Além Das Flores escrita por ThansyS, BiaSiqueira


Capítulo 7
Acordando


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem a demora.
Acho que esse capitulo está legal. A sorte de vcs é que ele está escrito desde antes da minha crise de inspiração!
Se vcs comentarem bastante, eu já tenho o próximo escrito :)
Espero que gostem.



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Lilly voltou para o quarto com lágrimas nos olhos e todas as suas forças acabadas. A recepcionista lhe lançou um ultimo olhar de descrença quando a viu chorando. A mulher parecia com medo, mas o dinheiro que teria recebido com certeza havia sido o suficiente para fazer com que ela ficasse menos assustada.

No quarto Lilly viu que James tinha voltado a suar. O doutor já havia retirado a bala, mas nenhum outro medicamento foi ministrado fazendo com que James voltasse a se remexer como se sentisse muita dor.

Ela não sabia o que fazer. Sua irmã estava nas mãos de bandidos, os mesmo que há poucos minutos atrás haviam cuidado de James e poupado suas vidas. Nada fazia sentido. No envelope lacrado em suas mãos um suposto “recado” estava guardado. Ela não sabia que a vida real poderia parecer tão fictícia assim. A única certeza que tinha era de as lágrimas que escorriam dos seus olhos eram reais. Ela sabia ainda que a dor de James era real e que sua impotência diante de tudo isso era tão enorme quanto real. Sua própria dor era real. Lilly molhou um pano na vasilha de água já fria que repousava ao lado de James. Os cabelos do rapaz grudavam na testa devido ao suor e as lágrimas de Lilly terminavam de lavar o rosto alvo de James.

A rotina de lágrimas e tentativas de cuidado já duravam a cerca de uma semana. James permanecia desacordado e ninguém mais parecia se importar em atacar os dois. Lilly precisou de alguns dias para saber se sua decisão de ir a uma farmácia era mesmo segura. A moça da recepção disse que a mais próxima fica a vinte minutos dali, se ela fosse de carro é claro.

- James, eu não sei se você pode me ouvir agora. Eu vou até uma farmácia e espero de verdade poder trazer alguma coisa para ajudar acordar você. – Ela disse passando as mãos sobre os fios de cabelo do rapaz. A televisão ligada sem som foi desligada em seguida. O jornal de dias atrás estava dobrado ao lado dela. A moça da recepção o havia entregado a Lilly assim que viu a foto dela e de James estampada na capa.

Jovem casal ainda não identificado invade hospital e causa tumulto. A recepcionista infirmou que o rapaz chegou armado exigindo informações sobre duas das pacientes. O nome das mulheres será mantido em sigilo por precaução, mas a suspeita é de que eram membros da família. O acidente que envolveu as duas senhoras ainda não teve sua causa apurada.

Lilly trancou a porta do quarto com cuidado e saiu porta a fora, passando como um raio pela recepção. O carro parado há dias no mesmo lugar ofereceu certa resistência para ligar, mas assim que pegou, voou pelas ruas como foi criado para fazer. Em menos de quinze minutos a garota já passava discretamente pela porta de uma farmácia. No rosto nenhuma maquiagem e os cabelos pareciam bastante amassados. Grossas olheiras abaixo dos olhos e a roupa, mesmo que limpa parecia amassada e fora do lugar.

- Precisa de alguma ajuda? – O homem que atendia na farmácia encarou Lilly com uma expressão de repulsa.

- Preciso de alguns remédios para febre e dor, e preciso ainda de remédios pra desinflamar feridas. – Ela pediu e o homem a encarou em duvida, provavelmente quanto a ela poder pagar por isso ou não. – Pode pegar os melhores remédios senhor, não se engane com minha aparência. – Ela falou atordoada pelo olhar constante do homem para sua situação física. – Onde ficam as tintas de cabelo?

O homem indicou a prateleira rapidamente voltando para o seu lugar no balcão enquanto Lilly analisava rapidamente algumas tinturas femininas e masculinas. Ela pegou algumas embalagens em mãos e ao se aproximar do balcão notou que o homem ainda não havia pegado os remédios que ela pediu.

- Precisa que eu repita o meu pedido? – Ela disse tirando a carteira do bolso da calça jeans e mostrando a ele uma pequena, mas significativa quantidade de dinheiro.

O homem a lançou um ultimo olhar desconfiado antes de voltar-se para o estoque e pegar alguns remédios e trazer até o balcão. Com uma rápida explicação e um pagamento conforme solicitado pelo vendedor, Lilly deixou apressadamente o estabelecimento dirigindo depressa de volta para o “hotel”.

No quarto do hotel, James tentava com muito custo abrir os olhos. Assim que o fez, com força quase sobre humana, se viu obrigado a fechá-los novamente já que a luz que vinha da pequena janela do quarto fazia seus olhos arderem devido ao tempo de habito a escuridão.

Ele sentiu todo o seu corpo reclamar assim que tentou se levantar. Se mexer um pouco já era tarefa difícil. Tentar se levantar era quase impossível. Ele correu os olhos rapidamente pelo recinto e não encontrou mais ninguém. Ele estava sozinho e com um enorme curativo sobre o ombro, próximo ao braço esquerdo. As mochilas denunciavam que a presença de Lilly era fato. Ele queria forçar-se a falar, mas a voz que vinha de sua garganta não passava de um sussurro abafado. Não havia ninguém ali. Ele estava sozinho e incapaz de fazer muita coisa. O pensamento forçou-o a tentar uma vez mais se mexer. Dessa vez, ignorando a dor excruciante ele conseguiu levantar o tronco e se apoiar nos travesseiros que o apoiavam a cabeça. Do seu corpo vinha um cheiro enjoativo de álcool e sangue. James se sentiu sujo aponto de desejar que pudesse se levantar. Seu corpo reclamou mais uma vez. Ele abaixou os olhos para si mesmo em busca de algo que pudesse justificar as dores. Ele se lembrava de um tiro, e não de ter sido atropelado por um caminhão. Talvez Lilly o tivesse derrubado sem querer de alguma escada, ou tivesse deixado algum animal bastante pesado realmente passar por cima dele. Ele não tinha certeza de nada, além do fato de que sua prima havia tirado suas calças enquanto ele estava apagado. Em outro momento ele teria rido da situação. Naquele momento, ele só queria saber o quão mal ele havia ficado para ele ter sido obrigada a fazer isso.

Com esforço e ignorando as dores dilacerantes, ele se colocou de pé, apoiando nos móveis e caminhou desajeitado até o pequeno banheiro.

James retirou a ultima peça de roupa restante e ligou o chuveiro se livrando em seguida do rastro de sangue que ainda tinha em seu braço machucando e notando que ainda não podia movimentar o ombro. Ele descobriu isso exatamente quando tentou um movimento e a dor que se seguiu quase o fez cair no chão do banheiro. Um grito abafado o fez chamar a atenção de alguém.

Lilly sentiu o coração pular uma batida assim que abriu a porta do quarto e encontrou a cama de James completamente vazia. Ela largou às sacolas que trazia no chão e no instante seguinte um som abafado de dor vindo do banheiro a fez abrir a porta em um ímpeto. O movimento brusco de Lilly fez James gritar e ao descobrir que o primo estava tomando banho Lilly gritou. Gritou de vergonha e de susto. Sentiu seu rosto inteiro passar a queimar de vergonha. James a encarava com uma expressão confusa e a água que caia sobre si quase o impossibilitava de ver o rubor na face da prima. Por reflexo, ele puxou a toalha de banho que tinha por perto e se enrolou nela rapidamente. A tentativa de mover o braço o fez urrar de dor uma vez mais e esse foi o som necessário para despertar Lilly.

- Que droga você está fazendo de pé? – Ela disse se aproximando dele e consequentemente sendo encharcada pela água que caia do chuveiro. – James, você está bem? – Ela perguntou exasperada apoiando o corpo dele no dela e o puxando para fora do banheiro.

- Eu precisava tirar aquele cheiro de mim. Álcool e sangue não é uma boa combinação. – Ele disse se apoiando nela e se sentando na cama, tomando o cuidado de manter a toalha firme ao se sentar. – Perdeu o costume de bater na porta?

Lilly ruborizou instantaneamente ao ouvi-lo fazer menção de sua vergonha.

- Eu não sabia que você estava nu lá dentro. – Ela reclamou e ele riu.

- Eu diria que fico feliz por você ter realizado um sonho, mas vou me abster disso. – Ele falou olhando em volta do quarto e constatando no instante seguinte que algo estava errado.

- Lilly, onde está Alice?


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Notas finais do capítulo

E então?
O que acharam?
Dois beijos do James de toalha para vcs todas :)
Love u :)
Fiquem com Deus e cuidado com essas manifestações.
Vamos usar a cabeça antes das mãos ok amores?