Causa Perdida? escrita por Gabriela Maria


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Aos leitores que ainda estejam possivelmente por aqui, eu devo um pedido de desculpas. Entendo que sumi durante uns seis meses (as duas semanas mais longas do mundo, como bem disseram no último comentário) depois de ter assumido um compromisso com vocês. Não acho que ninguém aqui queira perder tempo com maiores delongas, então as devidas explicações (que não justificam, preciso admitir) virão no final desse tão aguardado capítulo. Estou digitando essa parte há um bom tempo. Ficou maior que o normal, mas eu espero que gostem!
Pois bem, à história!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/368098/chapter/12

– Bom dia, garotas – Sirius cumprimentou Sandy e Melanie com seu sorriso mais galanteador. – Desculpem a demora, mas o Pontas aqui é uma noiva para se arrumar. E olha que ele nem penteia o cabelo.

– Cala a boca, Almofadinhas – James reclamou. As garotas riram. – Olá – ele acrescentou, sorrindo.

– Bem, Melanie, Sandy, esse é meu amigo James Pontas. Pontas, essas são Melanie Vane e Sandy.

Passados os cumprimentos, James ocupou o assento entre Melanie e Sirius. Ao seu lado, Sandy iniciou uma conversa animada com Sirius, mas James se sentiu incapaz de falar.

“Diga alguma coisa, seu trasgo!”

– Então, James, ansioso pelo primeiro jogo da Grifinória?

– Com certeza – ele não sabia se estava surpreso ou apenas aliviado. – Nosso time é muito bom. Nós vamos acabar com a Corvinal – Melanie sorriu.

– É, o time da Corvinal já foi melhor. Sabia que o Adam Corner, aquele que era goleiro deles, assinou com o Chudley Cannons?

– Sério? – admirou-se James. – Eu não sabia que era verdade, só ouvi boatos.

– Pois é. Ele estreia na Liga Nacional em algumas semanas.

Uma gritaria ensurdecedora tomou conta das arquibancadas. Os times tinham finalmente entrado em campo. James e Melanie se aprumaram em seus lugares para assistir ao jogo. Então, quando madame Hooch lançou a goles, Melanie deixou escapar um gritinho de empolgação.

– Meu primo está jogando pela Lufa-Lufa – ela explicou, sem desgrudar os olhos do jogo. – É um dos artilheiros.

– Espero que eles ganhem – James disse com sinceridade. – A Sonserina está confiante demais...

O desenrolar da partida foi decepcionante. A Lufa-Lufa até tentou, mas não conseguiu manter o placar equilibrado. O trio de artilheiros da Sonserina tinha um entrosamento invejável e o apanhador da Lufa-Lufa simplesmente não enxergava o pomo.

– O ataque sonserinos só funciona pelo lado direito – Melanie falou de repente.

James, que até então não pensara muito sobre o assunto, viu com atenção o momento em que um artilheiro sonserinos arriscou um passe longo, lançando a goles do canto esquerdo para o direito do campo. A bola caiu direto nas mãos de uma garota de pele escura, que arremessou com precisão e marcou o sexto gol sonserinos em vinte minutos.

– Bem observado – disse James, olhando para Melanie. – Eles sempre usam esse passe invertido.

– Então a defesa só precisa bloquear o lado direito.

– Muito bom... – ele murmurou. – Você nunca jogou quadribol?

– Ah, não – ela sorriu. – Minha coordenação motora é péssima. Mas eu acompanho os cadernos esportivos dos jornais.

No geral, cada gol da Sonserina causava um suspiro coletivo na arquibancada Grifinória. Apenas quando um balaço certeiro encontrou a cabeça de um dos artilheiros sonserinos houve uma gritaria geral.

– BEM FEITO! – Sirius berrou. – EU nunca gostei do Flint mesmo...

Mas nem esse momento de glória deu o impulso necessário para que a Lufa-Lufa recuperasse o placar e, depois que o jogador atingido foi retirado de campo, os sonserinos iniciaram uma disputa bem suja. O primo de Melanie ainda marcou três gols seguidos, mas, com pouco mais de uma hora de jogo, o apanhador sonserinos conseguiu capturar o pomo e encerrar a partida com o placar de trezentos a cento e vinte.

– É, não foi a estreia dos sonhos para o Clark – comentou Melanie, suspirando.

Ela, James, Sirius e Sandy já estavam acompanhando a grande massa de estudantes que voltavam para o castelo.

– Mas ele jogou bem. Se o time não estivesse tão nervoso, teria sido um jogo melhor.

– Nesse caso, eu acho que é a Grifinória que vai arrasar o moral sonserinos – intrometeu-se Sirius.

– Merlin, chega de quadribol! – Sandy sentenciou. Ela começou uma conversa engraçada com Sirius, mas James e Melanie estavam caminhando mais devagar e acabaram ficando para trás de bom grado.

– Foi legal assistir ao jogo com um especialista – ela disse timidamente. James sorriu concordando. Se não fosse Melanie, sua partida teria sido um pouco deprimente.

– Como se você precisasse. Você poderia facilmente ser a correspondente esportiva sênior do Profeta, sabia? – Melanie deu um pequeno sorriso. – Bem, mas eu aposto que você não gosta só de quadribol – ele acrescentou para puxar assunto.

– Gosto de xadrez... Serve?

– Mais ou menos. Nunca tive paciência para jogar xadrez. Sou muito inquieto.

– Sandy diz a mesma coisa. Ela é do tipo que não suporta ficar parada.

– Acho que Sirius vai gostar de saber disso...

Eles riram.

– Vocês são engraçados – Melanie observou. – Claro que todo mundo sabe disso, mas, bem, é diferente quando não tem uma multidão assistindo – James passou a mão pelos cabelos, sem jeito.

– Eu não faço mais isso - disse. – Já tem um tempo.

– Desde quando você virou monitor?

– Por aí... – Melanie sorriu.

– Eu sempre achei que você era mais que quadribol e detenções – ele sorriu também, surpreso. Tantos anos desejando ouvir aquilo, e as palavras saíram da boca de uma completa estranha. – Aliás – Melanie recomeçou –, como você virou monitor? – James riu.

– Ótima pergunta. Nem eu sei bem a resposta.

Eles continuaram conversando até chegarem ao salão comunal, onde Melanie se despediu e rumou para o dormitório feminino. James desabou numa poltrona próxima à lareira, sem saber ao certo o que pensar.

**********************************************************************

Apesar da insistência dos duendes...

“Melanie... Melanie... Quem na Grifinória tem esse nome?!”

... os bruxos não adotaram medidas mais flexíveis...

“Esse nome não me é estranho...”

... e os novos acordos apenas confirmaram...

“QUEM?!”

Frustrada, Lily desistiu de ler e fechou violentamente seu exemplar de “História da Magia”. Soltou um bufo de impaciência e largou o livro sobre a mesa, fazendo-a tremer.

– Lily – Claire falou lentamente, enquanto Marlene se esforçava para ficar quieta –, essa é a quarta vez que você simplesmente joga o livro na nossa mesa por pura estupidez.

– Desculpe – Lily pediu emburrada. – Eu fiquei zangada por que não consegui me concentrar. Odeio quando não consigo me concentrar.

– Bem, a ideia de passar nossa gloriosa tarde de domingo estudando na biblioteca foi sua – manifestou-se Marlene. – Então, que tal você colaborar?

As três estavam sentadas a uma mesa da biblioteca há quase uma hora e eram praticamente as únicas por ali, já que a maior parte dos estudantes estava aproveitando o tempo ensolarado nos jardins.

– Você não precisava ter vindo – Lily retrucou. – Black até te convidou para ir com ele aos jardins.

– É – Marlene respondeu, lançando um olhar de censura para Claire – mas isso foi depois que alguém deixou escapar que Michael e eu estamos brigados.

– Ora, eu não sabia que era segredo! – defendeu-se Claire. – Além disso, o próprio McLaggen tentou falar com você. Ele me pareceu arrependido.

– Não – disse Marlene, acenando despreocupadamente. – Deixe-o sofrer um pouco.

– Se você não gosta do McLaggen, por que não dá logo o fora nele? – Lily quis saber. Ela suspirou.

– Eu gosto dele, Lily... Já sei! Vamos voltar a estudar, sim?

– Não – Claire suspirou, fechando o livro de Herbologia que estivera analisando. Marlene a olhou, surpresa. – Preciso que vocês enumerem todos os motivos pelos quais eu não devo chamar o Remo para um encontro em Hogsmeade.

Marlene suspirou, sem esconder o quanto lamentava a situação da amiga. Lily apenas deu um sorriso compreensivo para Claire.

– Porque nós já combinamos de ir juntas – ela disse, tentando animá-la.

– Dane-se a Lily – brincou Marlene, dando de ombros. – Ele é muito nerd. Ah, e veio com aquela conversa esquisita sobre não ficar com você pelo seu bem.

– Você sabe que, se fizer isso, vai passar dias deprimida por causa do fora – Lily acrescentou.

– Ele não tem cara de quem beija bem – Marlene continuou.

– Ei! – Claire interrompeu. – Deixe isso por minha conta, ok?! – Lily e Marlene riram. Claire corou. – Poxa, gente...

– Ok – Marlene concordou –, mas convenhamos que seu colega monitor da Lufa-Lufa está caidinho por você.

– Não diga bobagens, Lene...

– Eu não acho que seja uma bobagem – Lily interveio. – Hoje, no almoço, ele quase babou em você.

– É – Marlene apoiou. – Ele pareceu o James quando vê a Lily... – Claire riu e, bem quando Lily se preparou para revirar os olhos e dar uma bronca nas duas, madame Pince apareceu, olhando-as de modo hostil.

– Se não vão estudar, não têm o que fazer aqui – ela disse.

– Desculpe, madame Pince... – Claire começou.

– Mas pode ficar tranquila. Nós estávamos saindo – intrometeu-se Marlene. – Vamos?

Como ninguém discordou, elas recolheram tudo em poucos minutos e saíram para aproveitar o resto da tarde nos jardins. Já estavam no corredor quando Marlene disse:

– Então, onde estava a conversa?

– Você ia descrever a cara do James sempre que ele vê a Lily. – Claire respondeu, sorrindo maldosamente.

– Ah, exatamente...

– Parem com isso – Lily bufou. – Potter finalmente está em outra.

– Se por “outra” você quer dizer Melanie Vane, pode tirar o unicórnio da chuva – Marlene rebateu.

– Melanie Vane? – Claire repetiu. – A que faz Aritmancia com a gente?

– Deve ser. Não conheço mais ninguém com esse nome no sétimo ano da Grifinória.

– Nós não sabemos o sobrenome dela – Lily lembrou, subitamente agitada.

– É claro que sabemos. Eu colhi informações durante o jogo – Marlene piscou um olho para a amiga. – Cortesia do Remo.

– Melanie é a melhor da turma em Aritmancia – Claire comentou. – Ela é legal também. Lily e eu conversamos com ela de vez em quando.

Lily sentiu os olhos das amigas sobre si, mas estava atordoada demais para encará-las. Melanie era uma garota gentil, estudiosa, educada e... e fanática por quadribol. Alguma coisa murchou dentro de Lily.

– Ótimo – ela se obrigou a dizer. – Pelo menos, Potter tem bom gosto. Espero que eles se deem bem.

As outras duas se entreolharam.

– Espera, é? – indagou Marlene. Como não houve resposta, Claire acrescentou:

– Você acredita mesmo nisso? – Elas estavam quase alcançando o Saguão de Entrada. – Que o James desistiu de você?

– Acredito – Lily respondeu, dando de ombros. – Alguns troféus Potter nunca terá.

E a conversa parou por aí.

**********************************************************************

– Eu tinha apenas oito anos, mas nunca me esqueci disso.

– Ah, eu não me lembro muito da infância...

James e Melanie estavam voltando da aula de Herbologia, rumo a um período livre. Durante o fim de semana, eles tinham conversado bastante e agora era comum que passassem alguns momentos do dia juntos.

– Bom, você ainda não explicou esse corte na cabeça – Melanie falou, meio taxativa, meio preocupada.

– Ah... Quadribol – James improvisou.

Já era quarta-feira e ele estava cheio de cortes e hematomas pelo corpo. Tudo porque Remo estava num de seus piores ciclos. Sirius e Peter também já tinham percebido isso, então, eles não se arriscavam a sair da Casa dos Gritos durante as transformações, mas não tinham como evitar que Remo se machucasse e se cansasse ao ponto de passar todas as manhãs daquela semana na ala hospitalar.

– Eu soube que a Grifinória treinou ontem. Correu tudo bem?

– Correu tudo melhor que antes – James respondeu, lembrando-se do pequeno discurso que fizera para se desculpar com o time. – Pelo menos, a Marlene e o McLaggen voltaram a se falar. E olha que ela humilhou o cara como goleiro – Melanie riu.

– McKinnon joga muito bem – elogiou.

James estava esperançoso de que as coisas melhorariam no time. Na verdade, ele estava quase convencido de que só precisava criar uma rotina intensa de treinos para garantir um melhor entrosamento entre os jogadores.

– James? – Melanie chamou quando eles chegaram ao salão comunal.

– Sim?

– Você tem planos para Hogsmeade? – ela corou rapidamente. – Digo, Sandy vai com Sirius e...

– Bem – ele interrompeu, desconcertado –, eu estava pensando em ir com Remo e Peter.

– Claro... – ela pareceu aliviada. – Mas será que você me faria alguma companhia? Não quero ir só...

– Claro – James não pôde esconder a própria agitação. – Você vem com a gente. Eles não vão se importar – Melanie sorriu.

– Obrigada. Bem, eu vou pegar umas coisas no dormitório, então. Até mais, James.

– Até mais, Melanie.

Ele continuou imóvel, observando a escada que levava ao dormitório feminino, pensando em coisas confusas.

Subitamente, Lily surgiu no topo da escada. Ela trazia consigo um livro pesado e soltou um suspiro aborrecido quando viu James.

– Bom dia, Potter – desejou sem emoção, seguindo para a saída do salão.

– Bom dia, Evans.

Por algum motivo, James teve vontade de chama-la de volta. Então ele lembrou: era a quinta vez que não convidava Lily para acompanha-lo a Hogsmeade.

**********************************************************************

– Lily, deixa de drama e levanta logo! – Alice exigiu.

– Não! – teimou Lily. – Vou ficar aqui e dormir mais!

– Mas você prometeu a Claire que iria com ela! – Alice insistiu. Marlene soltou um bufo de irritação.

– Não foi bem assim – Lily resmungou, com a voz pastosa de sono.

– Levanta logo essa bunda gorda, Lily! – impacientou-se Marlene. – Eu aposto que a maior parte disso é só orgulho ferido.

– Do que você está falando?

– Bem, você quase nunca foi a Hogsmeade sem que alguém tivesse te chamado para sair – Alice explicou. – E agora o seu mais fiel admirador está ocupado com a Melanie.

– Não sejam ridículas – Lily encarou as duas, lamentando internamente que tivesse perdido a vontade de dormir. – Eu apenas estou com preguiça e com sono.

– Ótimo. Se você não quer mesmo ir, diga ao menos isso a Claire – Marlene decretou.

Mas, no fim das contas, Lily acabou indo com Claire ao povoado. O tempo já não estava tão ensolarado, mas continuava agradável. Elas aproveitaram para passear por várias ruas e entrar em quase todas as lojas que ainda estavam abertas. Nos últimos meses, com a ameaça constante dos Comensais da Morte, muitos comerciantes tinham desistido de seus negócios. De alguma forma, porém, aquela estava sendo uma visita perfeitamente normal a Hogsmeade, até que, em certo momento, Claire simplesmente saiu da Dedos de Mel depois de ver Remo, Pettigrew, Potter e Melanie reunidos num canto da loja, rindo.

– Desculpe – ela pediu a Lily. – Mas eu prefiro não ter motivos para falar com ele. Claro que estou falhando. Com toda essa confusão envolvendo minha família...

– Os Comensais estão marcando colado? – Lily perguntou delicadamente. Claire confirmou.

– Remo era um bom amigo também. Eu gostaria de contar com ele, mas...

– Mas ele pediu que você se afastasse – Lily completou.

– Se ele ao menos me explicasse o motivo...

Lily engoliu em seco. Ela sabia o motivo: Remo gostava demais de Claire para força-la a saber de seu maior segredo.

Daí em diante, Lily se esforçou para melhorar o ânimo da amiga. Como não teve sucesso, as duas decidiram voltar para a escola logo após o almoço. Contudo, Lily perdeu todo o apetite quando entrou no Três Vassouras e viu Melanie e Potter sozinhos a uma mesa. Ele sorria enquanto ela olhava e acariciava a lateral de seu rosto.

– Dia difícil, hein? – Claire comentou tristemente, percebendo a expressão chateada da amiga. – Eu decidi que vou trocar minha cerveja amanteigada por uma dose de uísque de fogo. Quer pedir uma para você também?

– Não! – espantou-se Lily. Não era como se James Potter fosse um assunto tão importante, afinal. – Vamos só voltar para o castelo.

Claire não se opôs à ideia, mas, antes de ir, ela bebeu a tal dose de uísque.

**********************************************************************

– Ah! Não vejo a hora de essa semana acabar! – queixou-se Remo. – Eu nem sei por que inventei de vir a Hogsmeade...

– Bem, essa noite você se machucou menos – James lembrou. – Nem precisou de ala hospitalar.

– Já você... – Remo fez uma careta. – Desculpe por isso, Pontas – completou, apontando para o rosto do amigo.

– Relaxa, cara.

– Você sabe que não precisa me acompanhar. Eu sei que a Lily continua mal humorada por causa das rondas...

– Como se a Evans já não odiasse o Pontas antes disso – Peter interveio.

– Rabicho tem razão – James apoiou. – Tá tudo certo, Aluado.

Os três tinham acabado de chegar a Hogsmeade. Como sempre, Peter praticamente os arrastou para que fossem a Dedos de Mel antes de qualquer outra coisa.

– Você vai acabar obeso, Peter – Remo alertou.

Peter, porém, não deu atenção ao comentário e sumiu em meio às prateleiras da loja.

– Bem, ele já está bastante fora de forma – James observou. – E essa coisa de comer para afogar o nervosismo dos NIEM’s não vai ajudar em nada.

Remo apenas concordou, mas, quando James fez menção de se afastar para comprar alguns sapos de chocolate, ele o deteve.

– Melanie combinou um horário ou um lugar para se encontrar com a gente? – indagou.

– Não... Mas, se isso não acontecer antes, nós nos encontramos no Três Vassouras para almoçar.

– Essa garota é diferente, não é?

– É, parece que sim – James ficou desconcertado.

– Pontas, você entendeu o que eu quis dizer.

– Eu não estou de rolo com ela, caso seja essa a pergunta.

– Na verdade, o tema da pergunta é certa ruiva de olhos verdes – James suspirou, cansado.

– Eu também não estou de rolo com a Evans, ok?

– Mas você gosta dela – a expressão de Remo continuava séria.

– Não, Aluado. Eu perdi qualquer interesse na Evans há séculos.

Remo ainda abriu a boca para falar, mas desistiu no meio do caminho e deu um pequeno sorriso.

– Oi, Melanie – cumprimentou.

– Oi – ela respondeu, acenando para Remo antes de dar um breve abraço em James. – Onde está o Peter?

– Afogando-se no pecado da gula – James falou dramaticamente. Melanie riu.

– Bem, eu provavelmente seguirei o mesmo caminho.

Juntos, James, Melanie e Remo caminharam pela loja, escolhendo o que comprariam e jogando conversa fora. Apenas a aparição de Lily e Claire conseguiu abalar o bom humor do momento, porque Remo ficou subitamente sem jeito e se afastou um pouco.

– O que houve? – Melanie indagou, confusa.

– Claire. Ela e Remo têm uma história mal resolvida.

– Ah, como você e a Lily? – James arregalou um pouco os olhos e soltou um riso fraco.

– Algo assim. Exceto que eu não tenho uma história com a Evans.

Eles se encararam por um instante, mas só o que Melanie disse foi:

– Elas estão na minha turma de Aritmancia e são muito legais.

Remo reapareceu pouco depois, acompanhado de um Peter atolado em sacolas.

– Só isso, Pedrinho? – James implicou.

– Por hoje só – Peter respondeu, dando de ombros.

– Não seja tão maldoso, James – intrometeu-se Melanie. – O inverno está chegando. Peter só quer se prevenir.

Os quatro caíram na gargalhada.

Ao longo da manhã, Melanie provou que era uma companhia agradável e divertida. Ela discutia quadribol com James e as matérias do Profeta Diário com Remo. Além disso, ela não demonstrou incômodo com o jeito quieto de Peter ou com sua mania de estar sempre comendo. Na verdade, ela adorou quando, ao meio dia, ele sugeriu que fossem logo almoçar no Três Vassouras.

– Então é isso. Eu ainda acho que os Tornados podem surpreender nessa temporada – James falou enquanto sentava a uma mesa do Três Vassouras. Melanie também se acomodou. Remo tinha ficado numa livraria ali perto e os encontraria pouco depois. Peter tinha ido ao banheiro.

– James, eu posso fazer uma pergunta? – Melanie falou timidamente. Ele assentiu. – O que aconteceu com seu rosto? E não me diga que foi quadribol outra vez.

A pergunta o pegou desprevenido. Remo tinha razão quando dissera que Melanie era diferente. Ao contrário das outras garotas que se interessavam em James, ela realmente se importava com ele e havia sinceridade em suas palavras e ações. De alguma forma, isso fez James pensar em como Lily nunca dava atenção ao que ele dizia.

– Ah, não foi nada demais – tentou desconversar.

– Você devia mostrar essas coisas a madame Pomfrey. O corte ficou enorme! – delicadamente, ela virou o rosto dele para o lado e analisou o machucado. Não era um corte profundo, mas ia de perto da boca até a orelha de James. – Tenho um pouco de essência de ditam-no no meu malão. Posso aplicar um pouco nisso se você quiser.

Ela soltou lentamente o rosto de James, que evitou olhá-la.

– Valeu, mas não acho que vai ser preciso.

Então James a viu. Lily estava perto do balcão, conversando com Claire. Por algum motivo, isso o perturbou.

– Já ouvi dizer que esse ditam-no é muito eficaz – comentou, tentando construir uma conversa que tirasse seus olhos e seus pensamentos de Lily.

“Será que ela agora deu para me seguir?!”

– É sim. Mas ele também serve para machucados menores. Acho que menos de uma gota deixaria seu rosto novo em folha.

– E por que você anda com uma coisa dessas? – Melanie sorriu da confusão dele.

– Acho que peguei a mania da minha mãe. Ela é curandeira e sempre anda com uns remédios. Eu penso em seguir a mesma carreira quando me formar em Hogwarts.

– Seria legal – James tentou, mas não conseguiu se concentrar realmente na conversa.

– Você quer trabalhar com quê?

– Não tenho certeza, mas penso em ser auror.

– Muito legal!

Houve um breve silêncio, que foi quebrado pela aparição de madame Rosmerta.

– Meu caro senhor Potter! – ela exclamou, sorrindo. – O que vai querer hoje?

– Duas cervejas amanteigadas, por favor – ele respondeu sem emoção enquanto via Lily e Claire saírem do bar.

Finalmente, Peter e Remo chegaram em pouco tempo e salvaram o passeio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, pessoal, eis aqui a parte em que tento me redimir:
Ano passado, acredito que comentei por aqui, eu estava fazendo vestibular. Pois bem... eu passei! o/ Entrei no curso que eu queria e na universidade que tanto queria. Então as datas do SiSU e da universidade, meio que coincidiram com os dias em que eu deveria ter atualizado a fic e, daí em diante, com mudança de cidade, de ambiente acadêmico, de rotina, de tudo, ficou muito complicado achar tempo para digitar a fic. Claro, seis meses é tempo para caramba e eu poderia ao menos ter deixado uma notinha aqui. Pensei nisso várias vezes, mas tive vergonha de aparecer de mãos vazias. Peço desculpas por isso também. >
Bom, espero que tenham gostado do capítulo e que acompanhem a história, sempre comentando. Vamos lá, eu posso funcionar melhor sob pressão, não se acanhem! No mais, adoro mensagens privadas. Fiquem à vontade para me enviar reclamações, sugestões ou só comentários mesmo.
Então é isso. Espero que, assim como eu, vocês não tenham desistido da fic. Obrigada do fundo do meu coração aos que checaram a página na espera de atualização. A história não morreu, galera!
Até a próxima! o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Causa Perdida?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.