Alvo Potter E O Mensageiro De Boráth escrita por Amanda Rocha


Capítulo 11
Encrencados


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, antes que vocês venham reclamar dos milênios que eu passei sem postar, em minha defesa eu digo que avisei que ia demorar. No entanto, tenho boas notícias para vocês: nas férias, eu volto a postar uma vez por semana! Ou até mais, depende da inspiração sahsuhausa Mas enfim, saibam que eu já tenho todo o esboço dessa temporada pronto, o que demora é escrever, passar pro pc e ainda ter a inspiração de como escrever. E não sei se o capítulo tá grande ou não porque não tem mais o contador de palavras e como eu tô escrevendo no caderno eu não tenho muita noção do tamanho, mas se ficou pequeno, saibam que esse capítulo foi mais pra mim dar uns avisinhos pra vocês, mas falamos disso lá embaixo... Enjoy ^^



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Alvo havia decidido não contar para Carlos e Rosa o que havia acontecido depois que ele saíra da sala. Seria melhor assim, ele não queria ser chamado de Louco novamente, não agora que a história de Rita Skeeter já havia sido esquecida. Mas eles são seus amigos, disse a voz de tia Hermione em sua cabeça, eles não vão te chamar louco. Alvo concordou com ela e já ia se levantar e ir até os dois quando a voz de tio Rony se intrometeu:
Não, nem pense em fazer isso. Vai ser melhor assim, você sabe que vai ficar se sentindo mal depois.
“É verdade...”, Alvo concordou com ele também e voltou a sentar-se.
Rony, não se meta nos pensamentos do meu filho, sua mãe falou, faça o que achar certo, Al, a mamãe te apoia no que for...
“Mas eu não sei qual é o melhor!”, ele resmungou.
Está vendo?, retrucou tio Rony, é melhor não contar. Ou pelo menos espere!
Rony, ralhou tia Hermione, não faça assim, o garoto não pode ficar com isso só pra ele, você sabe que ele não gosta de guardar segredos!
Alvo sacudiu a cabeça, como se fosse preciso isso para espantar seus pensamentos. Sempre que tinha um problema ele imaginava o que todos de sua família iriam dizer sobre aquilo, mas logo que tio Rony e tia Hermione começavam a discordar um do outro ele sabia que já era a hora de parar antes que a coisa ficasse mais séria...
– O que foi, Al? – perguntou Rosa, vendo que ele os fitava com uma cara estranha.
Alvo odiava quando isso acontecia. Quando começava a pensar ele simplesmente se desligava do mundo, e geralmente ficava encarando as pessoas, sem perceber, perdido em seus pensamentos.
– Eu, hã... – ele olhou para o resto dos grifinórios que conversavam animadamente aproveitando o fim de semana – Tenho que falar uma coisa.
Carlos e Rosa olharam-se muito rapidamente e depois sentaram-se nas poltronas em frente à lareira.
– Quando eu estava voltando da aula de Runas Antigas sexta-feira – ele deu uma rápida olhada para trás e abaixou a voz.– Anteceu uma coisa...
– Eu sabia! – exclamou Rosa. Carlos e Alvo a olharam e ela logo acrescentou: - Ah, você estava com uma cara estranha...
Ela encolheu os ombros e Alvo, após certificar-se novamente de que ninguém estava os ouvindo, respirou fundo e lhes contou tudo, tropeçando em algumas palavras com medo da reação que eles fossem ter. Quando terminou, Alvo evitou olhar nos olhos deles com medo de que os dois fossem o chamar de louco ou dizer para ele dar uma passadinha na enfermaria, mas eles não fizeram nada disso. Talvez essa fosse uma das funções dos amigos: acreditar em você mesmo e, principalmente, quando ninguém mais acredita.
– Cara, ele simplesmente sumiu? Sem... Sem dar explicação nenhuma ou...? – perguntou Carlos.
Alvo sacudiu a cabeça.
– Só puxou o capuz e de repente... Sumiu. – ele respondeu.
Rosa mordeu o lábio e ficou olhando para cima, como se a resposta estivesse lá.
– Talvez... Ele não tenha sumido... Só ficado invisível... Porque não se pode aparatar em Hogwarts, e não ouvi falar de nenhuma magia parecida... – concluiu ela.
Carlos olhou pra ela incrédulo.
– Um garoto estranho aparece do nada e você aí preocupada com que magia ele usou pra desparecer? - ele perguntou.
– Desculpe, mas eu me preocupo com a segurança da escola! – ela retrucou, revirando os olhos.
– Mas ele já apareceu antes! – Alvo lembrou. Carlos e Rosa viraram-se imediatamente pra ele. – É... Foi antes do início das aulas, antes de sair a manchete da Skeeter.
– Por que não disse isso pra gente? – Rosa perguntou.
Alvo sentiu as bochechas corarem e falou rapidamente:
– O que vocês diriam se eu dissesse que do nada apareceu um garoto na minha casa, me falou umas coisas estranhas e depois desapareceu?
Rosa e Carlos pareceram realmente não entender o porque de ele ter preferido não contar. “Eles nunca foram os loucos”, Alvo pensou. “Se já tivessem o mundo inteiro achando que eles eram loucos eles entenderiam”.
A primeira visita à Hogsmeade ficara marcada para o Dia das Bruxas – “eles sempre marcam em uma data festiva”, Tiago lhes contara, “pode apostar que terá um no Natal também”. – e é claro que a primeira coisa que Alvo pensara foi no aviso de Brubock: “cuidado com o que o procura em Hogsmeade”, o que será que ele quisera dizer com isso? Os pensamentos de Alvo correram diretamente para Bob Rondres, mas ele tentou afastar essa ideia da cabeça. E também, como é que o garoto poderia saber o que aconteceria dali duas semanas?
Carlos era um garoto tão preguiçoso quanto Tiago, o que Alvo odiava. Era como se voltasse aos tempos em que tinha que dividir o quarto com o irmão. Tudo bem que eles acordavam bem cedo, mas o garoto fazia um drama totalmente desnecessário para sair da cama.
– Merlim... – murmurou ali, ainda coberto até a cabeça pela coberta. – Meus olhos se recusam a abrir!
Alvo, que já havia levantado, arrumado a cama e trocado de roupa, revirou os olhos enquanto sentava-se novamente para esperar o amigo ficar pronto.
– Se você não se agilizar vamos perder a primeira aula! – ele resmungou, odiava chegar atrasado e ser o centro das atenções, já bastava ser um Potter. – Não que eu fosse me importar muito com isso, você sabe que eu odeio Runas Antigas...
Na verdade, a antipatia maior que Alvo sentia era pela Prof.ª Maggdoll e era, podia-se dizer, um sentimento recíproco, pois esta também não gostava muito do garoto.
– Estou indo, estou indo... – o amigo resmungou. Mas é claro que ainda não se levantou imediatamente. Ficou se virando na cama e esfregando os olhos, para depois, e só depois, retirar a coberta e escorregar da cama para o chão, onde ficou olhando atônito para Alvo, que revirou os olhos e o esperou.
Depois de uns minutos, os dois desceram para a sala comunal da Grifinória onde encontram uma Rosa irritadíssima olhando Mia Sobith – que ria num canto contando uma história que parecia ser muito engraçada pelas risadas dos ouvintes, embora Alvo não confiasse muito no senso de humor de seus colegas.
– O que foi? – ele perguntou.
A garota espremeu os olhos na direção de Mia e ela, como se tivesse sido atraída pelo olhar virou-se para trás e veio até eles.
– Olá, meninos! – cumprimentou ela sorridente, depois de fitá-los com interesse e, após Rosa dar um muxoxo, ela se virou para a garota com uma forçada cara de surpresa. – Ah, Rosa! Não vi você aí, amiga! Como vão as coisas? Fazendo muito o trabalho dos outros?
Alvo teve que se segurar para não rir da cara de Rosa com o “amiga” de Mia.
– Eu não tenho culpa de ser a única que entende a matéria. – Rosa respondeu, no mesmo sorriso forçado de Mia, que colocou a mão no peito e abriu a boca, incrédula. Depois de, aparentemente, não encontrar uma boa resposta, ela voltou-se novamente para Alvo.
– Boa sorte no teste, Al! – ela sorriu e estendeu a mão. Alvo não apertou, talvez porque estava surpreso com o “Al” ou porque não fazia ideia do que a garota estava falando.
– Teste? Que teste? – ele perguntou.
– O de quadribol, bobinho! – Mia forçou uma risada e levantou a mão de modo que Alvo fosse obrigado a apertá-la. – Ah, mas tenho certeza que vai se sair bem, afinal, dois anos no time não é pra qualquer um, hein?
Alvo sorriu, sem jeito.
– É, foi sorte, eu acho. – ele balbuciou.
– Sempre modesto... – Mia revirou os olhos.
– Ah, é, este é o Alvo. – Carlos debochou. – A modéstia em pessoa.
Mia o olhou com desaprovação e fixou o olhar no cabelo bagunçado do garoto.
– Uma escova de vez em quando não faz mal, Cattér. – ela resmungou. E, após piscar para Alvo e dar um “tchau, amiga” para Rosa (que, Alvo percebeu, apertou os punhos com força evitando uma resposta mal criada), saiu gingando e voltou a sentar-se com Holly Dovscoll.
– Qual o problema dessa garota? – perguntou Annie, que ouvia tudo com Clarisse, e vieram se sentar junto com eles.
– O problema é que ela não gosta de ninguém, só ela é digna de viver no mundo. – disse Carlos, ajeitando o cabelo.
– Ela parece gostar do Alvo. – Annie cruzou os braços e olhou feio na direção da garota. Alvo sentiu as bochechas corarem.
– Ela gosta da minha fama. – ele corrigiu. Clarisse deu um muxoxo e Alvo trocou de assunto. – Então o teste para o time está chegando, não é?
Carlos deu um suspiro e assentiu.
– É... Parece que sim... – disse. – Seria legal se eu soubesse jogar.
– Você não joga tão mal assim. – disse Alvo. Lembrava-se bem de Carlos jogando, e com um pouco mais de treino ele seria um jogador... Razoável.
Os três nem foram tomar café (embora Rosa não tivesse gostado muito dessa ideia), mas valia a pena ficar com fome para ficar alguns minutos com a sala comunal só para eles, mas depois, é claro, tinham que sair correndo porque sempre perdiam a hora. Algo que Alvo odiava, pois a sala inteira parava para vê-lo entrando, e quando se é O Escolhido você realmente não gosta de ser o centro das atenções. E dessa vez foi exatamente assim...
– O que foi que... Ah... São vocês... – disse ela ao abrir a porta e dar de cara com eles. -Meus três alunos que sempre se atrasam, não é, Sr. Potter?
– É, Sra. Maggdoll. – concordou Alvo, entrando e tentando ignorar os olhares que estavam todos sobre eles.
– E você ainda concorda? Mas que garotinho... Vamos, entrem, e que não se repita, ouviram?
– Sim, Sra. Maggdoll. – responderam os três juntos em uma voz incrivelmente monótona digna de uma segunda-feira cinzenta e entediante.
Alvo andou até o fundo da sala, ciente de que todos os colegas o observavam, e largou a mochila em uma classe qualquer. Carlos e Rosa vieram logo atrás, com caras igualmente zangadas para os olhares dos demais alunos, o que foi uma péssima ideia, realmente péssima... E aí está uma coisa que Alvo odiava sobre os alunos: eles fazem qualquer coisa por um pouco de diversão. “Não estão na escola para se divertir”, pensou Alvo amargurado, mas logo depois revirou os olhos e sorriu, “estou parecendo a Rosa desse jeito...”.
O problema de alunos desinteressados – também conhecidos por alguns como sonserinos – é que eles não entendem a importância dos estudos. Talvez porque a maioria era formada por sangues-puros, então cresceram rodeados de magia, por isso não ficavam fascinados com cada coisinha nova que aprendiam. Ou talvez simplesmente soubessem que seus pais ricos iriam sustenta-los para o resto da vida, então não precisavam se preocupar com o futuro.
Foi com uma bolinha de papel que Alvo voltou a si – porque era muito comum ele mergulhar em seus pensamentos e esquecer-se completamente que estava em meio a uma aula, ainda mais uma chata como Runas Antigas – ele já ia jogar a bolinha no lixo quando alguém jogou outra. Ele olhou para trás e viu viu Scorpius rindo com Marcel e Valéria. “Leia, seu idiota!”, foi o que Alvo conseguiu entender do que o garoto cochichou. É claro que ele só fez porque não queria levar mais bolinhas, pois se Scorpius achava que mandava nele, estava muito enganado...
Os três juntaram as cabeças para ler o que estava escrito:

Por que se atrasaram? Tentando ajudar o Cattér no quadribol? Nem adianta, esse mané mal sabe montar na vassoura.

– Como ele sabe? – perguntou Carlos em voz alta.
– Silêncio aí atrás! – resmungou a Prof.ª Maggdoll.
– Como ele sabe? – repetiu Carlos, dessa vez em um cochicho.
– Deve ter ouvido - respondeu Rosa. – Na sala comunal...
Carlos olhou feio para Scorpius, e Alvo inclinou-se e cochichou:
– Vê se faz alguma coisa de útil, Malfoy! E o Carlos sabe muito bem montar numa vassoura.
Scorpius deu um risinho de desdém e estreitou o olhar na direção do garoto.
– Ah é? Que avanço, Cattér! Qualquer dia desse você já vai saber ler, vejam só! É com pequenos passos que se começa, isso aí...
– Vou te mostrar o que... – Carlos se levantou da cadeira irritado, mas a professora o encarou e ele logo sentou-se novamente. – Eu pego esse garoto!
Após as aulas da tarde – período em que Carlos ficava incrivelmente resmungão -, Rosa foi direto à biblioteca, reclamando sobre a quantidade de deveres que havia ganhado na aula de Aritmância, e os outros dois foram para os jardins da escola. Alvo não sabia qual dos dois reclamava mais. Ele também tinha problemas, claro, mas os outros não tinham culpa disso...
Eles sentaram na sombra de uma faia em frente ao lado da lula gigante, e Carlos voltou a tagarelar enquanto o amigo revirava os olhos e fingia prestar atenção.
–... E o meu pai vem com aquele papo de futebol, francamente, qual é a graça? – o garoto contava a Alvo, que olhava distraído para o lago. – Eles não voam! E só tem uma bola! Isso é algo que...
– Se liguem, otários! – disse um brutamonte da Sonserina acompanhado de um outro garoto igualmente grande, que acabaram tropeçando neles. – Essa área é nossa! Vamos, vazando daqui...
– Como é? – perguntou Carlos, quando Alvo já ia se levantar e ceder o lugar.
– Essa área é nossa. – repetiu o garoto.
– Olha... Podemos resolver isso civilizadamente. - respondeu Alvo o mais educadamente que pode. - Nós chegamos primeiro, mas se realmente importa pra vocês ficarem aí a gente sai, sem problemas...
Carlos o olhou incrédulo e o garoto maior deu uma gargalhada.
– Você ouviu isso, Bradd? - perguntou ele ao amigo. - O engomadinho aí vai nos ceder o lugar.
– Não, não vai, não! - retrucou Carlos. - A gente chegou primeiro, procurem outro lugar.
– Ah, é mesmo? - disse Bradd, aproximando-se de Carlos (que teve que inclinar a cabeça para olhá-lo nos olhos). - E você vai nos obrigar?
Carlos, Alvo percebeu, olhou duas vezes e quase dava para ouvir seu cérebro pensando em qual opção seria melhor: continuar firme ou baixar a guarda.
– E aí, Al? - cumprimentou Fred que havia acabado de chegar. Logo seu sorriso sumiu quando ele notou os outros garotos ali. - O que está acontecendo?
Bradd e o amigo se olharam, e logo se afastaram uns dois passos de Carlos. Alvo olhou incrédulo para os dois. Eles estavam com medo de Fred?!
– É, vamos... - murmurou Bradd, batendo no braço do amigo.
– O que?! - exclamou Carlos enquanto os grandões iam embora.
– É... - disse Fred, estufando o peito. - Eu sou demais. Vocês ficam me devendo essa! - ele piscou e também foi embora.
Alvo se voltou para Carlos e apontou para o lado em que os brutamontes sumiram.
– Acho... - começou Carlos, pensando rapidamente em uma justificativa viável para aquilo. - Que apenas sabiam que três era demais para eles...
Alvo sabia muito bem que aquilo não tinha nada a ver, porém viu nos olhos do amigo que este estava frustrado demais para receber a verdade assim.
O sol já estava se pondo, deixando uma linda cor avermelhada no céu que refletia no lago, quando os garotos lembraram que tinham dever de Adivinhação. Os dois concordaram que isso podia ficar pra mais tarde, porém era melhor pelo menos ficar na sala comunal da Grifinória, para poupar-lhes do sermão de Rosa.
– Talvez possamos dizer que tivemos uma visão! - contava um Carlos entusiasmado. Alvo olhou para ele duas vezes e preferiu nem dar uma resposta a isso. - Aí a gente, supostamente, ficou muito frustrado e não pode ir a aula!
– Hm... É uma... Boa desculpa... - Alvo respondeu.
– É, eu sei! - gabou-se Carlos. Alvo surpreendeu-se por ele não ter notado o tom de sarcasmo em sua voz, mas logo uma outra coisa chamou sua atenção.
– Aquele ali é o Max? - perguntou ele ao amigo.
– Claro que não, Al, é uma garota! - o outro retrucou.
– O que?! Não, lá! - ele apontou para a direção onde era possível ver um Max cercado por outros dois garotos.
– Ah, deve ser... - respondeu Carlos distraído. - Mas como eu ia dizendo, talvez ela até deixe, afinal é..
– Olha bem! Aqueles são...?
– Barba de Merlim, vamos embora de uma vez! - disse Carlos, empurrando Alvo.
– Não, acho que ele precisa de ajuda! - ele rebateu.
– Al, eles tem o dobro da nossa altura! - Carlos contestou, apontado para o maior deles, Bradd.
Alvo sabia que Carlos era muito corajoso, porém Fred ter posto mais medo nos brutamontes do que ele provavelmente mexeu com a sua confiança.
– Somos três! - Alvo disse, analisando suas chances.
– Três? - repetiu Carlos. - O Max tem mesmo que contar como um?
Alvo revirou os olhos.
– Bom, temos quase a altura deles. - ele rebateu. Porém, quando viu que Carlos já ia abrir a boca para soltar alguma ironia, ele logo acrescentou: - Tá bem, você tem quase a altura deles. E também, de qualquer modo, se eles tem medo do Fred, talvez tenhamos chance, não?
Carlos parou por um momento, parecia sofrer um conflito interior.
– Ah, qual é! Temos treze anos! Tiago nessa idade já tinha batido na metade da escola! E... Pense bem, se não der certo, podemos simplesmente correr!
O amigo deu uma risada e concordou com a cabeça. Os dois foram até os garotos que cercavam Max, se entreolharam rapidamente e, um pouco hesitante, Alvo cutucou o ombro de Bradd, que estava tão entretido "brincando" com Max, que demorou a perceber.
– Mas que diabos vo... Ah, é o engomadinho e seu companheiro! - exclamou ele, soltando a gola da camiseta de Max, que deu um suspiro de alívio. - Olha só, Kenny, eles voltaram! E o que querem agora, pirralhos?
– Ah, nós, eh... - começou Alvo, tentando um jeito de não parecer um completo idiota pedindo para que soltassem o garoto como quem pede para lhe alcançar um pote de batatas.
– Queremos que solte o Max. - completou Carlos, firme.
Bradd e Kenny se entreolharam e ergueram a sobrancelha.
– E quem é Max? - perguntou Kenny, o que parecia mais idiota.
– Eh, sou eu. - respondeu Max, num gemido.
– Ah... - fizeram os dois.
Alvo e Carlos se encararam rapidamente, os dois surpresos, aquilo seria mais fácil do que pensaram.
– Só que... - começou Bradd. - Eu acho que não vou fazer isso. Então é melhor vocês dois irem andando antes que mudemos de ideia e demos uma liçãozinha em vocês!
– Mas a gente também não vai embora. - Alvo respondeu, reunindo toda a coragem que tinha para não sair dali.
Carlos concordou e cruzou os braços. Os grandões pareceram se surpreender com isso, e viraram de frente para eles, deixando Max de lado (não que este estivesse se importando muito com isso).
– Tem certeza que vai fazer isso? - perguntou Kenny. - Porque... Seu irmão não está aqui pra te defender, engomadinho.
– É, e nem o Fred. Uma pena, já que ele bota medo em vocês. - desafiou Alvo.
Os dois deram uma leve corada, mas logo contestaram:
– Ele não põe medo na gente. Só que o pai dele é dono da Gemialidades Weasley, não queremos perder o desconto lá.
– É, até parece. - retrucou Carlos, dando um muxoxo.
– Escutem aqui, pirralhos! - Bradd se adiantou e deu um empurrão em Carlos, que se desequilibrou e quase caiu. Alvo, imediatamente, sacou a varinha e, antes mesmo que pudesse pronunciar qualquer feitiço, um lampejo saiu da ponta de sua varinha e passou raspando pelo braço de Kenny.
Por pouco mais de três segundos todos pararam subitamente, e olharam chocados para Alvo, que percebeu no mesmo instante que aquilo fora um grande erro.
– Corre! - exclamou Carlos.
Não foi preciso pedir duas vezes. Alvo imediatamente saiu em disparada atrás do amigo, Bradd e Kenny logo atrás.
– Eles ainda estão vindo? - perguntou Alvo, sem parar de correr um seguido.
– O que que você acha?! - gritou Carlos em resposta.
Os dois desembestaram pela margem do lago, desviando de alunos e de faias, sentindo que os brutamontes estavam em seu encalço.
Alvo sentiu o pulmão queimar enquanto respirava, e correu para dentro do castelo. Saíram desembalados pelos corredores e finalmente adentraram o Salão Principal, onde sentaram - ou melhor, se atiraram - em um banco qualquer, seguros pela presença de Neville, que conversava animadamente com Denóires, na mesa dos professores.
– Ainda pegamos vocês! - sussurrou Kenny, passando pela mesa deles.
– É, vão sonhando! - resmungou Carlos.
– Acha mesmo que eles vão continuar atrás da gente? - Alvo perguntou à Carlos, depois de tomar um bom gole de suco de abóbora de Alice.
– Bom... Se não vão a gente vai ter muita sorte, não é? - respondeu o amigo, observando atentamente o local por onde os garotos saído, como quem olha para um dragão adormecido. - Mas julgando pela cara que fizeram quando você quase... Aliás, como foi que fez aquilo? Eu nem vi você pronunciar nada!
– Não faço ideia... - Alvo coçou a cabeça. - Eu estava pensando e de repente o feitiço simplesmente saiu!
Alvo e Carlos se encararam por um tempo. As mentes agitadas ainda processando o que acabara de acontecer. Podia não ser grande coisa, mas para dois garotos de treze anos que raramente se metiam em confusão, aquilo lhes rendera uma boa aventura.
Foi com um repentino baque de uma pilha de livros batendo na mesa que os dois foram arrancados de seus devaneios.
– Caramba! - exclamou Carlos. - Quanta agressividade!
– Trouxe esses dois pra vocês. - disse Rosa, tirando dois livros do meio da pilha e atirando para os amigos. - De borras até a bola de cristal, pode ajudar em Adivinhação, e também tem Quadribol para iniciantes, que é ótimo! Papai sempre lia pra mim antes de dormir.
Alvo deu uma olhada nos livros e Carlos deixou escapar uma risadinha.
– Puxa, isso desbanca totalmente Branca de Neve, O Coração Peludo do Mago e todos os outros, eh? - comentou Carlos, sem muito interesse nos livros.
– É, minha mãe obrigava ele a ler algo para a gente, você sabe, para estimular a leitura, mas ele não queria que nos tornássemos nerds centrados nos estudos, então ele lia sobre quadribol.
– Bom, acho que isso não funcionou pra você - Alvo esperou que os dois dessem pelo menos uma risadinha, mas quando não o fizeram ele tentou explicar: - Você sabe, porque a Rosa é nerd! Então não adiantou, entende? Ah, continua!
– De qualquer jeito... - prosseguiu a garota, após ficar um tempo tentando entender a "piada" do primo. - Achei que poderia ajudar você, tem dicas realmente boas, claro é só a parte teórica, mas tem alguns dias até o teste, bom, um dia, mas já é alguma coisa...
– Isso é ótimo, Rosa! - exclamou Carlos, pegando imediatamente o livro. - Nem tenho como te agradecer...
– Entre para o time. - respondeu a ruiva, simplesmente. - Falando nisso, Al... Acho que o seu irmão se meteu em confusão outra vez. Vidois grandalhões falando algo sobre "engomadinho Potter"...
– Ah - disse Alvo, trocando um rápido olhar com Carlos. - Sobre isso... Nós estamos, eh... Digamos que... Encrencados.


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Notas finais do capítulo

Gente, algumas partes em itálico não saíram, mas é que tá dando erro na hora de passar, então usem a imaginação. E desculpem, sonserinos, por aquela partezinha ali em cima sobre vocês, mas é meu lado grifinório falando mais alto ashaushaushau
Então, eu só queria avisar que o próximo eu, muito provavelmente, só irei postar nas férias. Então não se preocupem se eu ficar muito tempo sem postar, eu não pretendo abandonar a fic! E, é, eu sei, é bem arriscado, eu já perdi muitos leitores por isso e, até já aproveito para agradecer àqueles fiéis que continuam acompanhando apesar dos meus atrasos, mas quero que entendam que eu prefiro postar um capítulo bom mesmo que demore do que um mal feito à cada semana. Enfim, é isso... Deixem um review, ok? Apenas pra mim saber que ainda estão acompanhando...
E sobre a fanfic, acho que essa supera as duas outras, o enredo vai ser bem surpreendente! E, o que não é tão bom, eu já comecei a pensar nas temporadas finais e - é com muito pesar que digo isso - nas mortes de alguns personagens. Pois é, pois é, me sinto a J.K. nessas horas sahsuahsauhsau, mas é necessário né, muita gente inocente vai morrer e vocês não vão acreditar de quem estou falando...
Bjs, e até qualquer dia!!