Pov Alan

Depois que o Sr. G bateu o cajado no chão, um mundo parou por uns instantes, até que uma claridade quase me cega, e percebo que era a luz do sol, olho para o lado e vejo a garota de cabelos castanhos, olhos verdes, tentando também se acostumar ao ambiente. Olho para os lados e não vejo nada a não ser areia, quilômetros e quilômetros de areia. Droga onde estávamos?

-Acho que no deserto! - diz a garota e percebo que a pergunta não ficara so em minha mente.

-Certo, deserto. -digo com um suspiro. - Melhor procurarmos água vamos precisar em algumas horas. -digo com incerteza, já que não sabia quanto tempo iria durar o treinamento.

-Verdade. –diz com um entusiasmo a garota. – A propósito sou Lunna Ribeiro ou Lunny.

-Prazer Lunny, sou Alan Hyat. – digo e apertamos as mãos, e sinto uma eletricidade percorrendo meu corpo. E a garota me olha com os olhos verdes assustados.

-Me desculpe. As vezes acontece sem eu querer. - diz ruborizada.

-Tudo bem, maneiro seu poder. - digo e ela sorrir. – Afinal de que reino você é?

-Bom do Sul, mais é complicado dizer minha origem. – diz e a olho com desdém, que ótimo minha dupla era do Sul, tudo que tinha conhecido desse reino era sua arrogância e superioridade, mas ela era diferente nem um momento a vi sendo arrogante, melhor ficar de olho, penso. E percebo que ela havia perguntado algo.

-O que disse?

-Perguntei de que reino você é?

-Norte. -digo e ela sorrir.

-Sempre quis ir para lá, minha mãe nunca deixou, e não concordo com a rixa que há entre nossos reinos. –diz

-Pois é, melhor irmos andando, está cada vez mais quente. –digo passando as costas das mãos nas testas que estavam molhadas de suor.

E começamos a andar um pouco sem rumo, procurando um oásis ou qualquer coisa do tipo que contivesse água.

-Local maneiro esses que nos mandaram. - diz com ironia prendendo os cabelos castanhos que no sol ficavam com uma coloração avermelhada. Continuamos andando silenciosamente durante um bom tempo, perdidos em pensamentos, e começo a lembra de quando era mais novo, e havia perdido meus pais para as trevas (e esse era um dos grandes motivos por eu ter aceitado a proposta do Sr. G, que por sinal era um cara sinistro). E lembrava claramente do dia que cheguei ao reino Sul, e todos me olhavam com inferioridade, só queria uma noite em qualquer instalação, mais ninguém me aceitara, exceto uma senhora e uma garotinha, foram as únicas que vi que não era arrogantes da população do Sul, cujo pude ouvir os cochichos como “ele vai trazer problema”, “esses selvagens devem ser mortos” e depois daí jurei a mim mesmo nunca voltar lá ou ajudar qualquer pessoa daquele reino, e por irônia aqui estou eu lado a lado com a garota do sul.

-Água. –grita Lunny, me tirando de meus devaneios.

-Onde? - pergunto e olho para onde ela apontava, a poucos metros lá estava, água, penso. E sinto minha garganta seca. E começamos a correr em direção ao oásis, algo começa a apitar dentro do meu cérebro, mais ignoro, estava com muita sede. E quando vamos chegando, me obrigo a parar. – Espere, está fácil demais. –digo e ela me encara com surpresa, e momentos depois assente com a cabeça. Nos aproximamos mais lentamente, e uma necessidade maior de beber aquela água aumenta. Opa tinha algo errado, penso. Olho para Lunna e parece que ela também lutava contra o impulso de correr loucamente e pular naquelas águas.

É quando uma voz feminina sussurra em minha mente “Estão com sede, porque não provar só um pouco”, e eu concordo com a cabeça e minutos depois me obrigo a não ceder aos apelos daquelas águas.

-Ouviu isso também ou estou ficando louca?

-Ouvi, acho que é nosso teste, ou parte dele. –Digo e ela concorda. E cada vez que nos aproximávamos o desejo de entrar naquela água só aumentava.

-Ah que droga não aguento mais isso. Grita Lunny e começa a correr, e por reflexo eu a seguro, ela me dar um choque, que fico vendo estrelas, mais não a solto.

-Lunna, é um rio enfeitiçado. –grito e ela para e se sai de meus braços.

-Me desculpe, melhor acabarmos com essa palhaçada. – diz com raiva e eu sorrio.

Nos aproximamos e Lunna lança uma descarga elétrica capaz, de fritar qualquer pessoa em direção ao rio, e um grito de dor ecoa em minha mente. Ela lança mais outra e uma jovem sai de dentro das águas e se contorce no chão.

-Quem é você? – pergunto e escuto uma risada, a garota do rio tinha os cabelos azuis até a cintura devia ter entre os 17 e 19 anos, usava um vestido colado que acentuava as pernas e o busto, tinha pele branca como as nuvens e seus olhos eram negros opacos.

-Uma espécie de demônio. – sussurra Lunna e eu tento lembrar de onde já tinha visto aquela garota. Tinha quase certeza mais não lembrava onde exatamente tinha lido algo a respeito.

-Sempre somos chamadas disso. - diz a garota com uma voz enjoativa e um risinho.

-Por que será? –pergunto com ironia.

-É incrível como a escória de vocês ainda resistem aos nossos domínios, o que é um grande desperdício se querem minha opinião. Mas se bem que a comida não seria tão divertida. – diz com um sorriso maldoso.

-E sabe o que acho? Que você deveria calar a boca e se mandar ou evaporar dessa dimensão. Diz Lunna furiosa, que se via eletricidade percorrer seu corpo.

-Verdade, quem sabe nós não chutamos ela para a outra dimensão. – digo e a criatura me observa.

-Queridos, a coragem de vocês só me dar mais fome. –diz de forma que parecia mais um sibilo

E é quando ela parte para o ataque, tenta pegar Lunna que a acerta com um curto circuito o que só deixa o monstro com mais raiva.

-Sibila. - digo lembrando o nome. E a garota de cabelos azuis sorrir.

-É uma honra ser reconhecida.

E lembro rapidamente da história que minha mãe costumava contar, era uma das almas puras do reino Norte que protegiam a floresta de Elya, mais quando as trevas adentraram muitas foram possuídas. E só havia uma maneira de mata-las acertando o coração, se é que ela havia um.

-Mas sinto muito vou ter que matá-los. –grita dando um tapa em Lunna que cai no chão, eu me aproximo de Sibila antes que ela possa ferir mais a garota.

-E eu achando que vocês eram bonitas, cara estou extremamente decepcionado. – digo e tenho a atenção dela.

-O que disse?

-Que você é tão feia que se assustaria de ver o próprio reflexo. - digo me esquivando de seus golpes, poderia ficar o dia todo ali ela batendo e eu esquivando, mas ela já estava se cansando e eu contava com isso para matá-la. Mas parecia que era mais inteligente do que eu imaginava e com um golpe sinto minha perna arder e minhas costas foram de encontro com o chão, ela se aproxima prende minhas pernas com a dela, o cheiro de peixe de seu corpo era forte, suas unhas pareciam navalhas e seus dentes eram pontiagudos, esperava o momento que ela fosse fazer picadinhos de Alan , e no último momento escuto um zap, e uma flecha atravessava o peito de Sibila, que caia do meu lado e se debatia, em gritos agoniantes, segundos depois os gritos cessam e o que era uma garota demoníaca, não havia restado nada.

Lunna segurava o arco e arquejava, antes que pudesse agradecer agradece-la a garota cai no chão.Sem pensar duas vezes corro em direção a ela.

-Lunny você está bem? - Pergunto pegando o corpo dela.

-Só preciso de um cochilo e chocolate. - diz fechando os olhos e eu sorriu.

E somos envolvidos pela mesma sensação de embrulhar o estomago, que tivemos para chegar naquele deserto.