Causa Perdida? escrita por Gabriela Maria


Capítulo 15
Capítulo 15




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"You know that I could use somebody

Someone like you"

Uma chuva fina e inesperada banhava os terrenos de Hogwarts. James observava a água caindo do outro lado da janela, tentando não perceber que ainda estava de mãos dadas com Melanie.

Ela definitivamente o surpreendera com aquele beijo e James ainda não entendia por que passara o resto da noite ao seu lado, permitindo que ela entrelaçasse os dedos nos seus. Os dois agora estavam sentados perto de uma janela, em meio à bagunça do salão comunal quase deserto. A festa finalmente tinha acabado, mas ainda havia uma música agradável tocando baixinho pela sala. Ali perto, Sirius e Sandy estavam aos beijos. James se perguntou como Sirius conseguia fazer isso depois de ter anunciado, mais cedo naquela mesma noite, que estava “cansado da Sandy”.

– Ela é legal e tudo, mas eu preciso de ação – ele dissera. Peter não perdera tempo em contar sobre o término de Marlene e McLaggen. Diante da expressão confusa de Sirius, James provocara:

– Olhem só, parece que o Almofadinhas está numa recaída – Sirius dera de ombros enquanto bebia mais cerveja amanteigada, mas Remo entrara na conversa:

– Não venha com essa, Pontas. Eu vi seu jeito com a Lily.

– Quê? – ele se defendera. – Nós apenas voltamos a nos falar.

– A ruiva bateu com a cabeça, isso sim! – Peter falara com um sorriso sugestivo. – Não concorda, James?! – Remo, Frank e Sirius ficaram boquiabertos.

– Como é que é?! – exclamara Sirius. – Ela te chamou pelo primeiro nome?!

– Além de ter dado uma trégua com as brigas... – Remo acrescentara, rindo.

– Não foi nada – James insistira. – Nós somos amigos.

– Desde quando? – Frank deixara escapar.

– Ora essa...

– Por Merlin, Pontas – Remo prosseguira. – Eu vi vocês conversando, vi como você agiu. Assanhando o cabelo enquanto fala, sorrindo sem parar...

– Tudo o que ela mais dizia odiar – Peter comentara.

– Não acredito, Pontas! – Sirius dramatizara. – A ruiva de novo... – todos, exceto James riram.

– Escutem aqui: não existe nada romântico entre mim e Lily...

– Lily?! – Sirius e Remo repetiram em uníssono.

– Daqui a pouco ela volta a ser Lírio, Ruivinha, Foguinho... – Peter zombara. Então, quando ele tentara rebater, Sirius concluíra:

– Não finja que não está satisfeito. E nada de cantadas ruim, por favor.

Agora, lembrando-se dessa conversa, James podia ouvir a própria voz: “um brinde à ronda!”. Por que ele dissera algo tão idiota?!

Mas o fato era que, depois desse último momento com os amigos, ele se encontrara com Melanie e seguira com ela para a escada do dormitório masculino. Desde então, o mundo lhe parecia muito estranho. Como se ele estivesse assistindo a tudo sem poder realmente agir.

– Parece que o pessoal cansou mais cedo hoje – a voz sonolenta de Melanie o trouxe de volta à realidade.

– Um dia inteiro de festa se você contar com a animação durante o jogo – ele respondeu. – Ninguém é de ferro.

Melanie suspirou e olhou na direção de Sirius e Sandy. James temeu profundamente que ela decidisse imitá-los.

– Olha só para eles... – ela começou, apontando para os amigos. – Ele vai dar o fora nela, não vai? – James a encarou. Melanie não estava zangada, mas sua expressão pesarosa o deixou indeciso.

– Vai – disse enfim. – Mas é normal, Mel. Quero dizer, namoros também acabam...

– Eles não estão namorando, James, você sabe disso. Eu já acho muito gentil que o Sirius não esteja se agarrando com outras garotas. É só que a Sandy gosta dele...

– Ele também gosta dela, mas a natureza do Sirius... – James parou subitamente de falar. Alguém vinha descendo as escadas do dormitório feminino. O coração dele disparou só de imaginar que Lily apareceria e o chamaria para a ronda. Contudo, foi Marlene desceu preguiçosamente as escadas e veio falar com ele.

– A Lily não está com você? – ela estranhou.

– Não – James ficou confuso. – Achei que ela estava vindo para a gente fazer a ronda.

– Mas ela já foi para a ronda há quase uma hora. Saiu dizendo que ia mais cedo porque estava com sono.

– Mas ela não me avisou... – ele sentiu as entranhas murchando. Imaginou se Lily não estaria escondida numa sala vazia, chorando outra vez. Sentiu-se culpado. Ele prometera que ajudaria.

– Vou atrás dela – disse Marlene. – Acho que já sei o que está havendo – James se levantou sem nem perceber.

– Eu vou com você – falou com firmeza. Melanie suspirou discretamente.

– Bem, eu estou caindo de sono – ela disse. – Até mais, James.

– Até – ele respondeu, sem jeito. Deixou que ela o beijasse no canto da boca antes de acenar para Marlene e se retirar.

– Você pode ficar – Marlene começou. – Eu vou procurar pela Lily e... bem, vou checar se ela está bem.

– E se o Filch aparecer enquanto você está sozinha? Vamos juntos. Eu sou monitor e posso dizer que você estava cumprindo uma detenção ou outra bobagem qualquer.

– James...

– Ela me contou, Lene – diante do olhar espantado da amiga, ele se apressou em explicar: – Eu a vi chorando hoje de manhã e nós conversamos um pouco. Ela me pareceu melhor depois do jogo...

– Não sei, James. Lily é meio esquisita para essas coisas. De todo jeito, eu só acho que... – James fez um gesto para que ela parasse de falar e indicou a entrada do salão.

Lily entrou, coçando os olhos de um jeito sonolento. Ela se aproximou dos amigos.

– Finalmente – Marlene respirou, aliviada. – Onde você estava, Lily? Eu fiquei preocupada quando vi o James aqui.

– Eu já fiz minha parte da ronda – Lily falou naturalmente.

– Por que não me chamou? – James interveio. – Eu estava esperando.

– Não quis incomodar – ela continuou sem encará-lo. – Você já estava ocupado – James sentiu o rosto corar. – Mas eu agradeceria se você fizesse o restante da ronda. Já patrulhei a minha ala e a ala norte – Lily finalmente o olhou e James ficou angustiado de ver os olhos dela rajados de vermelho.

– Tudo bem. Mas você devia ter me chamado, Lily – Marlene olhou de um para o outro, sem entender. Lily apenas deu de ombros.

– Fica para a próxima – brincou, com um sorriso vacilante.

– Bom, eu estou morta – declarou Marlene. – Você também vai dormir agora, Lily? – ela assentiu e se virou uma última vez para James. Seu rosto estava rosado.

– Boa noite, Potter – disse, ignorando a expressão confusa dele.

E acompanhou Marlene até o dormitório, deixando para trás um James imóvel de espanto.

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O dossel da cama de James era apenas uma massa escura naquele dormitório fracamente iluminado pela lua. Deitado de barriga para cima, James encarava o dossel sem realmente enxergá-lo. Sua mente continuava repassando os fatos marcantes dos últimos tempos. Será que Lily estava incomodada por vê-lo com Melanie? Será que ele continuava tão apaixonado por Lily quanto sempre? Mas, na verdade, ele nem sempre fora apaixonado por Lily...

Inicialmente, quando a conheceu no Expresso de Hogwarts, James achou interessante sua ingenuidade, porque só uma pessoa muito pura e desinformada daria ouvidos às conversas de Snape. Sua teoria se confirmou quando Lily foi selecionada para a Grifinória. Ela até que se enturmou em pouco tempo e, por algum motivo, as vidas dos dois estavam sempre se esbarrando. Lily jamais aceitou o jeito delinquente de James, ainda que as amigas dela tentassem convencê-la de que esse era um caso perdido. Algumas vezes, ele se divertira com a irritação dela, mas, com o passar do tempo, Lily demonstrou que o conhecia melhor que o previsto e a forma como ela apontava seus defeitos começou a incomodá-lo. James nunca soube ao certo como revidar os insultos e, eventualmente, ele foi forçado a reconhecer a inteligência e a personalidade forte da garota. O mais chocante, porém, fora perceber o quanto ela o desprezava.

Lily sempre tinha lhe chamado a atenção, fosse pela beleza, fosse por seu jeito mandão e explosivo. Ele sempre tentou impressioná-la para mostrar que não se deixaria intimidar por suas críticas, que era descolado o bastante para merecer admiração, mas Lily estava decidida a rejeitá-lo.

E foi a rejeição dela que o fez empreender uma verdadeira perseguição à garota, usando de todo o seu charme para tentar seduzí-la e, a partir daí, convencê-la de suas qualidades. Na época, ele já sabia que Lily era gentil e carinhosa com a maioria das pessoas e se sentia mal por uma pessoa tão amável trata-lo daquela maneira.

Então, depois da briga épica que tiveram no final do quinto ano, James se convenceu da inutilidade de seus esforços. Lily expusera seus defeitos para dezenas de pessoas e, ao fim de tudo, ele só conseguia sentir vergonha do que costumava fazer. Seus pais também estavam lhe cobrando mais maturidade, então ele decidiu crescer, decidiu priorizar as pessoas de quem gostava. E ele gostava de Lily. Sempre gostara de observá-la e de comparar suas atitudes com as dela. Quando deu por si, já conhecia inúmeras manias da garota. Reconhecia o humor dela pelas expressões faciais e não gostava de saber que ela ia sair com outro garoto. James percebeu, fascinado, o quanto a vigiara durante os anos e, odiando-se por isso, admitiu que estava apaixonado. Pensando bem, ele provavelmente sempre tinha gostado, sempre tinha se importado. E estava desesperado para que ela reconhecesse seus esforços naquele enfadonho processo de amadurecimento.

Então ele contou tudo.

E ela o rejeitou.

Como sempre.

Deitado ali, num escuro silencioso, James suspirou, frustrado. Estava cansado dessas incertezas. Ficou ligeiramente em pânico quando lembrou que teria de encarar Melanie no dia seguinte. Sentiu-se quase arrependido.

Mas por que se arrependeria, afinal? Lily o chamara de Potter outra vez e James entendia isso como a forma de ela deixar de lado o que eles tinham vivido. Ela era especialista nisso. Cerca de um ano se passara desde quando James a beijara e ela jamais demonstrara qualquer interesse no assunto. Ele James detestava os efeitos que sentia por seu silêncio. Queria ao menos que Lily o olhasse nos olhos e jurasse que nada daquilo tinha qualquer importância. Então, ele poderia se dedicar a Melanie, que era interessante e, o mais importante, que estava interessada nele.

– E tudo isso para quê?! – James resmungou baixinho. – Não é como se eu fosse ficar feliz ou aliviado se ela dissesse que não se importa.

E ele estava convencido disso quando adormeceu.

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– ... não sei direito o que houve, mas isso tudo está muito estranho. Se você tivesse visto as caras deles...

– Sei não, Lene. Aqueles dois são estranhos...

Lily ergueu a cabeça quando ouviu as vozes das amigas. Alice e Marlene estavam de volta do café-da-manhã, entrando no dormitório.

– Ei, aí está você! – exclamou Alice. – Nós tentamos te esperar para o café-da-manhã, mas você sumiu.

– Eu acordei mais cedo – Lily explicou, erguendo o livro de Herbologia que tinha em mãos. – Queria estudar.

Não era uma completa mentira. Ela realmente tinha acordado mais cedo que o usual e estava carregando aquele livro de Herbologia consigo desde então, mas não deixara o dormitório para estudar simplesmente. Na verdade, Lily acordara com raiva. Ou melhor, ficara zangada no momento em que se lembrou de Potter e Melanie se beijando na escada. Era estranho como isso a incomodava e ainda fazia com que se sentisse impotente. Parecia óbvio para Lily que Potter não deveria estar com mais ninguém, mas como ela chegara a essa conclusão era um mistério complexo. Na prática, Potter estava solteiro e podia namorar quem quisesse. Na teoria, ele dedicaria o resto de seus dias a um celibato sem explicação.

De toda forma, Lily perambulara por salas vazias durante boa parte da manhã, supostamente para estudar. Contudo, ela só estava tentando se esconder de qualquer pessoa que não merecesse sua irritação ou que pudesse piorar esse estado de espírito.

– Então – Marlene começou – isso não tem nada a ver com o que quer que tenha causado seu sumiço ontem à noite?

Lily suspirou pesadamente. Não queria pensar na noite anterior. Não queria pensar que Potter escolhera justo aquele dia para se agarrar com Melanie. O dia em que eles fizeram as pazes e criaram quase um sentimento de intimidade...

“Talvez haja mesmo alguma intimidade” pensou sem muito vigor. “Nós podemos ser amigos”.

– Não se preocupem, ok? Eu estou bem.

– Mas você já vinha esquisita há uns dias – insistiu Alice. – E hoje de manhã o James veio perguntar por você, todo preocupado.

– É – Marlene acrescentou, vendo o espanto de Lily. – Ele tomou café no mesmo horário que a gente e veio pedir notícias suas.

– E te chamou pelo primeiro nome – Alice deixou escapar.

– De novo! – Marlene parecia chocada. – Desde quando você deixa que ele te chame pelo primeiro nome?

Lily queria continuar com raiva, mas parte de sua fúria se dissolveu só de pensar que Potter estava minimamente preocupado com ela. Sentiu o rosto corar enquanto encarava as amigas.

– Ele começou com isso ontem – disse, mesmo sabendo que não era exatamente verdade.

– Parece que vocês andam muito próximos...

– Impressão sua – ela cortou. – Nós estávamos brigados até pouco tempo atrás.

– James queria saber se você continuava chorando pela Petúnia – Alice disparou. Lily ficou imediatamente alarmada.

– E o que vocês disseram?

– A verdade – interveio Marlene. – Que a gente não sabia. Mas eu acho que você só ficou tão zangada porque viu o James com a Melanie ontem à noite.

– Faz muito sentido – falou Alice.

– Parem com isso! – irritou-se Lily, desviando o olhar. – Como se ninguém soubesse que eles estavam juntos...

– Eles não estavam juntos – Alice garantiu. – Frank me contou que os outros Marotos fizeram um verdadeiro interrogatório com o James hoje de manhã e ele jurou que nunca tinha beijado a Melanie antes.

Silêncio.

– Lily, quando você vai olhar para a gente? – Marlene cobrou. Lily finalmente a encarou.

– O que vocês querem de mim? – disse, cansada. – Potter e eu somos colegas de escola e de monitoria. Nada mais. Agora chega desse assunto, está bem?!

Ela se levantou e foi para o banheiro, muito mais para sair das vistas das amigas do que por qualquer necessidade. Alice e Marlene se entreolharam.

– O que você achou – Marlene indagou baixinho.

– Acho que ela já admitiu, mas não consegue verbalizar ainda. Talvez nem articule bem o pensamento. Mas já sabe de tudo.

Marlene assentiu com a cabeça e as duas sorriram sem nem perceber.

******************************************************************************

– Então... Melanie – James desviou os olhos da revista esportiva que estivera lendo e deu de cara com Remo, que voltava do banheiro. – Essa coisa é mesmo para valer, Pontas?

– Quê?

– Vamos lá. Você sabe que isso pode virar uma bola de neve, certo?

– Foi só um beijo, Aluado. Eu não pedi a garota em casamento nem nada. Vamos vivendo um dia de cada vez, ok?

– Bem, eu só estava me perguntando se você gosta dela.

– Óbvio que sim. Ela é bonita, legal...

– Perguntei se você gosta dela, Pontas – Remo interrompeu. – Como gostava da Lily – o coração de James disparou. Ele até quis mentir, mas...

– Claro que não – confessou. – Mas o que eu posso fazer?

– Pode dizer isso a Melanie. Só por precaução – o tom de Remo não era taxativo, mas também não era muito simpático.

– É um assunto delicado, Aluado. Como eu vou falar uma coisa dessas sem que a Melanie me odeie? Além do mais eu não vejo problema em...

Remo estava balançando a cabeça em negativa, sorrindo tranquilamente para o amigo. James parou de falar, odiando tudo aquilo e, sobretudo, odiando a si mesmo. Em outros tempos, ele sairia com Melanie sem qualquer remorso, mas agora era diferente. Ele se afeiçoara a ela. Não queria magoá-la, mas também não queria continuar o que quer que eles estivessem prestes a começar. Odiou-se ainda mais profundamente por não saber o que fazer.

– Pontas, você esquece que a Melanie não é burra. E você nem ao menos se esforça para ser convincente quando está com ela! Por outro lado, você não parou de olhar para a Lily quando a viu agora há pouco, no salão comunal.

– Ah, não. De novo não...

– Seja sincero, James – Remo falou com seriedade, encarando-o fixamente. – Você ainda gosta da Lily?

– Não – James respondeu, agitado.

– Pois Alice e Marlene estão convencidas de que ela finalmente se apaixonou por você. Isso não muda nada?

– Lily não sente essas coisas por mim – dessa vez, ele não conseguiu demonstrar qualquer firmeza.

– Como você tem tanta certeza? – Remo insistiu.

– Ora essa, como vocês têm tanta certeza?! Eu sei que a Lily tentou me ver como um ser humano ultimamente, e não só como a encarnação de todos os males do mundo, mas isso não é amor.

– Mas suponha que seja – Remo o olhou tão intensamente que James teve medo. – Digamos que Lily tenha realmente se interessado por você. Mesmo assim, você continuaria com a Melanie?

– Qual é o propósito disso?! – James pulou da cama e começou a gesticular amplamente enquanto falava. – Por que isso é tão importante, Remo?

– Simplesmente porque Hogwarts inteira está esperando há séculos o momento em que você Lily vão se entender e, agora que ele está bem aí, vocês estão agindo feito dois idiotas, prestes a atirar tudo pela janela!

– Isso não vai acontecer! – exasperado, James começou a andar de um lado para o outro, falando mais para si que para Remo. – Lily não gosta de mim e eu preciso de me dar um pouco de crédito. Melanie...

– Pelas calças de Merlin! – Remo parecia tão frustrado quanto o amigo. – Não faça isso consigo mesmo, Pontas. Não fique se forçando a reprimir o que você sente. E você sabe também. Você conhece a Lily tão bem quanto nós, talvez até melhor! Você sabe que ganhou a confiança dela. Aquela garota... Merlin! Lily Evans é mais teimosa que um hipogrifo quando o assunto é você! Pontas, ela é louca por você! Eu apostaria minha varinha só para dizer que vocês dois se gostam.

– Para com isso, cara! – assustou-se James. – Para com isso. Depois de tudo o que já aconteceu... Se a Lily me quisesse, ela teria feito algo sobre o maldito beijo do ano passado.

– Pontas...

– Não – dessa vez, ele conseguiu falar com firmeza. – Não vou dar murro em ponta de faca, Aluado. Lily Evans me maltratou por anos. Chega disso.

Remo suspirou e caminhou até o amigo. Pousou uma mão em seu ombro.

– Pontas, posso ser completamente honesto com você? – James apenas o encarou, temendo o que viria a seguir. – Quase dois anos se passaram... e não há um dia em que eu não pense na Claire. Você sabe que eu ainda sou louco por ela. Ela provavelmente ainda gosta de mim... mas eu não tenho coragem de coloca-la em risco. Não é tanto por ela, se você parar para pensar. É por minha causa. Porque eu não suportaria perde-la, machuca-la ou desaponta-la. Se você sente alguma coisa parecida em relação à Lily, e eu acho que você sente... Aproveite que sua vida não oferece perigo algum a ela e faça um favor a si mesmo, cara: vá atrás daquela garota. Fique com ela, Pontas. Seja feliz com ela pelo tempo que vocês quiserem.

– Aluado – James ficou subitamente preocupado. – Se você se sente tão mal longe da Claire, por que não segue seu próprio conselho?

Por um segundo, Remo ainda o encarou. Então, ele simplesmente se afastou de James, virou-lhe as costas e se retirou do dormitório.


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Notas finais do capítulo

Oi, pessoal! Então, demorou um pouco mais para sair esse capítulo, porque fiz várias modificações em relação ao original. Espero que tenham gostado do resultado final! ^^'
Ah, sobre a citação lá em cima, é de uma música do Kings of Leon: Use Somebody. Eu achei que o trecho tinha muito a ver com os sentimentos que aparecem nesse capítulo. Enfim, vou voltar ao trabalho enquanto espero os comentários.
Até mais! o/



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