Causa Perdida? escrita por Gabriela Maria


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal!

Demorou, mas eu finalmente acho que consegui colocar a história no rumo certo. Os próximos capítulos também devem demorar um pouco para sair (muitos ajustes a serem feitos), então não vou me comprometer com previsões. Conto com os comentários para saber se o trabalho foi bem sucedido. ;)

Sem mais delongas, ao capítulo!



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Lily não se surpreendeu quando se deu conta de que passara boa parte do dia pensando sobre Potter. Era estranho como todos pareciam preocupados com sua reação ao que acontecera entre ele e Melanie – até mesmo Claire já estava sabendo do ocorrido e tratara de consultar a amiga –, mas, por algum motivo, Lily só tinha certeza de que estava desenganada. Ela não saberia explicar por quê, mas era como se Potter tivesse caído bruscamente em seu conceito, como se tivesse construído uma barreira terrível entre eles depois de um amadurecimento tão promissor, o que a deixava constrangida e decepcionada. Justo agora, que Lily sentia como se eles tivessem algum laço de amizade e consideração, Potter simplesmente conseguira arruinar tudo. Todo o tempo que ele gastara em tentativas de aproximação e toda a sua insistência em ser amigo de Lily. Ele desperdiçado tudo e era daí que vinha a ira dela.

Contudo, Lily sabia que estava sendo injusta. Sabia que Melanie não era mais uma das garotas fúteis que se aproximavam de Potter. Os dois estavam andando juntos há um tempo e todo mundo sabia que era mera questão de tempo até as coisas tomarem aquele rumo.

Incapaz de compreender por que estava dando tanta importância à vida de Potter, Lily decidiu devolver um livro na biblioteca, mas era domingo, então a biblioteca estava fechada. Frustrada, Lily rumou para a Torre da Grifinória, passando em frente a uma sala desocupada do 6º andar. Por um segundo, visualizou o momento em que Potter a beijou naquela mesmíssima sala. Mas ele nunca havia mencionado esse assunto e Lily eventualmente se convenceu de que não tinha motivos para acreditar nas declarações dele. Não que isso importasse agora...

Um movimento ao seu lado a distraiu.

– Remo! – exclamou, surpresa. – Que susto! O que você está fazendo aqui?

– Eu só estava andando por aí – ele parecia abatido. – Queria pensar um pouco.

– Algo errado? – ele meneou a cabeça e fez uma careta.

– Ouvi umas verdades do Pontas e vim rolar na minha miséria. Nada demais.

– Claro que o Potter precisava estar nisso – resmungou Lily. – O que ele fez?

Quando Remo não respondeu, Lily finalmente entendeu que só havia dois assuntos capazes de deixa-lo naquele estado.

– Ah, não. Não me diga que ele...

– Chega disso, está bem? – Remo suspirou. – Amigo é para essas coisas. E o Pontas está com a cabeça cheia...

– Cheia de beijos, só se for – ela se surpreendeu com a amargura na própria voz. – Ele está mesmo com a Melanie? – Remo deu de ombros.

– Não sei. Acho que é mais complicado do que parece – Lily quase mordeu a língua para parar de falar. Havia tantas coisas que queria saber. Queria saber se Potter falava de Melanie, se conhecia as manias dela, se fazia declarações para a garota. Queria saber se ele estava envolvido de verdade ou se tudo não passava de um mal entendido.

– Você podia falar tudo isso com ele – Remo sugeriu. – Vocês agora são amigos, certo?

– “Amigos” é uma palavra muito forte – Lily corou rapidamente. – E eu não tenho o quê falar com ele.

– Não? Quer dizer que ele não tinha qualquer motivo para se preocupar com você hoje de manhã?

– Eu estou bem – eles finalmente se encararam. Remo sorriu de um jeito pouco convincente.

– Certo, Lily. Certo...

Ela ficou estranhamente constrangida, mas caminhou em silêncio ao lado do amigo até chegarem ao salão comunal. Quando Remo seguiu direto para o dormitório, Lily já se sentia um pouco mais tranquila. Era algo que a fizera gostar tanto de Remo: a calma dele conseguia contagiá-la. Às vezes, bastava ficar em silêncio com ele para que seus pensamentos ficassem menos confusos.

Motivada por isso, Lily se juntou a Marlene num sofá perto da lareira. Ela observou o salão. A poucos metros de onde estava, Alice e Frank trocavam cochichos e sorrisos apaixonados, Perto deles, Black e a tal de Sandy se agarravam num canto de parede e, do outro lado do salão comunal, Potter e Melanie estavam conversando de mãos dadas. Ele parecia agitado.

– Aconteceu alguma coisa – Marlene falou, percebendo o quê a amiga olhava. – James estava todo esquisito hoje à tarde e Sirius falou alguma coisa sobre o Remo ter sumido depois de os dois terem conversado – Lily a encarou, desconfiada.

– Eles brigaram? – Marlene encolheu os ombros.

– Eu não sei. Sirius disse que James reclamou porque o Remo tinha falado com ele sobre a Melanie. Como se tivesse pressionado o James ou algo assim – Lily balançou a cabeça.

– Não pode ser só isso. Remo estava triste. Disse que ouviu umas verdades do Ja... Potter.

Ela queria pensar no que poderia ter acontecido de fato, mas Potter tinha passado um braço pelos ombros de Melanie agora e eles estavam de olhos fechados, os narizes se tocando, os lábios tão perto...

– Aposto que foi tudo culpa daquele idiota! – Lily exclamou de repente.

Então, sem motivo aparente, ela soltou um bufo irritado e foi para o dormitório. Marlene apenas suspirou e tentou se concentrar na revista bruxa que tinha em mãos.

– O que deu na Evans? – Sirius, que acabara de se afastar de Sandy para falar com Marlene, quis saber.

– Sei lá. Eu só acho que o nome do problema começa com “James” e termina com “Potter” – ela respondeu sem tirar os olhos da revista. Sirius deu um risinho fraco.

– Ah, o ciúme... – suspirou despreocupadamente. – Coisinha perigosa, hein?

– Só para quem não admite que sente – ela finalmente o encarou, sorrindo. Sirius retribuiu o sorriso.

– Você é ciumenta, Lene? – ela sorriu mais ainda.

– Não se preocupe, Black. Eu não sou afetada por pulgas.

******************************************************************************

A ronda mal tinha começado e já estava quase insuportável. De um lado, Lily continuava inquieta, olhando para os lados, com aquela cara de quem queria falar alguma coisa. Do outro, James fingia não perceber a agitação dela. Não era como se ele estivesse confortável de vê-la depois de tudo o que acontecera nas últimas trinta e poucas horas. Ele sentira tanta vontade de vê-la desde o jogo e, agora que estavam a sós, só conseguia ficar constrangido por ter beijado Melanie e, pior ainda, por saber que ela o vira nas duas ocasiões. Pelo menos, foi isso que Marlene dissera a Sirius mais cedo daquele mesmo dia.

Para piorar tudo, Lily ficara toda amigável no sábado, até que ela apareceu inesperadamente, anunciando que já tinha feito a ronda e o chamando de Potter outra vez. Depois, ela passou o dia todo sem nem acenar para ele e, para completar, estava claramente impaciente com a presença de James ali.

– O que você falou para o Remo? – Lily indagou de repente. James a olhou, surpreso.

– Ele comentou alguma coisa com você?

– Não muito. Ele não quis falar de verdade do assunto, mas disse que você falou umas verdades para ele – James assentiu, sem jeito. Assanhou os cabelos.

– É, foi algo assim.

– Ah, minha nossa, eu aposto como você falou uma coisa bem horrível sobre... – baixou um pouco a voz: – o problema dele.

– Então você nem sabe o que houve e já está do lado dele – James deu uma risadinha desdenhosa. – Clássico – eles pararam de caminhar.

– Só estou dizendo que você não pode sair por aí jogando tudo na cara das pessoas e...

– Ei! – defendeu-se James. – A culpa não é minha. Foi o Remo quem começou a conversa, se você quer saber.

– Sobre o que vocês estavam falando? – ela se impacientou.

“Sobre você!” era o que James gostaria de responder, mas não se atreveu a verbalizar essa ideia.

– Lily, talvez você não devesse exagerar. Remo pode ter ficado pensativo, mas nós não brigamos, se é isso que você pensa.

– Fiquei preocupada, Potter – ela percebeu que falara com mais desprezo que o previsto. – Não gosto quando meus amigos ficam pensativos e com cara de tristeza.

– Ah, bem, eu também me preocupei quando você sumiu ontem à noite, mas não estou te bombardeando com perguntas, não é?

Ele não sabia por que diria algo assim, mas não se arrependeu. Em vez disso, deixou o silêncio cair sobre os dois e esperou que Lily reagisse. Apesar do tom suave que usara, James sabia que revelara naquela frase toda a sua apreensão em relação à colega. Aparentemente, ela percebeu isso também, porque seu rosto ficou rosado. Lily engoliu em seco.

– É verdade. E eu agradeço por isso.

– De nada – ele respondeu calmamente e voltou a caminhar. Lily o acompanhou. – Eu não fui muito sutil com o Remo porque o assunto era a Claire. Ele sabe que eu nunca entendi o afastamento dos dois. E aquele jeito do Remo... Ele precisa ser chamado para a vida de vez em quando.

– Como assim? – James suspirou.

– Ele fica sempre isolado, sentindo pena de si mesmo e pensando em tudo o que deixou para trás. Alguém precisa lembrar ao Remo que ele tem o direito de ser feliz.

Silêncio outra vez. Lily ficou desconcertada, mas concordou com ele:

– Isso é bem verdadeiro, Ja... Potter – ela corou. – Mas você sabe que o Remo tem aquele jeitão fechado. Não pode simplesmente dizer uma crítica dessas como se...

Dessa vez, James não conseguiu se conter:

– Eu não fiz nada! E o próprio Remo continua agindo normalmente comigo. Se eu fiquei pensativo depois daquilo, claro que sim, mas isso é normal, Evans! As pessoas se gostam, conversam e, às vezes, discordam. Você consegue viver com isso?!

Ela o fuzilou com o olhar, irritada.

– Ei, não fale assim comigo!

James precisou de todo seu autocontrole para não responder. Então, depois de longos e torturantes minutos de silêncio, Lily jogou seus esforços no ralo:

– Se Remo tentou lhe alertar sobre o que está acontecendo com Melanie, você devia ao menos ter a decência de admitir que ele está certo.

– Barbas de Merlin! – ele levou às mãos à cabeça, desesperado. – Qual é o seu problema, Evans?!

– Eu só acho que, se você não está namorando a Melanie, ela deveria saber. Só isso – o rosto de Lily estava muito vermelho, mas ela não vacilou. – Se você gosta dela como sempre gostou de metade da população feminina de Hogwarts...

– E o que você sabe sobre isso? – James estava tão irritado quanto ela agora. – O que você poderia saber sobre mim, Evans? Você nunca foi minha amiga, nunca nem gostou de olhar na minha cara. E por que eu deveria lhe dizer o que tenho com a Melanie?! Não estou iludindo ninguém, não se preocupe – sentiu uma ponta de culpa ao dizer isso. – Ela sabe no que se meteu. Ela quis me conhecer. E, só para constar, nem todos somos metódicos paranoicos.

– O que você está insinuando?! – ela pôs as mãos na cintura, indignada.

– Você sabe muito bem! Não entendo você, Evans! Num dia, somos amigos. No outro, você age como se eu fosse a encarnação de todos os defeitos do mundo!

– Se você parasse com esses acessos de imaturidade...

– Acessos de imaturidade?! – James sentiu uma onda de revolta. – Estamos num país livre! Será que eu não posso nem beijar quem me quer?!

Lily ficou ainda mais vermelha e, embora parecesse prestes a berrar, não falou nada. James a encarou por um longo momento. Então, virou-lhe as costas e voltou para o salão comunal. Dessa vez, ele não se daria ao trabalho de avisar que faltaria o resto da ronda.

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– Eu não acho que ele vai fazer jogo duro por muito mais tempo – Marlene falou naturalmente. – Michael se faz de durão, mas, no fundo, no fundo, eu aposto que ele...

Mas o resto da frase nunca foi dito, porque Lily entrou furiosa no dormitório, batendo a porta com força ao passar. Alice e Marlene se entreolharam, numa conversa muda. Conheciam muito bem aquele estresse da amiga.

– Pelas calças de Merlin! – espantou-se Alice. – O que houve?

– O estúpido galinha arrogante do Potter! É claro! – Lily parou bruscamente de falar, então explodiu: – Ele nunca vai crescer?!

– Lily – Marlene disse lentamente –, há um consenso geral entre as garotas de Hogwarts de que o James é bem grandinho...

– Não provoca, Lene – Alice pediu com uma careta. Lily olhou para as duas por um instante, mas apenas balançou a cabeça e se largou na cama. Alice suspirou. – Quer dizer então que vocês já brigaram outra vez? Essa foi rápida. A trégua mal durou um dia.

– Engraçada, você. Muito engraçada – Lily resmungou. – Acontece que o Potter ficou todo irritadinho quando eu quis saber o que ele disse para deixar o Remo tão mal.

– Ah, não! – lamentou-se Marlene. – Por que você fez isso? Foi muito precipitado...

– E desnecessário – Alice acrescentou. – Remo estava conversando com a gente no salão comunal. Ele nem parecia mal como você falou.

– Mas ele estava! – teimou Lily. – E foi culpa do idiota do Potter! Tudo porque o Remo quis alertar que ele estava sendo um cafajeste com a Melanie e...

– Mas por que ele está sendo um cafajeste? – Alice interrompeu. – James só se interessou por uma garota legal e está tentando viver tudo com calma.

– O que é normal – manifestou-se Marlene. – Depois do trauma que ele sofreu por sua causa...

– Ele ainda foi um idiota com o Remo! – as outras garotas jogaram os braços para cima, impacientes.

– Você só está de orgulho ferido porque, quando finalmente se interessou no James, ele decidiu ficar com outra garota! Isso não tem nada a ver com o Remo – Alice acusou.

– Lily, pelo amor de Morgana, pelos penicos de Merlin, pelas barbas de Dumbledore! – disse Marlene. – Pare de ser tão teimosa e vá ganhar seu homem de volta!

Lily arregalou os olhos para as amigas, perplexa. Sentiu o rosto corando furiosamente. Mesmo assim, tudo o que disse foi:

– Eu sei o que eu vi. Potter está muito feliz em se agarrar com a Melanie. Se ele me quisesse...

– Ele passou um ano inteiro sozinho! – impacientou-se Marlene. – O quê mais você queria?! – Alice suspirou outra vez.

– Lily...

– Já chega, vocês duas! – Lily sentenciou. – Potter e eu não gostamos um do outro e já basta de tanta insistência! Em boca fechada não entra pata de dragão, ok?

– Ótimo! – resmungou Marlene. – Só espero que você também conheça o outro ditado bruxo.

– Qual? – Lily perguntou de má vontade.

– Não adianta chorar pela poção derramada – Lily amarrou a cara.

– É, e como diriam os trouxas – Alice apoiou: – quem avisa amigo é.

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Brigar com Lily estragou facilmente a noite de James. Ele deu por si chutando e esmurrando cantos de parede enquanto voltava para a Torre da Grifinória. No auge de sua irritação, percebeu o quanto estava frustrado por não conseguir se envolver de verdade com Melanie. Se ao menos ele não ficasse tão mexido sempre que passava um tempo sozinho com Lily...

Quando chegou ao salão comunal, James evitou qualquer chamado. Fingiu não ver o momento em que Melanie olhou em sua direção e subiu para o dormitório. Ignorou os comentários de Peter sobre seu mau humor e encarou o dossel da cama, repetindo mentalmente que Lily não tinha qualquer direito de criticá-lo por dar uma chance a outra garota.

“O que você quer de mim, Evans?!”

Tentou não acreditar que ela estava com ciúmes, mas, aos poucos, a ideia simplesmente se instalou em seu interior e fez James pensar em mil hipóteses. Todo mundo já dizia que Lily gostava dele e, se isso fosse verdade, ela o aceitaria caso desistisse de Melanie. Se ao menos a perspectiva de Lily Evans abandonar todo seu orgulho por amor a James Potter não parecesse absurda demais para ser incentivada...

Assim, os dias foram passando e James apenas se sentiu mais culpado por andar com Melanie enquanto pensava em Lily. Eventualmente, ele simplesmente percebeu que não a beijava mais e o clima entre os dois deixou de ser agradável e divertido para se tornar constrangedor. O mais emocionante que acontecia era uma caminhada de mãos dadas e, ainda assim, James se sentia o pior dos vermes cada vez que Lily o olhava.

– Isso está insustentável! – Sirius declarou na noite de quinta-feira, quando James voltou da ronda com uma expressão altamente infeliz. – Você ainda gosta demais da ruiva. E Melanie não é burra, Pontas, ela vai notar. Você está miserável por tudo isso. Já chega dessa história!

James trocou um olhar com Remo. Eles não tinham tocado no assunto desde o episódio de domingo, mas era claro, pela expressão do amigo, que ele concordava com Sirius. James suspirou, cansado. Ele também concordava com Sirius. Sabia que estava sendo covarde, mas a chance de ter alguém como Melanie por perto era boa demais para ser desperdiçada. Especialmente agora que Hogwarts recuperara aquela rotina estridente em que James e Lily pareciam à beira de uma guerra.

Então, pouco mais de uma semana após a estreia da Grifinória no quadribol, Melanie sentou ao lado de James na margem do Lago Negro e lhe ofereceu um sorrisinho sem graça.

– Eu queria que você me dissesse com todas as letras o que está havendo – começou. Ele quis pensar em algo legal para dizer, mas estava cansado depois de uma semana altamente estressante.

– Como assim?

– Vamos lá, James. Você também sabe que a gente se beijou algumas vezes – James sentiu o rosto corar. Assanhou o cabelo desajeitadamente. – Você não tem amnésia. Quero saber o que achou disso.

– Mel, é... é complicado – ela assentiu.

– Foi o que pensei. Eu até insistiria, sabe. Em nome das vezes em que você segurou minha mão no corredor e tudo o mais. Você claramente se esforçou tanto para que rolasse alguma coisa – ela olhou para baixo, sem jeito. – O último fim de semana foi ótimo, James, mas basta um olhar da Lily e todo o seu esforço se perde. Você gosta dela – ele abriu a boca para intervir, mas ela o interrompeu. – Não negue. Eu posso ser uma boa amiga, mas Lily é a garota por quem você está apaixonado.

– Eu não quero que você pense que não te levo a sério. Respeito você, Melanie. Gosto muito de estar com você e...

– Só não é o bastante – ela tinha uma expressão entristecida. – Desculpe, James. Eu não posso ser seu prêmio de consolação. Seria mais fácil se eu não achasse que a Lily, bem...

– Que a Lily o quê? – Melanie suspirou.

– Ela se importa. E eu não posso nem quero me meter nisso. Vamos nos afastar por um tempo, ok? – isso o deixou assustado.

– Mel, me desculpe. Eu não...

– Você não fez nada de errado. Não se preocupe.

– Mas eu gosto de você. Não quero que se afaste de mim – Melanie deu um riso fraco. Ela pôs uma mão no rosto dele.

– Você é uma figura, James. E você é um cara legal. Não é como o cachorro do seu amigo Sirius, que acabou de partir o coração da Sandy – James não entendeu.

– Sirius terminou com ela? – Melanie confirmou.

– Ele deu o veredito pouco antes de eu vir aqui para te encontrar. Sandy ficou furiosa, mas é só o jeito dela de não demonstrar o quanto ficou arrasada. E eu não quero passar pelo mesmo que ela.

– Mel...

– Você não está pronto, James. Não sou eu quem vai lhe demonstrar isso. Desculpe.

James teve de admitir que não valia à pena insistir na conversa. Tentou apenas não fazer uma expressão de sofrimento para que Melanie não percebesse o terrível conflito interno dentro dele. Quando ela se levantou para ir embora, porém, James percebeu que o sorriso de consolo em seu rosto era a pior parte daquilo tudo.


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