse Frank com uma voz calma. – Quer dizer que a Jenna adoeceu?

Sirius se virou lentamente para olhá-lo. Ele não estava constrangido. Estava furioso.

– Ela acha que pegou uma gripe – explicou. – Passou a tarde com febre e dor de cabeça e parece que comeu alguma coisa no jantar e... – ele pigarreou. Sua voz estava diferente. Lily achou seu novo timbre muito intimidador. – Bem, madame Pomfrey achou melhor ela passar a noite em observação.

– Que droga, Sirius – disse Alice.

– Bem, você pode ir sozinho – intrometeu-se McLaggen. – Basta ser do Clube do Slugue. Você certamente foi convidado, não foi?

Havia um brilho maldoso nos olhos dele e uma promessa de maldição nos de Sirius.

– Não – ele respondeu com os dentes cerrados. – Nunca gostei das baboseiras do Slughorn – McLaggen deu de ombros.

– Bem, eu também não gosto muito, mas ele quer me arranjar uns estágios de verão. De toda forma, só estou indo hoje por causa da Lene.

Lily reprimiu um gemido. O pescoço de Sirius estava ganhando um tom esquisito de vermelho.

No meio da tensão, alguém tossiu. O som vinha da escada.

– Estão prontos para mim?!

Marlene já estava na metade da escada, sorrindo largamente. McLaggen sorriu orgulhosamente e caminhou até a base da escada para recebe-la. James ficou um pouco apreensivo. Lily percebeu pela forma como ele apertava sua mão.

– Ela não está incrível?! – alegrou-se Alice.

Marlene usava um vestido vermelho de corte mais elegante. Suas ondas escuras estavam soltas e volumosas, sua maquiagem acentuava os ângulos bem feitos do rosto e seus olhos brilhavam tanto quanto os longos brincos dourados que ela pendurara nas orelhas. Vermelha, ouro e corajosa. Ela tinha praticamente encarnado a Grifinória.

– Pelas barbas de Merlin! – McLaggen exclamou alegremente.

– Ah, agora valeu a pena esperar, foi? – Marlene retrucou, sorrindo.

– Leninha, você está simplesmente deslumbrante!

Era Sirius. James estremeceu quando o ouviu falar. Às vezes, ele se perguntava como Sirius não percebia o ridículo do próprio comportamento. Sempre que Marlene estava por perto, ele simplesmente agia de forma excessivamente canalha, iniciando uma espécie de competição da qual Marlene nunca tomava parte, mas que servia para evidenciar a situação de Sirius: ele estava doente de ciúmes. O problema era que, naquela noite, existia realmente uma competição e McLaggen usaria Marlene como instrumento de vitória sem que ela pudesse evitar. Não que ela fosse se importar, James lembrou. Segundo Lily, Marlene disfarçava tudo com frieza e ironias, mas também estava irada com o envolvimento entre Sirius e Jenna.

Então, talvez Marlene apenas tivesse suas próprias regras para competir.

– Obrigada, Black – ela respondeu, satisfeita.

– Bem, vamos andando? – Frank convidou. – Teremos um longo caminho pelo castelo para elogiar as garotas.

Os olhos de Sirius estavam com aquele brilho peculiar de delinquente quando ele respondeu:

– É, vão descendo. Eu apareço mais tarde.

– Sem companhia? – intrometeu-se McLaggen. Marlene não entendeu.

– Do que você está falando? Ele vai com a Edgecombe.

– Não mais – McLaggen quase sorriu. – Jenna Edgecombe está doente na ala hospitalar.

Pela primeira vez na vida, Sirius Black ficou claramente envergonhado. Ele perdeu instantaneamente o sorriso e suas bochechas ficaram rosadas. Por algum motivo, seu olhar fugiu do de Marlene. James resolveu socorrê-lo.

– Ah, deixe de ser ingênuo, Mclaggen. Sirius nunca foi muito de andar acompanhado.

– E, mesmo que fosse, não seria da nossa conta – Lily apoiou. – Vamos embora. Nós já estamos atrasados.

Ela viu o sorriso de James e o olhar esquisito de Marlene. Ocorreu-lhe que talvez a amiga não estivesse satisfeita por Siris ficar sem acompanhante. Talvez ela lamentasse não tê-lo chamado.

– Vão andando – disse Sirius, recuperando-se de seu momento de fraqueza. – Em breve, nós nos veremos – ele piscou na direção de Marlene antes de subir para o dormitório.

– Vamos – James falou. – Já estou ficando com fome.

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A festa estava lotada. Elfos circulavam por toda a parte, carregando bandejas com taças cheias de vinho, de hidromel, de uísque de fogo e...

– Também temos cerveja amanteigada! – Slughorn trovejava para uma bruxa feiosa. – Em homenagem aos mais jovens.

Lily tentou escutar apenas o que o professor dizia e se esquecer das dúzias de olhos sobre ela. Apertou com mais força a mão de James.

– Ai! Lily – ele sussurrou –, seu anel está machucando minha mão – ela imediatamente o soltou.

– Desculpe – sentiu-se uma idiota. Se ao menos as outras garotas parassem de cochichar com aquela expressão acusatória...

– Também não precisa me soltar – James murmurou em seu ouvido, causando-lhe arrepios. – Por que todo o nervosismo? – Lily corou.

– Tem muita gente nos encarando – ele deu de ombros. De alguma forma, estar com Lily conseguia acabar com a crise de nervos que o atacara no salão comunal.

– Bem, você veio por causa deles?

– É claro que não.

– Você tem vergonha de ser vista comigo?

– James!

– Só estou dizendo – ele sorriu – que a noite é nossa. Esqueça qualquer pessoa que possa estragar isso.

Lily respirou fundo antes de assentir. Fechou os olhos por um segundo e sentiu os lábios de James beijando sua bochecha.

– Vamos – ele convidou. – Nós estamos num bizarro encontro triplo, esqueceu? – Lily balançou a cabeça.

– Nem me fale. Fico pensando no que o Sirius vai fazer.

– Bem, eu não me assombraria se ele raptasse a Marlene e lançasse uma Azaração das Pernas Dançantes no McLaggen.

Ela riu enquanto o acompanhava. Alice e Frank estavam ali perto, conversando com alguns membros da comissão de formatura, e Marlene e McLaggen já tinham sumido na multidão.

– Estou avisando – disse James. – McLaggen vai cavar a própria cova.

– Se o Sirius quer tanto ficar com a Marlene, por que ele simplesmente não diz isso a ela? – Lily quis saber. Ele encolheu os ombros.

– Acho que é contra a natureza dele.

– Que pena. Eu sou capaz de apostar que a Marlene gosta dele. O tipo de gostar que é mais do que simples interesse romântico, sabe?

– Melhor do que você imagina – James respondeu, sorrindo. Lily riu, mal acreditando no que estava acontecendo. Às vezes, James flertava nas horas mais inusitadas.

– Lily! – eles olharam para o lado, onde Slughorn estava parado, de braços abertos e sorriso brilhante para Lily. – Finalmente você me deu o ar de sua graça.

Ele a abraçou de um jeito orgulhoso, ignorando totalmente a presença de James. Não que isso fosse uma grande surpresa.

– A festa está linda, professor – Lily disse com sinceridade. – Como sempre, aliás – Slughorn aumentou seu sorriso.

– Obrigado, obrigado. Você trouxe alguém ou... – James pigarreou, dando um passo à frente. Estendeu a mão para o professor.

– Boa noite, senhor. Bela festa.

Se não tivesse testemunhado aquele momento, Lily nunca acreditaria no ocorrido. A voz de James era bonita, mas, naquele instante, ela soara mais grave, mais... madura. Então Lily percebeu que, pela primeira vez, isso não a deixava surpresa. Em vez disso, estava orgulhosa. James finalmente agia como um homem de verdade.

– Sr. Potter – Slughorn pareceu desconcertado. – Como vai?

– Tudo ótimo, senhor – eles trocaram um aperto de mãos e Lily tratou de agarrar a mão de James outra vez logo que ele soltou a de Slughorn. O professor ainda parecia um pouco chocado com a situação.

– Bem, quero que você conheça algumas pessoas, Lily. Está pronta para conseguir um emprego?

Quando ouviu isso, James não imaginou que passaria os próximos quarenta minutos ouvindo Slughorn mediar conversas entre Lily e diversos profissionais do mundo bruxo: um curandeiro-chefe do Saint Mungus, o dono da Devish & Bangs, uma pesquisadora do Departamento de Mistérios, o redator-chefe da seção esportiva do Profeta Diário...

– Seção esportiva? – alegrou-se Lily. O bruxo gordo e de cabelos grisalhos assentiu. – Bem, o James joga quadribol. Ele é o melhor apanhador da escola.

James arregalou os olhos, para ela, surpreso.

– É mesmo? – indagou o redator. – Eu conheço alguns treinadores...

– Ah, eu não sei se faria carreira no quadribol – James assanhou os cabelos. – Mas conheço uma artilheira genial.

– Quem?

– Marlene McKinnon – ele olhou ao redor. – Você a viu, Lily?

–Ainda não...

– Ela está com o Michael – Slughorn informou. – Eu os vi falando com Rufus, o chefe dos aurores.

James sentiu uma súbita onda de empolgação. Ele sempre teve certo fascínio pelo trabalho dos aurores.

– Pois bem – disse o redator do Profeta –, posso falar com sua amiga?

Lily e James correram para encontrar Marlene e McLaggen e apresentaram os três. Slughorn não lhes poupou elogios. Então, algum tempo depois, quando James engatou uma conversa sobre a última Copa Mundial, Lily recuou um pouco para apanhar uma taça com hidromel.

Embora a noite estivesse agradável e a conversa de James, Marlene e McLaggen com o redator do Profeta estivesse empolgada, Lily não parava de pensar no encontro que tivera no início da festa com o curandeiro-chefe do St. Mungus. Ele lhe prometera algumas cartas com ofertas de cursos e estágios.

– Não me lembro de uma só poção que Lily tenha errado! – Slughorn trovejara. – E ela é o tipo de aluna que sabe escolher as causas por que luta. Posso lhe garantir, Gordon.

– Entendo. E você gosta de lidar com pessoas, Lily?

– Ah, gosto, sim.

– Ora, Gordon! – Slughorn interviera. – Lily é uma das pessoas mais gentis e educadas que eu já conheci. O lado humanitário nunca será problema.

Olhando de relance para o lado, Lily viu o redator esportivo do Profeta debatendo estratégias de quadribol com Marlene e McLaggen. Pela primeira vez, pensou que a amiga realmente se dava bem com McLaggen. De um jeito que só eles dois entendiam, mas que parecia funcionar o suficiente.

James estava olhando ao redor, procurando por Lily.

– Ei – ele chamou, chegando mais perto. – Qual o problema? – ela lhe mostrou a taça com hidromel. James estendeu a mão. – Vem cá.

Era interessante conversar com tantos bruxos ilustres, mas Lily gostaria de aproveitar melhor a companhia de James. Gostaria que Slughorn não o olhasse com aquele ar intrigado enquanto exaltava as qualidades de Lily. Gostaria que ele não o olhasse como se estivesse diante do mesmo James de sete anos atrás.

Segurou a mão dele com delicadeza, sentindo-se imensamente grata por tê-lo ali. Mais de uma hora já tinha se passado desde quando Slughorn iniciara o tour deles pela sala e, em nenhum momento, Lily se sentira ofuscada. Na verdade, James fora extremamente educado e mal tinha falado. Ele provavelmente já estava de saco cheio de tudo aquilo, mas Lily segurara sua mão o tempo inteiro, decidida a ter algum apoio.

– Sua namorada não é muito fã de quadribol, sr. Potter – o redator do Profeta falou de repente.

Lily deu um risinho constrangido. Os olhos de Marlene brilhavam em sua direção.

– Eu gosto de quadribol – defendeu-se Lily. – É só que não entendo do assunto.

– Uma pena – disse o homem mais velho. – O sr. Potter parece levar muito jeito para a coisa – ela assentiu.

– Ele é capitão do time da Grifinória há três anos – disse com orgulho.

James, parecendo à vontade pela primeira vez na última hora, assanhou os cabelos e sorriu.

– Bobagem. A Lene que é a verdadeira estrela do time.

Lily viu a sombra de decepção no rosto de McLaggen e teve de admirar a lealdade de James. Até ali ele era um defensor de Sirius.

Quando Slughorn reapareceu e levou o redator esportivo para falar com uma bruxa de baixa estatura, Marlene cutucou as costelas de Lily.

– Ai!

– Namorada, é? – Lily não entendeu. – Pensei que vocês estavam indo com calma.

– Nós estamos – então ela entendeu. – Oh, meu Deus! – ofegou. Marlene riu.

– Relaxa, Lily. Vocês são lindos como casal.

Eventualmente, eles se livraram da “feira de profissões”, como dissera McLaggen, e encontraram Remo, Claire, Alice e Frank. Havia uma música ambiente animada tocando e Claire estava cantarolando baixinho. Lily não se lembrava de ter visto a amiga com uma aparência mais feliz. Ela não largava o braço de Remo e ele não parava de olhá-la com ternura por momentos bem demorados. Foi Marlene quem primeiro se manifestou sobre isso:

– Esse romance todo entre vocês... – ela falou, entediada. – Vocês estão parecendo Alice e Frank.

– Ei! – protestou Alice. – Até parece que você não viu Lily e James.

Todos riram, menos Lily, que deu um risinho sem jeito. James passou um braço pela cintura dela e, com a mão livre, despenteou os cabelos lentamente. Ela sentiu uma pontada de inveja. Ele parecia tão à vontade...

– Vamos dar uma volta? – McLaggen propôs para Marlene.

– Claro – ela respondeu, sorrindo. Em seguida, acenou para os amigos.

– Até amanhã – disse Claire e todos, inclusive Marlene e McLaggen, riram com gosto.

Lily se apoiou mais em James, torcendo para que ele também resolvesse sair dali. As outras garotas na festa não paravam de olhar e apontar para os dois, o que a deixava extremamente inquieta.

Quando Alice e Frank se afastaram para dançar, James disparou:

– Aluado, você não tem notícias do Almofadinhas? – Remo e Claire sorriram despreocupadamente.

– Ele está aqui! – ela informou. – Nós o vimos pouco antes de encontrar vocês – Lily suspirou.

– Sirius não tem jeito... – pensou em Filch rondando os corredores à procura de penetras. – Como ele conseguiu entrar sem problemas?

– Ele tem a capa do James – Remo lembrou. – A propósito, Pontas, ele me falou algo sobre a Jenna ter adoecido... – ele franziu a testa. – Aconteceu mais alguma coisa?

– Só uma crise de dor de cotovelo – James suspirou. – Ele estava certo de que ia competir com a Marlene de igual para igual hoje.

– Bem, acho que ele ajustou o plano – Claire comentou. – Veio com a melhor roupa, cheio de pose... – Remo limpou a garganta ruidosamente. Ela revirou os olhos. – Quanto ciúme, Remo...

James e Lily se entreolharam, sorrindo. Ele sabia que ela estava desconfortável e tinha esperanças de que conversar com bons amigos fosse distraí-la.

– Talvez ele deixe o McLaggen sozinho no fim da noite – Claire resumiu. – Satisfeito, seu implicante?

– É – Remo se fez de pensativo. – Acho que sim.

– Lene não seria maluca o suficiente para concordar com uma coisa dessas – Lily lembrou.

– Não esquente – James interveio. – O Almofadinhas só quer mostrar que ainda está no jogo.

– Mas não existe um jogo! – ela retrucou, impaciente.

– Eu sei, mas é a Lene quem precisa avisar o Sirius sobre isso.

Quando Claire arrastou Remo para conhecer os amigos dela da Lufa-Lufa, James resolveu que era hora de dar uma volta.

– Vamos curtir a festa – ele sentenciou. – Chega de conhecer gente importante e de beber hidromel nesse encontro quádruplo bizarro – Lily sorriu.

– Sobre a feira de profissões... – começou. – Desculpe se foi muito entediante. Não era bem o que eu tinha em mente para essa noite – James a olhou, desconfiado.

– Ah, e o que você tinha em mente para essa noite?

O rosto de Lily esquentou. Como explicar que parte dela cogitara nunca nem chegar à festa só para aproveitar os corredores repletos de visgos pelo castelo?

– James! – uma voz ali perto interrompeu o momento. Era Sandy, a garota que costumava sair com Sirius. – Há quanto tempo!

– Pois é – ele respondeu, mas seus olhos caíram direto em Melanie, que estava encolhida ao lado da amiga. – Como vai, Mel? – Lily estremeceu.

“Mel”.

– Tudo ótimo – Melanie respondeu com um sorriso tímido. – Oi, Lily.

– Olá – Lily falou, da forma mais natural possível. Sandy suspirou exageradamente.

– Bem, eu só queria saber onde anda o cachorro do seu amigo – ela falou para James. Eu o vi agora há pouco, mas ele sumiu em seguida. Preciso dizer umas verdades, sabe.

– Não leve a mal – Melanie pediu com uma careta. – Ela já bebeu muito vinho essa noite.

– Eu estou perfeitamente sóbria – Sandy retrucou.

– Aposto que sim – James falou despreocupadamente. – Mas eu não vi o Sirius por aqui, Sandy. Desculpe.

– Ele estava meio que se escondendo – disse Melanie. – Pelo menos, foi o que me pareceu.

– Ele veio de penetra – Lily explicou. Ficou surpresa ao perceber que já estava impaciente para que as outras duas fossem embora.

– Bem, aí está a explicação. Vamos agora, Sandy? Meu primo está nos esperando.

– Seu primo? É o que joga quadribol na Lufa-Lufa? – James quis saber. Melanie sorriu, confirmando. Lily, em retaliação, se afastou um pouco dele.

– Esse mesmo – Melanie respondeu. – Ele está nos acompanhando hoje – houve uma pausa. Sandy bocejou. – Bem, até mais, pessoal. Boa festa.

– É – Sandy falou. – Até mais.

– Aproveitem a festa! – James recomendou, piscando para Melanie. Lily também acenou e se despediu.

As duas garotas se afastaram com Melanie à frente, guiando a amiga pela mão. Lily tentou se convencer de que estava tudo sob controle, mas, quando um grupo de meninas mais novas ali perto apontou em sua direção, ela se empertigou, agarrou a mão de James e disse, resolvida:

– Vamos dar uma volta lá fora.

Ele ficou surpreso, mas não se opôs. Deixou que Lily o conduzisse pelo meio de toda aquela gente até o corredor. Se não estivesse tão concentrada em sair da sala de Slughorn, ela teria visto o momento em que Sirius e James trocaram olhares suspeitos.

De toda forma, quando Lily e James sumiram na multidão, Sirius continuou sua procura. Ele escapara de Sandy com relativa facilidade há poucos minutos e agora estava empenhado em encontrar Marlene. Talvez aparecer diante dela na companhia de outra garota...

Sirius sorriu para uma sextanista ali perto, mas se sentiu incomodado. Ele já estava inquieto há alguns dias e, de certa forma, Marlene sempre o acalmava. Contudo, hoje, ela e seu envolvimento com McLaggen eram o motivo daquelas fisgadas desconfortáveis no estômago dele. Ele gostaria de dizer que tinha ido à festa por pura diversão, mas a ferida em seu orgulho latejava, exigia que ele desse um jeito de superar os insultos de McLaggen.

Então, ele viu. Marlene e McLaggen estavam abraçados num canto, dançando devagar. Ele era tão alto que ela precisava se esticar um pouco para passar os braços em torno de seu pescoço. A cabeça de Marlene estava apoiada no peito dele e os olhos dela estavam fechados.

Alguma coisa dentro de Sirius despencou em seu estômago. Suas entranhas murcharam quando ele ficou suspenso no tempo, observando a cena...

Teria azarado McLaggen se Marlene não estivesse tão perto do alvo.

Então era verdade, pensou, desenganado. Marlene realmente queria levar a história de namoro adiante.

Normalmente, Sirius teria se empertigado e saído à procura de uma boa distração, mas tudo em que pensava era nos braços de McLaggen em torno de Marlene e na forma como os dedos dela estavam imóveis no topo do colarinho dele. Lembrou-se de como ela sempre enroscava os dedos em seus cabelos quando estavam juntos. Lembrou-se da sensação de abraça-la por puro afeto, sem segundas intenções, depois de ter lhe contado sobre Régulo e sobre todo o seu drama familiar. Ele poderia ter procurado outra pessoa, qualquer uma. Muitas garotas em Hogwarts estariam dispostas a consolá-lo. Mas havia algo a respeito de Marlene. Ele não saberia explicar. Havia algo diferente na forma como eles se relacionavam e era exatamente esse algo diferente que estava sugando seu ânimo para convertê-lo numa mistura sinistra de culpa e raiva.

Sirius Black nunca soubera o quanto era ciumento.

Até aquele instante.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal!

Bem, eu preciso pedir mil desculpas por ter desaparecido desse jeito. Queria ter postado esse capítulo ainda no início de janeiro, mas viajei durante vários dias e depois, quando eu menos esperava, já estava com um monte de coisas para resolver/estudar. Mas não se preocupem que eu não vou abandonar a fic!
Peço desculpas também pela demora em responder os comentários. Obrigada a todos por acompanharem a fic. É tão incrível quando percebo a empolgação de vocês com essa história. Para tentar me redimir um pouco, todos os comentários nos últimos capítulos foram devidamente respondidos. Peço desculpas outra vez pela demora, mas, infelizmente, não posso prometer que os posts serão muito regulares. As aulas mal voltaram e já tem matéria atrasada. =/
De toda forma, espero que tenham gostado do capítulo e que continuem acompanhando e comentando. A opinião de vocês é sempre muito importante. Obrigada pelo apoio até aqui também. É isso, galera.
Até a próxima!



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