Little Things escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 4
Apelidos, resgate e mercado.


Notas iniciais do capítulo

Oii!Capitulo novo espero que gostem!Semana que vem fica mais dificl. Semana de provas na faculdade!Aproveitem e obrigado pelo carinho de todas vocês que leem e comentam sempre!Beijos e fiquem com Deus!



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Isso não é nada bom. “Isso não é nada bom”. Foi exatamente isso que o estúpido ao meu lado disse assim que o carro que ele dirigia e conseqüentemente eu estava também se enfiou em um enorme monte de neve, que por ironia do destino, ou por causa da pequena nevasca de minutos atrás, estava no meio da estrada.

– O que nós vamos fazer agora Ed? – Perguntei e ele me olhou com um ponto de interrogação impresso na testa.

– Quem é Ed, pelo amor de Cristo? Não me diga que agora vai conversar com seu amigo imaginário não-ruivo e tão louco quanto você. – Ele falou como se alguma coisa daquilo realmente fizesse sentido e foi minha vez que ter um ponto de interrogação na cara.

– Vou tentar te explicar sem ser muito rude tudo bem? – Falei e ele apenas continuou me olhando. – Seu nome é James Edward, e você não gosta que te chame de James e nem de Edward. Como Jay-Jay pra mim não é um nome digno eu pensei que Ed talvez fosse uma maneira melhor e mais simples de te chamar sem te irritar profundamente. – Eu falei e ele me olhou com a mesma cara de vegetal laranja de sempre.

– Seu sotaque fica ainda pior e mais engraçado quando você tenta falar rápido. Sem contar as palavras erradas que você fala no meio das frases. – Ele falou ignorando completamente a minha enorme e trabalhosa explicação sobre o nome estranho dele.

– Eu não acredito que estamos discutindo isso enquanto deveríamos estar desesperados por ajuda, já que estamos presos em um monte de neve no meio do nada. – Resmunguei e ele deu de ombros.

– Não estamos no meio do nada. Essa é uma estrada movimentada, só que pessoas normais não saem de casa com esse tempo, então podemos demorar um pouco até conseguir resgate. – Ele falou coma sua habitual e irritante calma e educação.

–Me responda apenas mais uma coisa, querido quase-primo.... Se ninguém sai de casa com esse tempo, e VOCÊ sabia disso, por que estamos aqui fora? – Perguntei e ele soltou um risinho estranho que me deixou com vontade de dizer isso a ele, mas não disse. Tenho bom senso.

– Não é como se eu realmente tivesse escolha. Digamos que escutar você choramingando enquanto se decide entre escrever seu testamento ou não escrever, enquanto definhava pela falta de comida não é minha ideia perfeita de descanso. – Ele falou rindo mais abertamente e eu o encarei descrente.

– Você estava me ouvindo? E eu não ia morrer realmente. Eram só delírios famintos de uma garota brasileira desamparada. – Falei o encarando e sorrindo em seguida. – Tudo bem. Me desculpe.

– Não precisa se desculpar. – Ele falou e nossa adorável conversa terminou ali.

Minutos depois estávamos exatamente no mesmo lugar. O frio começava a aumentar e por isso decidimos nos abraçar no apertado banco de trás do carro e dividir o nosso calor humano. Só que não. Isso aconteceria caso estivéssemos em um filme da Disney ou algo parecido, mas como não estávamos, ficamos nos nossos assentos, encolhidos e tremendo de frio, sem nos tocar. Mas vamos lá, dividir o mesmo ar já vale como contato humano suficientemente intimo para dois quase primos até então desconhecidos.

– Meinu? – Ele falou/chamou e eu o encarei.

– Vamos lá Ed, isso não é hora de pedir um menu, nem estamos em uma lanchonete ainda. – Falei e ele deu uma risada fraca.

– Mas eu estava falando o seu apelido. Se você pode me chamar de Ed, posso te chamar de Meinu. – Ele falou mais uma vez com seu sotaque extremamente e britanicamente marcado me fazendo rir.

– Ed não é tão ofensivo como ser chamada de “menu” convenhamos. – Falei e ele riu. – Ei, garçonete me passa o menu com o prato do dia por favor. – Eu falei e ele riu ainda mais.

– Gostei do seu apelido. Nunca vou me esquecer seu nome. É um bom começo. – Ele falou e eu assenti voltando a ficar calada. O frio agora já era mesmo incomodo.

Cinco minutos depois. Exatamente cinco minutos depois e eu senti o carro se mexer. E Nenhum de nós estava se movendo. Estávamos como picolés. Congelados no mesmo lugar a tempos. O carro se moveu com uma força que veio de fora. O ruivo ao meu lado logo despertou e o cachecol que era pra o pescoço já tampava sua boca e nariz deixando apenas os olhos azuis expostos. Eu não estava diferente.

–Alguém esta tirando o carro do lugar – Ele disse fazendo aquela fumaçinha gelada sair de sua boca.

– Graças a Deus. – Sussurrei e ele assentiu.

Logo estávamos completamente fora do enorme monte de neve e um grupo de três homens nos encarava de maneira firme e engraçada ao mesmo tempo.

– Que droga vocês vieram fazer no meio de uma nevasca? – O mais velho deles perguntou quando saímos do carro e nenhum de nós respondeu de forma coerente.

– Procurando um mercado.

–Comida.

– Não faça perguntas inconvenientes homem. – O segundo disse nos encarando e sorrindo safado. – Você sabe como são os jovens de hoje em dia e todos esses hormônios. – Ele falou simplesmente e eu teria corado se não estivesse roxa de frio.

– Não estávamos fazendo isso. – Eu me defendi e Edward concordou. – Estávamos indo ao mercado.

– Tudo bem. – O terceiro e mais sensato dos homens se pronunciou. – Tiramos a neve do caminho e hoje não deve nevar mais. Podem seguir daqui até o mercado.

– Obrigado. – Ed agradeceu e me puxou pela mão para novamente me colocar dentro do carro.

–Vamos mesmo ao mercado? – Perguntei e ele assentiu.

–Chegamos até aqui, agora eu quero essa comida também. – Ele disse e eu assenti sorrindo.

Chegamos ao mercado. Finalmente encontramos o pote de ouro no fim do arco Iris. Ou apenas o depósito de comida no fim do monte de neve branca. Edward pegou o carrinho de compras e eu o acompanhei. Fomos diretamente na direção dos biscoitos e essas porcarias comuns. Somos jovens e comemos besteiras. Rebeldes.

Biscoito. Biscoito e mais biscoito. Doces e salgados. Biscoitos. Na ultima prateleira dessa sessão algo a mais me chamou a atenção. Era um pote enorme e cheio de tentação. Ou como está escrito no rótulo, cheio de Nutella.

– Edward. – Chamei e ele veio até mim a contra gosto. – Pega pra mim, por favor?

– Tem certeza que não vai ficar encarando o pote esperando um cara de 1,90m se aproximar, te ajudar e se apaixonar instantaneamente por você? – Ele perguntou destilando sarcasmo e eu me lembrei que essa não era uma característica descrita como britânica na internet.

– Não. Você mesmo serve para pegar o pote. – Falei dando de ombros e ele sorriu.

Compramos mais algumas comidas normais e alguns quilos de congelados. Ed pagou a conta. Ele é machista e eu sou pobre, então, tanto faz.

– Tente não bater em um monte de neve outra vez... – Falei e em seguida esbarrei em alguma coisa. Um homem alto de olhos azuis, característica básica dos britânicos, me olhava com uma expressão engraçada. Eu o encarei. E sorri. E eu não apenas sorri, como gargalhei. E Edward discretamente me acompanhou.

–Desculpe. – Eu disse para o sujeito que me encarava estranho. Como se eu fosse louca.

O homem continuou andando assim como nós.

– Se eu tivesse esperado por mais meia hora, o homem que você citou lá dentro teria realmente aparecido. Estou impressionada. –Eu falei e o ruivo riu. Dessa vez menos discretamente.

– Não acredito que você riu na cara do homem. Ele não entendeu nada. – Ele falou e eu dei de ombros ainda rindo.

Ajudei o Ed a guardar as compras no carro e fomos para casa. Dessa vez, sem agarrar em montes de neve no caminho.


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Notas finais do capítulo

E então?!Me digam o que acharam!Comentem por favor!